A recessão nos Estados Unidos influenciou profundamente o modo como os consumidores decidem suas compras e os aspectos que valorizam em um automóvel. Este foi o tema de Jim Farley, vice-presidente executivo global de Marketing, Vendas e Serviços da Ford e Lincoln, no discurso de abertura do Salão Internacional de Nova York.
Entre as
tendências que estão transformando a indústria ele citou as mudanças no
segmento de luxo, a ascensão do público feminino e o aumento do foco na
economia de combustível e uso das plataformas móveis.
"A dúvida
se os consumidores estão voltando para o mercado já terminou. A questão agora é
o que eles querem e esperam de nós e se estamos preparados para
atendê-los", disse Farley.
Mudanças no
luxo
O luxo não é
mais definido pelo preço, tamanho e exclusividade. "As pessoas não estão
mais associando o luxo ao valor da etiqueta", disse Farley. "Elas
buscam alta qualidade, desempenho e equipamentos em carros menores e com níveis
de preço mais razoáveis."
Os utilitários
compactos, por exemplo, são os veículos que mais vêm crescendo dentro do
segmento de luxo nos Estados Unidos, com um salto de 60% em 2012 e mais de 200%
nos últimos quatro anos.
Poder das
mulheres
Embora a geração
nascida no pós-guerra, os chamados "baby boomers", continue a ser a
mais influente no mercado, Farley destacou as mudanças trazidas pelas mulheres,
hispânicos e "geração Y", jovens nascidos no novo milênio. Uma das
mudanças mais fortes é o poder crescente das mulheres. "Mais de 1 bilhão
de mulheres entrará para a classe média até 2020 e muitas irão comprar um
automóvel pela primeira vez", disse Farley.
A rápida
urbanização está levando as mulheres para as cidades em todo o mundo, onde elas
trocam o trabalho rural por carreiras em várias profissões. As consumidoras
mulheres estão superando os homens pela primeira vez nos Estados Unidos.
Plataformas
móveis
Os dispositivos
móveis estão mudando todos os aspectos do mercado automotivo - desde o
marketing e compra à experiência dentro do veículo. "Precisamos aprender a
pensar do modo que os nossos consumidores já fazem - eles vêm primeiro e estão
no controle", disse Farley. "A maioria de nós reconhece que a
mobilidade dá poder aos consumidores, os coloca no controle do processo de
compra e muda as suas expectativas."
Cerca de uma em
cada sete pessoas hoje no mundo usa um smartphone e isso tem uma grande
influência na indústria automotiva.
Economia de
combustível
Uma das maiores
mudanças produzidas pela recessão nos Estados Unidos, em todas as faixas de
consumidores, é o aumento do foco na economia de combustível. Ela é hoje uma
das principais razões de compra dos automóveis e provocou uma guerra de
informação no mercado.
"Há hoje
uma enxurrada de anúncios de 'carro mais econômico da categoria' bombardeando o
consumidor", disse Farley. "Isso gera cada vez mais confusão na hora
de decidir a compra. Com a conectividade nos carros e a proliferação de
dispositivos móveis, temos oportunidade de dar informações melhores e mais
relevantes para os consumidores entenderem o que esperar do desempenho de um
veículo."
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