Coluna 1716 - 22.04.2016
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Etios 2017 e seu
pacote quase adequado
Toyota deu um bom
trato no Etios, produto de entrada no mercado. Ultrapassou mudanças cosméticas
e maquiagem para assinalar nova modelia ou criar ocasião para divulgar o
produto. Fez ação muito maior, a de elevar o Etios para ampliar a fatia de
clientes – e conquistar os em descenso pela situação econômica. A estes
migrantes, o atrativo de encontrar produto com bom recheio. Quer vender mais
ampliando a faixa de compradores. Tropeços com a série atual do Etios fez a
matriz perceber dificuldades na filial brasileira, desde definição do produto
até o relacionamento com a imprensa. Isto gerou silenciosa revolução, esvaziando
poderes de executivos, dispensa de outros, mudanças na diretoria. Cúpula da
empresa entende ter chegado ao piso ideal. Ainda faltam mudanças.
No produto,
intervenções amplas. Motores 1,3 e 1,5 litros agora nacionais, dispensam o
tanquinho de álcool para partida, e construídos em nova usina, em Porto Feliz,
SP, centro oeste do estado, a 120 km de S Paulo e a 20 de Sorocaba, onde está a
fábrica do Etios.
Bloco e cabeçote em
alumínio, duplo comando,16 válvulas e sistema de abertura e fechamento de
acordo com a demanda, o VVT-I, quatro cilindros, dianteiros, transversais,
revisados para a geração Brasil. Ganharam mais potência
e torque. Parece, a Toyota
absorveu tecnologia para obter melhores resultados com o uso de álcool. Com
ele, o pequeno engenho 1,3, produz 98 cv e 12,8 kgmf de torque; 1,5 litro, 107
cv e 14,4 kgmf. Com gasálcool tais medidas são 88 e 12,3, ganho de 9%. No motor
1,5, 102 e 14 quilos de torque, 11% a mais. Na primeira experiência neste setor
com o Corolla, dados eram iguais nos dois combustíveis.
Transmissão mecânica
evoluiu. Agora são seis velocidades, utilizando relação de diferencial mais
longa. Na prática consegue-se mais rendimento, reduz consumo, torna-o mais
agradável ao uso em estradas. Para atender demanda e instigar novos compradores
chegando a esta faixa, aplicou-se antiga transmissão automática de 4
velocidades a ambos os motores. É o único senão das intervenções, câmbio é
antigo, pobre, sem recursos. Mecânica revista e atualizada, com assistência
elétrica para direção, re acerto geral em suspensão através de novas molas e
amortecedores para melhorar a rolagem.
Mais
Implementou o
conteúdo, tornando-se o mais equipado na categoria. Nestes dias, quando o
mercado dá mais importância aos periféricos de conectividade que ao automóvel
em si, tornou o Etios o mais equipado da classe. Isto explica painel de
instrumentos digital, tela de quase 10 cm; sistema de audio reproduzindo
arquivos MP3 Bluetooth, entrada USB, outras facilidades, além de função no computador
de bordo capaz de, alimentado com o preço do combustível, oferecer valor final
gasto.
Em conforto, melhorou o
isolamento termo acústico para melhor isolar cabine e meio ambiente.
Referência importante,
contém cinto de segurança com 3 pontos e apoio para cabeça a todos os
passageiros, e fixador Isofix para cadeira infantil. O Etios foi o primeiro
compacto do país a obter quatro estrelas de proteção aos passageiros frontais
nos testes da LatiNCAP.
Garantia de 3 anos e
custo de revisões no período de R$ 2.400,00.
Vendas a partir de 28
de abril. Se buscas bom negócio, barganhe para comprar versão ora substituída,
ainda encontrável nos revendedores. Dependendo da diferença de preço valerá a
pena.
Modelo
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Versão
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R$
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Hatch
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X 1.3L 16V manual
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R$ 43.990,00
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X 1.3L 16V automatic
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R$ 47.490,00
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XS 1.5L 16V manual
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R$ 48.995,00
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XS 1.5L 16V automatic
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R$ 52.495,00
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XLS 1.5L 16V manual
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R$ 53.895,00
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XLS 1.5L 16V automatic
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R$ 57.395,00
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Cross 1.5L 16V manual
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R$ 57.395,00
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Cross 1.5L 16V automatic
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R$ 60.895,00
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Sedã
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X 1.5L 16V manual
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R$ 48.495,00
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X 1.5L 16V automatic
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R$ 51.995,00
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XS 1.5L 16V manual
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R$ 51.695,00
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XS 1.5L 16V automatic
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R$ 55.195,00
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XLS 1.5L 16V manual
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R$ 56.795,00
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XLS 1.5L 16V automatic
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R$ 60.295,00
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Roda-a-Roda
Mais SUV – Segmento sem
crise e expansão mundial, motivou os fabricantes de super carros a participar
dele. Maserati apresentou à imprensa seu modelo Levante. Vendas em maio, após
gestação de 13 anos! Antes chamava-se Kubang.
P’ra valer – Maserati
quer fazer do Levante seu modelo mais vendido, equivalendo à metade da
produção. P’ra barato não serve, surgindo a US$ 72 mil em versão com 350 cv. 430
cv, US$ 83 mil. Apesar da presença de SUVs de marcas famosas como Bentley, foco
do Levante é o Porsche Cayenne.
Começou – Sempre adiado, dia 19, segunda
feira, saiu da fábrica de Cassino, Itália, o primeiro Alfa Romeo Giulia, versão
de topo da linha, ferramenta para a marca voltar ao mercado. Preço mundial,
sedã esportivo com motor V6 de base Ferrari, US$ 70 mil. Sem perspectivas de
chegar ao Brasil.
Freio – Terremoto na cidade de Kumamoto,
Japão, atingiu 6,4 a 7,3 graus na escala Richter, responsável por morte de 42
pessoas, destruição de edifícios, estradas, pontes, infra estrutura urbana.
Ante danos Toyota, Honda e Nissan detiveram produzir automóveis. Prazo curto,
uma semana.
Padrão – Jaguar Land Rover apoia iniciativa
dos países da União Europeia pela padronização da tecnologia empregada aos
carros autônomos. Facilitará interconectividade entre marcas, produtos e
controle oficiais, reduzirá possibilidades de erros – e acidentes.
Compass – Leitor da Coluna viu aqui, em antecipação mundial, o nome do terceiro produto
da fábrica da FCA em Pernambuco. Substituirá dupla Patriot e Compass, e deste
ficará com o nome. É utilitário esportivo de tamanho superior ao Renegade, e
tamanho assemelhado ao do Hyundai IX35.
Novembro - Seria mostrado no Salão de Nova
Iorque, mas leve despriorizada no projeto postergou apresentação. Agora no
Salão Internacional do Automóvel em S. Paulo, novembro. Estrutura mecânica
igual à de Renegade e Toro, tipo motor Otto, flex 1,8 e diesel 2,0,
transmissões automáticas.
Jeep – Linha Jeep é a de maior demanda e
lucratividade sob o guarda chuva da FCA. Acaba de inaugurar fabrica na China, com
o Renegade, e Compass deve seguir o mesmo caminho, feito na Itália, Índia e
China. Utiliza o atualizadíssimo processo de World Class Manufacturing, no qual o presidente da FCA no Brasil,
Stefen Ketter, é doutor. Também fará
picape Jeep, em criação.
Atraso – Planos da Kia para iniciar
importar do México seu modelo Rio lançando-o às vésperas dos Jogos Olímpicos,
em agosto, RJ, sofrem adaptação. Trará unidades da Coreia para aproveitar a
data. Mas importação sem pagar impostos, apenas a partir de outubro.
Rio – Nissan fará apresentação estática do Kicks,
sav sobre a plataforma do March, dia
2. Quer tê-lo como carro oficial dos Jogos Olímpicos, obtendo enorme
divulgação.
P’ra fora – BMW anunciou exportar 10 mil
unidades do novo modelo X1, feito em Araquari, SC, ao mercado norte-americano.
Boa declaração de qualidade, boa solução para incrementar vendas. Contratará
300 pessoas para a operação.
P’ra baixo – Depois do
HR-V, segundo mais vendido na misturada em seu segmento, Honda prepara o WR-V.
Será menor – mesmo usando a plataforma de HR-V, Fit e City – com motor 1,5. No
Salão do Automóvel, outubro.
Mais – No mesmo Salão,
concorrente de mesmo porte pela Renault.
Negócio – Para aumentar faturamento em meio
aos prejuízos da gestão partidária, Correios venderão cotas da BB Consórcios,
associada ao Banco do Brasil. Quer dispor do serviço em 3.200 agências até o
final do ano. Fórmula de auto financiamento, consórcio cresceu 14% ano passado.
Sai – Nova área expositiva abrigando o Salão
Internacional do Automóvel de São Paulo será inaugurada dia 26. Investimento do
grupo francês GL, promete novidades como ar condicionado, estacionamento
coberto, auditório. Fica próxima à rodovia dos Imigrantes, feito sobre a antiga
Expo SP.
Melhor – Deve funcionar bem, pois é coisa com dono.
No caso do Parque do Anhembi, empresa pública, falhas operacionais gritantes e
sem reparos.
Joia – Skoda, a marca tcheca da VW com design atrevido,
levou ao Salão de Pequim sua criação com a Preciosa, de cristais: pequenos
cristais incrustados nas rodas em liga leve e no emblema.
Ecologia – Câmara Baixa do Parlamento holandês aprovou
proibição de licenciamento de veículos movidos por gasolina e diesel a partir
de 2025. Proposta seguirá à Câmara Alta, tipo Senado.
Mais – No pacote, proposta ao governo para
investir mais na estrutura para viabilizar os carros autônomos, forma de
organizar o trânsito.
Culturas - Como registro de
costumes, carro era dela, mas o motorista da Casa Branca usava para as missões
da antiga Primeira Dama. Costumes diferentes. Aqui teria uma frota de carros e
uma leva de serviçais - e cartão corporativo.
Comparativo – Mike Lawn, então motorista, adquiriu o
carro, deu-o à filha recém habilitada, que refugou: vidros acionados por
manivela, estilo dúbio, ... Quer US$ 8.700 – uns R$ 28 mil. Se eleita valerá
mais.
Retífica RN – Coluna passada, focando o novo Hyundai 1,0
turbo, comparou diferença de preço com versão aspirada e com o VW up! TSI,
usuário do equipamento. Entre os VW R$ 4 mil, não R$ 3 mil como dito.
Queda – Em meio à valorização mundial dos
veículos antigos, Cadillac séries 75,
limousine, 1951, utilizado pelo casal
Perón quando conduzindo a Argentina, e depois pela família Fangio, perde valor.
Sequência – Mandado pela família Fangio a
leilão pela britânica Silverstone Auction
em setembro de 2014, esperava-se batida de martelo entre US$ 340 mil e US$ 440
mil. Lances empacaram em US$ 230 mil – e a família entregou-o.
Recente - Há três semanas outra casa
inglesa, a Bohmans, apresentou-o em leilão em Goodwood, estimando obter entre
US$ 130 mil e US$ 173 mil. Lances frearam em 123 mil dólares, aceitos pelo vendedor.
Micou.
Brasil.
Mercedes ultrapassa os 60
Próxima semana
Mercedes-Benz inicia o ano de comemorações de seis décadas instalada
industrialmente no Brasil. Chegou antes, em 1951, no Rio de Janeiro, por
representante bem articulado e bem assistido. Vendas de veículos, a conquista
do mercado carioca de lotações - micro ônibus - para transporte mais rápido, e
elevados lucros, instigaram a marca a associar-se à operação e, após, adquirir
as ações às herdeiras do sócio. Implantou a atual fábrica no município de São
Bernardo do Campo, em pequena fazenda, com um dos lados beirando a então recém
inaugurada pista descendente da Via Anchieta, ligando o Planalto Paulista ao
porto de Santos.
Foi uma das autoras da
mudança de perfil da pequena São Bernardo. A posição geográfica entre o porto e
o maior mercado haviam atraído outras montadoras de veículos. No setor ali
estavam as pioneiras Brasmotor, montando Volkswagens e produtos Chrysler;
Varam, com montagem sucessiva de norte-americanos Nash e depois Fiat; em
instalação paralela a Willys-Overland. No mais, chácaras e cerâmicas. A chegada
alavancou a mudança do perfil da cidade.
A chegada da Mercedes
constitui-se verdadeiramente na factibilização da indústria automobilística
brasileira. Àquela época pouco havia de definições quanto a produzir itens de
mobilidade. Todos os operadores no setor - Ford, GM, International por si só;
Chrysler por representante; VW dividindo montagem com a Brasmotor; Vemag
montando Studebakers; Varam, bem instalada entretanto mudando de parceiros, e
Willys surgindo em sociedade com distribuidores, nenhum possuía operação
verdadeiramente imbricada com o país. Não faziam seus motores ou peças de maior
elaboração tecnológica, mas apenas montagem de componentes importados, tentavam
nacionalizar alguns componentes, induzir criar uma indústria de auto peças. Na
prática a operação brasileira de todas as marcas era operação superficial, sem
nacionalização.
A Mercedes mudou isto e, em
meio à aura de renovação política, da chegada de Juscelino Kubitschek ao poder,
fez desafio e encomenda a grande empresa de fundição, a Sofunge: queria fazer
motores no Brasil.
Desafio grande. Tais
unidades não eram feitas na América do Sul, ante a malévola alegação de
interessados em manter o país sub desenvolvido, que o calor tropical influenciaria
negativamente na fundição dos blocos, dando-lhe pouca resistência e estrutura.
A encomenda da Mercedes foi desafio e surpresa geral quando, ao final de 1955,
anunciou a fundição do primeiro bloco - levando JK, ainda não
empossado, para fazer verter o metal líquido sobre os moldes de produção.
A ação mudou o desenho de
implantação da indústria. Quando da posse de JK na Presidência da República
logo após, e a divulgação das providências para atrair marcas interessadas em
fabricar caminhões, tratores, ônibus, jipes, e automóveis no país, a grande
referência do projeto e sólido argumento do governo era ter aqui a Mercedes
fazendo motores. Serviu de atrativo e de provocação às marcas já instaladas a
seguir o exemplo e produzir seus motores, em vez de traze-los das matrizes.
Outro pioneirismo foi
produzir os ônibus monobloco, muito mais confortáveis, e a coragem de produzir
o automóvel Classe A, o melhor dotado dentre todos os nacionais.
Empresa hoje opera em três
grandes fábricas: São Bernardo do Campo, SP; e Juiz Fora, MG, produzindo
caminhões. E Iracemapolis, SP, em recém inaugurada operação para fazer
automóveis.
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