edita@rnasser.com.br-61.3225.5511 Coluna 0613 06.02.2013 |
Alfa –Mazda-Chrysler-Fiat-Ferrari
– Romeo
A volta da Alfa Romeo está mais para um daqueles
jogos onde o dono inventa as regras, do que para claro projeto industrial e
comercial. Sergio Marchionne, número 1 na Fiat se diverte a cada entrevista, a
cada Salão de automóveis, a cada provocação da Volkswagen em adquiri-la para
fazer uma grande marca. Faz declarações
controversas, cria ironias, define produtos e prazos – sem o menor compromisso
quanto te-los à venda. Mantém mercados como o norte-americano com promessas
homeopáticas, vendendo 8C – esportivo Maserati-Ferrari com tons Alfa. O
ectoplasma de automóvel chamado Alfa 4C, mostrado em Genebra, 2011, se
materializou e terá 2.500 unidades, um milhar para o mercado norte americano.
Na Europa enxuga a gama, reduzida a carros pequenos, como o Mito e a Giulietta.
Mercados protestam pelos Alfisti, como se intitulam os admiradores. Nos EUA cobram retorno –
“Bring Alfa Back”, tragam a Alfa de
volta – em todo evento de antigos ou modernos. A hora da verdade se aproxima. A
corda do mercado se estica, vendas se reduzem na base europeia e, como no caso
do sapo, a necessidade fará a Alfa pular.
Então
O projeto é triplicar vendas, a 300 mil unidades
em 2016, e o caminho, sinergia com outras marcas, por negócio ou controle. Na
parte baixa da gama, como a Coluna
antecipou mundialmente, resgatou a base do Fiat Marea e faz sobre ela o novo
Dodge, marca Chrysler, agora Fiat, e Alfa Giulietta. A plataforma, boa,
resistente – suporta condições brasileiras, resiste a desaforos mundo a fora –
permitirá outros produtos, e várias motorizações.
Voltará com o mito do conversível, estribado no
filme The Graduate, aqui A Primeira Noite de um Homem, 1967, onde
Alfa Duetto Pininfarina pontuava, junto ao então jovem Dustin Hoffman. Resgata
o lay out de motor dianteiro e tração
traseira, mas em carro japonês Mazda que, com esta marca, substituirá o Miata –
sem ironia será o Alfa de maior qualidade
já construído.
A idéia é cobrir a Alfa com o guarda chuva de
engenharia refinada, como o faz a Volkswagen com a Audi. E como mercado
atualmente é muito mais griffe e
charme que engenharia intrínseca, buscou a melhor operadora destas diáfanas
ferramentas, a Ferrari. Tecendo troca de energias e conhecimentos, entre suas
muitas marcas, a engenharia de Maranello palpitará nos projetos. O brilho maior
será para algum embleminha que em porcas e parafusos. A Fiat quer vender Alfas
não apenas a alfisti, que
historicamente não engolem a Ferrari, mas ao mundo.
Costura local
Acima, um sedã com a plataforma criada para o
Maserati Quattroporte, recém apresentado, gerará o Giulia, substituindo o Alfa
159, descontinuado em 2011. Dela surgirá o novo Bravo, e a informação adensa as
possibilidades na fábrica Fiat em Pernambuco produzir, como especulado sem
confirmação, a velha e boa plataforma do Marea, base de Dodge Dart e Alfa
Giulietta. E, se for atualizar Bravo, também fará novos Giulia e Dodge.
Na prática, nove modelos entre 2013 e 2016.
Agora Xing Ling, taxi inglês continua
Exceto uísque, o único
produto inglês com referência mundial é James Bond, o agente 007. Quem assiste
suas aventuras tem a certeza da importância da Inglaterra no cenário político e
econômico mundial – o que não acontece.
Para a Velha Ilha os
danos econômicos da II Guerra Mundial ainda se impõem, e as peculiares
características do ver e do fazer, dos métodos, maneira de pensar e seus
produtos a distanciaram do mundo e da competição econômica. Em economia o forte
da Inglaterra não é o produto das revoluções industriais, mas a improdutividade
social dos serviços financeiros.
Em automóveis já não
mais lhe pertence o controle da miríade das então suas marcas. Todas se foram.
Das remanescentes, Rolls é BMW, alemã; Bentley, VW, idem. Jaguar e Land Rover,
indianas. Aston Martin não se sabe ao certo, de controle e capital distantes.
MG é chinesa. Lotus, Malásia. Resta-lhe Morgan, com manufatura dos anos 40, e
fila lembrando os prazos do pós-Guerra.
Até o taxi inglês, o
Hackney, em matéria de automóvel grande e personalística referência, alto,
confortável, 1,30m de espaço para passageiros no banco posterior, motorista
separado, rampa para receber cadeira de rodas, e inacreditável capacidade de
retornar em 8,5m, perdeu controle inglês há tempos e quase vai para o buraco
negro da inviabilidade. Salvou-o, quem diria, os Xing Ling do chinês Zhejiang
Geely Group, adquirindo controle de investidora de Hong Kong, administrando
processo de concordata.
Pagarão 12,8 milhões de
euros, dinheiro pequeno na atividade, para recebe-la limpa e sem débitos. A
Geely é a dona da sueca Volvo Cars.
23.000 Hackney são o
transporte oficial em Londres, com reposição anual de 1.400, mas os chineses
querem manter a pequena fábrica – uns 250 empregados - em Coventry, e inovar,
exportando. Venderam 1.000 unidades para montar na China e entregar no
Azerbaijão.
Poderiam estender seus
olhos para o Brasil e convencer autoridades e os novos alcaides locais serem
muito mais adequados ao serviço de taxi que os nossos improvisados carrinhos de
mãe de família.
Programa em S Paulo: Giugiaro
Em S Paulo entre 7 de fevereiro e 31 de
março ? Gostas de design e história ?
Aproveite e vá ao Museu
da Casa Brasileira, para ver exposição patrocinada pela Volkswagen “Giugiaro: 45 anos de design italiano”.
É o Designer do Século, e com ele a marca
alemã tem décadas de intimidade. É dele a fórmula que permitiu à Volkswagen
deixar o ínvio caminho de carros maiores com motor de cilindros contrapostos,
como foi a série 412 substituída pela criação do quase jovem Giorgetto. O
automóvel era o Passat, simplificação charmosa do Audi 50. Do entrosamento
surgiram o esportivo Scirocco, a primeira geração do Golf, e toda a história
conhecida.
O talento de Giugiaro é
multi facetado e o cara desenhou de
tudo. De Gordon Keeble – sorry -;
Alfa GTV – com plaquinha do Bertone, onde trabalhava; Fiats Uno, Palio, a atual
geração Weekend; Subaru SVX; macarrão; garrafa de água mineral, .... levou à
ligação permanente com a Volkswagen. A montadora, estruturando projeto onde
poucos viam concretude, ser a maior do mundo, chegou a barreira física: tinha designers de nomeada, como Walter De
Silva, também milanês, autor de Alfa 145, 146, 156, 166, e a impossibilidade
física de criar produtos para suas então 11 marcas. Escolheu a melhor e a menos
complicada em sucessão, foi ao mercado e comprou 90% da Italdesign, criada em
1968 por Giugiaro e o eng Aldo Mantovani. Este saiu para rica ociosidade;
Giugiaro tem posto honorífico; Fabrizio, seu filho, conduz a empresa.
É a última das grandes
casas italianas de design a
sobreviver. A mostra, nestes tempos de automóveis insossos e sem personalidade,
é retrato histórico que não se pode perder.
Av Faria Lima, 2.705,
terça a domingo, das 11 às 18h.
Roda-a-Roda
De fora – Peugeot argentina, diz o bom sítio Argentina
Autoblog, venderá motonetas e bicicletas. A Cycleuropa, produtora na Europa,
abriu filial no vizinho. Para fazer motonetas Peugeot credenciará empresa.
Aqui, nada.
Aproximação – Chinesa Chery construindo fábrica no Brasil
habilitou-se no Inovar-Auto, projeto oficial para desenvolver componentes e
baixar barreiras de importação. A inclusão permite reduzir o IPI. Quer produção
local em 2014.
Lição
– Em processo de aproximação com Pernambuco, onde terá monumental operação, a
Fiat levou a viagem à Itália e à Sérvia, diretores e professores de ensino
técnico e engenharia: apresentar operações no conceito WCM, World Class Manufaturing, padrão mundial de manufatura.
Política
– Pegou pesado. A viagem mostra três exemplos de como a política atrapalha
investimentos e arrisca empregos. No Sul da Itália, Pomigliano Del Arco, tão
inexperiente para fazer carros quanto em Goiana, Pe, montava o ótimo Alfa Sud.
A Alfa era, então, estatal, e a gestão sindicalista, com trapalhadas e
influências liquidou produto e negócio.
Exemplo
- Cassino, fábrica robotizada, efeito demonstração aos sindicatos de
metalúrgicos e afins que, em caso de jogo duro, ser capaz de fazer carros com
mínima mão de obra. Tem outro objetivo: reformulada fará Alfas – como uma parte
da nova fábrica Fiat em Pernambuco.
... 2
– Ida à ex Iugoslávia e agora Sérvia, porquanto lá se produzia o Yugo, o Fiat
126 sob gestão comunista. Descompromissada com qualidade e processos, conseguiu
unanimidade: era “o pior carro do mundo”.
Evidência
– 87,4% das campanhas de recall
realizadas em 2012 foram para automóveis e motocicletas, indica o Boletim
Recall da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça. A luz
vermelha pisca, intensa, em nome de melhora de qualidade de peças e na montagem
destes itens da mobilidade.
Atendimento – Cruzamento de dados entre fabricantes e Denatran
indica, menos da metade dos veículos atende aos chamados para sanar defeitos –
e, bombas circulantes, deveriam ser apreendidos. Os terceiros frequentadores do
veículo e das vias públicas nada têm com a irresponsabilidade do proprietário.
Status – Renault decretou o fim
do nível de status superior a
usuários do utilitário esportivo Duster e do sedã Fluence. Vendeu 820 a outros
clientes, serviços, identificação: PM do Paraná, carro de polícia.
Pega – Maior disputa em vendas no mercado nacional se
trava entre Ford EcoSport e Renault Duster, pela mesma clientela. Ford
liderava, com produto no ocaso, Duster apareceu e tomou a frente. Ford fez novo
carro, a Renault fechou para reforma, Ford comemora liderança em janeiro.
Apenas em abril ou maio aparecerá a verdade da liderança – ou seguirá
alternada.
Venda – Todos os SUV perderam vendas se comparados
dezembro de 2012 e janeiro 2013, exceto VW Tiguan vendendo 706. O número não é
excepcional, apenas colocara minguados 396 em dezembro. O Tiguan é o melhor da
categoria, mas 9º em vendas. O gigantismo da VW não o valoriza.
Aliás – Pelo excepcional mercado brasileiro de SUVs a
Honda fará seu novo modelo, sobre a nova base do Fit/City, e a VW terá o
pequeno UP! Taigun.
Usados – Carros usados cresceram 42% em vendas em
Janeiro, diz a Matel Produções, organizadora de feirões de usados em S Paulo e
Belo Horizonte. Eduardo Ribeiro, controlador, interpreta a elevação dos preços
dos carros novos pelo fim da redução do IPI aos 0 km, e melhores preços de
venda em relação aos oferecidos pelas concessionárias.
Medida – Janeiro foi surpresa para o varejo do comércio:
cresceu 18%.
Moto – Mal chegou e a Triumph, de Manaus oferece o
modelo Speed Triple em condições
especiais: 50% = R$ 21.450 de entrada, e 24 x R$ 996. Três cilindros, 1.050 cm3
e 133 cv.
Ecologia – Banco do Brasil criou consórcio para veículos não
poluentes. Pelos valores, entre R$ 1.500 a R$ 3.000, bicicletas e patinetes
elétricos. Mensais a partir de R$ 48 e prazo até 36 meses. Sem taxa de adesão,
juros ou IOF. Mais:
Ocasião – Para
quem gosta de automóveis e está no roteiro do The Great South American Challenge 2013, rali reunindo 30
automóveis antigos referenciais - Itala 1907, Bentley 1927, BMW CS 1971... Do Rio de
Janeiro, Bolívia, Peru, Chile, até Ushuaia, extremo sul argentino.
Onde – Rio, Hotel Sheraton, 14 a 16fev; Maresias, SP,
Beach Hotel, 16 e 17fev; Curitiba, Pr, Hotel Radisson, 18, 19 e 20fev; Foz, PR,
Iguassu Resort, 20 e 21 fev; Corumbá, MT, Hotel Nacional, 21 e 22 fev. Mais ?
Antigos
– Texto sobre o Pé na Tábua publicado
na Coluna, provocou o pessoal do
circuito Velo Cittá, no interior
paulista, a procurar Tiago Songa, organizador. Entendem, podem fazer o Pé maior, melhor, com mais estrutura e
conforto.
Gente
– Fabrícia Aguiar Oliveira, 1ª. colocada
como cadete aviadora da Academia da Força Aérea, deu baixa. OOOO Passou concurso Auditora da
Controladoria Geral da União. OOOO
Nada a ver, sem emoções, mas salário incomparável. OOOO
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