Renault e Lotus próximas do divórcio
F-1 vive fim de ano movimentado: Lotus pode fechar
as portas, FIA procura novas equipes e Ron Dennis quer reassumir a McLaren.
Wagner Gonzalez |
A temporada acabou há quase um mês, o campeonato de 2014
só começa dia 17 de março mas nem por isso a F-1 está parada. Muito pelo
contrário, o que não falta é notícia ou comentário, muitos deles nada
promissoras para o futuro da categoria. Enquanto Ross Brawn não se
decide sobre o quer fazer no ano que vem muita água vai passando por baixo da
ponte do rio Thames e muitos trens vão passando pelo túnel sob o Canal da
Mancha, aquele que liga o Inglaterra à França. Exatamente nestes
dois países estão os focos das principais notícias da semana, ainda que
repercussões na América Latina e na China.Trocando em miúdos, algo difícil haja vista que na F-1
números e egos tem dimensões estratosféricas, a história do momento passa por
Enstone, Viry-Châtillone e, obviamente, Paris.
Lotus garantiu Maldonado e pode perder Renault (foto Lotus)
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São nestas cidades
que funcionam a equipe Lotus de F1, a fábrica de motores de F1 da Renault e a
FIA, principais personagens do capítulo de hoje, cada um com papéis muito bem
definidos. A outrora famosa e imbatível escuderia criada por Anthony Colin
Bruce Chapman – que muita gente jura que está vivo e que mora no
Brasil -, parece cada mais encalacrada numa espiral de problemas. Segundo
Gilles Gaignault, francês que já ocupou o cargo de assessor de imprensa da FIA
na F1, a relação entre a Lotus e a Renault já azedou de vez: segundo ele a
“Régie”, como a fábrica francesa é tratada por seus admiradores, já estaria
retirando motores e equipamentos da sede da equipe. Além disso, os contadores
da fábrica teriam perdido a paciência com o atraso no pagamento do aluguel dos
motores fornecidos e usados nas últimas duas temporadas. Quanto eles devem? Algo em torno de U$ 150
milhões…
Eric Boullier pode estar de volta para casa (foto Renault ) |
Se isso é verdade ou mentira difícil dizer para quem está
deste lado do Atlântico, mas tudo indica que a história tem fundamento. Ontem
voltei a falar com minha fonte na Renault Sport sobre o contrato com a Lotus
para 2014 e a resposta foi “infelizmente, nada ainda foi assinado com a Lotus.
Por enquanto só forneceremos motores para três times: Red Bull, Toro Rosso e
Caterham”. Pior, o colega Gaignault indica ainda que Eric Boullier (atual
diretor esportivo da Lotus) estaria de malas prontas para voltar a trabalhar no
departamento de competições da ”Régie”. Se tudo isso for verdade, e os indícios
indicam que as chances disto acontecer são altas, Gerard Lopez – o bam-bam-bam
da Lotus -, terá que dançar a Macarena para receber os petrodólares que
conseguiu arrancar da PDVSA, a “Petrobrás venezuelana” que garantiu a
participação de Pastor Maldonado como companheiro de equipe de Romain Grosjean
na temporada de 2014. Ou consegue amolecer os corações franceses na base da
amizade, fraternidade e igualdade ou terá que dançar a polca ou a tarantella
para conseguir um motor da Mercedes ou da Ferrari, únicas provedoras de motores
em condições de equipar um F1 na temporada do ano que vem.
No mais perfeito estilo Caetanear, Jean Todt deu
mostrar que conhece os versos de “Sòzinho”, aquela música que diz “quando a
gente gosta é claro que a gente cuida”: sem fazer qualquer ilação à situação da
Lotus, o recém-eleito presidente da FIA anunciou na semana passada a
“instalação de um processo para selecionar possíveis interessados em participar
do Mundial de F-1 de 2015 ou 2016 em nível competitivo”. Se você está
interessado e tem U$ 5 mil para depositar na conta da FIA, clique aqui e veja como
entrar nessa barca; detalhe, não deixe para fazer isso após curar a ressaca do
reveillon: o prazo se esgota no dia 3 de janeiro. Quem já brincou de ligar os
pontos para descobrir a figura que vai aparecer pode enxergar que o caminho
mais fácil para realizar esse empreendimento é comprar uma estrutura pronta e
aproveitar a mão de obra especializada já contratada. Como a Lotus não anda
muito bem das pernas e Ross Brawn está, de certa forma, sem trabalhar, quem
sabe….
Se a Lotus pode sair, quem quer voltar é Ronald
Dennis, sim o Ron da McLaren. Responsável por recuperar a equipe após um
período de maus resultados quando Teddy Mayer perdeu a mão, Dennis preparou sua
saída do comando da equipe e preparou Martin Whitmarsh – então executivo da
British Aerospace -, como seu sucessor. A temporada de 2013, marcada pelos
resultados medíocres e nenhum pódio, mexeu com os brios do ex-mecânico de
Jochen Rindt e Jack Brabham e fundador das equipes Rondell, Project 3 e Project
4.
Ron Dennis abre no mercado chinês (foto McLaren)
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Aproveitando uma viagem à China, para inaugurar a
primeira loja da McLaren Automotive, em Shanghgai, ele
teria conversado com potenciais investidores chineses para levantar os fundos
necessários para adquirir as ações de Mansour Ojjeh ou do Fundo Soberano do
Bahrain, que atrravés da Mumtalakat Holding detém 50% das ações do Grupo
McLaren. Nos próximos anos a marca vai focar sua expansão na China, onde em
muito breve serão abertas novas lojas em Beijing, Guangzhou e Chengdu. Com isso
convencer milionários e fundos chineses a
apoiar seus projetos torna-se, no mínimo, menos dificil; entre as empresas que
Dennis teria contato está a China Investment Corporation. Talvez isso tudo seja
aconselhável que Whitmarsh ponha suas barbas de molho…
Porsche 919 Hybrid tem motor em linha (foto Porsche) |
Porsche WEC 2014 vem com motor em
linha
Tal como
mencionoei em minha coluna de 3 de setembro, o Porsche WEC 2014, agora oficialmente
batizado de 919 Hybrid, terá um motor de cilindros em linha, quatro deles para
ser mais exato. Atente para o
escapamento na traseira.
Ricardo Maurício obrigado a rejeitar convite da Argentina
Maurício: convite para correr naArgentina (foto José Mário Dias) |
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