Coluna
5114 - 19.11.2014 - edita@rnasser.com.br
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Ícone brasileiro, GT italiano
Automobile Maggiora e Carrozzeria Viotti, italianas,
fornecedoras da indústria automobilística, mostraram no Motor Show de Bolonha,
Itália, veículo chamado Viotti Willys AW380 Berlinetta. Interpretação de carro
brasileiro, o Willys Interlagos – versão melhorada do francês Alpine A 108.
Local adequado, próximo a Modena onde estão míticos esportivos Ferrari e
Maserati.
Numeral 380 não indica cilindrada ou potência mas, curiosa e
argentariamente, o preço: 380 mil euros – perto de R$ 1,2 milhão -, e apenas
110 unidades serão construídas. Fabricantes querem homenagear o modelo
nacional, A 108, mas farão 110 unidades lembrando a versão francesa, sucessora
da nacional.
Dados técnicos. Motor boxer, bi turbo, 3.800 cm3, 6
cilindros e 610 cavalos de força – deve ser Porsche ou Subaru -, capaz de, por
caixa com seis marchas, acelerar de zero a 100 km em 2s7, e atingir velocidade
final em 340 km/h. Freios em compósito de cerâmica, carroceria em fibra de
carbono, suspensão McPherson frontal, traseira por multi link.
Para parar, freios com discos frontais com diâmetro de 380 mm, pinças com seis
pistões, e traseiros 360 mm e quatro pistões. Peso total 1.350 kg.
Em números um comparativo: no brasileiro Willys Interlagos,
comprimento 3,78m; largura 1,45m; altura 1,14m; peso 540 kg. No projeto
italiano, respectivos 4,43m; 1,94m e 1,22m, peso 1.350 kg. É outro bicho.
A justificativa do projeto é tipo capaz de inspirar o samba
do crioulo doido histórico/mecânico. Cita, corretamente, as 822 unidades
construídas pela criativa e ativa Willys-Overland entre 1962 e 1966, e aí
escorrega no restante, enfatizando a fama dos campeonatos mundiais de rallye com
os irmãos Fittipaldi, e Bird Clemente mais Luiz Pereira Bruno. Os Interlagos,
assim como os pilotos brasileiros, nunca competiram em rallyes externos.
Ao contrário, eram carros de velocidade no Brasil. E o citado Bruno é Bueno.
Restam apenas 109 unidades. A primeira, exposta no Motor
Show, foi vendida ao Gruppo Rumo, russo representante nos Balcãs.
Negócio difícil
Os italianos viabilizaram a tentativa do designer brasileiro
João Paulo Melo. Paulista, formado em design industrial pela Belas
Artes de São Paulo, seu premiado trabalho de graduação, foi a re criação do
mesmo Willys Interlagos.
Batizado de Interlagos 2006, com desenhos coloridos e
pequena maquete, Melo tem ido se Seca a Meca – aliás, tivesse negociado
com algum oriental, possivelmente o projeto teria decolado. Ex designer da
Fiat, atualmente na Marcopolo de ônibus, ofereceu o projeto ao tri campeão
Nelson Piquet, não interessado em diversificar negócios; buscou auxílio na
Karmann-Ghia; e em fábrica de plástico de engenharia, em lento andar.
Não arrefece. Agora retoma contatos com a Renault: o
conjunto moto propulsor do Fluence, motor 2.0, turbo, transmissão de seis
velocidades, colocados sobre o eixo traseiro, tem tudo a ver com a
interpretação original, pois utilizava o pequeno motor de 845 cm3, evoluído a
partir da mesma unidade empregada nos Renault Dauphine e Gordini. A combinação
baixo peso, aerodinâmica e motor forte tem tudo a ver com o projeto - e a renda
nacional.
Para demonstrar a viabilidade da proposta propõe-se à
construção de protótipo para aplicação esportiva, articulando o fornecimento
mecânico pela Renault e o financiamento de empresas interessadas – valor
ridículo ante a possibilidade: estimado em R$ 95 mil. Com o feedback gerado
pelo veículo em si, pode-se imaginar a construção para categoria mono marca
destinada a jovens talentos do automobilismo, o berço atualizado do já feito há
meio século pelas Berlinette Willys Interlagos.
No Brasil o projeto se chama A-108 Berlineta. O
nome Interlagos, por oportunidade negocial, foi registrado pela Fiat.
O projeto nacional não é, como o italiano, cópia borrada do
veículo original, anabolizando as curvas, estilizando as bases dos faróis
auxiliares, não existentes no modelo A108, mas apenas no A110. É muito superior
em design e proposta, apesar das limitações nacionais para a
mecânica no país dos motores 4 cilindros, e da pouca coragem para investimentos
em projetos novos. Interessado em dar uma força? www.berlineta.com.br
Fundação
social, o rentável negócio social da Volkswagen
Negócio interessante da Volkswagen, sua Fundação, não ganha
dinheiro – só gasta. E pouco conhecida por quem consome seus veículos. Festeja
35 anos e apresenta soma invejável: beneficiou, apenas na última década,
1.374.630 alunos e 18 mil professores em 13 estados brasileiros.
A Fundação coordena os investimentos sociais da marca,
oferecendo projetos de Desenvolvimento Social para comunidades de baixa renda.
Ultrapassou os municípios e estados onde tem operação industrial, e abriu
amplitude nacional. Na prática aplica, de forma voluntária, recursos privados
para finalidade pública.
Seu leque de projetos tem base
interna, com a instigação aos 18 mil funcionários a se envolver em
voluntariado, e na criação de projetos, gerando legião de cidadãos de bem.
Neste ano os voluntários indicaram 569 projetos de instituições em 23 estados
brasileiros. Não se busca apenas repassar recursos, mas implantar projetos
dentro da linha educacional e de desenvolvimento social, buscar parceiros,
ONGs, para tornar as ideias factíveis e auto financiáveis, explica Kelly
Smaniotto, executiva no. 1 da Fundação.
Os projetos cumprem o objetivo
estratégico de Fortalecer a Sustentabilidade como Princípio de Gestão,
explica Eduardo Barros, superintendente da Fundação e diretor jurídico da
Volkswagen. Amplo leque com 10 projetos, destes 7 educacionais. O ponto mais visível,
ou audível, é o patrocínio ao Instituto Bacarelli, atendendo a mais de 1.400
crianças e jovens em programas sócio culturais de formação musical artística e
de excelência, instigando o desenvolvimento pessoal, criando uma vitrine para
profissionalização em música. Um dos destaques é a Orquestra Sinfônica de
Heliópolis, surgida na enorme favela paulistana, tentando oferecer
oportunidades ao público carente.
Roda-a-Roda
V – Análise do dr Joseph-Fidelis Sehn, ex diretor de
recursos humanos da VW Brasil e atual presidente da VW Argentina, em português
fluente e correto: mercado brasileiro é um V. Cairá mais um pouco,
e chegará ao chão, e acelerará de volta. Em três anos, 2017, ultrapassará os
resultados de 2013 – 3,6M de veículos produzidos.
Telhado - A reformulação interna da fábrica VW de São
Bernardo do Campo, SP, e a falta de investimentos para melhorar o Polo
definiram o seu fim. Deambula pela beirada do telhado. Vida curta e inglória:
foi o melhor dos Volkswagen construído aqui até a chegada do up!
Enfim – Janeiro a Chery iniciará distribuir o Celer, de
produção iniciada em outubro na fábrica de Jacareí, SP. Instalação industrial
quer fazer os novos Tiggo e QQ em 2016. Previsão, curiosa, custará acima do
modelo importado, submetido a cara logística e pagamento de impostos de
importação.
Pré – Boa notícia, Peugeot apresentou seu próximo
modelo 2008 às revistas especializadas, parte da estratégia de lançamento. O
2008 é um SAV-Sport Activity Vehicle - sobre
o 208, de invejáveis sensações para conduzir.
Má, marcou início de comercialização para junho.
Início – Volkswagen está nos acertos finais para o
início da montagem do sedã Jetta, ponto superior de sua gama no Brasil. Pelo
simplório processo industrial – as carrocerias virão montadas e pintadas -, não
pode misturá-lo na mesma cadeia de produção com os outros produtos construídos
integralmente aqui.
Herança – Assim, para não misturar intervenções industriais,
será montado no antigo espaço onde se processava a Kombi. A Velha Senhora
(1957-2013), tinha manufatura separada das linhas de produção por razão
assemelhada: seu método de fabricação era tão antigo e com tantas intervenções
manuais, não permitia sinergia com processo moderno. Na prática, se misturasse,
atrapalhava.
Nova – Fiat inaugurará novas instalações na
pernambucana Goiana. Apesar de ter começado como projeto com seu nome, com a
incorporação da marca à FCA, o grande letreiro de identificação será Jeep.
Caminho – Escolha simples. O primeiro produto será o
Renegade, com o emblema Jeep, apesar de desenvolvido sobre plataforma original
Fiat. Mas os formuladores comerciais da FCA entendem, a marca de maior crescimento
mundial será a Jeep.
Esforço – Fábrica faz e lança veículos, mas quem vende
é a rede de distribuição. Sem esta, não há escoamento. Assim, para evitar um
balcão diminuto em relação à boca do forno, a divisão da marca corre para
viabilizar rede. E quer fazer festa importante, nomeando 150 no mesmo dia, em
abril. Três vezes o feito da JAC Motors inaugurando meia centena no mesmo dia.
Foi – Nos EUA Chrysler não é mais Chrysler. A razão
social foi alterada para FCA US LLC.FCA é a abreviatura da
razão social da holding, Fiat Chrysler Automobiles; US para
indicar a operação norte americana; LLC é o equivalente à formatação de
sociedade limitada. O guarda chuva empresarial da holding mantém
o sobrenome do fundador Walter P Chrysler. Operação no Brasil também mudará de
nome. Será FCA Latam (de Latin America) Ltda.
Do ano – Veículo ainda não chegou ao Brasil, mas o
motor 2.0, injetado e com turbo, do automóvel japonês Subaru WRX foi eleito um
dos 10 melhore motores de 2015 pelo júri da respeitável publicação
especializada estadunidense Ward’s.
Faz 268 cv e 35,7 m.kgf de torque entre 2.000 e 5.000 rpm.
Novo, reforçado para resistir às grandes pressões internas, e turbo relocado
para maior eficiência.
Começou – Finalmente estado do Espírito Santo volta a
contar com atividade automobilística, após o fechamento da Revisa, fábrica dos
ônibus Itapemirim. A Volare, empresa Marcopolo, concluiu primeira parte das
obras de sua fábrica em São Mateus. Fará 800 unidades em 2015 a mercados
doméstico e exportação.
Atual – Instalações industriais conversam com a
natureza. Área plana, pé direito com 10m, telhado e laterais duplos para
reduzir calor, iluminação natural, captação de energia solar para lâmpadas de
LEDs, de águas de chuva, armazenadas em lago com 10M de litros.
Consequência – Resultado da desvalorização do Real
frente ao Dolar, veículos para exportação baixaram de preço, permitindo à Fiat
voltar a enviar ao México. Marca projeta em 2015 relação entre as moedas em R$
2,80 x USD $1.
Descendo - Produção de veículos no México sobe, no
Brasil, desce. A inversão dos ponteiros fará do parceiro nortista o 7o.
produtor mundial, Brasil caindo à 8a. posição.
Despedida – Tomas Schmall, deixando a presidência da
Volkswagen para assumir diretoria mundial de componentes e lugar no board da
marca, deve ter-se surpreendido com
elevado número de festas de despedidas e homenagens.
Brasilianische - Schmall, 51, será o mais jovem
membro e, nacionalizado, declara será o primeiro brasileiro do
board da VWAG, e em seu discurso de despedida em coquetel a amigos,
confirmou a informação sabida por antecipação pelos leitores da Coluna:
o motor com injeção direta e turbo será fabricado em São Carlos, SP.
Livro – Publicação interessante a quem gosta da
indústria automobilística e, em especial, do Mercosul, é o livro Falcon,
un clasico hecho história, por Gustavo Feder, editor de Autohistoria.
Conta a saga do Ford Falcon, com produção iniciada na Argentina logo após o
lançamento nos EUA, feito por três décadas. Edição Auto-mobilia: http://www.auto-mobilia.com.ar,
e
Gente – Olivier Philippot, francês, 40, novo
presidente da autopecista Magneti Marelli. OOOO Manterá gestão sul
americana da marca. Sub continente representa 20% dos negócios da marca
pertencente à Fiat. OOOO Manuela Hoehne, jornalista, ex Aston Martin,
mudança. OOOO Relações com a imprensa pela Bugatti. OOOO
Criticada implantação de faixas exclusivas para transporte
coletivo em várias capitais buscando dar maior fluidez e velocidade ao
trânsito, caminha para resultado maior: a escolha do ônibus como modal de
transporte pelo usual motorista do automóvel de transporte individual.
Opção ocorre pelo deslocamento mais rápido sobre a faixa
exclusiva, e pelo ganho de conforto de marcha continuadamente aplicado aos
ônibus.
Eventual incremento da frota circulante de coletivos terá
pequeno efeito nas emissões de poluentes. Um ganho silencioso vem-se
processando nestes equipamentos. Desde 1998, quando a Mercedes-Benz pioneira e
corajosamente desenvolveu no Brasil motor para alimentação por injeção de
combustível através de comando eletrônico, em lugar da secular bomba mecânica
e, mais recentemente, com a adoção da tecnologia Blue Tech, as emissões
poluentes
foram cortadas drasticamente. A injeção eletrônica permitiu
regrar melhor a alimentação do motor, oferecendo economia, redução de emissões,
melhor comportamento, confiabilidade. Passo recente, novo degrau tecnológico,
o motor enquadrado no regulamento do Proconve - Programa de Controle da
Poluição do Ar por Veículos Automotores -, norma oficial de redução de
emissões. Em sua regra 7, equivalente à européia Euro 5, oferece sensíveis
ganhos no setor. Se comparado com as regulamentações anteriores, Proconve 4 =
Euro 2, as reduções de emissões foram sensíveis: desceram de 100% para
13%. Base para a mudança, a disponibilidade do novo diesel S50 - contra o
anterior S500.
A Mercedes lidera nas vendas de ônibus no país. Coerente. A
marca criou o ônibus e fez a primeira aplicação de motor diesel em chassis para
trabalho - caminhões e ônibus.
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