Uma
nova ideia para os híbridos
A – sem
trocadilho – corrente de soluções buscando somar motores a gasolina ou
diesel com geradores elétricos para aumentar autonomia dos veículos, diminuindo
seu consumo e emissões, é atualmente a de maior factibilidade. O funcionar de
um motor a combustão interna tocando gerador elétrico, e este carregando
baterias para alimentar motores elétricos em tração adicional, objetiva que a
soma supere o rendimento energético de cada um. O automóvel com menor consumo à
venda no Brasil é o Ford Fusion híbrido por este sistema.O mundo da técnica sabe, o momento atual é mero
estágio intermediário, quebra galho momentâneo, de resultados pífios ante os
que podem ser atingidos.
Há novidades. A Toyota tomou o caminho de
racionalidade, juntou conceitos existentes, evoluiu-os no que chama Gerador Linear sem Pistões. Menor
tamanho, peso e maior capacidade de geração vistos os sistemas atuais.
O motor linear não tem virabrequim ou bielas. Os
pistões, com cabeça em forma de “W”, e com a câmara de combustão no centro,
trabalham um contra o outro, e a expansão dos gases queimados na combustão
opera como uma mola, forçando-os se distanciar. O ciclo é de dois tempos,
significando admissão de ar externo por janela lateral, explosão em todos os
ciclos de compressão, e vasão de gases através de janelas nos pistões. Emprega
injeção direta do combustível e não tem sistema convencional de eixo de comando
e válvulas.
Os princípios da câmara comum para combustão, ou do
ciclo 2T são antigos. A grande revolução está na maneira de funcionar e no
processo de gerar energia. Não se trata de gerar movimento – pois não há um
eixo rotativo para transmiti-lo –, mas na forma de produzir energia: as
extremidades do citado W são um magneto em liga de neodymium-ferro-boro, e as
paredes da câmara, revestidas por um fio em forma de mola. A passagem dos
pistões/magneto por tais bobinas gera carga e alimenta uma bateria.
O protótipo não é poderoso. Faz 10 kW – quase 13 cv –,
mas dois deles são capazes de mover com competência e autonomia algum Toyota,
Yaris ou Corolla, permitindo fazer 110 km/h em estrada.Ainda é protótipo, exibido no recente encontro mundial
da SAE, a sociedade de engenheiros automotivos. Mas é o caminho mais prático,
simples, barato e factível dentre as variadas tecnologias híbridas recém
apresentadas.
Fiat Chrysler e seu livro
Para sobreviver em mercado cujo
crescimento se dá em praças novas, a Fiat Chrysler Automotive apresentou seu
projeto quinquenal. Sergio Marchionne, principal executivo, reuniu em Auburn
Hills, beiradas de Detroit, EUA, e antigo feudo da agora italiana Chrysler,
para contar como imagina o futuro.
Reunião longa, cansativa,
importante a mercados influenciados pela companhia, 18 executivos de topo
falando de marcas, e do operacional da FCA.
Discurso mudou. Marchionne, hábil
artífice de marketing pessoal, avisou, abria a reunião como um fabricante
global; e de não se tratar de novo degrau, mas do escrever um novo livro. Em
pregação anterior, vaticinava, o futuro da indústria de automóveis estava na
união de empresas para cobrir os maiores mercados, e na venda conjunta de 3
milhões de unidades. Agora, mudou. Fiat e Chrysler não são empresas unidas,
como Renault e Nissan, ou como foi a operação entre Mercedes e a própria
Chrysler, mas uma empresa só, e como tal atuará. Alterou, também, os objetivos.
Em vez de aumentar produção e participação percentual nos mercados europeus,
para as marcas de massa, como Fiat e Chrysler, quer crescimento e lucros,
sobretudo lucros.
A FCA
aposta na expansão de três marcas de seu portfólio: Maserati, Alfa Romeo e
Jeep. Esta é vista como a mais icônica e mal aproveitada, daí objetivar
quase triplicar vendas em 2018, de 732 mil marcados em 2013 para 1M 900 mil. O
mercado chinês é a maior aposta, iniciando produzir em 2015 o pequeno Renegade
– o mesmo a ser feito em Pernambuco no final do ano.Não é
apenas novo projeto mas, se tiver título, possivelmente será o Livro da Salvação. A hora de consolidar
o atrevimento, como o foi assumir a Chrysler para ter presença nos EUA. Fará
por simbiose de meios e processos, cruzamento e complementariedade de produtos,
uso de motores, transmissões e plataformas.
Para os
norte-americanos, menos produtos Dodge e mais carros Chrysler. Jeep substituirá
os atuais menores Compass e Patriot pelo Renegade, e os superiores serão
mantidos com mudanças, incluindo o Wrangler, mítico, bisneto do Jeep, a mudar
totalmente, incluindo motorização, provocada pelas crescentes obrigações legais
sobre consumo e emissões, campo onde a Fiat lidera com seu cabeçote MultiAir.O
projeto Maserati se mantém, com o objetivo agora factível da venda de 50 mil
unidades/ano, contra 6.000 de par de anos passados.
Alfa
Marca com as maiores
alterações. Sai da Fiat Auto e terá personalidade jurídica própria – como a
Ferrari. Isto significa orçamento e independência no corajoso projeto de ser
para a Fiat o que a Audi é para a Volks. Similaridade mecânica, mas exigências
próprias como produto superior e melhor qualidade construtiva, performance, ser
o melhor da classe. Na prática, e sem ironia que a colocação pode motivar,
empregar métodos da Alemanha no fazer carro na Itália. Está na rota: o CEO da
marca, Harald Wester, é alemão.
O endereço afoga as expectativas nacionais de ter Alfa
dividindo plataformas com produtos Fiat, Jeep e Chrysler produzidos em
Pernambuco.Orçamento sensível, 5B de euros para mudar filosofia,
processos, produtos, e vender 400 mil unidades em 2018 – ano passado,
declinantes 74.000. Mira a imagem mundial da centenária marca: carros
esportivos em todas as configurações, incluindo utilitário esportivo.
Produtos voltam ao passado na disposição mecânica,
motor dianteiro e tração traseira, na plataforma à qual chamam Giorgio, a ser dividida com Chrysler e
Dodge. Parece claro, os dois atuais produtos, MiTo e Giulietta, com tração
dianteira, não tem futuro distante.
Proposta valente, quer resgatar o DNA da marca, gasto
no colocar seu emblema em carros que nada tem a ver, como Renault Dauphine,
Nissan e Fiat, perdendo seu grade adágio, o Vencer
no domingo, vender na segunda, lembrando as conquistas esportivas como
fomentadoras de vendas.
Produtos, Giulietta sedã, como Mercedes CLA e hatch como o Audi A3 Sportback. Médio a
ser chamado Giulia, para substituir o 159 – Opel revisto pela Alfa. Sedã
grande, derivado do Maserati Ghibli, porém sobre a plataforma Giorgio, mais
barata. SUV mirando o espaço entre os BMW X3 e X5. E SUV grande, variante do
Jeep Grand Cherokee. Ao todo, nos 5 anos, 8 produtos.Frustrando expectativas, Alfa no Brasil não será
capítulo do virtual livro da Fiat Chrysler Automotive. Voltará ao país,
importada da Itália, para vendas pontuais, filtradas pelas enormes barreiras
alfandegárias – exceto se o Brasil, para se livrar dos enguiços com a
Argentina, fomentar acordo comercial com a União Europeia.
Brasil
Fiat terá 8 produtos no Brasil, do sub compacto
substituto do Uno, a sedã grande, construídos na fábrica de Pernambuco, apta a
150 mil veículos/ano: Renegade, misto de utilitário esportivo com Jeep e, logo
após, sedã maior que os Fiat atuais. Picape superior aos Strada, mantido, assim
como o Gran Siena.
Roda-a-Roda
Projeto – Continuam os bons resultados de expansão
da Audi: vendeu 412.846 unidades no primeiro trimestre de 2014, 11,7% de
crescimento; lucro operacional de 1,314M Euros. Terá 17 lançamentos neste ano.
No Brasil projeto de vender 14 mil em 2014 vem sendo mantido.
Segurança –
Espelho retrovisor da Nissan, eletrônico monitor de LCD apto a operar como
espelho normal, foi premiado no World Traffic Safety Symposium 2014, encontro
para implementar ações mundiais pela segurança de trânsito.
Fim –
Projeto econômico – ou falta de – na Venezuela dizimou a indústria de
automóveis. Remanescente, com monumentais dificuldades para conseguir dólares
para pagamento de componentes importados, a Ford suspendeu montar até conseguir
meios de produção. Toyota, desde fevereiro.
Correria – Ex
líder com Civic, mas perdendo vendas para o recém lançado Toyota Corolla – com
natural fila de espera -, Honda antecipou mostrar o Civic revisto. Aperta os
parafusos do prazo sobre fornecedores, e fará a apresentação pré Copa.
Basicamente um tapa na aparência e
agregação de firulas eletrônicas.
Mercosul –
Brasil necessita re engatar exportações de automóveis à Argentina – caíram 1/3
neste ano. Problema, encolhimento do mercado vizinho e dificuldades de caixa
para o país, sem credibilidade externa. Ideia nacional é financiar as
exportações, - que a Argentina promete honrar com emissão de títulos…
Idem –
Encerra sábado 17 o desafio auto imposto pela Suzuki como efeito demonstração
de qualidade dos jipinhos Jimny feitos em Catalão, GO: rodar 100 mil km em 100
dias. Fim no circuito Velo Citá, Mogi Guaçú, SP.
Bom negócio – Ford
vendeu 1.250 Ecosport 1.6 à Localiza, 110 mil veículos, maior locadora de
automóveis na América do Sul. Escolha por bom custo de manutenção e valor
residual de venda como usado.
Melhor –
Vender usados de frota deve ser a parcela mais rentável do negócio de locar
veículos. Os preços de compra são surreais, menores aos obtidos com a venda,
seis ou doze meses de uso. Locadoras são as maiores compradoras no país.
Branco –
Interessante artigo do eng Carlos Meccia, ex-Ford, exibe com clareza a
inadequação de se escolher veículos escuros no Brasil. Indica, cor branca é
ecológica, reduz emissões em até 1,9% e consumo em até 2%. Vale ler: http://autoentusiastas.blogspot.com.br/search?q=meccia
Ação –
Movimento “Maio Amarelo” utilizará o mês para lembrar estarmos no quarto ano da
Década de Ação pela Segurança do Trânsito, sem maiores resultados. Hoje os
acidentes penalizam, com danos e mortes, a faixa dos 18 aos 34 anos. Custos
materiais assustadores. Diz a ANTP, Associação Nacional de Transportes
Públicos, acidentes de trânsito custam ao país R$ 40B/ano.
Reação – A ideia dos formuladores é mobilizar a sociedade,
empresários, governos, entidades para atenção e discussão do tema e encontrar
caminho efetivo aos resultados. Quer aderir ? (www.maioamarelo.com). Das
fabricantes de veículos a Volkswagen foi a primeira a se juntar.
Ecologia – Na boa via tecnológica cursada no Brasil para
utilizar os sub produtos da produção da cana de açúcar, como o bagaço, a
Artecola criou manta sólida, mix de restos de madeira, fibras de coco. Chama-a
Ecofibra Automotive.
E, - Na prática é revestimento de portas, de caixas de
roda, teto e porta malas. Recentemente, o porta pacotes do Mitsubishi Pajero
TR4. Não se vende a público mas GM, Hyundai, Renault, Fiat, Ford, Citröen,
entre outras utilizam o Ecofibra.
Mais – Após bons resultados comerciais com moto dita
superesportiva Daytona 675R, a Triumph vende versão mais mansa, chassis
simplificado, suspensões com itens mudados, fibra de carbono na decoração. É a
apenas 675, sem o R. 3 cilindros, 675
cm3 de cilindrada, 128 cv. Mais dócil, menor preço: R$ 41.900.
DNA – Correndo em casa na Fórmula 3, o jovem brasiliense Pedro Piquet, 15,
venceu as duas baterias. Repetiu a performance da rodada anterior. É o caçula
do tri campeão Nelson Piquet.
Gente – Sergio Marchionne,
61, administrador, ítalo-canadense, fica. OOOO CEO de sua criação, a Fiat Chrysler Automobile, até 2018. OOOO Linda Jackson, inglesa, financista,
ascenção. OOOO Diretora geral da
marca Citroën. OOOO Yves Bonnefont,
francês, pesquisador econômico, desafio. OOOO Implantará DS, nova marca premium da PSA. OOOO Maxime Picat, engenheiro, francês, mantido. OOOO Diretor Geral da Peugeot. OOOO Integram o time de salvação da companhia no
plano Back in the Race. OOOO
VW, de volta às origens ?
Quando começou, a Volkswagen se
confundia com seu mono produto, universalmente conhecido como The Beetle. Tempo passou, produtos e
versões se multiplicaram, a empresa geriu a transição entre o motor traseiro,
de cilindros opostos e refrigeração por ar, para os dianteiros, com cilindros
em linha ou em V. E muita expansão ocorreu, com interesses e agregações
surpreendentes, como Lamborghini, a Bugatti, motos Ducati e caminhões MAN e
Scania.
Hoje a VW disputa a GM a segunda
colocação em produção, e quer passar a Toyota e ser a primeira.
O Beetle renasceu. J. Mays, designer estadunidense re criou-o e a
empresa bancou o projeto, hoje em segunda geração, com mecânica performática.
Seus 210 cv de potência são quase 10 vezes mais o obtido com o pequeno motor de
1.100 cm3 de deslocamento.O considerado sítio alemão Auto Bild relata a possibilidade de
Beetle se tornar marca própria sob o guarda chuva da VW, gerando família com o
seu DNA.
A VW não confirmou – ou negou. Mas
deu informação interpretada como possível, declarando, qualquer iniciativa
somente seria materializada em 2018, prazo necessário para o desenvolvimento de
eventuais novos produtos.
O sítio entendeu estar na pista
certa, e desandou sugerir versões a seu ver factíveis e comercialmente
desejáveis: de coupés dois lugares,
como foi o Karmann-Ghia, a estudo inspirado na Kombi, porém compacto, o Bulli,
e deste até versões verdadeiramente aventureiras com tração nas 4 rodas.
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