Wagner Gonzalez |
Roger Penske aumenta seus domínios
Empresário norte-americano
compra o complexo de Indianapolis e quer F-1
O que pode ser mais importante às vésperas do
GP do Brasil de F-1: a conquista do sexto título mundial de Lewis Hamilton, o
rompimento do contrato entre McLaren e Petrobrás ou a compra do Império IMS por
Roger Penske? Nacionalismos à parte a última opção é a notícia mais impactante
das três mencionadas: Hamilton está numa fase excelente, o divórcio entre e a
empresa nacional e a equipe inglesa era um tema já perto de se tornar um fato
consumado e a capacidade intelectual e financeira do bilionário norte-americano
tem poder de impactar o status quo do automobilismo mundial de forma mais do
que simplesmente abrangente.
Líder de um império que emprega mais de 64.000
pessoas e tem uma receita consolidada que ultrapassa os US$ 32 bilhões anuais,
Roger Penske é conhecido por seus empreendimentos de sucesso, apreço a soluções
que unem funcionalidade e lucratividade e está ligado por parte considerável
dos seus 82 anos de vida. Seus negócios espalham-se pelo mundo: no Brasil é
sócio do seu ex-piloto André Ribeiro em uma concessionária de automóveis
(talvez espinha dorsal dos seus negócios) e mantém centros de distribuição e
logística, o maior deles na Grande São Paulo.
Nas pistas a presença de
seu nome em qualquer lista de inscritos é motivo de preocupação e respeito por
parte dos seus adversários: invariavelmente carros e equipes com seu sobrenome
disputam as principais posições e, mais cedo do que tarde, tornam-se
invariavelmente vencedores e campeões em qualquer categoria que participem. Só
em Indianapolis seu nome está diretamente ligado a 18 vitórias, cinco delas
através de pilotos brasileiros: Emerson Fittipaldi (1989), Gil de Ferran (2003)
e Hélio Castro Neves (2001/02/09). Este ano o vencedor Simon Pagenaud conduziu
um carro de sua equipe.
Não é só na Indy que sua marca brilha: Juan
Pablo Montoya e Dane Cameron levaram o Acura DPi, um protótipo com mecânica
Honda, ao título do Weathertech Sportscar Championship. Em uma lista de 46
carros inscritos na temporada da Nascar três dos dez primeiros colocados são seus
pilotos: Joey Logano (4º), Ryan Blaney (6º) e Brad Keselovski (9º). Detalhe,
carros que
representam a marca Ford, o que mostra sua capacidade de desenvolver
projetos paralelos com marcas concorrentes. General Motors, Mercedes e VW são
outros grupos com os quais ele mantém bem sucedidos relacionamentos, seja
através de conquistas nas pistas, seja participando de conselhos ou diferentes
ou como revendedor.
A negociação para a compra da Hulman &
Company, empresa proprietária do autódromo de Indianapolis, do evento 500
Milhas de Indianapolis e do campeonato Indycar Series, começou recentemente,
fala-se em menos de um ano, e foi completada sem que o assunto vazasse. O
anúncio oficial aconteceu ontem (foto de abertura/Indycar), e ontem mesmo o
novo proprietário começou a trabalhar no que considera os dez pontos para
atacar de imediato. Embora a negociação ainda deva ser aprovada pelas
autoridades norte-americanas, ninguém acredita que haverá objeções para Penske
tornar-se o quarto proprietário desse império nascido em 1909 em um
investimento de Carl Fisher. O fundador de Indy ficou à frente do negócio até
1927, quando Eddie Rickenbacker assumiu o comando, posição que manteve por 18
anos, até passar o controle para família de Tony Hulman.
Indy não é o primeiro autódromo nos negócios
de Roger Penske: ele já possui os autódromos de Cleveland, Fontana e Nazareth e
tem investimentos nas etapas da Carolina do Norte, Cleveland e Detroit. Nos
seus planos para Indy estão a realização de uma prova de 24 Horas do calendário
da IMSA, negociar um GP do Campeonato Mundial de F-1 e fazer um fim de semana
reunindo provas da Nascar e da IndyCar. Para evitar conflitos de interesse
Roger Penske anunciou que vai afastar do controle operacional de sua equipe de
IndyCar, posição que será assumida por braço direito na categoria Tim Cendric.
Prova que sua nova empreitada é vista com bons olhos é a ausência de críticas à
essa negociação, que foi elogiada por diversos chefes de equipe e formadores de
opinião do automobilismo norte-americano.
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