terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Wagner Gonzalez em Conversa de pista



Wagner Gonzalez
Mitsubishi desenvolve F4 no Brasil

Proposta vai de encontro ao programa lançado pela FIA para criar estágio entre o kart e a F3. Na F1 a Sauber define mais uma vaga e Kamui Kobayashi conversa com Caterham
  
Mais do que criar uma categoria escola em moldes profissionais a proposta da Mitsubishi Brasil desenvolver o projeto de lançar a F-4 no Brasil quebra um jejum de muitos anos: a participação direta e oficial de uma fábrica em uma categoria de pista. 


Se a existência de equipes oficiais de fábrica nos anos 1960/70 semeou gerações de campeões mundiais, a debandada dessas empresas trouxe resultados nefastos ao esporte, consequências amplificadas pelo descaso com que os dirigentes tratam o setor: não há indícios de que a atual administração da Confederação Brasileira de Automobilismo tenha feito algum gesto formal de aproximação com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) ou seus associados.

Mais do que uma nova proposta ou novo projeto, algo bastante comum no automobilismo brasileiro dos últimos anos, o novo projeto parece destinado a ter sucesso maior que as recentes categorias lançadas no País nos últimos anos. O histórico da Mitsubishi brasileira no esporte na modalidade off road e mais recentemente com a Lancer Cup, além do autódromo Velo Cittá, em Mogi-Guaçu, dão lastro à proposta.

Segundo o regulamento da FIA para a categoria os competidores de um dado campeonato podem usar qualquer tipo de chassi homologado mas devem usar motores iguais; na Inglaterra e na França a motorização vem do Renault Campus. Além disso, para a homologação do certame é exigido um programa de três anos e “aconselha-se” um calendário de 7 a 8 rodadas sendo que cada evento terá duas sesões de treino (entre 30´a 45´), uma prova de classificação (entre 20´a 30´) e três corridas de 30 minutos. Detalhe importante: a  entidade internacional incentiva a realização de treinos livres sem restrições, algo proibido e que praticamente sepultou a F-Fiat lançada por Felipe Massa num passado recente.

Por enquanto não há definição do carro que será usado na possível F-4 brasileira mas o piloto Renan Guerra já realizou cerca de 500 km de testes em Mogi-Guaçu com um chassi construído por José Minelli e equipado com o motor do Mitsubishi Lancer, original, que tem 165 HP, algo superior à faixa de 140/160 HP preconizada pela FIA. A recomendação, porém, não seguida ao pé da letra e na Inglaterra chega-se a 185 HP. O veículo tem dimensões próximas de um F-3 e está equipado com uma caixa de cambio sequencial Sadev, de seis velocidades e está calçado com pneus Pirelli iguais aos usados pela F-3 brasileira. O programa de testes prossegue em fevereiro, sempre na pista do Velo Cittá  “dois ou três pilotos serão convidados a participar do processo de desenvolvimento. Além de avaliar diferentes estilos de pilotagem também será analisada uma caixa Hewland”. 

O regulamento da FIA recomenda o uso de chassi em fibra de carbono, algo ainda antieconômico para o mercado brasileiro. No Japão foi adotado um modelo de construção que usa fibra de carbono sem honeycomb (colméia), solução que barateia o custo e facilita a construção por construtores de pequeno e médio porte. Na Índia é usado chassi tubular equipado com motor Maruti 1.300, e na Inglaterra o chassi MSV-F4 013 (concebido pelo veterano Ralph Firman, da Van Diemen), usa solução semelhante.

Construtor consagrado nos anos 1970/80, quando conquistou títulos nacionais e regionais na F-VW 1300 com o piloto Elcio Pellegrini, nos últimos tempos José Minelli mantém-se ativo fabricando peças especiais para carros de competição. Nos últimos meses ele foi convidado pela Federação Gaúcha de Automobilismo a produzir peças de reposição para os chassis usados na F-Júnior disputada no Rio Grande do Sul e que emprega monopostos que já não não mais fabricados; além disso ele também fornece e desenvolve equipamentos especiais de competição.

F1: Possível teto orçamentário apressa contratações na categoria

Em meio a pressões de Jean Todt e das equipes de meio e fundo de grid para que seja estabelecido um teto orçamentário na F1 em 2015 a categoria segue vivendo um período de grandes e inúmeras contratações. Mais do que reforçar possíveis perdas a razão desta agenda é, indiretamente, aumentar os gastos para assegurar um teto mais alto caso a medida entre em efeito. Ao praticar um orçamento mais alto as chances de manter um teto mais elevado após a possível limitação ficam maiores.Entre as últimas mudanças estão a ida de Mark Ellis e Gilles Wood, respectivamente responsáveis por dinâmica de veículos e engenheiro-chefe de simulação e análises na equipe Red Bull. Ellis volta para a Mercedes – onde trabalhou nos tempos que a equipe Honda ocupava o local -, como diretor de performance enquanto Wood ocupará uma posição similar. Além deles a equipe campeã também perdeu seu chefe de aerodinâmica, Peter Prodromou, que após um período de desaquecimento – algo que os ingleses chamam de “gardening leave” -, começa a trabalhar na McLaren.

Esta manobra é adotada por todas as equipes e tem como objetivo impedir que a mudança de emprego se transforme em uma forma de comprar segredos e pesquisas dos adversários. Até o momento a única mudança formalizada, e divulgada, nos quadros da Red Bull foi a promoção de Pierre Wache como substituto de Ellis e Wood. Wache ingressou na equipe em março e veio da Sauber; anteriormente o francês trabalhou na Michelin.

Números definidos
Alguns pilotos já escolheram os números que adotarão a partir do Campeonato Mundial de F1 de 2014. Enquanto o alemão Sebastian Vettel usará o número 1, primazia do campeão atual, Sérgio Perez adotará o 11, Fernando Alonso optou pelo 14, Felipe Massa pelo 19 e Valteri Bottas pelo 77. Alonso alega que no dia 14 de 1996 ele tinha 14 anos de idade e venceu o Campeonato Mundial de Kart usando esse número; Massa competiu no Brasil com o número 19 e Bottas adotou o 77 por razões mercadológicas: explorar os dois “T” do seu sobrenome.

Apoio de Slim mantém Gutiérrez na Sauber

Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, garantiu a continuidade de Esteban Gutiérrez na equipe Sauber pelo quarto ano consecutivo e segundo como piloto oficial. Mais do que definir a formação da esquadra suíça para 2014, Slim provocou algum alvoroço continental ao explicar as razões de sua decisão:

“Estamos orgulhosos de continuar sendo parte da Sauber F1 e consolidar nossa história de sucesso no esporte a motor, particularmente na F-1 e do nosso programa de desenvolvimento de pilotos mexicanos e latinos...”

Proprietário das lojas Sanbors e dos monopólios de telefonia fixa e móvel no México, Slim tem grandes interesses no continente, incluindo o Brasil onde atua através da Claro. As últimas três vagas disponíveis estão na Caterham Renault (duas) e na Marussia Ferrari. Especula-se a volta do japonês Kamui Kobayashi para ocupar um dos carros da primeira. Até agora este são os pilotos confirmados para 2014:

Red Bull-Renault: Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo
Mercedes: Lewis Hamilton e Nico Rosberg
Ferrari: Fernando Alonso e Kimi Räikkönen
Lotus-Renault: Romain Grosjean e Pastor Maldonado (*)
McLaren-Mercedes: Jenson Button e Kevin Magnussen
Force India-Mercedes: Nico Hulkenberg e Sergio Pérez
Sauber-Ferrari: Adrian Sutil e Esteban Gutiérrez
Toro Rosso-Renault: Jean-Eric Vergne e Daniil Kvyat
Williams-Mercedes: Felipe Massa e Valtteri Bottas
Marussia-Ferrari: Jules Bianchi, a definir
Caterham-Renault: a definir as duas vagas


(*) Motor não confirmado

Nenhum comentário:

Postar um comentário