FCA E TIM fecham acordo para internet a bordo.
Depois de negociações longamente amadurecidas, a FCA e a operadora de telefonia celular TIM fizeram um acordo para que a nova central multimídia de 7 polegadas Uconnect receba um chip para internet com Wi-Fi a bordo. Essa informação ainda não se tornou pública. Segundo minha fonte, isso deve ocorrer em outubro para as marcas Fiat e Jeep.
A central Uconnect, a primeira no Brasil que permite conexão sem fio para
celulares e que facilita o uso de aplicativos de rotas como Waze, Google Maps
ou Here tanto para telefones com o sistema operacional Android quanto iOS
(Apple), foi anunciada como exclusividade da nova picape Strada. Outra vantagem
desse sistema é que uma vez feita a primeira conexão, as posteriores são
automáticas. Então, se você esqueceu ou extraviou o cabo, não há problema para
usar os aplicativos de rota, tão úteis.
A pandemia, no entanto, atrasou os planos de produção da Fiat Strada. O SUV
cupê Volkswagen Nivus, cuja produção começou na semana passada, poderia chegar
às concessionárias alguns dias antes e a nova central VW Play oferece a mesma
facilidade. Mas a Fiat já começou a oferecer a Uconnect também na Fiat Toro,
garantindo a primazia.
A GM foi a primeira no Brasil a oferecer internet a bordo no Cruze, Onix, Onix
Plus e Tracker. O chip tem custo de utilização, cobrado à parte pela operadora.
Confiança, bolsa e dólar
aliviam pessimismo geral
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No entanto, um dado interessante não passou despercebido na videoconferência
mensal da Anfavea com os jornalistas. Pesquisa do índice de confiança do
consumidor, no contexto de macroeconomia, inverteu a curva de queda pela
primeira vez desde que começou a cair fortemente no início do ano.
Para o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, “as primeiras autorizações
para reabertura parcial do comércio e das concessionárias juntaram-se à
esperança da volta gradativa do trabalho e da produção. A impressão é de que se
chegou ao fundo do poço. Muda a percepção da sociedade em relação ao futuro. A
economia de um país vive também de expectativas”.
Os estoques na soma de concessionárias e pátios dos fabricantes, ainda muito altos,
diminuíram bem de 119 para 97 dias, ainda assim quase três vezes superiores ao
normal.
Outros dois indicadores econômicos, porém, mostram surpresas animadoras. As
quedas na bolsa de valores de São Paulo em 2020 reduziram-se para 15% (depois
de afundar cerca de 50% no começo da pandemia); em relação a um ano atrás as
perdas foram zeradas. O valor do dólar recuou de quase R$ 6,00, no pico do
pessimismo, para R$ 4,90 no começo desta semana, aliviando pressões de custos
que vêm sendo repassados parcialmente para os preços dos veículos.
Uma linha de crédito especial negociada entre o governo e os bancos ligados aos
fabricantes de veículos também dará suporte a prazos mais elásticos de
financiamento ao consumidor e às concessionárias. Deve continuar a tendência de
postergação das primeiras prestações, em alguns casos por seis meses ou mais.
Isso dá tempo ao comprador para reorganizar seu orçamento.
A Anfavea também reviu sua projeção de venda anual. Estimou a queda em 2020
sobre 2019 em 40%, ainda sem previsões sobre produção e exportação por depender
da reação do mercado dos países clientes do Brasil.
Mercado mundial de carros
elétricos
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O coronavírus
também impactou as perspectivas de curto prazo para veículos elétricos puros
(VEs), aqueles movidos só a bateria. A queda brutal do preço do petróleo (agora
em recuperação) tirou competividade de fontes alternativas limpas a partir das
energias solar e eólica.
De janeiro a abril, o maior mercado de VEs do mundo, o chinês, caiu 50%,
enquanto a venda geral encolheu 35%. Os dados são da LMC Automotive, parceira
da consultoria brasileira Carcon. Mas para esse ponto negativo há outros
positivos. Na Europa, por exemplo, enquanto o mercado geral de veículos caiu no
mesmo período 36% (quase igual ao Brasil de janeiro a maio), os elétricos
subiram 38%, embora a partir de números muito baixos de participação, o que
gera distorções estatísticas.
Muitos governos europeus estão subsidiando a compra de um VE. O governo
francês, por exemplo, aumentou o incentivo para 7.000 euros (R$ 40.000) para
pessoas físicas, o que além de elevado não parece sustentável. Outro resultado
positivo foi na América do Norte: a queda de venda dos elétricos de 17% foi um
pouco menor que o encolhimento total do mercado (21%).
Mas a consultoria não mudou sua projeção para 2032. Estima que serão vendidos
18 milhões de carros elétricos em todo o mundo, aproximadamente 16% do mercado
global anual, sem incluir os híbridos.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em
assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua
coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma
rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no
Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:
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