desconectou a coluna do volante de direção no quilômetro 166 dos 319 da especial deste domingo (05/11) na Arábia Saudita.A saída encontrada pelos brasileiros foi improvisar as peças com duas chaves de fenda, uma fazendo as vezes de coluna de direção e a outra do volante propriamente dito. Em uma competição super especializada, com os maiores pilotos e navegadores do mundo, os brasileiros completaram o dia saltando dunas e andando em alta velocidade por trechos sinuosos em condições de dirigibilidade bastante precárias. Por isso, foram aplaudidos na chegada.
“Talvez uma dupla menos experiente e com menos paixão
pelo que fazemos desistisse. Mas nós não pensamos nisso um segundo sequer.
Nosso foco desde o início foi consertar o problema e ir até o fim”, conta
Reinaldo Varela que, ao lado de Gustavo Gugelmin, se sagrou tricampeão mundial
de rally em outubro passado. “Nessas situações – e já tivemos várias ao longo
da carreira – fico espantado com a agilidade do Gustavo de propor soluções. Trabalhamos muito bem juntos e trocamos a coluna e volante
colocados pela equipe. Fizemos uma improvisação com as ferramentas que
tínhamos disponíveis. Da minha parte, foi bastante incômodo pilotar com
uma ferramenta improvisada como volante. Causou muita dor nas mãos
por causa da tensão, do esforço para segurar o ‘volante’ e da trepidação. Nas
curvas, devo confessar que dava certo medo. Mas a incerteza faz parte dos
rallies, é da natureza desse esporte”, continua o piloto da equipe Monster
Energy/Can-Am.
Para o resto da vida – “Eu
já respeitava muito o Reinaldo como piloto, mas hoje a minha admiração cresceu
muito. Tivemos um dia dos mais difíceis, mas é um dia pra lembrar para o resto
da vida”, diz Gustavo Gugelmin. “Ele pilotou os 153km finais da especial em
alta velocidade usando uma chave de fenda como volante – e isso em pleno Dakar,
o mais difícil rally do mundo. E depois ainda
dirigiu mais 235km do deslocamento final obrigatório por regulamento, que era para chegarmos ao ponto de largada do dia seguinte, em Al Wajh. Acho que o dia de hoje diz muito sobre ele e a nossa parceria. Estamos tristes pelo que aconteceu, mas ainda assim orgulhosos do que fizemos. Amanhã tem mais”, completou o navegador da equipe Monster Energy/Can-Am.
dirigiu mais 235km do deslocamento final obrigatório por regulamento, que era para chegarmos ao ponto de largada do dia seguinte, em Al Wajh. Acho que o dia de hoje diz muito sobre ele e a nossa parceria. Estamos tristes pelo que aconteceu, mas ainda assim orgulhosos do que fizemos. Amanhã tem mais”, completou o navegador da equipe Monster Energy/Can-Am.
Brigando pela ponta – Depois
de largar pela manhã deste domingo em Jeddah, a dupla brasileira chegou a Al
Wajh já no período da noite. Antes da quebra, eles brigaram pela vitória na
especial, pois tinham ultrapassado as duplas Francisco “Chaleco” López/Pablo
Latrach (Chile) e Gerard Farrés Guell/Armand Monleon, que disputavam a
liderança até então. Os dois duos são os atuais campeão e vice do Dakar. Agora,
a diferença para os vencedores da primeira especial, a dupla polonesa Aron
Domzala/Maciej Marton, é de
2h22min.
2h22min.
Nesta segunda-feira, o Dakar tem previstos 367km de
especiais, com um total de 401km, incluindo os trechos de deslocamento. Segundo
a organização, o percurso será formado por trilhas velozes, mas com referências
que nem sempre são confiáveis. “A navegação será difícil
justamente por que haver locais com muitas trilhas se cruzando, que nem sempre
poderão ser a referência correta. Isso pode jogar a nosso favor nessa corrida
de recuperação. Vamos pra cima”, resumiu Gustavo Gugelmin.
Parabéns pela improvisada. Só a paixão e determinação explica.
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