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Coluna 2815 - 09.06.2015 - edita@rnasser.com.br
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Mercado. Meio ano se foi. Como ficamos ?
Fechadas as contas do primeiro semestre, Junho, com
produção de 184 mil veículos, mostrou queda de 12,5% - 1/8 -, relativamente a
maio.
Comparada às 210,4 mil unidades fabricadas em maio
significam queda de 12,5%. No global, ante o primeiro semestre de 2014 a
redução foi de 18,5% Referência de produção não é o ponteiro da balança, pois
algumas fábricas detiveram-na para fazer fluir estoques. Dados de venda indicam
retração de 20,7% entre os dois períodos.
Presidente da Anfavea, associação dos fabricantes,
Luiz Moan vocaliza, a redução é resultado de três fatores: baixa
confiança dos investidores e consumidores; restrição ao crédito; e expectativa
pela conclusão dos ajustes na economia. Sem botar gasolina na fogueira das más
notícias, por si só forte componente na crise, acredita nos Planos de
Exportação, Safra e o recente Programa de Proteção ao Emprego auxiliem amenizar
o período.
O comportamento do mercado é insondável, em especial
porque a redução de vendas não depende apenas do aspecto econômico financeiro,
pois atrelada a condições etéreas como a falta de confiança no Governo, e daí,
o medo quanto ao futuro e a estabilidade no emprego. Remédio para consertar há,
simples de aviar, basta querer: antes de aprovar a Reforma Fiscal, fazer o
dever de casa cortando gastos excessivos, obras superfaturadas, ministérios
desnecessários, milhares de empregos para ocupação, sem concurso, por gente sem
especialidade ou preparo. Quando o Governo deixar de se sentir superior, pisar
no térreo da realidade, e iniciar mostrar fazer sacrifícios, a confiança
iniciará a se restabelecer. A roda rodará
O resultado de 2015 manterá o nível de retração do primeiro
semestre, em torno de 20%? Não parece. Por enquanto o consumidor está
com medo do urro da onça. Não a viu mas se assustou, viu indícios, ouviu
notícias. Na atual situação, quem tem meios os retém, posterga a troca de carro
esperando a situação clarear. Verá, a situação econômica não piorará. E, por
registrar, tradicional e historicamente o segundo semestre é melhor de vendas
em relação ao primeiro. Como referência, se o mercado cair 20% em produção e
vendas, equivalendo a aproximados 2,5 milhões de unidades, estará abaixo dos
números obtidos em 2006. Historicamente um feito para o governo Dilma 1 e sua
equipe econômica – em grande parte empregada pelo Governo Dilma 2. Nove anos de
perdas, e muitos para recuperar.
Peculiaridades
A queda não é linear, e algumas marcas conseguiram
crescer no período. Ford fez ótimos resultados com os Ka, Ka Plus, e o hatch Fusion
recém lançado.
Japonesas Honda e Toyota ampliaram vendas, e sul coreana
Hyundai surpreendeu. Apesar de ter caído em vendas aproximadamente 5%, viu seu
HB 20 como o segundo mais vendido no mês.
Na disputa Renault manteve 7% de participação no mercado
e, em junho aumentou meio ponto percentual de crescimento. Numa comparação
entre 2014 e 2015, cresceu 0,1%. Número desprezível mas, na conjuntura, sinal de êxito.
Nos importados Premium não há crise. Mercedes-Benz
cresceu 50,7% no cotejo entre os seis primeiros meses de 2014 e 2105,
consequência dos novos produtos, e assumiu a liderança no segmento do Classe C,
seu modelo mais vendido. No semestre encerrado vendeu 7.513 unidades. Do C
entregou 3.840, à frente do GLA com 1.880. Em sua história Junho foi o melhor
mês em vendas para a divisão de automóveis.
Audi vendeu mais: 7.796 unidades, 27% relativamente aos seis
primeiros meses de 2014, e mantém a liderança no segmento. Preferido não é
Mercedes Classe C, Audi A 3 ou BMW series 3, mas o utilitário esportivo Audi Q3
com motor 2.0. Acredita, segmento dos importados caros dobrará até 2020.
Global – FCA investirá US$ 280M para produzir
Cherokees na India, expandindo joint venture com o poderoso
grupo Tata. Quer dobrar o volume de 1 milhão de produtos Jeep vendidos em 2014.
O mercado indiano é dos mais promissores do mundo.
Expansão – Controlada pela indiana Tata, Jaguar-Land-Rover,
acordou com o grupo Magna Steyr montar seus produtos na Áustria: começará com o
Projeto E-Pace, utilitário esportivo sub compacto.
Quem ? – Pouco conhecida do grande público, a Magna
monta Mercedes-Benz G e Minis Countryman, tem atividades na Áustria e no
Canadá e, como fornecedor mundial, em faturamento só perde para a Bosch !
Fórmula – Projeto da Aston Martin em utilizar
motores de sua sócia minoritária Mercedes, toma forma: produzirá veículos
encomendados por terceiros. Primeiro destes, a fábrica de energéticos Red
Bull para um Hypercar – acima dos Supercar, como os Ferrari e Mc Laren. Projeto
de Adrian Newey, da Fórmula 1.
Picanto – Picanto 2015/6 nos revendedores Kia.
Mudanças cosméticas frontais nas grades, para choques, faróis de neblina.
Atrás, nova posição para a placa. Mantém o motor Kappa, 3 cilindros, 1,0
litro e 80 cv de potência. Único da cilindrada a portar câmbio verdadeiramente
automático. R$ 46,9 mil.
Focus – Ford prepara-se a vender versão sedã em
agosto.
Jetta – Volkswagen iniciou distribuir à rede
concessionária primeiras unidades do sedã Jetta montado em São Bernardo do
Campo. De princípio única versão de motor, o 2.0 oito válvulas. Velho conhecido
dos brasileiros, atualmente produzido no México. Preço não baixou.
Degrau – Em agosto Volkswagen começará vender o up! TSI, o turbo. Produto deve ser muito divertido para andar, como referência de tamanho, performance, economia e preço. Novo patamar de veículos no Brasil, mesclando 4 válvulas por cilindro, injeção direta, eletrônica e turbo em 1.0 litro, potência em 105 cv. Deve ser o mais econômico dos nacionais.
Caminho- Logo o motor será seguido na linha de produção
em São Carlos, SP, pelo 1.4 TSI para VWs Jetta, Golf, e Audis A3 e Q3. Turbo,
sem aplicação esportiva, mas para uso doméstico, é caminho sem volta.
Caminho – Motor 1.0 Ford, com turbo, na linha
batizada de EcoBoost, está em testes na Bosch. Acertos na eletrônica para o
lançamento no Brasil. Turbo em motor pequeno é a direção da década.
Derrapada – Alguns jornais noticiaram, Papa
Francisco teria realizado benção de 46 Fiats Palio a serem distribuídos aos
bispos brasileiros.
Verdade – O Sumo Pontífice efetivamente benzeu os
pálio. Apenas não são os automóveis feitos em Betim, mas a cobertura de tecido,
contra sol e chuva, para os deslocamentos a pé pelos bispos. São a origem do
nome. Um pouco de bom senso para apurar a notícia não faz mal a ninguém.
BR 40 – Concessionária Via 40 entregou 58,6 km de
duplicação no noroeste mineiro, em João Pinheiro, região líder na produção de
grãos em seus 19 municípios. Até 2019 quer duplicar os 937 km entre Brasília e
Juiz de Fora, MG.
Realidade – Giorgetto Giugiaro, 76, o designer do
século, passou à Audi restantes 9,9% das cotas de sua empresa, e dispensou-se
do cargo de Presidente Honorário. Há cinco anos a Audi, por necessidade de
capacidade criativa para novos produtos, fez oferta-lhe irrecusável.
Giugiaro – Capacidade de aproveitar plataformas com
seu traço brilhante, é o pai dos Alfa Romeo genericamente chamados GTV, dos
aqui desconhecidos Alfetta e Brera, do Passat, do Golf, do Uno, do Subaru SVX,
dos reacertos da linha Week End da Fiat. Desenhou de tudo - bicicletas,
macarrão, garrafas d’água, ...
Prática – Globalização e a pasteurização dos
automóveis encerrou a secular operação dos construtores independentes. Uma a
uma fecharam, foram absorvidas ou à falência, como a Bertone, por falta de
encomendas. Mítico Pininfarina sobrevivendo em penúria. Giugiaro foi o único a
sair do negócio com confortável situação.
Involução - Indústria do automóvel massificou-o,
pasterizou-o e agora o trata com tablet com rodas. No cenário
não há lugar para elegância ou diferenciação.
Imprensa – Escala, editora de Car and Driver lançou
revista semanal em circulação paulistana, a Auto Fácil. Direcionada
ao mercado de compra e venda de novos e usados. Lidera-a o jornalista
especializado Luiz Guerrero.
Antigos – Encontro Nacional de Simcas, dentro da
programação do Poços Classic Car, maior evento de automóveis
antigos na movimentada agenda da especialidade em Poços de Caldas, MG.
Conteúdo - Automóveis, feira de peças, e
diferenciada presença de antigos engenheiros e de Walter Hahn, piloto da marca.
14 a 16 de agosto. Gosta da marca e da oportunidade ? Inscreva-se www.pocosclassiccar.com.br
Gente – Julie Hamp, norte Americana,
primeira mulher a integrar a mesa diretora da Toyota no Japão, demitiu-se. OOOO
Razões ininteligíveis à cultura ocidental. OOOO Encomendou dos EUA
comprimidos de oxycodone, medicamento contra dor. OOOO Não
sabia, o produto exige autorização prévia para ser importado ao Japão, foi
presa e aguarda julgamento. OOOO Acionistas da Toyota desaprovaram o
desgaste de imagem e pediram sua demissão. OOOO A ex diretora
permanece presa. OOOO Já imaginou Mensalão, mentiras oficiais e
Petrolão por lá ? OOOO
OOOO Última hora: Julie Hamp foi libertada pela promotoria japonesa, que entendeu não ter havido comportamento criminal. OOOO Não responderá processo, e voltará aos EUA. OOOO Será a mais ilustre desempregada no setor, e a mais evidente desorientada ante o preço pago pelas suspeita. OOOO
A Fiat
Brasil, quase quarentona
Dia 9 Fiat Automóveis comemorou 39 anos de início de
produção no Brasil. De uma fazenda em Betim, município periférico a Belo
Horizonte, MG, implantou fábrica e fez desembestar a mudança na ocupação
urbana. A pequena cidade é hoje a segunda maior arrecadação de impostos no
estado.
Da fazenda, e dos planos de ser a menor das fabricantes
no país, mudou muito, apresentou tecnologias como motor transversal, com estepe
sobre ele, as menores folgas em usinagem – exigiu, até, a mudança na
classificação dos óleos lubrificantes no Brasil. No caminho foi pioneira com
picape derivado de automóvel, com motor a álcool, com air bags, com
16 válvulas, com turbo compressor, inicialmente no Uno e após no Tempra.
Caminho de novidades, de racionalidade, de
desenvolvimento dos produtos, e adequados ao gosto e às peculiaridades do
mercado, permitiu-lhe assumir a liderança de vendas no mercado doméstico, fato
único na história da marca.
Em termos físicos, quase triplicou a área coberta. Dos
iniciais 300 mil m2 opera atuais 800 mil m2. A saturação do espaço e ganhos de
produtividade para aumentar a capacidade de produção moveram-na a fazer fábrica
em Pernambuco.Pelos portões de Betim já passaram 14,5 milhões de
unidades.
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