Homem-forte da
F-1 desde os anos 1970, Bernie Ecclestone continua fazendo tudo como antes e já
se fala que poderia comprar o circuito de Nurbürgring, patrimônio histórico da
Alemanha, país onde será julgado em abril
A longa novela
que envolve Bernard Charles Ecclestone, a CVC Partners, uma acusação de
extorsão e o destino da F-1 segue ganhando audiência graças à astúcia do
veterano empresário, atualmente com 43 anos. Ecclestone sofre processos tanto
na Inglaterra quanto na Alemanha em consequência da venda do controle da holding
que controla os negócios envolvendo os direitos comerciais e de televisão da
categoria. A venda do controle desses negócios ao Fundo CVC data de 2006 e
incluiu paulatinamente a Allsopp Parker & Marsh (APM) – responsável pela
publicidade e contratos de patrocínio –, a Allsport Management – que explora as
áreas e serviços VIP – e a GP2 – campeonato que serve provas de suporte a
vários Grandes Prêmios.
O que em
princípio é claro rapidamente ganha outros tons devido à miríade de empresas e
prestadores de serviço envolvidos na exploração de qualquer atividade comercial
ligada ao Campeonato Mundial de F-1. Bambino Holdings, FOA, FOM, Alpha Prema,
Delta Topco, SLEC são alguns nomes que já apareceram como empresas comandadas
por ele e, portanto, ligadas aos negócios da categoria. Propriedade da
Federação Internacional do Automóvel, graças a um contrato de cessão de
direitos comerciais o certame é na prática explorado por Ecclestone,
unanimemente apontado como um dos mais brilhantes homens de negócio que o mundo
esportivo já conheceu. Ocorre que à medida que o sucesso da categoria cresceu
também aumentaram os números financeiros e o de pessoas dispostas a participar
dessa máquina de fazer dinheiro. Muitos já tentaram enganar Bernie e a lista
inclui um jornalista inglês e um empreendedor alemão que promovia o Campeonato
Europeu de F-Truck; até hoje desconhece-se quem tenha conseguido ludibrirar o
inglês. Quem o conhece e já fez trabalhou com ele atesta que seu aperto de mão
vale como o fio de bigode que muitos brasileiros usavam como espécie de negócio
fechado.
Na época que o
Fundo CVC (criado em 1991 como uma subsdiária do Citigroup e hoje responsável
pela gestão de U$ 150 bilhões), adquiriu o controle, Bernie teria pago propina
a Gerhard Gribkowsky, analista de risco do Bayerische Landesbank, para de certa
forma recomendar que a proposta desta gestão era melhor do que a apresentada
pela Constantin Medien Group, grupo de comunicação alemão. Desde 2012 Gribkowsky
cumpre pena de oito anos e meio por evasão de renda em relação a um pagamento
estimado em US$44 milhões como “gratificação” pelo serviço prestado. Mais
recentemente Ecclestone reconheceu o pagamento, mas alegando outro motivo: o
analista alemão teria ameaçado delatar ao imposto de renda britânico detalhes
da Bambino Holdings, algo que comprometeria a estrutura financeira do
empresário em seu próprio país. Há de se lembrar que antes da CVC um outro
grupo alemão de mídia adquiriu parte da F-1 Holdings mas acabou não
consolidando a compra por causa de problemas financeiros que inviabilizaram sua
própria existência.
À medida que o
processo movido na Justiça alemã ganhou corpo começaram a surgir factóides que
poderão influenciar o destino desta história. O principal deles é a
possibilidade de Ecclestone comprar o circuito de Nurbürgring, histórico
traçado de aproximadamente 23 Km e cuja sobrevivência está ameaçada há décadas
pelas limitações da pista no que se refere à segurança e custos de manutenção,
combinação agravada com a recente crise econômica mundial. Salvar o “Ring” de
extinção seria uma jogada altamente eficaz para gerar simpatia a seu favor. Com
uma fortuna pessoal estimada em U$ 4,2 bilhões pelo guia Forbes, Bernie tem
cacife para esse investimento e até mesmo para os U$ 140 milhões que o grupo
Constantin Media cobra de Ecclestone e seus parceiros. O que eles não sabem, ou
fazem de conta que não sabem, é que o inglês detesta perder disputa de par ou
ímpar para ver quem fica com a última bolacha do pacote. Falando em bolacha,
até agora ninguém aposta que chegará o dia em que alguém irá visita-lo na
cadeira levando um pacote dessa guloseima….
Muito pelo
contrário, para ganhar tempo enquanto se costura algum acordo para evitar que o
caso termine efetivamente numa sesão nos tribunais alemães, a CVC Partners
anunciou nos últimos dias que Ecclestone já não exerce funções ou cargos na
diretoria do fundo. Com isso uma satisfação é dada ao mercado. O mesmo
comunicado, porém, reitera que Bernie mantém sua condição de vítima e o mantém
na função de defender os interesses da mesma CVC na gestão e operação do
produto F-1. Os principais contratos e decisões, porém, serão assinados por
Peter Brabeck-Letmathe e Donald Mackenzie.
Dennis de volta
Semanas atrás
Ron Dennis ganhou destaque em suposta manobra para adquirir ações que poderiam
leva-lo de volta ao comando do grupo McLaren, mais especificamente da equipe de
F-1, que após décadas de sucesso terminou 2013 sem obter um único resultado
entre os três primeiros de um GP. Com a decisão dos irmãos Ojjeh de não
negociar suas ações a solução veio por outras vias e Dennis está de volta à
condição de bam-bam-bam da operação F-1 da marca. AInda não se sabe o destine
de Martin Whitmarsh, executivo que o próprio Dennis contratou.
GT pode renascer
de carona na F-Truck
Melo e Fabiano e o Porsche que dividiram em 2013 (fotoM.Melo) |
Um grupo de
pessoas lideradas por Marçal Melo anunciou ontem, nas redes sociais, que
garantiu a realização de seis provas incluídas na programação do Campeonato
Brasileiro de F-Truck. A notícia, porém, não foi confirmada por Neusa Felix,
responsável pela categoria dos brutos. Segundo Clóvis Grelak, assessor de
imprensa da desta F-Truck, “ela (Neusa Felix) está surpresa com esse anúncio e
informa que não há nada definido. Quando, e se, houver notícia oficial esta
será comunicada pela assessoria de imprensa da F-Truck”. Ricardo Fávaro, gestor
da equipe de Melo e seu parceiro Alex Fabiano, porém, garante que o contrato
está assinado e informa que “agora vamos falar com todos os pilotos que
participaram da GT em algum momento. Já estamos preparando uma apresentação e,
enquanto isso, estamos negociando com fornecedores.”
Pé na Tábua
Nelson Piquet retorna ao Pé na Tábua (foto Larissa Costa)
|
Continuam
abertas as inscrições para a quarta edição do “Pé na Tábua”, que acontece entre
dos dias 14 a 16 de fevereiro no kartódromo da cidade de Franca (SP), que tem
1.400 metros de extensão. Misto de corrida e encontro de colecionadores e
apreciadores, o evento reuniu 60 carros no ano passado e segundo seu
organizador, o jornalista Tiago Songa, “há boas chances de reunir um número
ainda maior de automóveis este ano”. Na “Speed”, a categoria mais veloz, a
grande atração é o tricampeão mundial de F-1 Nelson Piquet, que confirmou
preença com seu Lincoln 1927.
Outras atrações é a prova da marcha lenta, onde ganha quem percorrer a reta de
100 metros no maior tempo, e a estréia dos “pedal cars”, onde crianças pilotam
carrinhos movidos a pedal. Mais detalhes do “Pé na Tábua” podem ser obtidos
clicando aqui e um vídeo sobre a edição de 2013
pode ser visto neste link.
Nenhum comentário:
Postar um comentário