O acidente do piloto Luiz
Lopes, na primeira fase da sexta etapa da temporada da Fórmula Truck, disputada
domingo no Autódromo de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, mostrou a boa
segurança dos caminhões da mais popular categoria do automobilismo da América
do Sul. Lopes bateu seu caminhão na barreira de pneus e no muro a cerca de 150
km/h e saiu sozinho do cockpit. O médico da categoria, Daniel de Moraes,
realizou todos os procedimentos de segurança programados e poucos minutos
depois o piloto já estava em pé e andando normalmente. O acidente foi provocado
por derramamento de óleo do caminhão de Rogério Castro.
"Eu estava em sexta marcha a cerca de 170km/h
quando peguei o óleo e virei passageiro. Quando fui para a grama, ainda tentei
tirar do muro, mas não teve jeito. Na hora, quando senti que ia bater forte,
tirei as mãos do volante e encolhi as pernas. O caminhão da Fórmula Truck é um
dos carros de corrida mais seguros do mundo, pois também já bati em Guaporé e
em Brasília, onde o acidente foi de frente. Apaguei rapidamente, mas assim como
agora, nada sofri. Estou dolorido no tórax e na cintura, algo normal, pois o
cinto me segurou ali. A segurança dos caminhões é tão boa que deixa o piloto
mais à vontade para guiar", disse Luiz Lopes que garante ter perdido seu Iveco
tal a intensidade do acidente.
Essa é a mesma opinião de Altair Batista Félix,
irmão de Aurélio Batista Félix, criador da categoria e projetista da estrutura
tubular chamada de célula de sobrevivência. Altair é gerente geral da Fórmula
Truck e também elogia esse ponto nos caminhões.
"Isso mostra a segurança dos nossos cockpits, que
a cada acidente mais forte são analisados e, sempre que preciso, fazemos
alterações para aumentar a segurança dos pilotos. Toda a estrutura, que
chamamos de célula de sobrevivência, foi projetada pelo Aurélio e aperfeiçoada
ao longo do tempo. A estrutura dos caminhões é semelhante em todos os
caminhões, com pequenas variações devido às várias marcas e projetos dos
fabricantes", disse.
Toda a estrutura tubular é feita com tubos de aço,
sem costura, que variam entre duas e 2,5 polegadas de espessura, reforçadas com
chapas de ¼ de polegada. As soldas especiais melhoram o acabamento, pois não
deixam quaisquer espaços. Em resumo: são mais homogêneas e fixam melhor.
"Com tudo isso, pudemos ver que o caminhão do
Luiz Lopes saiu sem problemas na estrutura interna, como mostram as fotos do
Iveco dele. Como caiu de lado depois da batida, a parte externa ficou
danificada, também algo normal. Fica claro que, apesar da violência do
acidente, pois é um caminhão de mais de quatro toneladas batendo a mais de 100
km/h, a estrutura não apresentou dobras nem nada. Mostrou que é robusta. E o
melhor de tudo: o piloto saiu ileso e andando", explica Altair.
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