A Fiat acaba de se tornar
a primeira fábrica de automóveis do país a obter a ISO 50001, de gestão de
energia. Para conquistar a certificação, a empresa investiu na disseminação de
tecnologias e práticas para a melhoria do desempenho energético em todos os seus
processos de produção, desde o projeto até a montagem final. Para cada veículo
produzido, a redução do consumo de energia chegou a 57% desde 1994. Nos últimos
cinco anos, os investimentos diretos em gestão ambiental e energia
ultrapassaram R$ 30 milhões, além de recursos indiretos que resultaram em
melhorias técnicas para a eficiência energética.
A energia que
deixou de ser consumida na fábrica de Betim (MG) em função das melhorias
realizadas seria suficiente para abastecer durante um ano uma cidade de 80 mil
habitantes. Para que isso fosse possível, a equipe de Meio Ambiente da Fiat
pesquisou cada unidade da fábrica, identificando perdas e buscando
oportunidades de redução do consumo. Nas cabines de exaustão e insuflamento da
Pintura, por exemplo, foram instalados, em 2012 e 2013, inversores de
frequência para controlar o uso do motor elétrico responsável pela injeção de
ar fresco. No sistema anterior, o equipamento funcionava ininterruptamente com
100% da capacidade. O investimento foi de R$ 2 milhões e os resultados
expressivos: queda de 30% do consumo de energia da unidade de Pintura.
A soma das diversas
iniciativas de eficiência energética contribui para que a Fiat torne-se ainda
mais competitiva no mercado. “Além de significar menor impacto ao meio
ambiente, gera economia”, ressalta o gerente de Meio Ambiente, Saúde e
Segurança do Trabalho da Fiat Chrysler para a América Latina, Cristiano Felix.
Na planta de Betim,
a maior da Fiat Chrysler no mundo, são utilizadas diversas fontes de energia:
elétrica, ar comprimido, vapor, água superaquecida, gás natural e combustíveis.
Atualmente, 99% da energia elétrica usada vem de fontes renováveis
(predominantemente hidráulica), incluindo os painéis solares fotovoltaicos
instalados na fábrica, que são capazes de gerar cerca de 19,5 mil kW/ano,
utilizados para acender lâmpadas. Na contabilidade da ecoeficiência, o uso de
fontes alternativas de energia fez a diferença para a conquista da
certificação. Somente com a instalação das lentes prismáticas nos telhados dos
galpões, para iluminação interna a partir da luz solar, foi possível a economia
de 45.904,32 Kw por ano, o equivalente ao abastecimento de 27 residências no
mesmo período. Com essa iniciativa, deixaram de ser emitidas 153 toneladas de
CO2 por ano.
PROCESSOS
De acordo com
Cristiano Felix, grande parte das mudanças para redução do consumo de energia é
realizada há mais de 15 anos. Na Pintura, em 1997, foi instalado um sistema de
reaproveitamento de água quente, resultando em 25% de redução do consumo de gás
natural na unidade. Já a substituição de compressores de ar comprimido por
equipamentos mais eficientes, na mesma época, gerou 5% de redução de consumo
energético.
Uma importante
ferramenta para a mobilização dos empregados na conquista da ISO 50001 foi a
metodologia do World Class Manufacturing (WCM), adotada por todas as empresas
do Grupo Fiat no mundo para melhorar a eficiência da produção e eliminar perdas
e desperdícios. Entre os pilares do WCM está o de energia e todos os
profissionais são estimulados a liderar mudanças com ações dentro da rotina do
trabalho, consolidando a cultura da prevenção do impacto ambiental e uso
consciente dos recursos naturais.
A ISO 50001 foi
introduzida no Brasil em 2011 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). A norma especifica requisitos para implementação e manutenção de um
sistema de gestão da energia, com o propósito de habilitar organizações de
todos os portes a buscarem a melhoria contínua de seu desempenho.
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