sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Roberto Nasser - De carro por aí

Coluna 3517 – 01.09.2017 edita@rnasser.com.br

Sandero RS, o hot hatch
Dentre as muitas classificações de veículos surgidas recentemente, nem sempre há tanta precisão quanto à descritiva para os automóveis de traseira truncada dotados de comportamento superlativo. São os hot hatches. Na categoria o nacional Renault Sandero RS desponta pelo equilíbrio entre performance e preço. É o carro para os sensíveis às respostas mecânicas refinadas, sem abrir mão da missão básica, transportar quatro pessoas confortavelmente, incluindo crianças pequenas devidamente ancoradas aos engates ISO.

É um exercício Renault Sport, área de engenharia esportiva da marca francesa, e no caso integrante de série restrita a 1.500 unidades, nas quais uma plaqueta de colocação desvalorizada – sob a alavanca do freio de mão ... – indica tratar-se de Renault Spirit.

Para identificar, habitáculo com teto preto, apliques vermelhos nas saídas de ar, nos instrumentos, nas costuras dos bancos. Fora nas capas das pinças dos freios a disco nas 4 rodas em liga leve e aro 17” com bons Michelin 205x45. Cor externa apenas branco, prata e preto.

Renault implementou os sistemas do automóvel – plataforma, freios, suspensão com amortecedores mais rígidos e barra estabilizadora mais espessa, direção eletro-hidráulica, câmbio reduzido em suas seis marchas. Não mexeu no motor, um 2,0 litros, L4, 16 válvulas, produtor de 150 cv e 200 Nm de torque – a álcool. Prática de uso, de O a 100 km/h em ótimos 8s. Se o condutor aspirar a piloto, o sistema RS Drive oferece três modos de comportamento. Desde o mais contido, mantendo ligado o controle de estabilidade; ao Sport, com respostas mais rápidas ao acelerador, marcha menos lenta; Sport+ é para os nascidos com GPS, os que se acham, e aí se permitem desligar o controle de estabilidade e voltar ao tempo dos homens sem medo. Quem sabe e gosta, encontrará parceiro sempre disposto, e com confortos como alarme sonoro para a troca de marchas, dispensando olhar para o ponteiro do conta giros.

É bom ao uso normal, apesar do motor não ter sido melhorado, e pelo fato de sua potência específica – cavalos x litro de cilindrada – ser inferior a outros carros sem pretensões esportivas, SUVs coreanos ou o inimaginável Ford EcoSport, o conjunto muito auxilia a bons resultados e boas sensações.

Média de consumo em cidade civilizada, circa 11 km/litro, gasálcool.

Poderia ser melhorado: um pouco mais de trabalho no motor e re mapeamento da injeção ganharia uns 10% de potência; a Renault poderia examinar um trambulador de marchas de qualquer Volkswagen para absorver o DNA, o cloc de engates precisos. E relocar a plaquinha, expondo-a como carteira de identidade da versão especial e competente. R$ 66.400.

Uruguai, base de utilitários Peugeot e Citroën
Em seu bem sucedido processo de sobrevivência e rentabilidade, grupo PSA, das marcas Peugeot e Citroën, seguiu tendência mundial e racionalizou produção de todos seus veículos em apenas três plataformas. No caso, na América Latina duas se distribuem entre Argentina e Brasil. Terceira, comercial, sem semelhança com as outras, baseará utilitários. No Continente, montados no Uruguai.

Sistema muito assemelhado ao realizado – ou cometido – no Brasil para os carros Premium – Audi, BMW, Jaguar, Land Rover e Mercedes: quase a totalidade de partes importadas e poucas mão de obra e partes de produção regionalizada – no Mercosul. No caso uruguaio, os pequenos furgões Peugeot Expert e Citroën Jumpy utilizam bancos, pneus, bateria, rádio e instalação elétrica. O mais vem da França, e o índice de regionalização parte de 30%.

Furgões iniciais com capacidade de carga de 1,5 t, motor diesel de 4 cilindros, 1,6 HDI, 115 cv, transmissão manual de 6 velocidades, tração dianteira. Após, versões mistas para passageiros e cargas, e depois as exclusivas a passageiros. São de tamanho médio, concorrentes ao Mercedes-Benz Vito feitos na Argentina.

Montagem por operação indireta, somando a PSA, seus importadores no Uruguai e a Nordex, fábrica especializada em montagem no vizinho país - é autêntica montadora – recebe partes e as agrega, e tem intimidade com nosso mercado: faz-nos o Kia Bongo. Esforço consumirá total de US$ 20M, incluindo adequação da planta, individualizar e desenvolver fornecedores, e construir pista de testes com 1,2 km. Capacidade instalada de 6.000 unidades anuais, 10% do pretendido pela PSA como vendas regionais da marca em 2021.

Picape 
Decisão da PSA fazer picape não é novidade. Foi tomada há meses e a Coluna a divulgou. Fato novo é definir produzi-lo, até 2021, no Uruguai, anunciada por Pablo Averame, no. 1 em produtos para América Latina, em entrevista a Rodrigo Barcia do Autoblog Uruguay. Não se trata do recém lançado modelo Peugeot Pick Up 4x4 feito com a associada chinesa Dongfeng para o mercado africano, mas produto centrado nos lucrativos similares feitos no Mercosul.

Peugeot Express mantém-se importado, Citroën Berlingo voltará a sê-lo, idem para Boxer e Jumper, antes construídos pela Fiat sobre base Ducato, com a saída da operação no Brasil.

Lançamento de Jumpy e Expert na Fenatran, outubro, S Paulo.

Roda-a-Roda
De novo – Mercedes-Benz não digere o enorme prejuízo e a oportunidade perdida para fazer a Maybach, sua marca de super luxo, superar Rolls-Royce. Foi ao Pebble Beach Concours d’Élegance, Monterey, Ca, com evolução do conceito mostrado ano passado na mesma festa de automóveis antigos.

Tempos de glória – Levou o conversível Vision 6. Quase 7 m de automóvel, bela distribuição de espaços, uma escultura impositiva e móvel por motorização elétrica. Fará bonito até em Mônaco em frente a longos iates e seus helicópteros.

Realidade – Muita eletrônica, motor elétrico 750 cv, autonomia de 320 km, 0 a 100 km/h em 4s. Motor menor ante o V12 Mercedes, permite adicional compartimento de bagagens sob o capô – como uma cesta de pic nic...

Bom – Boa notícia. Produção até o final da década. Não precificado, mas dá tempo para você se capitalizar por trabalho; pelo previsto boom no valor das ações em Bolsa; ou vender a guarda de segredo nestes tempos de Lava Jato.

Caixa – Porsche apresentou o novo Cayenne, mais esportivo e atlético. Mudou tudo para parecer não ter mudado. Entende-se a cautela: o Cayenne é seu produto mais rentável, trampolim da marca. Afinal, convenhamos, casa de carro esporte fazer SUV, ter sucesso e lucros, foi caminho corajoso.

Como – As novas barras frontais cromadas remetem-no à matriz Volkswagen. Grupo óptico menor para exibir ter evoluído tecnologicamente, maiores tomadas de ar para identificá-lo com carro esporte, e linha mais baixa do teto.

Por baixo – Mais equipamentos comuns com o Panamera, sedã esportivo da marca: eixo traseiro elétrico, direcional, e sistema 4D Chassis Control. Perdeu 55 kg, embora não seja uma ninfeta aos 2.040 kg. Duas versões: Cayenne, 3,0 litros, turbo, 340 cv e 450 Nm de torque; Cayenne S, V6 2,9 l bi turbo, 440 cv e 550 Nm de torque. Transmissão automática Tiptronic, 8 marchas, tração integral.

Local – GM Argentina construtora do Cruze, iniciou fazer os motores 1,4 turbo, injeção direta, nele aplicados. Antes importava do México. Carros enviados ao Brasil serão quase totalmente argentinos.

Caminho – Randon, de implementos de transportes está na Expedição da Rota de Integração Latino-Americana. Busca desenvolver nova rota comercial entre Mato Grosso do Sul e o Chile, para usar portos do Pacífico para cargas nacionais.

Ações – Para viabilizar há necessidade de redução burocrática, de entraves alfandegários, melhoria das estradas, e construção de ponte bi nacional sobre o Rio Paraguai. O caminho pelo Pacífico reduz 8.000 km ante o do Atlântico.

Mais um – Exceção entre os muitos prometidos e não viabilizados, Foton Caminhões iniciou vender primeiras unidades. São Minitruck de 3,5t, e Citytruck de 10t, produzidos na fábrica da Agrale, Caxias do Sul, e empregam componentes nacionais, motor Cummins; câmbio ZF; diferencial Dana.

Futuro – Eagle, protótipo de pneu do futuro, inteligentes e conectados, foi trazido pela Goodyear ao Brasil. Movido por inteligência artificial, rede de sensores coleta dados sobre o meio ambiente, incluindo superfície da pista.

Super Super – Michelin trará à América Latina seu pneu Pilot Sport4S. É reposição a automóveis de hierarquia – Porsches, Ferraris, Mercedes-AMG -, mas utilizáveis por automóveis com rodas adequadas. Aderem mais, freiam mais, mais estáveis, duram mais e, charme adicional, anel circundante impede danos às rodas em caso de raspadas nos meio-fio.

Preço ? – Caso igual a consumo de lancha: quem pergunta não pode comprar...

Ajuda – Porto Seguro Transportes ampliou a extensão do guincho gratuito aos seus segurados: em caso de acidente, 400 km. Mais ? https://goo.gl/PdMqQC

Anúncio – Capacidade industrial esgotada pela demanda ao Kwid, sem necessidade de anunciá-lo, Renault tentou fazer campanha publicitária para todos os seus produtos. Um incentivo a viagens de automóveis.

Proposta – Conceitualmente ideia boa, quebrar estereótipos regionais – baianos lentos, cariocas malandros, nordestinos preguiçosos –, mas não foi entendida. Ante reclamações nordestinas, por onde começou, retirou-a do ar.

Imagem – Para exibir ligação entre consumidores e seus carros Shell, pela agencia Wunderman, fez filme onde paraquedista Arthur Zanella salta, e seu GM Montana é jogado de avião. https://www.youtube.com/watch?v=tZQHPl3d_JY

Lei – Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal aprovou prazo de 180 dias para análise de Defesa Prévia dos motoristas multados. Matéria ainda irá a Plenário, permitindo esclarecimentos e pressões dos interessados sobre os deputados. É Projeto de Lei 6857/2017 da deputada Elcione Barbalho, PMDB-Pa

Marcha a ré – Emenda, da deputada Christiane Yared, PR-Pr, é desfaçatez: 45 dias para motorista se defender. E 4 vezes mais para Detrans analisar. País recolhe muitos impostos sem retribuir em serviços; Detrans se transformaram em usina de formação de recursos por multas. Prazos deviam ser iguais.

Gente –Lee Jae-yong, executivo, 3o. homem mais rico da Coreia do Sul, vice chairman do conglomerado Samsung, preso. OOOO Doações a entidades não governamentais ligadas à ex presidente Park Geun-hye, deposta e também presa, em troca de favorecimentos. OOOO 5 anos de prisão: entre ser ouvido e condenado, 9 mesesOOOO Gerald Lautenschläger, alemão, desafio. OOOO Diretor de Operações Europa na recém renascida Borgward. OOOO Do ramo, ex Opel, preparará volta da marca. OOOO

Os Mercedes Axor e o milho em espiga
Milho é o segundo produto agrícola brasileiro, de previstas 97 milhões t na safra 2016/7, 46% de crescimento, e transportá-lo em espigas, carga não padronizada, do campo ao processo beneficiamento, exige área cúbica.

Centro Oeste lidera produção, liderada pela cidade mineira de Patos de Minas. Nela o operador Elias Caixeta, presidente da Transgrãos adquiriu 105 cavalos mecânicos Mercedes Axor 2536 6x2. Da marca tem agora 280 caminhões.

Os Axor são extra pesados, tracionam semi reboque com 13,60m de comprimento, aumentando a capacidade cúbica de carga, exigência da operação. Projeto e adequações aplicadas pela Mercedes-Benz compatibilizam-no às demandas dos usuários, com agrados a empresário e operador. Aos primeiros, resistência, durabilidade, operação econômica, dimensionamento mecânico para operar em estradas asfaltadas ou de campo, e ampla rede de concessionários para assistência. A quem dirige, materializa o conceito Econfort, de operação confortável, rivalizando com automóveis bem dotados, com nova geração de bancos, volante multifuncional, sistema de som, tacógrafo digital, novo painel, freio a tambor, eixo de tração sem redução nos cubos, câmbio automatizado com funções EcoRoll, Power e Manobra, suspensão pneumática no chassi, a ar na cabine, vidros elétricos, ar condicionado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário