A Audi AG
celebrou um evento especial nesta segunda-feira, 25: a produção de cinco
milhões de veículos com sistema de tração quattro. O carro que saiu da linha de
montagem com este número simbólico é um Audi A6 allroad 3.0 TDI branco,
produzido na fábrica de Neckarsulm, na Alemanha. O recorde é uma prova do papel
de liderança desempenhado pela tecnologia pioneira de tração integral da Audi–
nenhuma marca premium no mundo já comercializou tantos modelos com tração nas
quatro rodas ou oferece uma gama de modelos com mais de 140 variantes para
veículos com tração quattro.
A tecnologia
quattro estreou em 1980, no lendário modelo quattro. Somando-se todos os tipos
de carrocerias, motores e sistemas de transmissão disponíveis, são mais de 140
modelos diferentes. A Audi oferece a mais ampla gama de automóveis com tração
nas quatro rodas: o Audi Q7, R8, A4 allroad, A6 allroad, bem como todos os
modelos S e RS estão disponíveis exclusivamente com sistema quattro. A Audi
oferece também a tecnologia como opcional em todas as outras séries.
“O sistema
quattro é um dos pilares fundamentais da nossa marca e tem sido um fator
fundamental na nossa história de sucesso”, disse Rupert Stadler, presidente do
Conselho de Administração da AUDI AG. ”A tração permanente quattro torna
possível experimentar diretamente o nosso ‘Vorsprung durch Technik’. Estamos
comprometidos com o nosso papel pioneiro e vamos continuar a desenvolver esta
vantagem com as novas tecnologias."
A tração quattro
é mais do que uma tecnologia - é um ícone. O nome representa a segurança de
condução, esportividade, competência técnica e uma atitude dinâmica que
“segura” o veículo mesmo em condições adversas de estrada. O sucesso dos
modelos quattro vem da estrada e do automobilismo, assim como de uma lendária
série de comerciais de TV – como o salto de esqui em Kaipola, na Finlândia, em
que o Audi quattro 100 CS subiu por ele mesmo a montanha, em 1986.
"Quattro"
significa "Audi", e "Audi" - muitas vezes - significa
"quattro": em 2012, mais de 43% dos clientes da marca alemã
escolheram um modelo com esta tecnologia, um novo recorde para a companhia. O
Audi Q5 está no topo da lista, com cerca de 205.600 unidades. Mas não foram
apenas os motoristas de SUVs que optaram pela tração nas quatro rodas oferecida
pela montadora dos quatro anéis: cerca de um em cada quatro clientes das outras
linhas selecionou um modelo com tração quattro, em 2012.
Os modelos
quattro vendem muito bem nos Estados Unidos, Canadá, Rússia e nos mercados do
Oriente Médio. Estatísticas de 2012 mostram 99.800 novos modelos Audi com
tração permanente e integral vendidos na Alemanha - muito mais do que os
concorrentes da empresa.
O sistema
quattro é especialmente importante para a planta de Neckarsulm, onde o carro de
número cinco milhões saiu da linha de montagem: mais do que um em cada dois
carros fabricados ali possui tração integral.
O sistema ganha
características exclusivas nos modelos oferecidos pela quattro GmbH, uma
subsidiária da AUDI AG, responsável pelo desenvolvimento e construção dos
modelos de alto desempenho, como RS e R8. O cliente pode ter seu carro
personalizado pela empresa e encomendar acessórios especiais. A demanda por
isso está aumentando: os 800 funcionários da quattro GmbH representam um crescimento
dinâmico para a empresa que tem 30 anos de existência.
Audi quatro - a
tecnologia
Além de seus
modelos de linha, a Audi oferece uma grande variedade de protótipos - e a
tecnologia quattro é igualmente abrangente. Há uma solução de design
personalizado disponível para cada conceito.
Para o compacto
A3, Q3 e modelos TT, com motor transversal, a Audi utiliza a tração quattro com
embreagem multi-disco controlada eletronicamente e com atuador
hidráulico. O sistema é montado sobre o eixo traseiro para assegurar a melhor
distribuição possível de peso. Em condições normais, a embreagem envia energia
quase que exclusivamente para as rodas da frente; se uma roda patina, 100 por
cento do torque pode ir para a traseira. O novo A3 apresenta a mais recente atualização
da embreagem multi-disco.
O diferencial
central autoblocante, que é utilizado na maioria dos modelos Audi com motor
longitudinal, é um conjunto de engrenagens planetárias mecânicas que desviam o
torque instantaneamente. Normalmente, a distribuição do torque é de 40 por
cento para o eixo dianteiro e 60 por cento para o traseiro. Porém, se
necessário, pode dirigir a maior parte da energia para o eixo com melhor
tração.
A vetorização de
torque aperfeiçoa a ação do diferencial nas curvas mais rápidas, aplicando - de
maneira sutil, seletiva e pulsante - frenagem nas rodas, se necessário. O SUV
Audi Q7 usa uma forma especial do clássico diferencial central quattro,
integrado a uma caixa de transferência.
Os dinâmicos
Audi RS 4 Avant, RS 5 Coupé e RS 5 Cabriolet apresentam o diferencial central
em seu último estágio de evolução. O diferencial central com engrenagem de
coroa, leve e compacto, que funciona de maneira extremamente rápida e sem
problemas, pode direcionar até 85 por cento do torque para o eixo dianteiro e,
no máximo, 70 por cento para a parte traseira. Assim como no diferencial
central tradicional, ele pode ser combinado com outra tecnologia Audi – o
diferencial esportivo, que distribui a energia ativa para as rodas traseiras.
O superesportivo
Audi R8 também tem uma relação própria com o sistema de tração quattro, que
possui acoplamento viscoso que pode desviar 15-30 por cento do torque para as
rodas da frente, quando as condições requerem que isto aconteça. Localizado
sobre o eixo dianteiro, o acoplamento é alimentado por um eixo cardã, que gira
para frente a partir da transmissão.
A história do
Audi quatro
Com a quattro, a
Audi tornou-se pioneira nos sistemas de tração integral para carros de passeio.
A origem vem do inverno de 1976-77, quando um grupo de engenheiros da
Audi realizou test drives na neve, na Suécia. Um Iltis (modelo militar compacto
da Volkswagen) viajou junto para fins de comparação - apesar de ter apenas 75
cv, o veículo todo-terreno facilmente superou os protótipos Audi muito mais
poderosos, com seus sistemas de tração dianteira. Poucas semanas depois, uma
pequena equipe de engenheiros liderada pelo Dr. Ferdinand Piëch, então
Conselheiro para Desenvolvimento Tecnológico da Audi, começou a desenvolver um
carro com tração integral.
A grande sacada,
que fez a tecnologia quattro tornar-se possível, em primeiro lugar, foi o eixo
oco, perfurado na transmissão, através do qual a força do motor flui em duas
direções. Ele dirige o diferencial central na sua retaguarda. A outra metade do
torque do acionamento do diferencial foi transferida para o eixo dianteiro ao
longo de uma saída rotativa no interior do eixo oco secundário. Este eixo vazio
permitiu a tração para todas as rodas, praticamente livre de tensão; de maneira
leve, compacta e eficiente; e que opera sem a necessidade de uma caixa de
transferência pesada ou eixo-cardã secundário.
O princípio
quattro é especialmente adequado para carros esportivos, que a Audi produz em
volumes elevados. A tecnologia revolucionária teve estreia marcante em 1980, no
Salão Internacional de Genebra, com o Audi quattro: um cupê com formas
quadradas e 200 cv de potência. Originalmente planejado para ter baixo volume
de produção, a alta demanda levou o modelo quattro original ao sucesso.
Repetidamente atualizado, ele permaneceu em produção até 1991. Em 1984, a Audi
lançou o compacto Sport quattro, com 306 cv e distância entre-eixos curta.
Em 1986, a Audi
substituiu o diferencial central com bloqueio manual da primeira geração pelo
diferencial Torsen (Torsen = torque sensing). Esta transmissão de engrenagem
era capaz de fazer a distribuição variável de torque. O próximo grande passo
veio em 2005, com o disco planetário, que oferecia distribuição assimétrica
dinâmica do torque.
Em paralelo, a
Audi expandiu sua linha de modelos quattro. A empresa decidiu voltar, em 1980,
a oferecer o sistema quattro em cada linha e os novos modelos foram marcos
importantes no caminho da Audi no segmento premium. O primeiro modelo TDI com
tração permanente nas quatro rodas surgiu em 1993 e quatro anos depois a
tecnologia migrou para o segmento compacto.
Audi quattro - o
automobilismo
No início de
1981, a Audi chegou como um furacão no campeonato mundial de rali com o modelo
quattro. Hannu Mikkola, da Finlândia, venceu as seis primeiras provas especiais
na neve no Rali de Monte Carlo. Com uma vantagem de quase seis minutos, ele
perdeu a chance de vitória quando bateu em um pequeno muro. Já em 1982, o
quattro era praticamente imbatível em qualquer lugar do mundo; a Audi redefiniu
o benchmark com sete vitórias e conquistou o Troféu de Construtores. No ano
seguinte, Mikkola levou para casa o título de pilotos.
A temporada de
1984 também começou com muito barulho - o recém-contratado Walter Röhrl, duas
vezes campeão mundial, venceu o Rali de Monte Carlo, à frente de seus colegas
de equipe Stig Blomqvist (da Suécia) e Hannu Mikkola. No final da temporada, a
Audi levou o título de campeã mundial pela primeira vez e Blomqvist ficou com o
título de pilotos.
O carro final
foi o S1 Sport quattro, que comemorou o seu maior triunfo em 1987: Walter Röhrl
venceu as 156 curvas de Pikes Peak, no Colorado (EUA), em tempo recorde
absoluto, com o veículo de 600 cv.
Nos anos
seguintes, a Audi migrou para as corridas de turismo. A partir de 1988, a marca
competiu na série TransAm e conquistou o título logo de cara. Em 1990, a Audi
mudou para o Deutsche Tourenwagen Meisterschaft (Campeonato Alemão de Carros de
Turismo, ou DTM), e Hans Stuck também levou o título no primeiro ano, com um
poderoso V9 quattro.
Em 1996, o A4
quattro Supertouring, com motor 2.0 litros de quatro cilindros, entrou em sete
campeonatos nacionais em três continentes - e venceu todos eles.
Dois anos mais
tarde, os dirigentes europeus proibiram quase que completamente os veículos com
tração nas quatro rodas nas corridas de turismo. O balanço da Audi até aquele
ponto eram quatro títulos nos campeonatos mundiais de rali; três vitórias em
Pikes Peak; uma vitória no campeonato TransAm; dois títulos do DTM; 11
campeonatos nacionais de carros de turismo; e um campeonato mundial de turismo.
Um carro de
corrida com tração integral foi autorizado a voltar às pistas novamente em
2012. O Audi R18 quattro e-tron, com tecnologia híbrida, apresentou um pacote
de equipamentos inovadores - e imediatamente comemorou uma vitória dupla
deslumbrante.
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