edita@rnasser.com.br - 61.3225.5511 Coluna 0313 16.01.2013 |
Salão de Detroit, o que nos
interessa
Maior e mais relevante mostra de novidades automobilísticas dos EUA,
personalista no ser organizado por revendedores e existir desde o longínquo
1908, o NAIAS ou Salão de Detroit 2013 tem sabor especial: a volta das marcas
locais como maiores atrações.
As antigas três grandes, GM, Ford e Chrysler, pela primeira vez desde a
crise iniciada em 2009, deixaram a humilhante posição de sociais recepcionistas
das outras marcas, voltando em brilho e importância. Estava de bom tamanho para
todos: expositores, visitantes, gente que faz protesto: sem chuva, sem neve,
permitindo êxito nos feitos no lado externo do Cobo Hall, o espaço do Salão.
Piquete propondo negociar com GM a manutenção de postos de trabalho conseguiu
se posicionar, com cartazes em primeiro plano e, ao fundo, o majestático prédio
da empresa. Em protesto capitalista, acionistas da Chrysler pediam à Fiat
quitar a adesão à empresa. Querem participar dos novos lucros, evento quase
esquecido pela quase década de prejuízos e problemas.
O que pintará por aqui
GM exibiu espécie de retorno à independência, comprando as ações
assumidas pelo governo estadunidense na operação de socorro. Fez mudança nos
extremos, na linha comercial e no mito esportivo Corvette. Nele a sétima série
pode ser dita misto histórico – mescla de ícones de edições passadas: tomada de
ar, relevo para o vidro posterior, linhas laterais, lanternas traseiras. Cada
ângulo sugere a impressão de “já vi”,
acentuada pela volta da denominação Stingray, dos anos ’70. A apresentação ocorre quase exatos 60 anos do
surgimento do Corvette, aos 17 de janeiro de 1953. Boa engenharia, chassi em
alumínio, carroceria mesclando fibra de vidro e fibra de carbono, estrutura dos
bancos em magnésio. Motor com cara estadunidense: V8, 6.200 cm3, comando no
bloco, injeção direta de combustível. Potencia específica menor que outros
esportivos, faz 450 cv, torque de 62,2 m.kgf, e vai de 0 a 100 km/h em 4s.
Primeira vez nos EUA, câmbio mecânico sete velocidades – automático seis.
Chrysler, O
Retorno
Construtiva e institucionalmente o pico da curiosidade foi a escolha do
North
American American Truck/Utility of the Year – Picape norte americano do ano – sobre o RAM 1500, superando o Ford
C-Max e o Mazda CXZ-5. Premiação importante, pois picape é o carro mais vendido
nos EUA e o último prêmio à marca foi em 1994. No recuperar orgulho, seu
condutor, Fred Diaz entusiasmado, perdeu o freio e fez o imaginável: deu forte
e latino abraço no CEO mundial Sergio Marchionne que, em relações sociais é
tipo cruza de iceberg com cactus.
Para lembrar, RAM é a marca de picapes da Chrysler, agora Fiat. E
grande destaque e interesse, mostrar ser competitiva e ter cumprido o assumido
com o governo para receber parte da Chrysler: diminuir o consumo. A marca nas
últimas décadas não tinha referências positivas no item. No caso do RAM por
adotar motor EcoDiesel, da italiana VM, controlada pela Fiat: V6, 3.200 cm3,
240 cv e 58 kgfm de torque, transmissão automática ZF de 8 marchas. Casamento
de trabalho com performance, capacidade de reboque de 3.300 kg, superando
picapes V8, ávaro em consumo – mais de 12 km/l em estrada. Outras opções, V6 Pentastar
3.6 litros, 290 cv e V8 grande, 5,7 litros, 360 cv, e o inadequado e sem
horizonte SRT, V8 gasolina, 6,4 litros. 470 cv.
Se a Fiat-Chrysler do Brasil fizer arranjos no fornecer auto peças, o
RAM diesel pode ser de boa colocação no mercado nacional, por méritos e como
único picape grande.
Ford, objetivamente, mostrou o conceito Ajax para picapes. Baixou do
teto os muitos metros cúbicos de picape, parou o Salão exibindo os traços,
elementos de proporcionalidade e estética que presidirão os futuros lançamentos
da marca e da Serie F, seu produto mais vendido. Substituirá a presente geração
baseada no conceito Triton. Mostrou, como a Coluna anunciou semana passada, a necessidade faz o sapo pular: Mustangs com
motores 4 cilindros EcoBoost esportivizados pela Shelby – um novo caminho.
Decepção, o Fusion não foi escolhido Carro do Ano, perdendo para o Cadillac ELR. De carona, Stephen Armstrong,
presidente da operação Brasil, marcou o início da produção Fiesta hatch em São Bernardo do Campo, SP: abril. Sedan continua importado do
México.
By Nissan
Das novidades Mercedes, o pequeno sedã CLA - Class é a mais importante.
Inicia nova família, adequada às atuais exigências de porte, consumo, emissões,
e querendo novos clientes. Lançada nos EUA, onde em 2012 a Mercedes vendeu 275
mil unidades. É atrevido, rebelde, carro médio com engenharia superior. Na
prática, o conceito A: levar um Mercedes às mãos de quem nunca pensou ter um.
Carroceria no conceito CL – parece coupé, mas é sedan e, no
caso, com recordista 0,22 de resistência ao ar – segurança, eletrônica, motores
4 cilindros de 1.6 a 2.0, caixa de 7 marchas com duas embreagens e opção de
tração nas 4 rodas.
Importante para nós. Será feito em Rezende, RJ, na fábrica da Nissan –
como a Coluna
antecipou mundialmente em outubro.
Outra,
para ser importada, o novo Classe E, mesmo estilo CL, laterais esculpidas, duas
grades – como apresentou a Classe C para diferenciar decoração. É o mais
rentável segmento da marca.
Assinalando capacidade de engenharia os carros estão mais fortes e
econômicos, abrindo leque de potencia que vai de 184 a 408 cv, sem contar a
versão para encerrar conversas, a E 63 AMG – não é 6,3 litros mas 5,7, 585 cv,
e aproximados 80 quilos de camional torque.
Aviso
Na Toyota aviso é mais importante
que produto. Este, o novo Lexus IS, sobre a plataforma reduzida do GS, e porte
para concorrer com sedãs importados – BMW Serie 3, Mercedes C, Audi A4. A
Lexus, marca rica da Toyota, virá ao mercado nacional neste ano.
O aviso se chama Furia Concept, e antecipa o novo Corolla, maior, mais largo, rodas nas extremidades
da carroceria, e uma certa dificuldade em acertar a traseira entre as demandas
ocidentais e o conservadorismo oriental. É nítida herança cultural do uso do Obi – aquele travesseirinho posterior das vestimentas tradicionais das
senhoras japonesas, meio desequipadas de curváceos glúteos.
Honda
Da Honda novidade maior é o pré anunciado utilitário esportivo urbano
sobre a plataforma do Fit/City. Atributo enfatizado, a enorme capacidade de
arrumação interna com os bancos conhecidos no Fit. 4,30m de comprimento, e
citado em Detroit para concorrer com Ford EcoSport e Peugeot 2008. Não será
feito no Brasil, mas no México e sujeito a cotas – ou a malabarismos na
legislação Inova-Auto. Difícil prever volumes de importação como modelo 2015.
Estilo, dir-se-ia atual, mescla de caminhos, tendências, soluções. Das
superfícies atrevidas criadas por Chris Bangle há anos nos BMW; maçaneta das
portas traseiras na Coluna C – como o Nissan Pathfinder em 1990; faróis e grade
lembrando Nissan Murano ... Mecânica não divulgada, porém 4 cilindros em linha,
pequena cilindrada, deve ser novo, em razão das duras exigências do mercado dos
EUA quanto a consumo e emissões. Da família Earth Dreams que, não se sabe, se
chegará ao Brasil, leniente no assunto.
Nissan
O Infiniti, outro a ser importado, é Nissan de luxo, o Q50. Motor V6,
3,7 litros, 296 cv, tração traseira e integral, concorrente de Audi, BMW e
Mercedes. Lançamento, o Verso não deve aparecer por aqui. É um Livina ao gosto
ocidental – muito superior ao nosso, criado para o cliente da Tailândia,
trazido para Curitiba.
Não
Curiosidade, o estande da GM exibia o Trax, pequeno utilitário
esportivo e o Brasil como destino. No meio da entrevista de imprensa, nossa
bandeirinha, indicando destinação, sumiu, trocada pela da Coréia. O regime que
as montadoras tanto forçaram o Governo para adotar, forma de inibir
concorrentes externos, tem destas limitações e cotas. Da marca e do México
importamos Captiva e Sonic, e pouco sobraria para o Trax.
Roda-a-Roda
Pretensão – Anúncio de Carlos Ghosn, o presidente da aliança Renault-Nissan: a
fábrica da Nissan em Resende, RJ, pretende ser a líder das orientais no Brasil.
Terá combinado com Toyota, Honda, e as discretas Mitsubishi e Suzuki ?
Charme – Aos
clientes de caderninho – onde anotou interesses de compra durante o Salão do
Automóvel -, a Peugeot venderá em março pré série do novo modelo 208, no mercado
aos 13 de abril. Dita Premier, em 208 unidades, numeradas. Visual atrativo,
pintura fosca, rodas diamantadas em 16”, itens de couro no interior, GPS e
outras concessões eletrônicas, seis almofadas de ar, ABS, repartidor de
frenagem. R$ 54.990.
A propósito – Topo da linha 207 a R$ 41.990. Acima, o 308 assemelhado em conteúdo,
R$ 50.990. Privilégio da exclusividade por um mês tem charme e ônus. Japonês
fosse chamar-se-ia Takaro ...
Ordem – Por decisão judicial jornalista Célia Murgel assumiu a Abiauto, associação
dos jornalistas especializados em automóvel. Missão, dar ordem nos papéis e
preparar a sucessão. A Abiauto, objeto de externos desejos pouco claros e
querelas explícitas, vivia invejável situação de baderna jurídica por omissão
de gestor envolvido com montadora para influir na entidade. Trabalho duro para
o saneamento contra muitos interessados no status quo.
Pega – Como a Coluna
antecipou – vamos concordar, quem lê a Coluna do Nasser sabe muito mais e sabe
antes ... – a Ford produz anúncio do Fusion resgatando pegas emocionais dos anos ’80 entre Nelson Piquet e Nigel Mansell. A Ford
juntou estes sexagenários no Fusion Grand Prix, e mandou ao You Tube primeiro de seis filmetes: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=F3Nk2GdgGWw#
História – Janeiro marca 30 anos do fim da produção do Ford Gálaxie, o mais
consistente e melhor construído dentre os carros nacionais. Automóvel de e para
elite oferecia imbatida autoridade de conforto, primeiro nacional com direção
assistida hidraulicamente e transmissão automática.
Diversão – Final de semana de 25 a 27, em Franca, SP, 3o. Pé na Tábua, competição para veículos produzidos até 1936. Divertido, em pequeno
circuito, provas extremas: velocidade e marcha lenta. Tri campeão Nelson Piquet
bisará presença em monoposto Lincoln 1927. Curador do Museu Nacional do
Automóvel entendeu vencer a marcha lenta. Quer mostrar que advogado também pode
entender de mecânica. Irá de Ford A, Roadster, 1929.
Gente – Ratan Tata, industrial, menos gás. OOOO Mais conhecido dos
empresários indianos, aposentado. OOOO Deixa executividade, mantém olho no patrimônio familiar que multiplicou
muitas vezes e atingiu US$ 100B. OOOO O grupo Tata excede a Índia,
com negócios em Nova Iorque, Cincapura, em indústria, química,
telecomunicações, aciaria, química, TI, alimentos, bebidas, finanças, hotelaria
e fabricação de veículos. OOOO Está no Brasil, tentando ampliar no fazer veículos
em MG após não combinar com a Fiat. OOOO Ratan, em hobby cultural: automóveis antigos –
Rolls ex-Marajás. OOOO
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