Fernando Calmon |
Alternativas japoneses
O Salão do Automóvel de Tóquio, que se encerra em 4 de
novembro, é bienal, mas está em sua 46ª edição. Sempre voltado às nove
principais marcas nacionais e, em muito menor escala, às de luxo: Lexus
(Toyota), Acura (Honda) e Infiniti (Nissan). As três nunca empolgaram os
compradores locais. Este ano a exposição apresenta poucas novidades, embora
sirva de palco aos avanços a serem demonstrados nos Jogos Olímpicos do próximo
ano, em especial os autônomos e elétricos.
Foram reconhecidas as limitações ao transportar atletas e pessoas ligadas à 22ª
Olimpíada. Esse tipo de veículo só circulará em rotas específicas, a baixas
velocidades e sem interação com o tráfego de carros convencionais. As
fabricantes locais sabem perfeitamente das restrições e preferem deixar as
badalações sobre automóveis sem motorista para outras plagas.
Entre os modelos de alta produção destacaram-se dois que chegarão ao Brasil em
breve, as novas gerações do Honda Fit (em 2021) e do Nissan Versa, já no
próximo ano. Ambos evoluíram bastante em termos de estilo, equipamentos e
recursos tecnológicos, mas o Nissan virá do México. O Versa atual, produzido em
Resende (RJ), continuará em linha rebatizado de V-Drive. O compacto da Honda
terá versão híbrida (apenas a gasolina), assim como o topo de linha Accord.
O presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, é um executivo que expõe ideias
sem grandes rodeios. Até já admitiu que o Kicks terá opção igual à do Note
japonês, líder de vendas no país de origem sem contar os subcompactos. Trata-se
de um elétrico híbrido, também chamado híbrido em série. Com tração 100%
elétrica, dispensa baterias caras e recargas demoradas: o motor a combustão
(flex, aqui) apenas aciona um gerador. É só abastecer em um posto convencional
para obter alcance superior a 1.000 km.
Silva surpreendeu ao admitir que outra solução vem evoluindo. Em até cinco anos
seria possível abandonar a bateria em favor da pilha a hidrogênio, sem toda a
infraestrutura custosa e específica de abastecimento. Hoje, o processo exige um
reformador no veículo, volumoso e caro, para a partir do etanol produzir
hidrogênio. Este abastece a pilha, que entrega energia elétrica ao motor. Único
subproduto é vapor d’água. Ele revelou em Tóquio que o reformador poderá ser
eliminado, o que abriria novo horizonte aos elétricos sem complicações e
dúvidas existentes.
A Toyota exibiu um ultracompacto que batizou de BEV (sigla em inglês para
veículo elétrico a bateria), em princípio para o mercado japonês. O simpático
modelo de dois lugares, projetado para uso urbano, tem velocidade e alcance
limitados. Visa atender à procura crescente por parte de pessoas idosas que
buscam mobilidade independente. A empresa tem avançado com cautela nesse campo.
Afirma que, à exceção da China, o automóvel dependente de bateria não garante
modelo de negócio sustentável para fabricantes.
O consumidor comum, na maior parte do mundo, ainda reluta em acreditar nas
promessas de felicidade sem esforço. E desconfia de subsídios elevados que
governos podem retirar sem nenhum pudor se algo der errado.
ALTA RODA
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PARECE que agora vai. Se fracassou o noivado Renault-FCA, a PSA (Peugeot, Citroën e Opel) agora pode se fundir com o grupo ítalo-americano, segundo o bem-informado Wall Street Journal. A possível união criaria uma empresa com capacidade de produzir 9 milhões de unidades/ano, 10% a menos que os Grupos VW e Toyota, primeiros colocados em nível mundial.
MERCEDES-BENZ GLC (R$ 294.900 a 329.900) e GLC Coupé (R$ 362.900) acirram
a concorrência entre SUVs premium. Grades, lanternas e novas saídas de
escapamento marcam o ano-modelo. GLC estreia motor diesel 2-L, com 194 cv/40,8
kgfm. Com tração 4x4 é pesado (1.835 kg) para esse trem de força, mas câmbio de
9 marchas ajuda. Assistência por voz (MBUX) é ponto de destaque.
VOLVO S60 apresenta boas soluções internas desde multimídia de tela
vertical fácil de operar aos bancos dianteiros de primeira linha, além da
atmosfera a bordo. Motor turbo 2-L com 254 cv oferece respostas vigorosas.
Suspensões firmes e freios eficientes. Estilo evoluiu bem diante dos antigos
Volvo. Condução semiautônoma é precisa, mas o porta-malas deveria ser maior.
DESENHO da carroceria continua meio superado no Suzuki Jimny Sierra. Motor
tem agora mais potência (108 cv) e torque (14,1 kgfm), embora o câmbio
automático de só quatro marchas seja inimigo do silêncio a bordo em estrada.
Veterano SUV compacto ficou um pouco menos duro. Espaço interno é bem limitado
e porta-malas tem inexpressivos 85 litros. R$ 103.990 a 111.990.
AMIT LOUZON, presidente da Ituran Brasil, afirma que sua empresa de rastreamento
conseguiu diminuir de 55 para 26 minutos o tempo de resposta ao ponto de
localização de um veículo roubado ou furtado. “Sofisticados algoritmos de
grande complexidade resultam em análises comportamentais superprecisas,
facilitando o trabalho das equipes de recuperação”, afirma.
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