Nos tempos de bonança econômica e preço de combustível
barato do século passado era possível comprar, no exterior, automóveis produzidos
em pequena série ou por encomenda. Em geral carros esporte de alto desempenho e
desenhos ousados. Aos poucos, as exigências de segurança e de emissões, além da
concorrência de grandes fabricantes, apertaram as finanças e várias empresas
fecharam as portas.Entretanto, não impediu o surgimento de algumas novas marcas
que tentam se acomodar em nichos de mercado. Uma delas, a alemã Roding,
apresentou um interessantíssimo roadster (conversível de dois lugares), no
último Salão de Genebra. A empresa, criada por engenheiros focados em emoção
pura, tem produção artesanal, embora utilize processos modernos e permita alto
grau de personalização. Cada carro é colocado sob responsabilidade de um
técnico-líder do começo ao fim da linha de produção.
Principal característica é o baixo peso: apenas 950 kg. O
monocoque, feito inteiramente em plástico reforçado por fibra de carbono de
alta qualidade e fabricação própria, inclui colunas dianteiras e arco anticapotagem
integrado neste material. Rigidez estrutural atende os quesitos de testes de
colisões mais rigorosos. Motor turbo de seis cilindros em linha, da BMW,
colocado na posição central traseira (transversal), 3 litros, desenvolve 320 cv
@ 5.800-6.000 rpm e 46 kgf∙m @ 1.300-4.500 rpm.Esse conjunto alcança relação
peso/potência excelente de 3 kg/cv (melhor que o Alfa Romeo 4C, por exemplo, 4
kg/cv). Permite, assim, aceleração de 0 a 100 km/h em 3,9 s e velocidade máxima
de 285 km/h. Com distribuição de peso 60%/40% (eixo traseiro/dianteiro) pode
gerar acelerações laterais de 1,4 g para quem quer exigi-lo em curvas. As
dimensões ajudam a explicar suas intenções: 4,11 m de comprimento, 2,02 m de
largura (com espelhos) e 1,19 m de altura, além de entre-eixos de 2,49 m. Seu
teto é divido em dois painéis que, retirados e armazenados no capô dianteiro, transformam
o cupê em conversível, como muitos europeus adoram e podem curtir. E o interior,
de fino acabamento, tem todas as partes estruturais em alumínio forjado.
Suspensões independentes dispõem de triângulos
superpostos usinados em máquinas de controle numérico computadorizado.
Amortecedores são ajustáveis em compressão e expansão, manualmente. Da mesma
forma, altura do carro e cambagem/convergência. Assistência à direção,
opcional, completa a capacidade de escolha do motorista: se deseja mais
aderência (grip) ou escorregamento (drift). Pneus 225/40 R 18, na frente e
255/35 R18, atrás utilizam rodas de 8 e 9 pol. de largura, respectivamente.O
estilo do Roding destaca o capô longo típico dos roadsters. Porém, o motor central
traseiro que colabora para sua dinâmica, ao mesmo tempo libera surpreendente
volume útil frontal de 330 litros. Bagagem de fim de semana estará bem
acomodada.Há, ainda, uma grande sacada de projeto, inédita em carros esporte de
motor central ou traseiro: túnel estrutural se comunica com o porta-malas
dianteiro. Isso permite colocar objetos longos (esquis ou bolsa de golfe), de
até 1,75 m, convenientes para esportes de inverno e verão. Diversão em alto
grau.
PERFIL
Fernando
Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e
consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de
comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É
publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda,
correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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também através do twitter: www.twitter.com/fernandocalmon
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