Passado que é o futuro
Nissan lança carro de motor e tração dianteiros
para tentar vitória em Le Mans. Brasileiro Ricardo Divila trabalha no projeto.
Em Jerez Vettel domina os início dos primeiros treinos da temporada de F1 e em
Brasília o automobilismo brasileiro vive novo vexame ao cancelar prova da
F-Indy
Anos
1960 e alguns fanáticos lembrarão do GT Malzoni de Norman Casari, simpático
cupê de motor dois-tempos, tração dianteira e enormes pneus Firestone Indy no
eixo dianteiro e similares mais estreitos nas rodas traseiras, um puro
contra-senso, diziam muitos. Aliás, até hoje puristas apostam até a última gota
de Castrol R ao defender que “carro de corrida deve ter tração traseira”… Pois
bem, a Nissan acaba de apresentar uma proposta que tem tudo e mais um pouco
para abalar de vez com essa estrutura e mostrar que a arquitetura da maioria
dos carros de alta produção, ou seja, powertrain totalmente instalado na frente
do chassi, também tem seu valor.
O
veículo que pode se tornar a nova sensação das pistas, o Nissan GT-R LM Nismo,
tem todas essas idiossincrasias: o motor VRX 3,0 V-6, com bancadas a 60o, dupla injeção e turbocompressor,
está instalado na dianteira do chassi estruturado em compósito de fibra
de carbono e ligado a um câmbio seqüencial de 5 marchas conectado ao eixo
dianteiro. Se as quatro rodas BBS tem aro 16-pol., as dianteiras recebem pneus
com 13 pol. de largura, quatro a mais que…as traseiras! Se você acha que a
conta não está fechando, lembro que esse carro foi projetado para disputar a 24
Horas de Le Mans e o motor de combustão interna ainda tem a ajuda de um sistema
de recuperação de energia cinética, o famoso KERS.
Externamente
o carro lembra um modelo do já sepultado Panoz e também o controverso Delta
Wing. Lembrar que a Nissan já participou desse projeto desenvolvido por Don
Panoz ajuda a entender a similaridade entre eles, ainda que nenhum dos dois,
porém, chegue perto do radicalismo do GT-R LM, que terá como um dos pilotos em
La Sarthe o espanhol Marc Gené. Na equipe técnica registre-se a presença de
Ricardo Divila, expoente da engenharia de competição reconhecido em todo o
mundo e por demais modesto quando se trata de soar a corneta acerca de seus
trabalhos.
A
categoria dos Esporte Protótipos ganha fôlego incrível e Shoichi Moyatani
— o presidente da Nissan Motorsport, Nismo para quem é do ramo —, dá a dica que
a liberdade técnica, bem maior que na F-1, abre oportunidades de inovação:
“Essa inovação é
emocionante. A sustentabilidade é a prioridade em nossa agenda e o regulamento
de Le Mans nos dá liberdade para pesquisar novas idéias nessa área. Nosso
melhor resultado nessa prova é um terceiro lugar na geral, ou seja, precisamos
corrigir isso, queremos a vitória.” Nada modesto, o Miyatani San…
O desenvolvimento
do Nissan GT-R LM não ficará restrito ao asfalto que compreende o ultra-rápido
trecho da reta de Mulsanne, também conhecido como a longa reta de Hunaudiéres,
um templo da velocidade pura com seis quilômetros de extensão que sucumbiu às
chicanes. Torçamos para que a proposta de um novo tração dianteira tenha um fim
mais glorioso. A F-1, que nunca correu tanto perigo, torce contra.
Negri cruza o oceano
Autor
da pole position para a 24 Horas de Daytona deste ano, o brasileiro Oswaldo
Negri vai disputar dois dos dois principais campeonatos internacionais de
Esporte-Protótipos. Além do United Sports Cars na América do Norte — onde vai
pilotar o Ligier Honda da equipe Michael Shank Racing, Ozz Negri assinou contrato
com a Khron Racing, equipe baseada em Houston (Texas), e que disputada a
European Le Mans Series com um Ligier-Judd. Existe a possibilidade de Negri
disputar a 24 Horas de Le Mans com esse carro.
Jerez volta a receber F-1
Ainda que para uma sessão de treinos livres, o Circuito de
Jerez de la Frontera, na Andaluzia, palco de uma das bandeiradas mais
dramáticas da história da F-1, voltou a receber o circo da categoria. Desde
domingo já são 13 os pilotos que sentiram o gostinho de acelerar os carros que
serão usados nas 20 etapas deste ano. Ferrari e Mercedes levaram a melhor sobre
a Renault e a Honda no que diz respeito ao desempenho dos motores. Para os
italianos, o melhor tempo de Sebastian Vettel no domingo e ontem certamente deu
uma injeção de ânimo após uma temporada das mais decepcionantes como a que a
Scuderia viveu em 2014. Mais: como a McLaren continuasse a sofrer com problemas
(supostamente elétricos) no motor Honda, Fernando Alonso só conseguiu ser mais
rápido que seu companheiro Jenson Button — que sofreu do mesmo mal —, e o russo
Daniil Kvyat, que literalmente andou com seu carro pelos 4.218 metros desse
traçado espanhol.
Para
os brasileiros que seguiam a F-1 na época dourada de Piquet e Senna, Jerez traz
uma lembrança maravilhosa; no GP da Espanha de 1986 apenas 0,014 s separaram o
Lotus de Ayrton do Williams de Nigel Mansell na bandeirada de chegada. Ontem um
brasileiro que estreia este ano na categoria, Felipe Nasr, foi o segundo mais
rápido: a bordo do seu Sauber C34-Ferrari, ele melhorou o tempo marcado por seu
companheiro de equipe e completou 88 voltas (15 a mais que Marcus Ericsson)
“sem qualquer problema técnico”. Hoje outro brasileiro vai à pista: Felipe
Massa assume o comando do Williams FW37-Mercedes usada por Valteri Bottas nos dois
primeiros dias de trabalho. O finlandês comentou que o trabalho foi proveitoso
e quando ele se preparou para andar mais rápido a chuva atrapalhou seus planos,
claro sinal de sua confiança após duas sessões em que a equipe de Grove cumpriu
uma extensa agenda de trabalho.
Vettel diz que ainda é cedo
Vedete
dos dois primeiros dias de treinos, Sebastian Vettel não se deixou abalar pelo
fato de ser sido sempre o mais rápido e um dos que mais andou; ele completou
148 voltas, número inferior apenas à quilometragem completada por Nico Rosberg,
que no domingo fez 157!
“Não dá para
comparar nosso tempo com os dos nossos rivais: cada equipe está ocupada com
programas diferentes. O que dá para dizer, isto sim, é que temos uma boa base
para trabalhar, pois andamos bem no seco e no molhado,“ comentou o alemão.
Se Rosberg andou bastante, o mesmo não aconteceu com Lewis
Hamilton: um vazamento de água no motor interrompeu o trabalho da equipe alemã,
mas mesmo assim ele registrou a maior quilometragem de ontem (91 voltas),
quando o piso molhado e a falta de peças de reposição simularam uma boa dose de
precaução e canja de galinha para Daniil Kvyat. Ao escapar da pista por causa
de uma poça d’ água, ele acabou estragando o único bico dianteiro disponível.
Sem esse equipamento responsável pela maior porcentagem da carga aerodinâmica
de um F-1, ele sequer teve seus tempos registrados nas 18 voltas que completou.
No
primeiro round daquela que promete ser a melhor briga entre companheiros de
equipe no campeonato que começa dia 15 de março, na Austrália, o holandês Max
Verstappen ganhou a primeira batalha, auxiliado pelo fato que o espanhol Carlos
Sainz Jr. foi o responsável pelo shake-downdo
Toro Rosso STR-10 Renault: no domingo ele marcou 1m25s327; ontem o holandês
chegou a 1m24167. Pastor Maldonado completa a lista dos que aceleraram ontem:
com o Lotus E23-Mercedes ele registrou 1m25s802 num treino que visou
basicamente checar o funcionamento dos sistemas principais do carro.
1)
Sebastian Vettel (Alemanha), Ferrari, 1m20s984 (Segunda)
2) Felipe Nasr (Brasil), Sauber-Ferrari, 1m21s867 (Segunda)
3) Valteri Bottas (Finlândia), Williams-Mercedes, 1m22s319 (Segunda)
4) Lewis Hamilton (Inglaterra), Mercedes, 1m22s490 (Segunda)
5) Marcus Ericsson (Suécia), Sauber-Ferrari, 1m22s777 (Domingo)
6) Nico Rosberg (Alemanha), Mercedes W-06,1m23s106 (Domingo)
7) Daniel Ricciardo (Austrália), Red Bull-Renault,1m23s338 (Domingo)
8) Max Verstappen (Holanda), Toro Rosso-Renault, 1m24s167 (Segunda)
9) Carlos Sainz Jr (Espanha), Toro Rosso-Renault, 1’25”327 (Domingo)
10) Pastor Maldonado (Venezuela), Lotus-Mercedes, 1m25s802(Domingo)
11) Fernando Alonso (Espanha), McLaren-Honda, 1m40s738 (Domingo)
12) Jenson Button (Inglaterra), McLaren-Honda, 1m54s655 (Segunda)
13) Daniil Kvyat (Rússia), Red Bull-Renault, sem tempo(Segunda)
Brasília
Indy 300 cancelada
Em uma clara
demonstração de falta de planejamento, seriedade e respeito ao público e
equipes, a empresa Terracap (Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal),
cancelou unilateralmente a promoção da etapa de abertura da temporada 2015 da
F-Indy, prevista para acontecer dia 8 de março no Autódromo de Brasília. Desde
o anúncio da realização da corrida, no ano passado, pairavam dúvidas sobre a
capacidade de reformar o circuito a tempo, porém as alterações de traçado e
instalações do paddock tiveram início. Localizado em uma área nobre da Capital
Federal, o autódromo está semidestruído e corre grande risco de ser demolido
por completo, tal qual aconteceu com Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Em nota oficial
distribuída vários dias após o cancelamento da prova, Cleyton Pinteiro,
presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, declarou que
“desde o final dos anos 1980, a Fórmula Indy se tornou um celeiro de pilotos
brasileiros e grandes conquistas para o Brasil. Sem dúvida estamos perdendo a
chance de ver um grande evento no Brasil.” Vale lembrar que todos os pilotos
brasileiros que triunfaram nessa categoria iniciaram suas carreiras no País e o
estatuto da CBA dita que a entidade precisa promover o automobilismo e defender
os interesses do esporte.
Presente real
A vitória dos
franceses Sébastien Ogier e Julien Ingrassa no Rali de Monte Carlo deste ano
garantiu os primeiro automóvel para os herdeiros do Príncipe Albert II e da
Princesa Charlene de Mônaco, o casal de gêmeos Gabriella Thérèse Marie e
Jacques Honoré Rainier. Na hora de subir ao pódio para receber o troféu da
vitória a dupla saiu do seu VW Polo com uma surpresa que certamente será
imitada em outras corridas pela originalidade da ideia.
https://www.youtube.com/watch?v=wrr8gmDXhWM&list=PLAeJQh0FRTHIGVvsHIkF0l0NqTU31Y2xc
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WG
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