Coluna 3415 – 22.08.2015
- edita@rnasser.com.br
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#Partiu: o I Encontro
Nacional Simca
Fazer grupo de
interessados em marcas antigas, já produzidas no país, exige paciência e dedicação.
Organizá-los para veículos recentes, Fiat, Opala, VW, Puma, é fácil ante a
enorme frota remanescente, para as outras, uma mão de obra – inexistem, por
exemplo, grupos ou clubes para Aero-Willys ou FNM 2.000/2.150, os JKs.
Simca está na relação de dificuldades. Aficionados
reunidos em torno do sítio www.simca.com.br há tempos buscam fazer encontro
nacional para festejar o espírito gregário – e conhecer pessoalmente uns
aos outros. Finalmente deu certo. O VIII Poços Classic Car, maior
dos encontros realizados na agradável cidade mineira de Poços de Caldas, MG,
transformou a ideia do I Encontro Nacional Simca em atração em
seu evento.
Deu-se no último final de
semana e reuniu 25 exemplares – última tentativa foi no Brazil Fiat
Classics, em Araxá, MG, 2008, com 12 unidades.
Colecionadores em amplo
espectro, do Rio Grande do Sul a Brasília estiveram presentes, e a organização
teve o cuidado didático de convidar automóveis das versões produzidas pela Simca
e sucessora Chrysler, expondo-as em ordem cronológica, permitindo aos
visitantes noção evolutiva da marca no Brasil.
O espírito não era de
competição e o único prêmio atribuído foi por Leo Steinbruch, levando versão
Présidence 1965, ao Jangada restaurado por Antônio
Guedes em Santo André, SP. Leo prestou homenagem ao irmão Fábio há pouco
passado, seu sócio na maior coleção de veículos nacionais.
Além do excepcional
Jangada de Guedes, Marcelo Viana, mantenedor do sítio, levou modelo
curiosamente igual, e de Jangada ainda havia raro exemplar de 1967, um dos 33
produzidos. Dentre outros, Ruy Pereira em modelo 1959, o mais antigo do país; Ronaldo
Pal com modelo 1961 sem restauração; Guilherme Gomes deu a conhecer produto de
seus esforços para reviver Chambord 1962; Walmir Buzatto em Chambord 1963; do
mesmo ano Alexandre Goerl trouxe seu recém restaurado desde o interior do Rio
Grande do Sul;excepcional Tufão 1965 com José Antonio Finco. Carlos Goicochea,
de Vitória, ES, em excepcional modelo Tufão 1966. Mais recente, Esplanada 1968
por Wanderley Scavacini, ex revendedor. Generoso, Aldo D’Abronzo pintou e
reproduziu versão Rallye 1964, automóvel de vitórias com o piloto Walther Hahn
Jr. Este, o engenheiro Renato Zirk, Samuel Marcantonio e eu fizemos pequenas palestras
sobre o universo e a história da Simca no Brasil.
Samuel, 86, foi
homenageado por ser o mais longevo dos colaboradores da Simca, tendo chegado à
empresa antes mesmo de iniciar a produção no Brasil. Foi e voltou em Esplanada
1967, de uso desde 1971.
O êxito promove decantação
de propostas para o II Encontro, em 2016.
Jaguar XE: um inglês
contra os alemães
Segmento mais lucrativo do
mercado nacional, o dito Premium, onde Audi, BMW e Mercedes marcam
maiores vendas em modelos A3 e4, Series 3 e Classe C, tem novo participante, o
XE Jaguar.
Automóvel é marco
industrial, e sua tecnologia servirá a outros produtos, em especial pelo
intensivo uso de alumínio na plataforma: 75% da estrutura aplica o leve metal
em lugar das chapas de aço. A tecnologia reduz peso, consumo, emissões, com
ganhos em performance. O fabricante indo-britânico – a marca é controlada pelo
indiano grupo Tata – aplicou coragem ao novo produto, incluindo aerodinâmica,
em coeficiente 0.26 e continência em peso: é o mais leve dos Jaguar já
produzidos.
Para o Brasil serão
importadas três versões idênticas em estrutura mecânica, liderada pelo motor
L4, 2.000 cm3, turbo, 240 cv e 340 Nm de torque, ligado a caixa automática de 8
velocidades e tração traseira. São Pure – R$ 170 mil; Pure
Tech – R$ 177 mil; R-Sport – R$ 200 mil.
Diferenciada, de topo, S, motor V6, 3.000 cm3, com compressor
volumétrico e 340 cv, e preço desmesurado: R$ 99 mil a mais sobre o quatro
cilindros superior – R$ 1 mil por cavalo de força. Direção com assistência
elétrica, suspensões com pretensões esportivas, duplos triângulos superpostos
na dianteira, e diferencial traseiro Integral Link. Muita eletrônica para
serviço e divertimento, interior em couro verdadeiro e na versão superior S,
o head up display – projeção na face interna do para brisas,
em frente ao campo visual do motorista de informações sobre carro e
deslocamento.
Do comprar
Respira-se entusiasmo na
representação local, projetando mais que dobrar participação da marca. A Jaguar
vende em média 1/automóvel/dia e do XE quer 600/vendas/ano. As alemãs vendem no
segmento em torno de 10.000 anuais.
Do comprar
2.0 Si4 Pure – R$
169.900 - Versão de entrada, com os básicos de veículo de luxo: bancos em
couro; volante multifuncional; sistema Stop/Start; gestão dos pneus; faróis
xênon; luzes diurnas em LED; sistema de tração All-Surface Progress
Control, Jaguar Drive, sistema de navegação,
som Jaguar com 6 alto-falantes, e sensor de estacionamento traseiro –
falta tela para manobra.
2.0 Si4 Pure Tech – R$
177.000 – É o início da razoabilidade de conteúdo, com solar elétrico, câmera
traseira para manobras de estacionamento, e sensor de chuva para limpadores de
para-brisa;
2.0 Si4 R-Sport – R$
199.900 – Pacote indicando acertos mecânicos e adições estéticas para condução
esportiva – embora em aceleração e frenagem sejam iguais aos modelos de menor
preço. Decoração, bancos esportivos, R-Sport gravado em partes do carro, saias
laterais, novos para choques, aerofólio traseiro. E mimos eletrônicos como
memória para regulagem dos assentos frontais, coluna de direção com ajuste
elétrico, rodas aro 18”
XE S – R$ 299.000 –
Esportivamente superior pelo motor V6 3.0 com compressor gerando 340 cv e 450
Nm de torque. Faz de 0 a 100 km/h em 5,1s, o mais rápido dentre os deste porte.
Único com head up display.
Motores ainda são Ford, ex
dona da Jaguar. A nova geração Ingenium ainda não chegou ao Brasil.
Roda-a-Roda
Negócio
– Bom portal AutoData diz estar em via de assinatura o acordo comercial
entre Brasil e Colômbia estabelecendo cotas para importação de bens isentos de
impostos alfandegários. Em automóveis, em torno de 10 mil/ano. Solução parece
encomenda para a GM, líder de vendas pela Colmotores, ex montadora de jipes
Austin Gipsy, Simcas 1.000, Chryslers.
Na
prática - GM Brasil por Marcos Munhoz, fonte acreditada, estuda o
intercâmbio. Lá produz Aveo, Sail e Spark, pequenos e de origem coreana.
Renault produzindo Sandero e Logan com partes enviadas do Brasil, e mantém
produção da boa perua Mégane. Outras são de caminhões e ônibus.
Mais –
BMW mudará processo produtivo em outubro com linha de estamparia de partes em
chapa, e pintura na fábrica de Araquari, SC. Até agora mínima industrialização,
com importação das carrocerias pintadas, e montagem local.
Kwid –
Já em testes o Kwid, veículo de entrada da Renault no Brasil, e missão de
substituir o Clio, menor 13 cm em seus 3,68m - VW up!, menor nacional, tem
3,6m. Renault aposta em sucesso, pelo jeito de carro forçudo, lembrando um SUV,
porém sem dimensionamento para aventuras. Argumento maior, preço. Hoje o Clio é
o mais barato dos nacionais. Terá motor 1,0, três cilindros, 77 cv da associada
Nissan, e partes de outros Renault para conter custos.
Mudança –
Com ele Renault tem grandes pretensões. Como a Coluna já
informou, mandará para Santa Isabel, na Argentina, tudo o de fazer o Sandero, o
mais vendido da marca, e o Logan, abrindo espaço industrial para produção em
massa. Terá no Brasil o Kwid, o Duster e o novo picape Oroch.
Referência –
Os carros de testes são protótipos para o mercado indiano, pois o Kwid é para
ser projeto barato a mercados pobres e em desenvolvimento. Entretanto, dentre
as discrepâncias de comportamento do consumidor brasileiro, aqui terá mais
equipamentos e cuidados construtivos. Como ocorre entre o Duster europeu, mais
simples ante o nacional.
Mais –
Talvez, com tal concorrente, a VW exume o apresentado e arquivado projeto
Taigun, com as mesmas características, e baseado no up!
Corte –
Comissão de Viação e Transportes da Câmara aprovou o PL 740 da deputada
Clarissa Garotinho (PR-RJ) dispensando das Inspeções de Segurança Veicular
veículos leves durante os três primeiros anos a partir do licenciamento.
Justificativa
óbvia, maioria está na garantia e faz revisões. Vai à Comissão de Justiça e
depois Plenário.
Desafio
– Carros submetidos a análise de jornalistas no usual são O Km ou quase,
tentativamente bem revisados, no ideal de cumprimento das especificações
técnicas. JAC, chinesa, esperando definições econômicas para erigir fábrica,
quer mudar isto.
Conceito -
Para provar a resistência construtiva dos veículos, recolhe em seus
revendedores carros com 90 mil a 100 mil km rodados, e revisões feitas em
oficinas autorizadas. Quer submetê-los a avaliação dos profissionais do setor
incluindo aferição de performance. Interessante, apesar da quilometragem, os
veículos estão dentro da garantia.
Treino –
Para afinar habilidades e conhecer o processo de produção e montagem dos Mercedes-Benz
Classe C e do SUV GLA, ambos de produção prevista para 2016 em nova fábrica em
Iracemápolis, SP, empresa selecionou colaboradores contratados na vizinhança e
os enviou à Índia.
Ajuste
fino – São multiplicadores, na prática os que absorvem as experiências e
as transmitem aos outros funcionários da produção. Fábrica foi hábil, levando o
grupo a um mercado com similaridade econômica ao Brasil. Embora os processos
sejam traçados na matriz, sempre há adequações locais.
Festa –
BMW fomenta relações com clientes e futuros com o Ultimate Experience,
juntando-os com automóveis de sua marca e circuito bem estruturado para impedir
problemas com excesso de entusiasmo. Recente edição, na Fazenda Capuava, SP,
fez recordes 750 test drives.
Tempo – Sinotruk
Brasil, fábrica de caminhões chineses a ser instalada em Lages, SC, mantém
projeto, mas altera prazo alegando momento econômico. Pediu prorrogar prazo ao
Ministério do Desenvolvimento, e diz prever operação de montagem ao primeiro
trimestre de 2017. Parece difícil.
Brilho – Rodabrill,
empresa de produtos para cuidados em automóveis vende Massa de Polir à base
d’água e finalizador. Visa reduzir tempo no polir e encerar usando apenas um
produto. Diz ser extra fina, não abrasiva. Finalizador garante brilho imediato,
dispensando a cera. A R$ 18,90.
Ajuste – Bridgestone
fornecerá pneus em medidas 235/65 17, 235/60/18, 235/65/19 e 255/45/20” ao novo
SUV Mercedes, o GLC. Agora mais elevado perdeu o ar de camioneta pequena,
ganhou aparência impositiva de SUV.
Intervalo – Há um
espaço no automobilismo brasileiro de competição, entre o Kart e os monopostos
para as temporadas locais ou externas. Nova categoria para ocupá-lo, a
Fórmula Inter criada pelo investidor Marcos Galassi, é um pacote: locação do
automóvel e serviços por corrida – R$ 11.990.
$$ -
Ideia é conter custos. Cumprir a temporada custará abaixo das de Kart nas
categorias superiores, e não é apenas alugar e correr, mas preparar-se para uma
carreira. Inicia em 2016, no Campeonato Paulista de Automobilismo.
Aval –
Na Academia F-Inter, aulas: mecânica, dados, pilotagem, media training, marketing,
supervisão de Roberto Pupo Moreno, o Mirim, ex piloto de Fórmulas 1
e Indy, simpaticamente dito Reitor. Patrono, o sempre louvado Chiquinho Lameirão,
referência de pilotagem multi marcas na década de ‘60.
Produto –
Automóvel foi projetado e construído em S Paulo, pelo conhecido José Minelli,
certificado por universidades, 95% das peças de construção própria no esforço
para conter custos. Ford, de quem é o motor utilizado, perde oportunidade de
divulgação ao ignorar a iniciativa.
Sem ajuda –
Sem apoio, motores são comprados em revendedor, 2.0, 4 cilindros, 16V,
injeção direta, 191 cv e 21 m.kgf de torque. Transmissão de Kombi, engrenagens
adequadas, 4 marchas. Velocidade final 245 km/h. Pneus Pirelli 8” à frente e
11” atrás, rodas liga leve 13”, de produção própria.
Gente
– Jaime Ardila, colombiano, 60, Presidente da GM América do Sul,
aposentadoria. OOOO 31 anos na companhia, o trunfo de re ergue-la ao
2º lugar no mercado nacional, de botar ordem no relacionamento com o Sindicato
de Metalúrgicos do Vale do Paraíba, os novos desafios ante o cenário atual
fizeram a ocasião. OOOO Barry Engle, norte americano, 51, multi visão,
sucessor. OOOO Ex revendedor, presidiu Ford no Brasil e New Holland
em Turim, Itália, larga visão e experiências de mercado. OOOO Não
parece bom período para muitos executivos da GM. De fora da companhia; sem
compromissos; inserido no meio ambiente por ler e falar correntemente
português e espanhol; empresa em época de reduzir custos; parece ungido de
poder para largos cortes. OOOO Christof Weber, 49, alemão, responsável pelo
desenvolvimento de caminhões Mercedes-Benz, promoção: VP de desenvolvimento
tecnológico. OOOO Antenor Frasson, engenheiro mecânico, ex Volvo, mudança. OOOO Diretor
de vendas da DAF, nova fábrica de caminhões no Brasil. OOOO
Audi, no Brasil há 80 anos
Apesar de conhecida dos consumidores brasileiros há pouco
mais de 20 anos, a Audi tem oito décadas de intimidade com o país. Chegou aqui
em 1935 com elevada dose de história. O barão Claus Detlov Von Oertzen, então
diretor geral da Auto Union na Alemanha, deixa o posto, sai da Alemanha, e é
nomeado como importador da marca para todos os mercados abaixo do Equador,
incluindo América do Sul, África do Sul, Ásia e Austrália.
Aqui montou, em sociedade com outros três compatriotas
uma certa Auto Union Brasil Ltda. Tinha sede no Rio de Janeiro, escritório na
Rua México, oficinas na Bento Lisboa e Riachuelo. Auto Union era o grande
guarda chuva sob o qual estavam as marcas Audi, DKW, Horsch e Wanderer. Negócio
correu bem, solidificando-se na medida em que as marcas se tornavam conhecidas,
em especial a dos pequenos carros. Wanderer, médio e Horsch, grande e luxuoso,
faziam presença à altura dos concorrentes dos EUA dominando o mercado.
Literatura de época diz ter vendido 800 unidades até o período da guerra,
quando cessaram remessas e a empresa foi fechada pelo governo federal ante o
fato de ter alemães em sua composição.
Reabriu enxutamente com novos controladores em 1947. Nos
efeitos do conflito bélico Horsch, Wanderer e Audi se tornaram apenas registros
históricos e tecnológicos, depuradas pela operação de sobrevivência.
Marca reviveu em 1965, quando os carros Auto Union/DKW
tiveram problemas no inverno suíço, e a Volkswagen, então sua controladora,
decidiu encerrar o histórico caminho dos motores com ciclo de 2 Tempos. Para
colocar um novo motor de 4 tempos, produzido às pressas, mudou o nome do
produto. Em lugar de Auto Union DKW F102, foi transformado em Audi. Daí em
diante foi a marca sobrevivente, em grande escala.
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