Felipe Giaffone manteve a liderança da Fórmula Truck depois da sexta
etapa da temporada, disputada em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, mas ele
preferia ter caído na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro para
disputar a próxima corrida, dia 13 de setembro em Curitiba.
A declaração do
tricampeão nacional (2007, 2009 e 2011) e campeão sul-americano de 2011 pode
parecer contraditória, mas está fundamentada no regulamento deste ano que prevê
a utilização do restritor de potência nos caminhões dos três primeiros
colocados. Como Giaffone (Volkswagen Constellation) tem 241 pontos contra 240
do vice-líder Paulo Salustiano (Mercedes-Benz), ele terá de usar o restritor de
74 milímetros, que reduz a potência em cerca de 70 cavalos.
Salustiano, por ser o segundo colocado, usará o de
76 mm e perde algo em torno de 50 HP, enquanto que Leandro Totti, companheiro
de Giaffone na RM Competições e atual campeão, que ocupa o terceiro lugar, será
o que menos perderá, pois o restritor de 78 milímetros diminui a força do motor
em cerca de 30 cavalos. Todos os outros pilotos, do quarto colocado em diante,
usam abertura de 80 milímetros na entrada de ar do turbo.
"Sou um líder com as horas contadas! Por incrível
que pareça, eu estava torcendo para as posições estarem invertidas, justamente
devido ao restritor. Se o Salu fizer tudo como fez na última corrida, eu danço.
Como a diferença é mínima, posso sair de Curitiba com cinco ou seis pontos
atrás", disse Giaffone.
Se em Santa Cruz Paulo Salustiano repetiu o feito
do próprio Giaffone (Caruaru) e marcou os 53 pontos possíveis numa etapa, em
Curitiba, onde a pista exige mais do motor, diferentemente de Santa Cruz, onde
o chassi teve peso mais elevado, Felipe imagina maiores dificuldades, apesar de
ter bom retrospecto e gostar da pista de 3.695 metros da capital paranaense.
"Em Curitiba vamos sentir bastante, bem mais do
que em Santa Cruz, que tem somente uma reta e ainda tinha o radar no meio. Ali
o restritor fez bem menos diferença. Curitiba tem reta longa e o S de alta
velocidade e a força do motor é fundamental. Mantenho minha postura de tentar
me manter entre os três primeiros para chegar na última prova do ano disputando
o título. Em Curitiba acho que aparecerá mais gente brigando pela vitória",
disse.
A adaptação ao sistema de pontuação, implantado
nesta temporada, é uma das preocupações de todas as equipes. Com a distribuição
de 25 pontos pela vitória na primeira fase e de outros 25 na segunda, além de
um pela pole e mais um pelas melhores voltas em cada fase, podem ajudar e
atrapalhar ao mesmo tempo, como analisa o experiente piloto.
"Com uma simples quebra na primeira parte, uma
diferença que era de dois ou três pontos pode ir para 50 de uma hora para a
outra, pois todos estão fazendo muitos pontos. Se formos analisar agora, com o
descarte obrigatório de uma etapa, minha diferença subiria um pouco. Eu
descartaria um ponto de Campo Grande e o Salu oito de Caruaru. Aí, ficaria 240
a 232", analisa Giaffone que lembra outro ponto do regulamento que também
prevê, na etapa final, a liberação do uso do restritor para todos os pilotos.
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