Wagner Gonzalez |
E a reforma
continua
Duas semanas
após o cancelamento da abertura da temporada da F-Indy, o governo do DF libera
verba para terminar reforma do autódromos Ferrari e Sauber se destacam no
primeiro treino da F-1 2015 e lista de inscritos do Mundial de Endurance tem
três brasileiros
Após o
cancelamento da prova de F-Indy ter acontecido de maneira quase surpreendente e
muito decepcionante tudo indica que o Autódromo de Brasília não sucumbirá a
políticas equivocadas e sanha imobiliárias No final da semana passada o Governo
do Distrito Federal anunciou a “liberação de R$ $20.479.297,00 para reforço de
dotação orçamentária consignada no vigente orçamento”. O montante deverá ser
usado para garantir a continuidade das reformas iniciadas no Autódromo de
Brasília, cujo asfalto jamais havia sido retificado desde a fundação do
traçado, em 3 de fevereiro de 1974. Você pode ver o estado do autódromo clicando aqui e aqui em vídeos postados no Blog do Jovino.
Se a F-Indy já
riscou do calendário a etapa brasileira, tudo indica que o calendário de provas
nacionais deverá ser respeitado e a primeira competição a acontecer no local
deverá ser a segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car,
programação que inclui também provas das categorias Marcas e F-3, cujo certame
começou no último fim de semana, em Curitiba. A liberação da verba e a execução
de reformas necessárias no traçado brasiliense não deixa de ser uma boa notícia
dentro do clima de insegurança e indefinição que assombra o automobilismo
brasileiro. Já o Autódromo de Interlagos continua envolto em uma situação que
deixa pilotos, equipes, preparadores e uma quantidade significativa de
profissionais que vive do automobilismo em regime de apreensão. No calendário oficial da Federação de
Automobilismo de São Paulo não havia nenhuma competição de “asfalto” (como a
Fasp denomina as provas programadas para o circuito completo de Interlagos)
marcadas para este ano além daquela realizada em janeiro passado.
F-1
Mal acabou de
mudar seu regulamento referente ao trem de força, a F-1 já fala de boca cheia
que nova alteração radical está em jogo. Desta vez seria a substituição das
atuais unidades de potencia (conjunto formado pelo motor de combustão interna e
unidades recuperadoras de energia cinética e térmica) por outra que englobe
motores V8 biturbo capazes de produzir 1.000 cv. A idéia inclui
automóveis com soluções mais radicais, seja lá o que isso signifique para
as cabeças pensantes da categoria e a Ferrari, equipe que apresentou a proposta
rejeitada solenemente pela Mercedes e pela Honda, que ameaçaram se retirar da
F-1 caso a ideia fosse adiante. Uma redução de custos pode ser incluída em um
pacote previsto para entrar em vigor em 2018; alterar o fluxo de combustível
(atualmente em 100 kg/h) e outros ajustes eletrônicos parece ser o caminho a
ser seguido.
Ferrari liderou
em Jerez
Os dois pilotos
da Ferrari, Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel, ficaram com os dois melhores
tempos ao final dos quatro dias de testes que a F-1 realizou em Jerez de la
Frontera, na Espanha. Os dois marcaram esses tempos com pneus de composto
médio, o que valoriza o resultado, ainda que tais eventos de inicio de
temporada devam ser saboreados como uma boa canja, daquelas temperadas com boas
pitadas de precaução, ainda que permita ver alguma luz no túnel que dá acesso
ao paddock andaluz.
Para usar o
jargão típico do economês, a melhor volta dos quatro dias de testes em
Jerez 2015 (Vettel, 1m20s841), mostra uma evolução sensível com relação ao
resultado obtido no mesmo período em 2014 (Kevin Magnussen, 1m23s276). No
quesito quilometragem também se nota melhora considerável: 2294 voltas
completadas por oito equipes, contra 1470 registradas por 11 equipes em 2014.
Falando dos
líderes: para a Scuderia era vital conseguir um bom resultado nesse início de
temporada: a Ferrari será cada vez mais um instrumento para alavancar vendas e
ações da FCA, a nova sigla do grupo formado pela Fiat, Chrysler e suas demais
marcas, entre elas a Alfa Romeo, agora marcando presença na carenagem do motor,
como alguns leitores da coluna notaram na edição de 2 de fevereiro. Sergio
Marchionne, atual bam-bam-bam da FCA, faz o gênero consagrado por Steve Jobs e
Carlos Ghosn, executivos racionais ao máximo e sentimentais ao mínimo. Esquecer
que Raikkonen foi mais rápido que Vettel, jamais! Mas sossegue a periquita
porque o Iceman marcou seu tempo com pneus macios e o Tião com pneus médios...
Como que dar
mais corpo ao tempero modenense desta degustação da temporada de 2015 vale
ressaltar o trabalho da equipe Sauber, agora a única equipe a compartilhar o V6
de Maranello. Felipe Nasr marcou seu melhor tempo (1m21s545) com pneus macios,
isto é fato, mas soube aproveitar sua estreia junto aos suíços para acumular
quilometragem e habituar-se à metodologia de trabalho do time de Hinwill, sem
dúvida distinta do que conheceu na Williams, reflexo das diferenças de orçamento
e experiência entre ambas. Igualmente importante, o brasileiro foi mais rápido
que seu companheiro de equipe, o sueco Marcus Ericsson (1m22s019), que já tem
mais experiência na categoria.
No pelotão
tudesco, o piloto doméstico foi o mais rápido: foi nas mãos de Nico Rosberg e
no chassi W06 que o motor Mercedes conseguiu seu melhor resultado (1m21s982).
Rosberg e seu inimigo de equipe Lewis Hamilton foram os que mais andaram (308 e
206 voltas, respectivamente), sendo que o inglês foi ligeiramente mais lento
(1m22s172), ambos fazendo testes de durabilidade e enfrentando alguns
contratempos técnicos. Felipe Massa (1m22s276) e Valteri Bottas
(1m22s319), reeditaram o equilíbrio mostrado na temporada passada, o que
permite esperar por uma revanche do brasileiro sobre o finlandês no que diz
respeito a pontos marcados no final da temporada. Terceira e última equipe com
carros impulsionados pelo V6 alemão (a Force India talvez participe
do segundo teste de Barcelona), a Lotus ficou menos ofuscada nas mãos de Pastor
Maldonado (1m22s713) do que sob comando de Roman Grosjean (1m23s802), mas
diga-se que o venezuelano andou bem mais (137 voltas) do que o francês (53),
consequência dos probleminhas típicos que um carro novo em uma equipe com
orçamento limitado apresenta.
Na brigada
Renault, que praticamente construiu um novo motor e reformulou profundamente o
organograma da Renault Sport F1, o número maior de voltas dos carros da Toro
Rosso (Verstappen, 170 e Sainz, 182) e da Red Bull (Ricciardo, 83 e Kvyat,, 80)
indicam que as unidades de potencia entregues à primeira era menos inovadora e
mais confiável, ao contrário do que aconteceu com a segunda, que teve à
disposição a versão com subsistemas de última geração.
O traumático
papel desempenhado pela Red Bull na temporada passada desta vez coube à
McLaren, que estreia o novo motor Honda. “Tivemos muitas dificuldades neste
teste,” declarou o líder de Motorsport da Honda, Yasuhiso Arai. “Mas vamos resolver
tudo para os testes de Barcelona.” A comprovar a partir do dia 19, quando
acontecem mais quatro dias de treinos no circuito catalão.
Os tempos de
Jerez
1) Kimi
Räikkönen (FIN), FerrariF15-T 1m20s841 (198
voltas)
2) Sebastian
Vettel (ALE), Ferrari F15-T 1m20s984
(149)
3) Felipe Nasr
(BRA), Sauber C34-Ferrari, 1m21s545
(196)
4) Nico Rosberg
(ALE/Mercedes W06) 1m21s982
(308)
5) Marcus Ericsson
(SUE/Sauber C34-Ferrari) 1m22s019
(185)
6) Lewis
Hamilton (GBR/Mercedes W06) 1m22s172
(206)
7) Felipe Massa
(BRE/Williams FW 37-Mercedes) 1m22s276 (144)
8) Valteri
Bottas (FIN/Williams FW 37-Mercedes) 1m22s319 (134)
9) Max
Verstappen (HOL/Toro Rosso STR 10-Renault) 1m22s553
(170)
10) Pastor
Maldonado (VEN/Lotus E 23-Mercedes) 1m22s713
(137)
11) Carlos Sainz
Jr (ESP/Toro Rosso STR 10-Renault) 1m23s187
(182)
12) Daniel
Ricciardo (AUS/Red Bull RB 11-Renault) 1m23s338 (83)
13) Romain
Grosjean (FRA/Lotus E 23-Mercedes) 1m23s802 (53)
14) Daniil Kvyat
(RUS/Red Bull RB 11-Renault) 1m23s975
(80)
15) Jenson
Button (GBR/McLaren MP4/30-Honda) 1m27s660 (41)
16) Fernando Alonso
(ESP/McLaren MP4/30-Honda) 1m35s553
(38)
Manor/Marussia
fica sem luz no fim do túnel
Dona de um
recebível de aproximadamente U$35 milhões, graças aos pontos marcados por
Julien Bianchi no GP de Mônaco de 2014, a equipe Manor (nova denominação da
Marussia) tenta de todas as maneiras disputar a temporada de 2015 mesmo sem ter
carro, casa ou roupa lavada. Um dos últimos suspiros registrados em seu
eletrocardiograma foi tentar disputar o campeonato deste ano com os carros do
ano passado, excesso de otimismo que não comoveu ninguém. A última cartada
seria não disputar as três primeiras corridas do ano e preparar um modelo novo
para começar a temporada na quarta etapa, o GP do Bahrein, dia 19 de
abril. Não é aconselhável apostar que isso aconteça.
Endurance tem 35
carros inscritos e três pilotos brasileiros
A liberdade de
desenvolver novas tecnologias e a relativa facilidade em repassar o
desenvolvimento desses novos produtos para a produção em alta escala tem levado
mais e mais fabricantes a investir no Campeonato Mundial de Resistência, o
World Endurance Championship (WEC). Da lista de inscritos divulgada pela
Federação Internacional do Automóvel (FIA)na semana passada constam nada menos
de 35 carros inscritos, incluindo 11 modelos da classe LMP1 e 10 da LMP2, que
englobam carros de competição. Sete modelos Pro e outro tanto na classe Am
completam a lista.
Três brasileiros
foram confirmados para disputar o campeonato: Lucas Di Grassi (vai
dividir o Audi #8 com Löic Duval e Oliver Jarvis), Piro Derani (completa a
tripulação do Ligier Nissan da equipe G-Drive com o mexicano Rodolfo Gonzalez e
o colombiano Gustavo Yacamán) e Fernando Rees, cujos companheiros de equipe
para o Aston Martin #99 ainda não foram definidos.
Em 2015 o Brasil
deixa de fazer parte do calendário, que tem as seguintes etapas:
27/28 de março:
Treino livre em Paul Ricard
12 de abril: 6
Horas de Silverstone
2 de maio: 6
Horas de Spa-Francorchamps
31 de maio:
Treino oficial em Le Mans
13/14 de junho:
24 Horas e Le Mans
30 de agosto: 6
Horas de Nürburgring
19 de setembro:
6 Horas do Circuito das Américas
11 de outubro: 6
Horas de Fuji
1o de
novembro: 6 Horas de Shanghai
21 de novembro:
6 Horas de Bahrain
Le Mans anuncia
lista de inscritos
O Automóvel
Clube do Oeste, organizador e promotor das 24 Horas de Le Mans, anunciou na
semana passada a lista de inscritos para
a corrida deste ano. O pôster oficial da prova destaca o Nissan GTR-LM Nismo,
um dos principais inscritos na categoria mais importante e que inclui os Toyota
TS 040, Audi R18 E-Tron, Porsche 919 (todos de propulsão híbrida), os Rebellion
R-One e o CLM P1/01.
Villeneuve de
volta
A Stock Car, que
no último fim de semana fez dois dias de treinos livres no autódromo de
Curitiba, já movimenta o mercado internacional de pilotos. O canadense Jacques
Villeneuve, campeão mundial de F-1 de 1997, será o parceiro de Ricardo Zonta na
prova de abertura da temporada, dia 14 de março em Goiânia. Os dois foram
companheiros de equipe na F-1 em 1999 e 2000, quando defendiam a equipe BAR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário