terça-feira, 28 de abril de 2015

Wagner Gonzalez em Conversa de pista

Inversão térmica

Wagner Gonzalez

Como em uma inversão térmica,  temporada da Stock começou com play off fora de época. Após três corridas atípicas, a categoria mais importante do automobilismo brasileiro encara etapa em Curitiba, dia 31 de maio, como início da temporada. Não é exagero dizer que as provas de Goiânia, Ribeirão Preto e Velopark foram como se o play off de anos atrás tivesse acontecido fora de época.




A busca por soluções que ajudem a trazer o público de volta às arquibancadas e o equilíbrio técnico à Stock Car nunca param e isso é louvável: afinal, qualquer autoentusiasta que se preze sabe apreciar uma boa disputa nas pistas e sente-se motivado a pagar ingresso para ver bons pilotos disputando posições a cada curva. O que se viu nas três primeiras provas deste ano contribui para que isso aconteça: cinco pilotos e três equipes diferentes ocuparam o lugar mais alto do pódio, entre eles Tuka Rocha e a equipe Bassani Racing, (Ribeirão Preto 2), até então fora do círculo de vencedores da categoria. Completam a lista Ricardo Maurício/RC-Eurofarma (Goiânia); Cacá Bueno/A.Mattheis-Red Bull Racing (Ribeirão Preto 1) e Daniel Serra/A.Mattheis-Red Bull Racing e Max Wilson/RC-Eurofarma (Velopark 1 e 2, respectivamente).

No campo técnico-desportivo, porém, algumas soluções não puderam ser completamente avaliadas. Os efeitos da volta à gasolina como combustível dos V-8 de 6,2 litros não puderam ser totalmente avaliados, assim como o desempenho dos novos pneus, de estrutura mais rígida e, em princípio, mais eficientes e duráveis. Além disso, um novo formato de classificação foi implementado, o que implica na busca de acertos ainda mais radicais na comparação com o set up de corrida.

Com o novo combustível (assunto abordado nesta matéria), o consumo diminui e deu maior autonomia aos carros, mas ao fazer o motor trabalhar em temperaturas mais alta ainda há pequenas controvérsias sobre o perfeito arrefecimento e escoamento aerodinâmico na parte dianteira do veículo. Já com relação aos pneus o problema é mais claro: disputada em duplas, a etapa de Goiânia envolveu pilotos convidados e minimizou a avaliação e demanda do equipamento; Ribeirão Preto é um traçado de rua e de baixíssima velocidade média e Velopark, bem, o Velopark… Curvas de baixa velocidade e uma corrida marcada por várias intervenções do Safety Car não ajudaram.

“Teremos o primeiro grande teste em Curitiba” diz Jonathan Wells, líder da equipe da Pirelli que acompanha a categoria brasileira. Ele completa seu raciocínio ao lembrar que “a curva que dá à reta de chegada é longa e rápida o suficiente para exigir muito dos pneus”.

Com o novo sistema de classificação, onde os pilotos saem à pista em grupos de quatro e tem duas voltas para marcar os tempos que o posicionarão no grid, o acerto dos carros para essa finalidade será bastante crítico em relação à regulagens ideais de corrida, onde o desgaste de pneus e freios serão prioridade 1 para ter um carro competitivo em toda a prova.

Mesmo assim tanto a Pirelli quanto chefes de equipe não acreditam que tal situação justifique a inclusão de uma sessão de treinos ou um jogo extra de pneus para a corrida curitibana. Contribuem para isso o fato que os testes de pré-temporada foram realizados nessa pista e há um extenso banco de dados para servir de referência de set up. É uma questão que será esclarecida dentro de um mês: a quarta etapa deste ano está marcada para o dia 31 de maio.

Os resultados da etapa do Velopark

Corrida 1
1) Daniel Serra, Red Bull Racing, 47 voltas em 47min08s923; 2) Marcos Gomes, Voxx Racing Team, a 0s691; 3 Júlio Campos, Prati-Donaduzzi, a 3s630; 4) Rubens Barrichello, Full Time Sports, a 12s213; 5) Cacá Bueno, Red Bull Racing, a 21s813;6) Ricardo Maurício, Eurofarma RC, 22s876; 7) Allam Khodair, Full Time Sports, a 24s810;8) Diego Nunes, Vogel Motorsport, a 26s113;9) Sergio Jimenez, C2 Team, a 26s833; 10) Max Wilson, Eurofarma RC, a 27s939.

Corrida 2
1) Max Wilson, Eurofarma RC, 26 voltas em 28min06s567; 2) Cacá Bueno, Red Bull Racing, a 1s343; 3) Júlio Campos, Prati-Donaduzzi, a 3s024; 4) Daniel Serra Red Bull Racing, a 3s774; 5) Rubens Barrichello, Full Time Sports, a 5s327; 6) Felipe Lapenna, Schin Racing Team, a 11s440; 7) Gabriel Casagrande, C2 Team, a 11s930; 8) Ricardo Zonta, Shell Racing, a 12s299; 9) Vitor Genz, Boettger Competições, a 13s418; 10) Thiago Camilo, Ipiranga-RCM, a 14s219.

Classificação do campeonato após três etapas:
1º) Cacá Beuno, 62 pontos; 2º) Júlio Campos, 59; 3º) Marcos Gomes, 54;
4º) Rubens Barrichello, 51; 5º) Allam Khodair, 41; 6º) Thiago Camilo, 39; 7º) Sergio Jimenez, 38; 8º) Daniel Serra, 36; 9º) Max Wilson, 33; 10º) Ricardo Maurício, 27.

WG


Nenhum comentário:

Postar um comentário