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Coluna 2513 19.06.2013
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O Salón dos argentinos e as novidades para nós
Argentinos verão, até o
30 de junho, a sexta edição de seu Salón
del Automóvil. Iniciativa interrompida pelas corcoveantes crises econômicas
do país, nesta série, viabilizada pelo apoio da Adefa, a associação dos
fabricantes, expõe muitas novidades. Duas, em especial, relacionadas ao mercado
brasileiro, o Citroën C4L e o Ford Focus. Outra, Chevrolet Tracker – aqui,
Trax. Mexicano, com posterior montagem local importando componentes coreanos.
Mercado doméstico de
automóveis na Argentina varia tanto quanto suas crises econômicas. Entretanto,
nada parece relacioná-las, pois o país está num destes períodos, com inflação
sub anunciada, proibição oficial de compra de dólares, um incentivo para
entesourar a moeda estadunidense. Efeito no varejo, cotação 50% acima do oficial,
lojas oferecem descontos para recebe-lo a 1 por 8,5 pesos, criando mercado
informal, à prova de incidência de impostos. Parece crise, sugere desvario na
condução econômica, mas preve-se venda recordista de 800 mil unidades – Brasil
deve arranhar 4M.Dado interessante, o
mercado argentino é 1/5 do brasileiro, mas o número de modelos e versões é
maior. De GMs, por exemplo, importam Corvette, Camaro e Malibu. De Fiat, Alfa,
Abarth, Panda 4x4, 500 L, Dodge Viper. Fossem brasileiros fariam panelaço
contra a acomodação do consumidor por não exigir opções em nosso mercado.
Novidades
Apesar da diferença,
fazer o Salón em ano ímpar oportuniza apresentar modelos
comuns a ambos os mercados ...
Citroën – Uma das maiores referências para nós, novo
sedã C4L. Bem composto, ótima administração de espaço interno, confortável aos
ocupantes do banco posterior, bom porta malas, opções de motor 2.0, flex, 151
cv e 1.6 turbo, transmissões mecânica cinco velocidades e automática com seis.
Concorrente a Honda Civic e Toyota, e entusiasmada previsão de preços entre R$
60 mil e R$ 80 mil;
Novo C4 L substitui o Pallas |
Chevrolet – Novo Captiva, motorização 2.4, gasolina, 167 cv, transmissão
automática ou mecânica com 6 velocidades à frente.Tracker/Trax, menor, motor
1.8;
Corvette, renascido, aferrarizado, não irá ao Brasil |
Fiat – sem novidades para nós, sem importar Panda 4x4, Fiat 500L, ou
Viper, por sua divisão Chrysler;
Ford – na Argentina faz o Focus, todo mudado,
substitui a linha atual. O Kuga, suv
sobre sua plataforma, não será lá produzido, mas importado;
Novo Focus, de novo |
Peugeot – mostrou o 4008, utilitário esportivo,
sociedade com a Mitsubishi, iniciando importar ao Brasil. Junto, o 2008, meio
termo entre automóvel e suv,
a ser feito no segundo semestre, sobre a plataforma do 208;
Peugeot 2008 |
Renault – avant
premiére da mudança estética
do Logan, brasileiro exportado. Pequeno trato frontal, pintura metálica, num
processo de evoluir pela decoração, tirando- o da base de carro pobre.
Logan. Tapa |
Outras curiosidades, GM
e Peugeot com bicicletas. GM importadas e Peugeot modelos a ser produzidos,
assim como ciclomotores, por associado local. Não virão ao Brasil, a Coluna contou há alguns meses. A Peugeot, com
auxílio da Pianos Pleyel, deu forma a projeto de seu laboratório.
Chery Fulwin |
Os argentinos viram,
antes dos brasileiros, o Chery Fulwin a ser fabricado em Jacareí, SP, até o
final do ano.
Roda-a-Roda
Mais – Direção mundial da Peugeot decidiu dobrar a produção do 2008,
a 10 mil/mês. Decisão motivada por ultrapassar o Nissan Juke, ex líder do
segmento de utilitários esportivos pequenos. Sobre o Peugeot 208, será nacional
no segundo semestre.
História – Argentinos descobriram ter dinastia de
produção de automóveis, a família Bucci, que desde a primeira década do século
passado faz carros de corrida e de pequena série. Pablo Bucci, tetraneto do
pioneiro Domingos inicia projetar re leitura do Bucci Special, de 1953, projeto
de pequena série, de seu avô Clemar, piloto de Fórmula 1.
? … - O Special foi baseado num Alfa 2500S, em
quatro unidades e única sobrevivente, revivida por Nestor Salerno, mago
exumador de San Torquato, Argentina. Era mescla de conceitos estéticos da
época, em Aston Martin DB3S,
Ferraris Mondial, Testa Rossa, Monza e Alfa Disco Volante. Ganhou prêmio em
Pebble Beach em 2005. Terá estrutura tubular em Mannesmann sem costura, 50 mm,
carroceria moldada à mão em alumínio, à base de quatro unidades/ano.
Bucci reviverá o Special. Única indústria automobilística centenária do Hemisfério Sul |
Bom negócio – Melhor benefício em relação ao custo são as últimas unidades
do Citroën C4 Pallas, de produção encerrada e estoque remanescente. A R$
49.900, pacote imbatível. Taxistas deveriam aproveitar a ocasião.
Faz um 21 – Em nova campanha da Peugeot para vender as linhas 308 e 408, e
modelos Premium com entrada e juro zero em 24 ou
36 prestações, a atriz Cleo Pires faz graça. No anúncio seu número de celular
aparece e, se alguém ligar, ouvi-la-á em mensagem dizendo não atender por estar
em revenda Peugeot aproveitando a oferta.
Elétrico – Governo do Rio de Janeiro, interessado, Renault-Nissan,
detentora de expertise, e Petrobras Distribuidora assinaram protocolo
para produzir veículos elétricos no Rio de Janeiro.
Brasil – Já se disse, na esculhambação brasileira, prostituta tem
orgasmo; gigolô se apaixona; bicheiro joga no Bicho, traficante se vicia
… por aí. Coerente, a Petrobrás, empresa de petróleo, distribuir a concorrente
energia elétrica.
Alegria – Sorrisos no Salón com a possibilidade de serem reatadas
negociações entre Brasil e Argentina para acertar a comum balança comercial de
veículos e peças, com aprovação automática das listas de peças.
E
se foi o Froilán, o Gordo, Pepe, El Toro, Cabezón, …
Tantos apelidos quanto
os lados de sua personalidade, José Froilán Gonzales, argentino, passou domingo
passado aos quase 91. Titularmente uma das estrelas das competições no país
vizinho, integrante de sua equipe internacional. Primeiro vencedor num Grand
Prix, conduzindo Ferrari, tendo atrás de si outro argentino, o penta Juan Manoel
Fangio, com Alfa Romeo 158, então imbatidos no campeonato.A vitória significou
inscrever a marca dentre as competitivas, e superar a Alfa, berço do depois
Comendatore Enzo
e seus automóveis. Froilán também venceu, com Ferrari 375 as 24 Horas de Le Mans – e delas
conduziu 17. Integrou a equipe argentina, correu na Europa por 9 anos, foi 2º colocado
na temporada de 1954, com Fangio campeão.
Era um sedutor por
gestos, conversar, contar anedotas. Disposto a tudo, presença fácil. Pedi um
encontro com ele e nos recebeu, fui com o time de cinegrafistas da Fiat, gentil
em fazer o trabalho, o jornalista José Luiz Vieira, decano no Brasil – a
entrevista está presa no acervo do hoje judicialmente lacrado Museu Nacional do Automóvel. A
todos encantou, mostrou troféus, miniaturas, lembranças do rico passado, em seu
escritório no terraço de revenda Alfa, lamentou o estado de saúde do tenor
Luciano Pavarotti – cultivava relacionamentos mundo afora -, e levou-nos a um
café dirigindo impecavelmente. Sobre a vitória em Silvestone perguntei qual era
a mágica de pilotar num circuito desconhecido, em carro de segunda linha,
equipe sem recursos, e liderar seu guru, líder do campeonato, com carro
imbatível, como era o AR 158, vencedor desde o início da temporada. Ajeitou o
sempre presente echarpe e, iniciou com a frase que marcava contar histórias: “- Você não imagina, garoto …
Creio, a maior provocação foi a grande dor de barriga que tive minutos antes de
largar. Saí do carro, correndo peguei um jornal de um ingles, entrei no
primeiro banheiro que vi. Era o feminino. Voltei ao carro, suando. Creio,
ganhei com medo de ter outra crise dirigindo e sem nada poder fazer … “ .
Tinha tratamento reverencial na Ferrari, pelo início das
vitórias, por integrar o time, por manter respeitosa e descompromissada amizade
com o Comendador por toda a vida. A matéria de capa do sítio da Ferrari foi
sinteticamente amistoso: Adeus
Cabeção.
Foi o ultimo representante e vencedor da época romântica das
corridas. Simples, sem se deixar asfixiar pelas glórias, palavra fácil,
amizade, presença que nunca o tirou da mídia mesmo cincoenta anos após suas
conquistas.
Froilán com Fangio. Grande, pesado, cabeça grande, dirigia com brio. |
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