A liderança
mundial da Ford em picapes foi construída, principalmente, em cima do sucesso
das linhas Série F e Ranger. Mas a marca produziu também outros modelos
famosos, que marcaram época e ajudaram a firmar a sua tradição nesse segmento.
Um deles é a Pampa, primeira picape derivada de um carro médio no Brasil, que
liderou as vendas da categoria durante os 15 anos em que foi produzida, de
1982 a 1997, e conquistou muitos fãs.
Derivada do Corcel de segunda geração, a Pampa foi lançada para complementar
uma das famílias de maior sucesso da Ford no Brasil, ao lado do sedã Corcel e
da perua Belina. Desenvolvida localmente, ela foi apresentada no Salão do
Automóvel de 1982 e logo conquistou o público pelo estilo e bom desempenho
do motor CHT 1.6 litro, somados à capacidade de carga e acabamento caprichado
da marca.
Na cabine, a
Pampa tinha o mesmo conforto do sedã, com uma distância entre-eixos ampliada de
2,44 para 2,58 metros que contribuía para oferecer a maior caçamba da
categoria. Sua frente era igual à do Corcel II e a caçamba, inspirada na F-100,
com ripas de madeira para proteção do assoalho. A suspensão foi reforçada com
molas semielípticas longitudinais no eixo rígido traseiro, em vez de molas
helicoidais, com capacidade para suportar 600 kg.
Em 1984, a Pampa
passou a contar com um motor CHT 1.6 mais potente e econômico, com câmaras de
combustão retrabalhadas e transmissão de cinco marchas reescalonada. Com 63 cv na
versão a gasolina, ele tinha um ganho maior na versão a álcool, a mais vendida
na época, com potência aumentada para 72 cv.
Em 1984 a Pampa
tornou-se a primeira picape pequena a oferecer uma versão 4x4 – configuração
que continua a ser única até hoje. Ela tinha tração 4x2 dianteira e uma
alavanca junto ao câmbio para engate da tração 4x4, para uso temporário e com
velocidade de até 60 km/h para superar terrenos com pouca aderência.
Em 1990, a Pampa
recebeu o motor AP-1800 nas versões L, GL e Ghia, mantendo o CHT 1.6 nas
versões L e GL 4x4. Em 1991, ela ganhou a versão S, mais esportiva e completa,
equipada com motor 1.8 e itens como ganchos e borrachas protetoras da caçamba,
direção hidráulica opcional, bancos individuais ajustáveis, rodas estilizadas,
faixas personalizadas nas laterais, janela traseira corrediça, spoiler
dianteiro com faróis de neblina e trio elétrico.
Em 1992 a
Pampa ganhou uma nova grade frontal, idêntica à do Del Rey, e em 1994
introduziu carburador eletrônico no motor 1.8. Em 1995 deixou de oferecer a
versão 4x4, ficando somente com os modelos L 1.6 e 1.8, GL 1.8 e S 1.8.
Em 1997, último ano de produção da Pampa, o motor 1.8 passou a ser equipado com
injeção eletrônica EEC-IV. Com mais de 380.000 unidades vendidas, ela se
manteve como a picape derivada de automóvel mais vendida do segmento, sendo
reconhecida pela robustez e conforto até ser sucedida pela Courier.
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