Coluna
0816 - 20 .02.2016 edita@rnasser.com.br
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Toro, a boa
fórmula
Fiat apresentou
o decantado Toro, seu picape quase grande, cabine dupla, variadas versões:
motores 1,8 flex e 2,0 diesel; transmissões automáticas de 6 e 9 marchas,
mecânica 6M. Misturou suspensão e trato de automóvel com caçamba grande, colheu
picape confortável.
Carga varia por
versão, entre 650 kg e 1.000 kg, caçamba ampla, com insólitas portas duplas,
ampliada por bandas articuladas formando plataforma resistente a 150 kg de
carga. Parece cuidado à missão traçada pela FCA: ser líder como seu picape
pequeno, o Strada, e vender nada fáceis 4.000 unidades/mês. Ante números de
2015, é para superar o líder S10 GM, circa 2.800 mensais.
Como é
É bonito,
imponente, marcante em estilo, cumprindo o desiderato do projeto, ser um
automóvel em deslocamento e, demandado, responder com valentia, capacidade de
carga e ótimo comportamento permitido pelo conjunto de suspensões independentes
– Mc Pherson frontal e multi link na traseira. A direção elétrica ajuda, sem
roubar potência dos motores, o conhecido 1.8 EtorQ agora Evo com
cabeçote revisto no Renegade, coletor de admissão variável, variador de fase
para as válvulas de admissão, e curioso adjutório, sistema de válvulas no
coletor de admissão, conduzindo o fluxo de mistura combustível por dutos longos
se demanda por torque, ou por caminho curto por potência. Arranjo melhora a
operação, com 80% de torque às 2.000 rpm. Com gasálcool faz 135 cv como
potência plena, e 18,8 kgfm de torque. A álcool, respectivos 139 cv e 19,3 kgfm
– dosagem usual a motores 2,0, pouco vista em mileoitos. Diesel, de
produção própria, quatro cilindros, turbo, intercooler, 170 cv de
potência e 35,7 kgfm de torque. No caso, na versão Freedom, caixa automática ou
manual de 6M, 4x2 ou 4x4 – carro de trabalho, e na de topo, a Volcano, com
transmissão automática de 9M, 4x4, automóvel de agroboy. Não tem
caixa redutora, mas bloqueio eletrônico na primeira das 9 marchas da transmissão.
Dentro, cinco
lugares verdadeiros. Painel com partes do Renegade, confortos elétricos,
eletrônicos, plásticos com junções corretas e contato amigável.
Em comprimento
medeia entre o Renault Oroch, por alguns visto como concorrente, e os picapes
antes médios e agora grandes – GM S10, Toyota HiLux, Ford Ranger, Mitsubishi,
Nissan ... Está em categoria por ela batizada de SUP – Sport Utility
Pick Up, e a combinação quer fazer adequado ao slogan criado para o
produto, Infinitas Possibilidades.
Caminho
Projeto
brasileiro, postura corajosa. Feito na fábrica de Goiana, Pe, mais moderna do
grupo FCA no mundo, divide plataforma criada por Claudio Demaria, engenheiro
chefe no Brasil, dita Small Wide com o pioneiro Renegade e o futuro
Compass – leia notícia própria. Tração dianteira – nos diesel com transmissão
automática de 9M há tração total.
É nacional com
veleidades de comércio exterior, buscando atingir Mercosul, América Latina e
México.
No caminho do
projeto, como a Coluna então noticiou, para melhorar a tração
frontal, o eixo traseiro foi deslocado para trás, sendo pioneiro picape a
entrar na atual moda automobilística mundial, os corners, rodas
nas extremidades. Tal solução dinâmica trouxe resultados de conforto. Com ampla
distância entre eixos de 2,98 cm, os espaços internos geram conforto
incomparável ante outros picapes cabine dupla. Diz a FCA, não há diferença de
comportamento entre caçamba vazia e carga total. Peter Fassbender, designer mor
da empresa no Brasil, conseguiu harmonia estilística no projeto, com linhas
penetrantes e assinatura luminosa atrevidas para um picape.
Dentro
Um jovem
engenheiro expunha os cuidados com a formulação do interior, dos confortos ao
tato, da ergonomia. Dentre as peças sobre uma grade, uns envelopinhos de Perfex
chamaram-me atenção, ouvindo ser novo tipo de absorvedor de barulhos,
substituindo as mantas betuminadas. Perguntei se não oneraria custos, e ouvi, a
FCA não limitou o projeto. Curiosidade em dias de economiza até em número de
fios da rosca de parafusos.
Todos os Toro
são bem compostos, incluindo direção elétrica, rádio com BlueTooth e entrada
USB, computador de bordo, ar condicionado, sensor de estacionamento, piloto
automático, trio elétrico, lanterna de neblina. Em segurança, apoios de cabeça
e cintos de segurança de três pontos a todos os passageiros, engates Isofix
para cadeiras de crianças, controles de tração e estabilidade, auxiliar de
partida em rampa.
Fora
A caçamba,
incorporada à cabine em construção monobloco, absorve 820 litros. Com as portas
traseiras abertas e as bandas baixadas, a capacidade aumenta 450 litros.
Sistema prático, permite manusear a carga sem dobrar-se para vencer a
tradicional tampa. 20,5 cm livres do solo.
Não endosso
capacidades tipo consumo, velocidade máxima, habilidades da tração total.
Curiosamente o test-drive foi contido, corrido, sem ocasião
para sentir a diferença de comportamento com ou sem carga ou a tração 4x4.
Quanto
custa
Versão
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Motor
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câmbio
|
tração
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R$
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Freedom
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1.8 flex
|
auto 6V
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4×2
|
76.500
|
Openning Edition
|
1.8 flex
|
auto 6V
|
4×2
|
84.400
|
Freedom
|
2.0 diesel
|
manual 6V
|
4×2
|
93.900
|
Freedom
|
2.0 diesel
|
manual 6V
|
4×4
|
101.900
|
Volcano
|
2.0 diesel
|
auto 9V
|
4×4
|
116.500
|
Produto novo,
criou núcleo especializado em cada revenda, tabelou revisões – a 10 mil km para
motores Otto e a 20 mil km nos Diesel -, e pode incluir seu custo na tabela de
financiamento.
Entusiasmado,
Norberto Klein, diretor da Mopar – leia Môpar -, área de peças e acessórios,
montou operação na fábrica para atender à colocação de acessórios demandados à
hora do cliente conformar o carro de acordo com seu gosto.
Innova, o Toyota
com 7 lugares
Toyota Argentina
terá terceiro produto em 2017, o Innova, mini van com três fileiras de bancos e
sete lugares. Lançado dia 2 na Indonésia, confirmado por Daniel Herrero,
presidente da Toyota no vizinho país, ao bom sítio Autoblog.
Parece, recente
lançamento do Vito Mercedes-Benz, ocupando espaço livre no mercado sul
americano, cutucou a empresa, apesar de estar no limite da capacidade
industrial e em mudanças internas para aumentá-la.
Fácil
construí-lo pois baseado em chassis e mecânica do picape Hi Lux e do SUV SW4
construídos pela Toyota em Zárate, beiradas de Buenos Aires. Para o Brasil,
cliente maior da operação argentina, motor diesel substituído pelo L4 ciclo
Otto, 2,7, antiga opção dos picapes Hi Lux, atualmente não disponível.
Luiz Carlos
Andrade Jr, VP da Toyota do Brasil, contraria a declaração de seu colega
argentino, e diz não ter planos
concretos.
Compass, o nome
do Projeto 551
Compass será o nome do Jeep ora chamado
Projeto 551. Está em final desenvolvimento e testes. Será o terceiro produto da
fábrica da FCA em Goiana, Pe, ao lado do pioneiro Jeep Renegade, e do picape
Fiat Toro em início de produção, trinca sobre a plataforma básica batizada de
Small Wide.
O Compass será
da família Jeep, segundo degrau na escala de produtos, sem concorrer com o
Renegade, veículo de entrada nesta marca, pois maior, com decoração e conteúdo
superiores.
Projeto e
definição de mercado traçados fora do Brasil, pois a pretensão ultrapassa
fronteiras nacionais, mas cruzar fronteiras substituindo dois produtos Jeep, o
Compass e o Patriot. Outubro, Salão do Automóvel, vendas em 2017.
Audi Sportback
RS3, cara de hatch, andar de GT
É, dentre
automóveis médios, o de comportamento mais marcante: O a 100 km/h em 4,3 s; 60
km/h a 100 km/h em 4ª marcha em apenas 4,1s. Poderoso foguete é o Audi RS 3
Sportback, e custa praticamente dois sedãs A3, com R$ 291 mil escritos em sua
etiqueta.
Em ano difícil,
intensa disputa com as colegas alemãs, Audi traz o RS Sportback como
referência. Quatro portas, traseira em hatch, invejável conteúdo
tecnológico: motor 5 cilindros, 2,5l, pouco imagináveis 367 cv, válvulas com
abertura variável, até 1,3 bar de pressão no turbo, injeção direta de
gasálcool, câmbio automático de 7M, tração total para conviver com tal
cavalaria, mecânica apta a suportar demandas por rendimento. Preciosismos
como flaps no coletor de admissão para entrada turbulenta na
câmara de combustão, nos tubos de exaustão para gerar rugido esportivo, e
montagem manual. Bancos em couro, laterais das portas em Alcantara, fibra de
carbono. Poucas unidades.
Roda-a-Roda
Volta – Queda
de vendas experimentada pela Volkswagen, resultante da descoberta de emissões
poluentes por seus motores acima da barreira legal, parou e iniciou retomar
crescimento. Na China cresceram 15% em janeiro, e em suas 12 marcas, 3,7% -
847.800 vendas. Maiores quedas, Brasil e Rússia.
Moda – Onda
mundial, os SUV, utilitários esportivos, e os SAV, atléticos esportivos, atraem
marcas luxuosas e esportivas, distantes deste segmento– Lincoln, Cadillac,
Mercedes, Bentley, Porsche. Rolls-Royce testa o seu, Maserati prepara
lançamento, e Ferrari teve negada qualquer iniciativa.
Mais ou menos –
Sergio Marchionne, CEO da FCA, sob cuja ampla sombra está a Ferrari, descartou
possibilidade. Porém, para o Salão de Genebra, março, marca de Modena prepara trapizonga estético-mecânica
tipo meio caminho.
FF – É uma
ex berlinetta, acupezada estirada para abrigar
quatro passageiros, tração total e movimento direcional nas rodas traseiras
para facilitar uso em baixa aderência – como o SUV Audi Q7. Motor exclusivo
Ferrari, V12. Faz 680 cv a 8.000 rpm, 0 a 100 km/h em 3,2s, final em 335 km/h.
Pesado, 1.800 kg.
Caminho –
Por classificação inglesa tem morfologia de Break, station wagon,
e batizado GTC4Lusso. Pelo visto, faltando dois anos e meio para vencer o
contrato de Marchionne com a FCA, já se trata do pós fim.
Mercedes –
Com projeto de incluir picape à sua relação de produtos, como leitor da Coluna soube
por antecipação, Mercedes, Renault e Nissan fizeram acordo. Farão picape sobre
base Nissan, em instalações Renault na Argentina.
Sondagem –
Nova no pedaço, para sentir o mercado, Mercedes moldou protótipo à mão e o
levou secretamente a fórum de design na Austrália, um dos
melhores e mais exigentes consumidores de picape. Mas o segredo vazou pelos
entusiasmados convidados, com direito a desenho.
Individualização –
No projeto tri partite a estrutura será igual, com carroceria idêntica para
aliançadas Nissan e Renault. Porém Mercedes quer linhas exclusivas e
conformação aparentemente seguindo a experiência da Mitsubishi no Brasil –
diesel, tração nas quatro rodas, cabines estendida e dupla.
Diferenças –
Motor Nissan diesel 2,3 litros e 122 cv, todavia com intervenções Mercedes via
AMG, 188 cv. Versões sugeridas, de entrada, simplória, tipo franciscano vivendo
em Esparta; e topo como AMG. No mercado em 2018.
Mico – Por
razão insondável marcas investem para obter a láurea de mais vendida. Se isto
ocorre no mundo inteiro, nos EUA o negócio pega fogo, em especial entre as
marcas ditas Premium, BMW, Lexus, Mercedes. Fim de 2015 BMW surpreendeu e
surgiu com a mais vendida. Superou Lexus por 1.400 unidades e Mercedes por
3.000.
Gato –
Algum norte-americano traduziu frase do humorista Millor Fernandes, e achou que
havia um rabo escondido com o gato de fora. Logo apareceu a mágica. Em dezembro
a BMW pagou a cada revendedor US$ 1.750 para comprar as unidades cedidas para
servir aos clientes com carros na oficina.
Manobra –
Soluções do gênero são usuais, inclusive no Brasil, nos dezembros montadoras
forçam trocas de frotas das locadoras com enormes descontos, para escriturar
vendas. Mas nos EUA e com tal coragem, foi mal vista.
De volta –
Com direito a apresentação no Col de Turini, no circuito do Rallye
de Monte Carlo, Mônaco, onde construiu sólida base com vitórias, o Alpine teve
volta anunciada por Carlos Ghosn, número 1 da Renault e Nissan.
Re edição –
Apresentou o protótipo Vision buscando identidade visual com o modelo 110 da
então pequena marca francesa. Poucos dados, plataforma e carroceria leves, como
na fórmula original, e motor turbo, quatro cilindros, capaz de ir de 0 a 100
km/h em menos de 4,5s.
Presença –
Vision é efeito demonstração e futuro Alpine em desenvolvimento pela área de
competições da Renault. Quer ter equipe própria e divulgar o produto em
corridas. Será construído em Dieppe, berço da Alpine. Salão de Paris, setembro,
vendas em 2017, concorrente do Porsche 718, o Boxster
Polêmica –
Dr Helmut Marko – tratamento porquanto ex juiz de direito -, ex piloto de
Fórmula 1, recordista em Le Mans, e hoje conselheiro da Red Bull, fez
declaração provocativa:pilotos de Fórmula 1 ganham demais.
Razão – Os
de ponta como Lewis Hamilton, Fernando Alonso, Sebastian Vettel, algumas
dezenas de milhões de dólares anuais. Para Marko duas razões: hoje os
riscos de acidentes sérios são muito reduzidos; e, a tecnologia
aplicada exige cada vez menos dos pilotos, com decrescente influência nos
resultados.
Contra –
Nikki Lauda, ex piloto de Formula 1, hoje líder da área de corridas da
Mercedes, também austríaco e filho de banqueiro, contrapõe: não ganham
muito relativamente ao montante de recursos envolvido na categoria...
História –
Colecionadores de veículos Auto Union DKW construídos no Brasil pela Vemag S/A,
querem comemorar os 60 anos da assinatura da Resolução GEIA 001 autorizando
empresa a produzi-los.
Festa –
Festa será no dia 30 de julho, data do documento oficial, na rua Vemag, S
Paulo, em frente a portão remanescente do prédio original onde operou a
empresa. Por ele passaram quase 120 mil veículos da marca.
Gente – Hasan
Allgayer, engenheiro com mestrado e MBA, mudança. OOOO Deixa a área de
vendas da Shell na Costa Oeste dos EUA e assume VP de lubrificantes Shell para
Brasil e Argentina. OOOO
Mercedes 60
Mercedes-Benz
inicia comemorar 60 anos de operação no Brasil. História rica, pioneirismos
como a fabricação de motores e ônibus – o então revolucionário monobloco -,
fábricas em São Bernardo do Campo, Campinas, onde produziu ônibus, e Juiz de
Fora, MG, para o Classe A e hoje se aplica aos caminhões.
Fabricante foi a
terceira indústria de automóveis a se fixar em São Bernardo do Campo, então
lugar de fazendas, cerâmicas e algumas pequenas indústrias de móveis. Na
prática era a primeira marca, pois as demais, Brasmotor e Varam eram
representantes autorizados a fazer montagem. Antes do governo JK, tendo na
indústria automobilística um dos espelhos de seu sucesso, vazou o primeiro
motor diesel no país, e logo após, com a legislação baixada para organizar o
setor e atrair investidores, foi um dos projetos aprovados pelo GEIA, grupo
encarregado de analisar propostas de nacionalização de produtos.
Quem estuda e se
interessa pela história da indústria automobilística no Brasil sabe, a vinda da
Mercedes representou muito mais relativamente à dezena de marcas aqui se
implantando naquela época. Era tempo de empresas com problemas buscando solução
em mercados virgens, e Ford, Chevrolet e International, aqui desde o início do
século, eram apenas grandes agregadoras de peças importadas. A Mercedes, então
com mais de meio século e profundas marcas no caminho representou a vinda de
marca sólida, em atividade industrial em espectro sem similar no país àquela
época.
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