Wagner Gonzalez |
Hamilton, Massa,
Maurício e Di Grassi celebram
Temporada de F-1
termina com o segundo título de Hamilton em corrida em que Massa brilhou. Prova
de Abu Dhabi marcou várias despedidas, dentro e fora dos cockpits. Em Goiânia
Ricardo Maurício conquistou o tri no Brasileiro de Marcas e em Putrajaya Lucas Di
Grassi assumiu a liderança do Mundial de F-E.
Uma temporada onde conquistou 11 vitórias em 19 etapas e
teve em seu companheiro de equipe o maior adversário resume a campanha do
inglês Lewis Hamilton rumo ao seu segundo título mundial. Tal qual na primeira
ocasião, em 2008, Felipe Massa foi um dos destaques da prova: no fim de semana
passado o brasileiro terminou em segundo lugar graças a uma atuação que chegou
a criar expectativas de vitória depois que o carro de Nico Rosberg apresentou
problemas e tirou o alemão da disputa pelo título. Em uma inversão do que
aconteceu na abertura da temporada – na Austrália o inglês sequer participou da
prova e Nico venceu -, Hamilton conseguiu cruzar a linha de chegada em primeiro
e celebrar o primeiro campeão mundial da Mercedes-Benz desde o lendário Juan
Manuel Fangio, em 1955.
Ano marcado por uma mudança
radical no regulamento técnico da categoria, a temporada 2014 da F-1 terminou
também com novidades na pontuação: a corrida de Abu Dhabi valeu pontos em
dobro, decisão tomada na esperança de evitar que o título fosse decidido antes
dessa etapa. O objetivo foi alcançado e os dois pilotos da Mercedes levaram a
disputa até o final do ano, um dos raros pontos que contribuíram para amenizar
a crise de popularidade que a categoria vive. Numa demonstração de visão ultra
discutível Bernie Ecclestone, o bam-bam-bam da categoria, segue irredutível na
exploração dos canais de mídia social e similares que ganham espaço mas geram
pouco ou nenhum lucro.
Da mesma forma, a crise
financeira que abala uma categoria que distribui cerca de U$ 1 bilhão à 10 das
11 times regularmente inscritas no campeonato também cria outro tipo de
problemas. Equipes como a Force Índia – que durante a primeira fase do
campeonato ficou à frente da McLaren apesar da diferença grotesca de recursos
financeiros e tecnológicos -, reclamam que a distribuição de prêmios e lucros
não faz jus à realidade. A falência da Marussia, a penúria que pode levar a
Caterham para o mesmo caminho e as dificuldades da Force India, Lotus e Sauber
corroboram essa situação. Só que os poderes da categoria optam por reduzir o
número de equipes para controlar o negócio de forma mais fácil, apostando que
enquanto empurram a crise com a barriga também ganham tempo para encontrar uma
solução mais eficiente.
Crises, cabe lembrar, foram
marcas de várias equipes, fabricantes e pilotos nesta temporada. A Red Bull
praticamente ressurgiu das cinzas graças a um exuberante Daniel Ricciardo,
único piloto a vencer corridas fora a dupla da Mercedes. A Ferrari amargou duas
mudanças de direção, a segunda anunciada ontem, quando Maurizio Arrivabene foi
confirmado como substituto de Marco Mattiacci, além do divórcio com Fernando
Alonso após um relacionamento desgastado pela erosão da super esquadra montada por
Luca Di Montezemolo e Jean Todt. À Renault coube engolir as críticas que
recebeu do seu principal cliente, a Red Bull, pela potência inferior do motor
V-6.
Nenhuma decepção parece superar a ofuscada temporada de
Sebastian Vettel: após conquistar quatro títulos consecutivos o sucessor de
Michael Schumacher não venceu nenhuma prova e mostrou uma irregularidade digna
de pilotos menos capazes. A ver o que oferecerá ao volante da Ferrari no ano
que vem. Num quadro semelhante, Felipe Massa conseguiu amenizar a marcante
falta de sorte e momentos conturbados que marcaram sua temporada. Obviamente o
calendário de 2015 é uma página em branco, mas o segundo lugar de Abu Dhabi tem
tudo para reacender de vez a chama de piloto aguerrido, marca afetada por uma
recuperação apressada após o triste episódio da mola em Hungaroring. Cabe
a Williams capitalizar a ressurreição vivida em 2014 e garantir ao
brasileiro condições de igualar o rendimento destacado de Valteri Bottas, ao
lado de Ricciardo a grande evolução deste ano.
Novidade boa para os
brasileiros, a efetivação de Felipe Nasr como piloto da Sauber deve ser
analisada sob a ótica da frieza: Felipe tem uma carreira bem administrada e tem
qualidades técnicas. Ainda não se sabe, porém, se a equipe suíça estará em
condições de lhe oferecer um equipamento que permita continuar sua evolução.
Falando em evolução, em termos de marketing a Lotus continua sendo uma das
equipes mais criativas. Sem resultados que garantam espaço na mídia, o time de
Enstone produziu um vídeo que até ontem (Segunda, 24) já tinha
atingido mais de 400 mil visualizações: o caminhão da equipe e um F-1 da equipe
arrancam lado a lado e no meio do percurso o bruto decola a partir de uma rampa e, enquanto voa
alguns bons metros, o monopostos passa por baixo do transporter. Simplesmente
sensacional.
Tecnicamente o ano de 2014
mostrou evolução concentrada em três pontos: a refrigeração das novas unidades
de potência – como é chamado o conjunto formado pelo motor a combustão e os
dois sistemas de recuperação de energia -, a instalação desses componentes para
baixar o centro de gravidade e facilitar a manutenção e troca dos componentes e
o fluxo aerodinâmico, notadamente na parte inferior dos carros. O resultado e
todos os dados do GP de Abu Dhabi você encontra aqui.
Marcas BR:
Ricardinho é tri
O paulista Ricardo Maurício
garantiu domingo o tricampeonato da categoria Marcas com uma ultrapassagem
sobre Vitor Meira na última volta da primeira corrida da rodada disputada em
Goiânia (GO). A manobra foi fundamental para a conquista: na segunda bateria
seu companheiro de equipe Vicente Orige venceu e Maurício foi obrigado a
abandonar; caso terminasse em quarto lugar na bateria anterior as posições de
Ricardo e Vicente – respectivamente campeão e vice -, se inverteriam. No ano
que vem a categoria será disputada em datas e pistas comuns à temporada de
Stock Car, o que deverá abrir espaço para novos pilotos já que vários
competidores do certame de Marcas também disputam a categoria principal, caso
de Ricardo Maurício, Allam Khodair, Galid Osman e Alceu Feldmann, entre outros.
Resultados da temporada: Classificação final – Pilotos:
1) Ricardo Maurício, 221; 2) Vicente Orige, 118; 3) Allam Khodair, 195; 4)
Gabriel Casagrande, 182; 5) Vitor Meira, 179. Marcas: 1) Toyota, 531; 2) Honda,
517; 3) Ford, 361; 4) Chevrolet, 330; 5) Mitsubishi, 121. Equipes: 1) JLM
(Honda), 426; 2) RZ Motorsport (Toyota), 374; 3) Toyota Bassani, 343; 4) Full
Time Competições (Honda), 317; 5) Amir Nasr Racing (Ford), 249.
Di Grassi
lidera F-E
Após duas rodadas da nova
categoria reservada para veículos movidos a motores elétricos, o brasileiro
Lucas DI Grassi lidera o certame graças à sua vitória em Pequim e o segundo
lugar na prova disputada em Putrajaya, circuito de rua montado na capital
administrativa da Malásia, cidade situada a 70 km de Kuala Lumpur, centro
econômico do país asiático. O certame prossegue com duas etapas na América do
Sul – dia 13 de dezembro em Punta del Leste, Uruguai, e dia 10 de janeiro em
Buenos Aires, Argentina. O Brasil deveria compor esse roteiro com uma etapa a
acontecer nas ruas do Rio de Janeiro; anunciada e confirmada no primeiro
calendário, a data acabou sendo cancelada sem maiores explicações.WG
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