Coluna 2514 18.06.2014 edita@rnasser.com.br |
Araxá, a hora da elegância
Pico do antigomobilismo brasileiro, o Encontro de Araxá, formalmente
dito Brazil’s Classic Fiat Show –
referência ao patrocinador maior -, reúne no largo final de semana o topo da
qualidade e das novidades do setor. Nesta 21ª. edição, dentre os 300 veículos
admitidos, destaque maior será um Ferrari
212 Export Barchetta de 1952. No caudal, um Bugatti Tipo 57, Atlantic, de 1937, um dos mais marcantes.
Representantes pontuais, dois Packards dos anos ’20, nunca restaurados;
Hispano-Suiza 1911, pioneiro na pioneira coleção Roberto Lee; Alfa Romeo 2300
de 1974 nas comemorações dos 40 anos de início de produção deste modelo; e uma
treliça da Fórmula Brasil, construção pela Indústria
Brasil de Automóveis, acreditada como única remanescente.
Aval de relêvo, terá a presença de acervo representando quatro museus.Um dos pontos elevados da programação, fruto da visão de
internacionalização dos dirigentes do antigo Veteran Car Club de MG, agora um
Instituto Cultural, será o leilão de veículos antigos, único no segmento.Festa séria, instrutiva, divertida, outros pontos de destaque são os
automóveis ali nunca expostos, a feira de peças, acessórios, serviços e artes
ligadas aos automóveis, atraindo vendedores argentinos. Haverá, ainda,
lançamento de livro do ex presidente e jornalista Boris Feldman.
O organização, capitaneada pelo experimentado Otávio Pinto de Carvalho –
Dr Otávio fora de Araxá -, bem se adequou à redução do patrocínio pela Fiat
Automóveis – o fabricante convive com a queda de vendas e o cronograma de
investimentos para implantação de grande fábrica, geradora de polo
automobilístico a partir de Goiana, Pe, contendo gastos não produtivos. Diz
Carvalho a redução do orçamento determinou o corte de supérfluos não
antigomobilísticos, como o baile, porém mantida a essência, como o sedimentado
leilão, e a criação de condições para atrair o acervo dos museus.
De rodas
O Ferrari 212, visto como o veículo de maior projeção é modelo importado
para as corridas da época, quando a Ferrari era apenas um artesanal produtor de
carros de competição. Encerrou seu ciclo e foi encontrado no Rio de Janeiro
pelo colecionador paulistano Flávio Marx, o primeiro a ter foco preciso em
veículos com histórias, corridas ou conversíveis. No período a parte mecânica
foi vendida a colecionador interessado em criar documentação para outro
Ferrari; Marx passou; seus herdeiros resolveram vender parte da grande coleção
para restaurar o restante.
Alberto Pamos, chegado ao movimento, comprou-o e acabou cedendo-o ao
corajoso Antônio Beira: mandou-o ao Ferrari
Classiche, departamento da fábrica, especializado em peças e serviços,
refez motor, câmbio e o automóvel. Apenas 28 foram construídos e, quando
lançado, seu motor V 12, 2,6 litros, 150 hp permitiram vencer o Giro di Sicilia, e o Giro di Toscana. É visto como dos mais
desejáveis – e valorizados – dos vintage
Ferrari.
O Bugatti Tipo 57 Atlantic é um dos mitos do mítico fabricante francês.
Elegante, como todo o entorno da família Bugatti, foi projetado por Jean, filho
e teoricamente o sucessor do gênio Ettore. Construção mecânica primorosa,
carroceria em Electron, liga leve de alumínio e magnésio, moldada à mão em duas
metades espelhadas, emendadas em longa aleta percorrendo o teto até o arremate
traseiro. É referência mundial de refinamento construtivo, design com foco aerodinâmico, redução de peso, distinção.
O Hispano-Suiza 1911 carroceria Alfonso III, homenagem ao Rei de
Espanha, foi das primeiras e mais importantes aquisições da nascente coleção
Roberto Lee, e logo base do acervo de seu Museu
Paulista de Antiguidades Mecânicas, então o sexto museu em expressão
internacional.
O Dr Lee se foi, o Museu fechado, e o automóvel dado como exportado,
como o foi a parte mais expressiva de seu acervo. Há alguns anos a herdeira
Mariângela Matarazzo Lee, transferiu o remanescente à Prefeitura de Caçapava,
que adotou cuidados invulgares. Tantos, a herdeira doou à municipalidade o
Hispano insuspeitamente guardado.
O Alfa Romeo 2300 de 1974 representa o início da produção deste
automóvel nacional, há 40 anos. No caso a unidade mostrada pelo Alfa Romeo
Club/MG tem o motor no. 1, primeira vendida no país, no caso pela revenda
Cascão, em Brasília.
Quanto à treliça, estrutura metálica onde se agrupam mecânica e órgãos
funcionais de um carro de competição, é a única sobrevivente de pequena série
da nacional Indústria Brasil de
Automóveis, pequeno empreendimento de produção artesanal, instalado por
Francisco – Chico – Landi, ídolo
brasileiro das corridas, Toni Bianco,
mago construtor, e Eugênio Martins, engenheiro visionário. Pretendiam criar
categoria nacional, com monopostos utilizando motores brasileiros, substituindo
as antigas baratinhas de corrida,
desgastadas, perigosas por manutenção restrita pela falta de componentes.Não deu certo e a iniciativa se encerrou em cinco unidades. A exposta,
reconhecida pelo icônico Toni Bianco, teria utilizado motor de Alfa Romeo/JK de
acordo com a sequência de proprietários.
Como o Alfa 2300 integra o acervo do Museu
Nacional do Automóvel, focado em resgatar marcos da história do automóvel
no Brasil, tidos como desaparecidos, como o fez com o IBAP Democrata, o FNM
Onça, os Willys Gávea e Capeta.
Momento
O movimento colecionista brasileiro passa por período novidadoso: às
mesmas datas, em paralelo ao evento de Araxá, chancelado pela Federação
Brasileira de Veículos Antigos, promove-se outro, em Águas de Lindóia, SP. Efeito
prático, dividem a oportunidade, o mesmo público interno e externo, se
enfraquecem.
As mazelas exibem a fraqueza ou a omissão da entidade criada para
coordenar – e, pela prestação de serviços, fazer-se respeitar pelos órgãos
públicos envolvidos, pelos clubes e colecionadores, a Federação Brasileira de
Veículos Antigos. Entretanto tais objetivos já não são alcançados, e a entidade
permite a dúvida do porquê de sua pomposa e ineficaz existência.
Roda a Roda
Câmera – Para proteger crianças governo dos EUA tornou obrigatório uso de
câmeras de ré a automóveis, utilitários esportivos e picapes em 2018. Há
pressões para liberar o número e seu posicionamento, previsto a velocidade
tecnológica superior aos parâmetros do regulamento.
Kamaradas – Crise na marca Lada – queda de 15% quando o mercado russo perdeu
4% -, fez a direção Renault-Nissan, sócia dirigente da AutoVAZ, cortar 13.000
trabalhadores – os cálculos iniciais eram de 7.500.
Enfim – MMC/Mitsubishi iniciará produzir o sedã 4 portas Lancer em Catalão,
GO. Agosto. Grande mudança. A empresa se marcou por utilitários 4x4, tornou-se
emblema de tais habilidades, agora se amplia e inicia o caminho dos sedãs.
Sinal de crescimento, deixa de ser concorrente pontual e entra na arena geral.
Mais um – Ajustes para produção da van Vito na Argentina,
incluem conclusão dos estudos para lá fazer picape Mercedes, informação
antecipada pela Coluna.
Leque – Audi incluiu mais um produto em sua grade,
o RS Q3. É a combinação do utilitário esportivo Q3 com motor de cinco
cilindros, 2,5 litro, 310 cv de potência e aproximados 42 quilos de torque,
permitindo ir da imobilidade aos 100 km/h e pelas sete marchas da transmissão
chegar a cortados 250 km/h.
Re call – Chrysler chama
Cherokees de distante produção, 2002 a 2004 para intervenção no módulo do air bag, para evitar acionamento não
desejado. Para conferir chassis, 0800 703 7150 e www.jeep.com.br
+ - Suzuki também alerta usuários de Jimny fabricados entre 26/12/2012 e
27/05/2014. Parafuso do tirante auxiliar da suspensão. Para informações, 0800
770 2280 e www.suzukiveiculos.com.br
Mais – Levantamento sobre compra de taxistas no primeiro quadrimestre indica
o VW Voyage como o preferido, vendendo 2.786 unidades, volume em 6% superior ao
período em 2013. No geral o Voyage tem 16% das vendas.
Expansão – Mesma VW iniciou exportar o up! para abastecer o mercado argentino.
Depois, América Latina.
Negócio – A fim de ser revendedor Citroën e Peugeot? Habilite-se.
Duas marcas revisam com lupa a operação de seus representantes. Querem
qualidade, vendas, lucros. Daí, mudanças e oportunidades.
Não – Dafra, empresa manauara especializada em vender serviços para a
montagem de motocicletas a diversas marcas – BMW, Ducati, - desmente informação
do mercado, de ter cliente adicional, a estadunidense pioneira, centenária
Indian, para a Polaris de quadriciclos.
Ecologia – Nestes tempos tristes, prévios de eleição,
onde em S Paulo o PSDB e o PT fogem da responsabilidade quanto a preparar-se
para enfrentar o desabastecimento d’água, e deixando a questão para solução
celeste, notícia para melhores tempos no futuro.
Parte – Não é boa como político comprometido com a população, mas o
varejo do menor consumo de àgua: Nissan dispõe de tinta auto limpante,
hidrofóbica e oleofóbica, impedindo aderência de sujeira. Redução do ICMS pela
economia de água pode justificar lançamento.
Gente – PSA, holding de Peugeot e Citroën, completa o
time. OOOO Mudanças dividem mundo por áreas, acúmulo de funções. OOOO Luso
Carlos Gomes dirigente do grupo no Mercosul, assume América Latina. OOOO
PSA está em catarse para fazer caixa positivo, afastar maus espíritos, ter
futuro. OOOO Michael Schumaker, hepta campeão,
de volta. OOOO Saiu do longo coma e
inicia recuperação. OOOO Quem é
vencedor, o é. OOOO
Quase pronta a fábrica Fiat
em Pernambuco
Menos de quatro meses faltam para a Fiat acionar as máquinas, fazer
vibrar o solo, iniciar a cadência dos
passos da manufatura, começando produzir veículos em Pernambuco. Precisamente
na cidade de Goiana, perto do porto de Suape, facilitador para o trânsito do
recebimento e entrega de peças e carros completos.
Não é apenas mais uma fábrica, reunião de galpões para construir um
veículo, vende-lo, entregá-lo. Operação maior, inclui-se em projeto de política
pública de distribuição de atividades e renda para o Nordeste. E, no caso, a
Fiat aplica o vitorioso projeto implantado em sua fábrica em Betim, MG, a Mineiração dos Fornecedores. Ante a
evidência que maioria esmagadora dos fornecedores estavam fora do estado, e que
o fornecimento de auto peças demandavam logística, incrementavam os custos de
produção e o valor final do produto, foi a campo e conseguiu atrair às suas
cercanias tais indústrias, tornando-as mineiras.
Repete o feito em Goiana. Hoje o grande espaço pós terraplanagem tem
erigido 85% do formato final, com 12 galpões destinados a 17 fornecedores
aplicados a abastecer diretamente a linha de montagem. Não será filial de
Minas, mas operação autônoma, iniciando com um produto Jeep – agora sua
controlada -, o Renegade, utilitário
esportivo, o menor da linha Jeep. Motor próprio, o 1.8 16V EtorQ, e opção com
diesel importado.A parte fabril terá independência industrial. Prensas para moldar as
partes da carroceria, linha de solda, pintura, montagem, e o controle de
exatidão em dimensões e pesos, a Metrologia. A capacidade industrial é de
máximos 250 mil veículos ano.
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