Coluna
0916 - 26.02.2016 - edita@rnasser.com.br
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Gol e Voyage, a série Começar
de Novo
Volkswagen se aplicou
para criar atrativos ao Gol e seu derivado Voyage. O Gol liderou vendas 27
anos, subitamente caiu para 5º lugar na preferência dos consumidores, e tal
evidencia provocou necessária intervenção. Supera a mera apresentação de versão
atualizada. Questão complexa, lançamentos são a parte visível do grande projeto
de adequação interna da empresa aos novos tempos do mercado, um sinal da
implantação de um plano de gestão, de recuperação para voltar à liderança em
2018. Daí o Começar de Novo.
Trabalho focou em
três áreas de interação com os sentidos do consumidor: visão, tato, sensações
corporais - e bolso. Reformulou frente e traseira; mudou painel e interior dando-lhe trato de veículo
de maior porte.
Foi racional,
considerando as maiores vendas serem com versões 1.0, aí aplicando o novo, de
três cilindros, melhor performance, menor consumo. Manteve o antigo 1,6 e 104
cv, e neste opção de transmissão automatizada. Em todas as versões, freios
maiores e pneus verdes, com metade do
atrito ante os comuns. E foi agradar a quem não gosta de automóveis, os adeptos
da incontida e inexplicável busca por tecnologia interativa, agregando funções
de conectividade entre o motorista e o mundo exterior. Chamou as intervenções
com rótulo com valor atual, Premium.
Resultado bom, à
altura do desafio, fazer uma ponte entre a angústia do momento e a hora de
substituir a atual geração do Gol, em 2018. Num resumo, carro para dois
públicos – quem gosta de carro e fãs de tecnologia.
Pacote
É junção bem amarrada
de providências, marcando o início de atividades da equipe comercial montada
com autonomia por David Powels, presidente da empresa, iniciando pelo novo VP
de Vendas e Marketing, Jorge Portugal, argentino se expressando em português.
Perceptível o entrosamento entre Presidente e Vice comercial, situação não
vista há uma década.
Portugal, vendedor nato,
motivador, em sua intensa ênfase sobre os produtos, levou-me a imaginar seria o
lançamento de Lamborghini desenvolvido pela engenharia da Subaru...
Este foco contempla
melhorar a aparência, a percepção e ampliar conteúdo. Numa comparação entre
versões Gol e concorrentes, de Ford Ka, GM Ônix, a Hyundai HB, os VW contém
mais equipamentos com preço menor. A iniciativa busca outro vetor: motivar a
rede revendedora, hoje em boa parte com baixa estamina. Um aspecto forte – como
a Coluna antecipou – está na mudança
do slogan – sai o Das Auto e entra a assinatura Volkswagen
– e numa aproximação com o comprador. Como lembrou Portugal, o Volkswagen no
nome indica a ligação com as pessoas.
Na conectividade,
adotou duas versões de tela tátil. Pequena, com 12,5 cm Composition Touch e outra com 15 cm, a Discover Media, com efeito espelho para o celular, GPS, leitura de
mensagens, e um suporte para fixar e/ou reabastecer o telefone. O sistema ao
qual chamam Infotainment – digamos infodiversão -, é o mais completo do
país trazendo o topo das novidades mundiais, o App-Connect, compatível com
tecnologias Apple, CarPlay, Mirror Link e Android Auto. Comandos num volante de
novo desenho, valorizando Gol e Voyage.
Quanto custa
Interessantemente
menos ante as versões do modelo ainda em estoque, e abaixo do preço dos
concorrentes. É um aviso de ter voltado, competitivamente, às vendas. E da
equipe estar una para cumprir o grande projeto de reformulação da empresa, e de
re assumir a liderança em 2018.
Versões
variadas, de 1.0 sem ar condicionado, a 1,6 com transmissão automatizada, topo
da lista, preços entre R$ 31.590 e R$ 58.910.
Mais próximo, o carro anti carro
O carro autônomo, capaz de deixar o motorista lendo
jornal, consultando I.Pad ou passando mensagens, enquanto conduzido por ordens
de computadores a módulos controladores de motores elétricos, é um dos caminhos
ora trilhados pelos fabricantes de veículos. Querem intuir o futuro – e saber
se e como estarão nele.
Parece ficção científica, mas está a caminho de
factibilidade, aperfeiçoando sistemas já existentes, mecânicos e eletrônicos.
A todos, entretanto, levantava-se barreira legal,
questão de responsabilidade civil: a quem atribuir o ônus e as penas em
casos de acidentes com danos?
A Daimler, fabricante dos caminhões Mercedes,
dedicou-se intensamente à parte técnica e ao lobby, obtendo
licença para testá-los em rotas de trabalho, primeiro passo à liberação geral
– assisti a uma das provas e fiquei convencido do fim breve da relativa
importância do operador. Este estava sentado no banco de condução, sem acionar
os comandos, apenas por questão legal. Ordens externas colocavam o caminhão na
estrada, aumentava e diminuía a velocidade, ultrapassava, chegava ao destino –
sem intervenção humana.
A mágica eletrônica aplicada aos veículos abriu
novo caminho aos fabricantes de itens de informática e comunicações, construir
veículos e, ante a possibilidade de concorrência entre o pessoal do chip e os
fabricantes dos veículos convencionais, o mundo do automóvel parecia estar bem
definido: ou os carros seriam desenvolvidos e construídos em conjunto, por
fabricantes de automóveis e de tecnologia eletrônica, ou a parte carro seria
produzida sob encomenda e fornecida ao pessoal dos computadores.
Tudo mudou: o governo dos EUA por sua agência NTHSA
modificou o entendimento jurídico, passando a considerar o robô, ou o sistema
eletrônico, a inteligência artificial da Google controladora do veículo, como
agente na relação jurídica. Como pertencerá a um terceiro, pessoa física ou
jurídica, a este e à sua seguradora caberão os ônus dos danos.
Imediatamente a Google publicou anúncio buscando
engenheiros da mobilidade, controle, robótica, sensores, manufatura, operações,
materiais e marketing. Fabricará seus próprios carros.
Mundo muda. O automóvel expressão da liberdade
individual no Século XX, será um tablet sobre 4 pneus,
insosso, inodoro, comandado por distante e desconhecido computador. Emocionante
como vagão particular de metrô.
Acarajé, Lava Jato e um curioso Alfa
Prisão do lobista polonês Zwi Skornicki, envolvido
no assalto partidário à Petrobrás e preso na Operação Acarajé, ramo
da Lava Jato, levou à apreensão de obras de arte bi e tridimensionais.
Estas, automóveis antigos.
A olhos de colecionadores, a relação dos veículos é
uma juntada sem foco ou direção por origem, marca, morfologia. Entretanto, a olhos
policiais haverá curiosa evidência. Por exemplo, o mítico Alfa Romeo Spider
criado pela Casa Pininfarina, é uma das carrocerias mais longevas do mundo.
Exemplar apreendido, vermelho, com placas pretas, rotulando Veículos de
Coleção, tem a combinação alfa numérica CTS 5459. Na base de dados do
Sinesp Cidadão tal licenciamento descreve-o como sendo automóvel da marca,
mesmo modelo, produzido em 1971.
Discrepa. Fisicamente é Alfa Spider, vermelho,
porém não é de 1971. É bem mais novo, de 1985 ou 1986.
Raciocínio simplório pode sugerir tal divergência
ter como origem automóvel entrado irregularmente no país, e documentado com
dados de algum outro Alfa defunto, cedente da placa. Merece um aclaramento pela
Polícia Federal.
O desencontro, se verdadeiro e caracterizado como
crime fiscal e administrativo, também indica imperfeição pelo clube que lhe
expediu o Certificado de Originalidade para reconhecê-lo como Veículo de
Coleção. Novo crime pode estender as férias forçadas do lobista polonês,
atualmente na PF do Paraná.
Roda-a-Roda
Enfim – O Alfa Romeo Giulia, versão Quadrifoglio –
a de topo – e poderoso motor V6 com base Ferrari e 510 cv, iniciou ser
produzido. Pré-série, à base de 30 unidades/dia.
Então - Aos 14 de março espera-se ter
encerrada a fase de ajustes em produto, linha, equipamentos, métodos,
deflagrando produção normal, destinada aos concessionários. Aparentemente resolvidos
os problemas de resistência estrutural nos testes de impacto.
Mais – Ordem foi de Sergio Marchionne, capo geral,
em visita à italiana fábrica de Cassino – a primeira automatizada da Fiat -,
onde anunciou a versão de maior produção, com motor L4, turbo e 276 cv – o
mesmo do esportivo 4C.
Mais ou menos - Maserati distribuiu fotos do
Levante, primeiro crossover esportivo nos 100 anos da marca. Produção
em Mirafiori, Turim, após disputa interna na FCA barrando a pretensão de também
fazê-lo nos EUA para atender ao NAFTA. Por bom convívio optou fomentar empregos
na Itália natal.
Crença – Bota fé na estrutura, dispensando
armação nos vidros das janelas; vidro traseiro lembrando as ousadias do carrozziere Zagato;
faróis separados, facho alto agregado à grade frontal. Suspensão a ar, controle
eletrônico.
Alfa - Estrutura e parte da carroceria
permitirão gerar produto assemelhado para a Alfa Romeo. Tomara seja melhor
resolvido. O Levante é uma misturada de escolas estilísticas, sem realçar a
italianidade de seu design.
Globalização – Em seu esforço de tornar-se
marca mundial, Jaguar Land Rover produzirá o sedã Jaguar XE na Índia. Em
expansão mundial faz fábricas na China, Brasil e Eslováquia. Aqui serão Land
Rover Evoque e Sport.
Mundo – Primeiro trabalho da casa Pininfarina
para nova controladora, a indiana Mahindra, é dito Aero, um XUV.
Sigla, mais uma, indica misto de cupê de três portas, um crossover,
e de SUV.
Cartão - Pode ser o produto de apresentação mundial
da marca. Hoje, no exterior, Mahindra vende picapes e tratores esteticamente
descompromissados.
Expansão – Mahindra adquiriu a coreana
SsangYang, e divisão de ciclomotores Peugeot. Compra da Pininfarina é
passaporte para o projeto.
Inspiração – Observando os resultados da
tecnologia Smart Parking, de estacionar veículos sem participação dos
motoristas, Nissan aplicou-a a escritórios, para evitar o trabalho de recolocar
cadeira por cadeira em seus lugares ao final do expediente. O sistema memoriza
local original, e apenas um bater de palmas faz estacionar em sua vaga. Curioso?
Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=O1D07dTILH0
OO7 – Admiração e interesse pelo Aston Martin
DB10 utilizado pelo agente James Bond no recente filme Spectre,
levou produtores a mudar relação com automóveis. Antes trambolhos abandonados
em estúdios cinematográficos, como ocorreu com o DB5 utilizado no filme Goldfinger,
levaram o DB10 a leilão.
Mais - Quase dobrou a avaliação inicial,
arranhando 2,5M de libras, uns R$ 13,6M. No embalo venderam também a fantasia
usada por Daniel Craig na abertura do filme por quase 100 mil libras – R$ 552
mil. Perdeu? Não se amofine. Foi feita dezena de unidades do DB10 para o
filme. Serão leiloadas.
Confusão – Promotores de Justiça em Stuttgart,
Alemanha, pediram a prisão de Wendelin Wiedeking, e de Holger Haerter,
respectivamente exs CEO e Diretor Financeiro da Porsche. Razão, em 2008
manipularam dados na tentativa frustrada pela Porsche, menor, comprar a
Volkswagen, de valor muito superior.
Mais - Governo estadual quer prisão e
pagamento de multa em 4,4M e de 8,07M Euros – respectivos R$ 19,4 e 35M pela holding Porsche
SE, hoje maior acionista da VW. Duas empresas são da mesma família.
Pé no freio – Ante queda do mercado nacional
de automóveis no Brasil, e rápidos e bons resultados econômicos cravados pela
Argentina, Dan Ammann, presidente mundial da General Motors, declarou ao Estado
de S Paulo, aguardar de 6 a 12 meses por avanços políticos e econômicos
para manter, ou não, seu plano de investimentos.
$ - Em 2014 Ammann e sua superior Mary Barra,
CEO da empresa, anunciaram à Presidente Dilma investir US$ 2,8B – R$ 11,2B para
nova geração de carros pequenos no Mercosul. Inconsistência política e
econômica alarma investidores.
Muda – Fim de março VW apresentará novo picape
Saveiro. Muda tudo, frente, traseira, largura, altura livre do solo. Quer se
distanciar da aparência do Gol e adotar aparência aventureira. Terá dois
motores 1,6 litro, antigo e novo.
Solução - JR Diesel, maior desmanchadora da
América Latina, organizou-se, comprando veículos em leilões de seguradoras,
desmontando-os, etiquetando peças com código de barras para dar segurança de
procedência. Cresceu 12% em 2015 ante a verdade de a peça seminova custar
metade do preço da nova.
Dureza – Situação econômica faz reduzir venda
de veículos novos, mas em compensação inflou a demanda por peças usadas e semi
novas – pouco usadas -, prevendo crescimento constante.
Gente – Gilberto dos Santos,
jornalista, assessor de imprensa da Volkswagen, tempo. OOOO Deixa-la-á
final de março, período sabático e após voltará ao mercado com talento,
credibilidade, amplo relacionamento e experiência. OOOO Rafael Barros,
jornalista, ascensão. OOOO Sairá da Printerpress, prestadora de serviços à
Toyota, integrando-se ao time da grande empresa. OOOO Faz parte do
projeto e da faxina interna para torná-la ativa na área de relacionamento com a
imprensa após anos cinzentos em resultados, brilhantes em incompetência. OOOO
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