Coluna 2715 - 03.07.2015 edita@rnasser.com.br
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Máquina do tempo, o
Alfa Romeo 4C
Ele
é instigante, reativo, feito quase artesanalmente e, melhor dos
mundos, produzido agora já é considerado um futuro Clássico. Claro, tal
rótulo não em proveniência nacional, de repórteres mal informados ou
comerciantes descompromissados, assim chamando qualquer lata velha cuja
característica maior é o peso dos anos.
Clássico,
para quem do ramo, é produto com projeto individual reunido a melhor mão
de obra, os melhores processos e materiais, caro e de produção contida. Quer um exemplo ? Os mito-marquetados
Ferraris candidatam-se a tal rótulo, apenas se com motor 12 cilindros. Automóvel criado de supetão, em poucos dias, produção
extra Fiat e limitada pela pequena capacidade da empresa fornecedora do
monocoque em fibra de carbono. Construção típica de carros de corrida,
congrega resistência com baixo peso, um dos segredos de sua performance.
Com pequeno motor, de produção igualmente especial, porém base para futura
família, 4 cilindros em linha, construção em alumínio, 16 válvulas,
gasolina injetada diretamente e turbo compressor. Seus 1,75 litros
produzem 240 cv de potência. O baixo peso, 895 kg, permite ótimo rendimento, um
comportamento arisco. A colocação entre eixos traseira ajuda muito na
estabilidade.
O
Alfa Romeo 4C, no caso aqui relatado, é a recente versão Spyder,
conversível – já dirigira, contidamente, a versão Coupé, inaugurando a
família. Baixo, relativamente
confortável para entrar e sair, oferece a sensação de vestir os
ocupantes.
Não
há espaço de sobra e, pela ambiência, a proximidade do solo, o nervosismo
na reatividade, lembram os Lotus dos tempos de Colin Chapman.
Não
é automóvel para ser o único da família; não serve para levar meninos
ao colégio; sequer para fazer compras no mercado. Também não o é para
moças, exceto para as que efetivamente gostam de conduzir e entendem do
produto, até porque, a noção de rodagem confortável é-lhe antagônica.
Como passageiras, reclamarão. O ar condicionado é atravessado sob o painel
em couro pespontado em vermelho e, no espaço exíguo, disputa com o joelho
esquerdo da, do
acompanhante. Para manter-se no solo tem a suspensão endurecida, e a direção é mecânica, exigindo braços e músculos
peitorais dispostos. Para os de boa memória, o rodar de um Puma VW, perto
do 4C, é de Rolls-Royce.
Acomodado
– ou vestindo o automóvel -, pedaleira esportiva, sem alavanca de marchas,
apenas botões no console. A alavanca de marchas e seu
engatar, característica Alfa, inexistem. Mudanças automáticas no câmbio de
seis velocidades e dupla
embreagem. No console, botão rotativo em alumínio recartilhado, permite quatro
tipos de regulagens para motor, faixa de
mudança de marchas, reatividade da suspensão.
Ronco
másculo, elaborado – a Alfa Romeo tem se especializado em manter
sua assinatura sonora – avisa logo de sua personalidade. Anda como quiser
o freguês. Desde mudar marchas em baixas rotações, como fazê-lo em seu
limite, com o motor viril troando pouco atrás de seus ouvidos, e com a
música física do turbilhonamento da transformação da queima de ar e
gasolina, em energia e ruído. Há artifício eletrônico típico do câmbio –
um ruído de aceleração do motor, como se fosse automóvel com caixa de
marchas sem sincronização, exigindo ao motorista uma acelerada para
compatibilizar velocidade, rotação do motor e do câmbio. Quem ouve tributa
homenagens.
Freia
muito, e o ABS só opera no limite da irresponsabilidade, curva muito bem, mas lembra a toda hora ser um brinquedo a
exigir identidade. Bobeou, ele tende a sair
de traseira, demandando contra esterço e cautela para acelerar
na correção. É daqueles automóveis que resgatam a exigência de
cumplicidade para conduzi-lo. Pista de Balocco, a grande fazenda ex Alfa,
ex Fiat e agora FCA nas proximidades de Milão, e pomposamente
chamada FCA Prooving Ground, com emaranhado
de pistas para avaliação, incluindo o circuito escolhido, reproduzindo
curvas famosas de autódromos da Fórmula 1. Meu guia na pista, piloto de
testes, estava em casa. Andava rápido, contido – limitava a 200 km/h
a velocidade máxima -, mas desenhava o circuito invejavelmente, instigava
segui-lo. Um professor. Você se sentia como ele – mas sabia, o limite do mestre
estava muitíssimo acima dos seus esforços.
É
um carro de marketing,
como o antecessor 8C, dirigido no mesmo circuito.
Feitos
para manter vivos, instigantes, tema de assuntos e dúvidas, a imagem e
o interesse pela marca no deserto de produtos quase ao final. Produção limitada pela
pequena capacidade industrial do produtor do monocoque, embora
sempre aumentada pois a demanda superou a capacidade de entrega. E não
virá para o Brasil. À Argentina, onde não se exige adaptações para
funcionar com a mistura de gasálcool, prometem-se três unidades. Custa
Como
eram o MiTo e a Giulietta 1.4 turbo também à disposição no circuito ?
Não sei. Em dia de caviar você não deve misturá-lo com sardinhas...
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Roda-a-Roda
Cruze –
Apresentado nos EUA, previsto para início de 2016. Aqui, Salão
do Automóvel do mesmo ano, e vendas como modelo 2017. Relativamente
às unidades atuais, cresceu 7,5 cm, baixou 2,5 cm, adelgaçou 110 kg,
tornou-se mais fluído e o mais aerodinâmico dos sedãs GM.
Trilha - Segue
caminho de mudança de gosto do consumidor, automóveis menores, com menor
consumo. Motor dianteiro, transversal, em alumínio, quatro cilindros e
modesta cilindrada, 1,4 litro, 16 válvulas, abertura variável, injeção direta,
turbo alimentado. Potência imaginada para o Brasil circa 150
cv. Motor e Cruze serão argentinos.
Surpresa - Cruze
é fenômeno nos EUA. Em 2014, dentre os compactos foi o terceiro mais
vendido, 273 mil unidades, atrás de Toyota Corolla, 340 mil, e Honda
Civic, 326 mil. Curiosidade é ser projeto coreano, herdeiro da Daewoo.
Mudança – No
limbo gerado pelo pedido de demissão de Ferdinand Pïech, ex CEO do VW
Group, e a posse de novo membro da mesa diretora, Martin Winterkorn, há
clima de fim de festa – o encerrar do atual projeto de gestão -, e o
início da proposta do novo diretor e novo condutor.
Foco – No
caminho das obviedades está sacudir a estrutura e fazer crescer vendas nos
EUA e no Brasil, onde a marca caiu; cortar custos para aumentar lucros;
retomar velocidade de crescimento para assumir a liderança mundial.
Fofoca –
Jornalistas europeus e norte-americanos insuflam tese de remoção
de Christian Kingler, chefe de vendas do grupo, nomeador dos diretores de
vendas, incluindo EUA e Brasil, mercados em queda. Na prática presidentes
locais convivem com subordinado hierárquico, porém autônomo no acatar ordens diretas
do diretor alemão.
Aqui –
Atribui-se a Klinger a substituição de executivos brasileiros por
alemães sem conhecimento do mercado nacional, e as quedas de vendas e
participação.
Idem –
Localmente a recente nomeação do argentino Jorge Portugal como no 1 em
vendas foi exigência de David Powels, novo presidente da VW Brasil,
batendo com algum instrumento poderoso na mesa, dizendo, se
mandassem outro alemão para vendas, que
fossem dois – outro para substituí-lo na presidência.
Questão – Mundo
globalizado, competitivo, dispensar gente não é problema, exceto em feudos
familiares, como no caso do controle de VW AG e de sua controladora a holding Porsche
SE. Ele é chairman da Porsche Salzburg, maior rede de
concessionários na Europa, criada por Louise, mãe do demissionário Pïech –
e filha do professor Porsche. E casado com sobrinha da família.
Festa – Um
ano de mercado, e o pequeno picape chinês Lifan Foison, em vendas supera a
soma dos concorrentes. Razão, ter motor com 1,3 litro de deslocamento, 85
cv e maior caçamba da categoria.
Prévia – Na
Internet fotos do novo picape Fiat na linha de produção da FCA
em Gravataí, Pe. E desenho do produto. O nome, Toro, é de sonoridade e
imagem aos visados mercados latino americanos – confirmado por fonte
acreditada.
Caminho – VW
iniciou produzir o motor 1.0 TSI – o up! turbo. Três cilindros, 101 cv a
gasálcool e 105 a etanol – sem turbo 75 e 82cv. Torque saltou de 95 para
165 Nm. Disponível a partir da versão Move up!
Tratamento - Você
anda triste, sem graça ? A Volkswagen pensou em você. O up!, muda conceito
sobre tamanho, performance e agradabilidade de dirigir, será lançado em dias.
Mais –
Anunciou investir R$ 460M na fábrica de São Carlos, SP, para produzir nova família TSI, os motores com injeção
direta, abertura variada de válvulas e turbo. Moverão VWs, como up!,
Jetta, Golf, e Audis, como A3 e Q3.
Aqui,
não - O LatiNCAP entidade aferidora de segurança em
veículos, cancelou os pontos dados ao Renault Clio montado na Colômbia com
partes brasileiras e argentinas. Motivo, num primeiro teste caiu em
exigência e a marca prometeu compor o veículo, não o fazendo. Renault
brasileira explicita, a versão aqui vendida tem legalmente o ABS e
almofadas de ar. Lá, não.
Inverno – Carro
a álcool dependente do jurássico tanquinho não gosta de partida no
inverno. Ao combustível vegetal falta capacidade energética para ignitar em
baixa temperatura, daí o auxílio do
gasálcool para iniciar funcionar.
Preparação - Para
melhorar o processo, gasolina nova no tanquinho – use Petrobras Podium ou
Shell Racing, mais duráveis; bateria em bom estado com bornes e terminais
limpos; velas em boa operação, eletrodos regulados; cabos de velas limpos
e com boa conectividade. E, conselho de mecânico velho, coloque 15% de
gasolina no álcool. Mistura não é chocolate, mas é uma alegria.
Volta –
Nelson Ângelo Piquet, o segundo na atual geração da família, venceu
o Campeonato FIA de Fórmula E – uma espécie de fórmula 1 com motor
elétrico. Seu carro utilizava motorização Renault, então padrão na
categoria. Bom retorno. Nelson havia deixado a Fórmula 1.
Categoria – É uma
incógnita. Neste ano cada prova foi ganha por piloto diferente. Na próxima
temporada, com a liberação de fornecedor, a disputa terá mais uma
variável: motores e eletrônica, além de chassis e piloto.
Mais – DS,
marca de luxo da Citroën, associou-se à inglesa Virgin Racing Engineering
na Fórmula E FIA. Apostam na vitrine de tecnologia e na atração pelas
disputas. Desenvolvimento e a imagem da tecnologia de vanguarda
muito interessam aos fabricantes de automóveis na transição de matriz
energética.
Negócio – Atual
mercado automobilístico não vende preferências, fidelidade, agrado:
compras são por condições de pagamento. Ágil, o Banco Rodobens estimulou
vendas das concessionárias do grupo, com proposta atrativa.
E
? –Trocar semi novo por O Km, refinanciando com parcelas iguais ou
menores ao contrato original. Em dois meses, com negócios em casa, gerou
mais de R$ 1M em vendas e metade deste valor em financiamento.
Cuidado –
Veículos de transporte escolar serão obrigados a utilizar cadeira de bebê
para crianças até 7 anos e meio. São três modelos: “bebe conforto” entre 1 e 4 anos; daí aos 7, cadeiras com
acento de elevação, encosto e cinto próprio. Descumprimento gerará multa de R$
191,54 e 7 pontos na CNH. A partir de fevereiro de 2016.
História –
Quatro de julho marca a operação que transformou a franco-italiana Simca
em dono das operações Ford na França, e segunda maior fabricante do país.
Também, o início do fim da marca.
Afinação –
Legisladores de Portugal criaram conta ao contrário: em vez de perder
pontos por infrações de trânsito, motoristas podem ganhá-los
assistindo aulas sobre o Código e procedimentos, e poderão abate-los de
outras penalidades. Negócio objetiva reduzir elevada acidentalidade.
Negócio –
Enquanto os aficionados veem a Fórmula 1 como disputa esportiva,
a bilionária movimentação não passa de atividade comercial bem explorada
pela detentora de seus direitos, incluindo transmissão.
Interesse -
Empresário norte-americano, Stephen Ross, 75, investidor e dono do time de
futebol Miami Dolphins, associado à Quatar Sports, querem assumir
o negócio, comprando 35,5% das cotas da CVC Capital Partners, e os 5%
detidos por Bernie Ecclestone, 84, mandão da Fórmula 1. Valor da proposta,
6,2B Euros.
Gente – Domingos Boragina, 57, advogado, especialização em
marketing e finanças, mudança. OOOO Saiu da mesa da Citröen onde comandou
a expansão da rede concessionária e mudou de sala para assumir
a direção comercial da Peugeot. OOOO Substitui Abelardo Pinto, agora do outro
lado do balcão, diretor comercial do Group 1 Automotive OOOO
Osamu Suzuki, 85, Presidente e CEO na
marca, indicou sucessor. OOOO Toshihiro Suzuki,
56, filho. OOOO Não assume agora os cargos do pai, apenas quando do
afastamento do mais longevo condutor de indústria automobilística.
OOOO Olimpio Jayme, 86, antigomobilista, passou. OOOO Ativo,
movimentado, advogado estelar, foi referência e base para a criação do
antigomobilismo em Goiás, e a solidificação de relações com o movimento
brasiliense. OOOO Do ramo, mesmo antes do movimento, preservou o
Ford Modelo A, de 1929, com o qual, à falta de estradas, atendia à clientela no Goiás. OOOO
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