O Audi TT e o Axioma de Pirelli
Fazer carro
esportivo, apesar de parecer, não é tarefa fácil. Não se resume a fórmula de
fácil aviamento: aumentar a cilindrada do motor ou a sua capacidade em produzir
cavalos de força; ou reduzir peso do conjunto; ou melhorar a aerodinâmica, pois
para êxito há que pensar em um resultado paralelo: como mantê-lo no chão e sob
o controle. Objetivo também buscado ao final da conta, é o balanço obrigatório
entre a performance oferecida, e a capacidade do motorista em lidar com ela e
usufruir. Usualmente carros muito fortes são perigosos, até letais a motoristas
não nivelados às exigências. Nestes dias de invasão quase compulsória de
intimidades, o youtube exibe enorme relação de filmetes sobre acidentes com
esportivos, causados exatamente por esta discrepância.
O Axioma –
considere-o como sinônimo de verdade fática – de Pirelli diz Potência não é nada sem controle. É
coisa incontestável para regrar tal harmonia. Não adianta alguém ter meios para
comprar produtor de centenas de cavalos de força, com uma montanha de torque,
se suas habilidades de condução sequer servem para usufruir totalmente o
oferecido por simplório up! tsi e seu turbo. Se performance e habilidades de
condução não se nivelam, é um passaporte a problemas caros.
Medida certa
A composição e a performance oferecidos pelo Audi
TT parecem ter sido desenhados sob a tutela da regra utilizada como slogan publicitário
pelo fabricante italiano de pneus. Ele entrega, e basta em performance a 95%
dos motoristas. Dos outros cinco, dois não se interessarão, outros dois saberão
fazer suar sob controle os 230 cv do TT. Um final não saberá do que se trata.
O TT é bem feito. Em
terceira geração agrega atrativos tecnológicos diversos, especialmente marcados
pela capacidade de se escolher tamanho e disposição dos instrumentos do painel.
Os mostradores são virtuais, podem crescer, diminuir, ser afastados para os lados,
abrindo espaço tela de condução. O conta giros vai em frente ao motorista, como
eram nos MGs T e no Alfa Romeo Alfetta.
O pequeno motor,
quatro cilindros em linha, posto transversalmente, cabeçote em alumínio, 16
válvulas com abertura variável, dois sistemas de alimentação – um, direto,
sobre os pistões, outro no coletor de admissão -, turbo alimentador, eixo
contra rotante para eliminar asperezas, não produz apenas sadia tropa de equino
com estamina alemã, mas a monumentalidade de 37,7 kgmf de torque, coisa de
motor grande. Com seis marchas à frente, transmissão mecânica automatizada por
duas embreagens, mudando-as por si só ou por alavanquinhas sob o volante, a
potencia chega às rodas frontais e controles eletrônicos tentam reter
patinadas.
Freios por grandes
discos, sensíveis, operando com brio e determinação, tão convincentes em
desacelerar quanto o é no ir de 0 a 100 km/h em 5,9s e velocidade final cortada
a 250km/h. Sistemas para administrá-lo, suspensões independentes. Faróis em
LEDs, com assinatura personalizada. Dado irrelevante, consumo pequeno.
Relevante, grande prazer de conduzir.
Apesar do aumento do
dólar, preços caíram. Versão de entrada, Attraction, R$ 199 mil. Superior, R$
220 mil.
Fórmula tende à
perfeição, mas há falhas na aplicação. As rodas em liga leve, aro de 19” e
pneus 234x35 poderiam ser trocadas por aro 18” e pneus com laterais mais altas
– e compatíveis com os buracos nacionais. Dois ou três centímetros de maior
altura livre combinariam com os quebra molas nacionais, proibidos, mas sempre
adotados em caso de dúvida ou falta de conhecimento técnico e legal.
A grande virtude está
no respeito ao Axioma de Pirelli, ao ser pequeno, barato neste universo de
esportivos, e oferecer respostas esportivas superiores à demanda de 95% dos motoristas.
Aos outros, os que se entendem acima da performance do TT, sucesso e cuidado ao
dirigir Ferraris, Maseratis, Porsches, Audis R, Mercedes Asa de Gaivota.
FCA quer terceirizar Dodge Dart e Chrysler 200
Com poucas vendas, o Dodge Dart e o Chrysler 200 – mesmo
carro -, somando 10 mil unidade/ mês, caíram na racionalidade de custos pró
sobrevivência e crescimento da FCA, a união das marcas Fiat com as marcas
Chrysler. Volume pequeno, concorrente Toyota vende 50 mil Camry, não justifica
tomar espaço industrial de produtos mais rentáveis, como a linha Jeep,
acelerando em crescimento e os demais Chrysler. A FCA quer focar em produtos na
ampla e pouco balizada classificação de Premium, embutindo maior lucro
unitário.
Decisão da empresa é produção com um novo e criativo vocábulo, externalizada.
Na prática, junção de conceitos, tanto pode ser encomenda a terceira marca,
quanto fusão com outro fabricante para fazer sinergia entre meios e
tecnologias. Neste caminho a FCA vem procurando no mercado, fazendo propostas à
Honda, à Suzuki e, até, prontamente repelida, à GM.
Não há indicativos de definição de caminhos.
Brasil, cuja indústria automobilística tem ociosidade
imaginada em 50%, poderia ser o fornecedor. Honda e o grupo Souza Ramos –
Suzuki - têm fábricas fechadas, e a Cherry com ociosidade industrial em torno
de 90%.
JAC
T5, enfim, chega ao mercado
Foram 17 meses e 1 milhão de quilômetros rodados buscando
desenvolver componentes, entre a apresentação no Salão do Automóvel, outubro de
2014, e o início de vendas na contraída rede com 30 revendedores JAC. O T5, Sport
Athletic Vehicle – não é utilitário
esportivo, ante a falta da tração nas quatro rodas, mas a conformação estética,
e a posição de dirigir vende a imagem de poder e, a alguns, a ideia de destemor
e capacidades para enfrentar dificuldades extra asfalto – desculpe-me
o leitor pela colocação inadequada. Neste Brasil onde a engenharia de fazer
ruas e estradas está ao nível de Mobral, e as enchentes nas vias urbanas são
para arrostar Land Rover Defender e Toyota Bandeirante, não há desafios Off
Road. Eles estão On Road.
O T5 não foge à estratégia traçada por Sérgio Habib,
representante da JAC no Brasil, a de carro completo com preço de carro pelado.
No caso entre R$ 59.990 e R$ 68.900, se oferece em comparação entre conteúdo e
faixa de preço com os melhor classificados no mercado, com interior mais rico,
maior dosagem de confortos eletrônicos e de conectividade, como o kit
multimídia pela Foxconn, tela de 20 cm, e capacidade de espelhamento com o
celular, disponível na versão Pack 3, não encontráveis em veículos deste
segmento.
Disponível em conteúdo em três níveis, vendas focadas na
versão superior, mais equipada.
A JAC entende ser bom produto em conteúdo, com alguns
itens sequer disponíveis nos concorrentes do segmento, design marcante, assinatura visual – nova moda de estilo -, e
economia. Seu pequeno, entretanto potente motor de quatro cilindros em linha,
1,5 litro, 16 válvulas, comando variável para se adequar à demanda do tipo de
condução, flex, sem tanquinho, produz 125 cv a gasálcool e 127cv com álcool, e
respectivos 152Nm e 154 Nm em torque. Transmissão manual seis velocidades, com
a primeiras marchas mais reduzidas para dar agilidade e disposição, e as finais
mais alongadas, permitindo ao motor girar e gastar menos. Está na Classificação
A pelo Inmetro.
Em termos de performance, aceleração de 0 a 100 km/h
declarados abaixo de 11s e final de 194 km/hora. Em agosto transmissão
automática CVT.
Pretende-se venda de 200 unidades/mês. O T5 será
produzido na fábrica a ser erigida pela JAC, neste ano, em Camaçari, Ba.
Roda-a-Roda
Mito – Alguns
veículos cumprem sua história, vão-se pelo desequilíbrio na conta demanda x
investimento por renovação. Entretanto podem voltar. Nos EUA é o caso do picape
Wrangler, aqui conhecido como picape Jeep. Demandado e requerido por fãs, deve
retornar à produção.
Mais – Admiradores do
Ford Bronco, segundo os anúncios da Ford cruza de cabrito montês com cavalo de
corrida, tipo jipe mais confortável, demandam à empresa re lançá-lo em versão
atualizada, sexta geração. Projeção para 2020.
Surpresa – Com
vaticínios contrários o português Carlos Tavares, presidente da PSA – Peugeot
Citroën anunciou resultados financeiros e, junto, surpresa: empresa concluiu
plano de recuperação antes do previsto. Último exercício obteve margem
operacional de 5%, índice antecipado em um ano.
AL –
Previsões para América Latina discrepam do ânimo de crescimento, prevendo-se
10% na redução dos negócios. Rússia, pior, caindo 15%. Previsão de distribuição
de dividendos para o próximo ano.
Lançamento – Diz imprensa
europeia, Jeep terá novidades no Salão de Genebra. Apesar da distância terá
novidades para o Brasil.
Bom – O motor diesel
2 litros, e 170 cv hoje aqui aplicado ao Jeep Renegade e ao picape Toro,
evoluirá a 2,2 litros e a potência a 200 cv. Transmissão automática de 9
velocidades foi mantida. FCA local desconhece.
Problema – Chinesa
Chery, instalada em Jacareí, SP, nova greve, acabada 3ª. feira. Agora contra a
demissão de funcionários por prestadora de serviços. Deu-se na véspera do
início de produção de seu segundo produto, o pequeno QQ.
II – Chery tem
sérios problemas de convívio com o sindicato local dos metalúrgicos. Fez greve
ao inaugurar da fábrica e repetem com o novo produto.
Passado – Manifestações
idênticas geraram insegurança à GM, minguando atividades na vizinha São José
dos Campos, transferindo o Projeto Phoenix, do novo Cruze, para a Argentina e
fábrica de transmissões para Santa Catarina.
Situação – Em época de
redução de atividade econômica, fechamento de empresas, fim de empregos, greve
é atividade de risco e fora de propósito.
Ching-Sir –
Bem articulada Agência AutoData informa
tratativas da Jaguar Land Rover para utilizar a enorme capacidade ociosa da
fábrica da Chery e pintar seus produtos, aumentando nacionalização e ampliando
capacidade.
Questão – Logística
simples, ambas estão à margem da Via Dutra. Resta saber se o temor das greves,
desorganizando indústria e comércio, não assustará as marcas inglesas
comandadas pelos indianos.
Festa – VW comemora 40
anos de sua fábrica em Taubaté, SP, e produção de 150 mil unidades do up!. Já
exportou mais de 20 mil unidades para Argentina, México, Uruguai e Peru, e enviará
ao Paraguai, Costa Rica e Curaçao.
Mudança – MMC Brasil, produtora dos Mitsubishi, mudou de
razão social. Agora é HPE. Consultada, empresa deu explicação genérica, mas período
coincide com a exposição da marca japonesa numa operação da Polícia Federal, e
a prisão do banqueiro André Esteves, sócio minoritário.
Perda – Ciclista
brasileiro Cláudio Clarindo, 38, um dos 10 melhores do mundo em provas longas,
morto por carro invadindo o acostamento onde treinava. Motorista dormiu, cruzou
a pista, atropelou cinco atletas.
Equipamento – Prestou
socorro, não estava bêbado, dormira ao volante. Veículos novos de certa
hierarquia portam equipamento para alertar condutor, quando percebem ausência
de movimentos, tocam campainha, acendem indicativo no painel, vibram o volante.
Aqui – Legislação
brasileira não obriga veículos a portá-lo, e informa Anfavea, associação dos
fabricantes de veículos, não há iniciativa interna para adoção, variando de
acordo com a política das montadoras.
Caminho – Melhor opção é lobby pelos fabricantes do equipamento para torná-lo obrigatório.
Ante evento e perda Ministério dos Esportes poderia liderar o movimento pela
adoção do equipamento.
Mercado – ANEF, associação dos bancos das montadoras tem
informações de balcão quanto ao mercado de veículos novos nos últimos 12 meses:
total financiado caiu 17%; medida do freio na economia, para pessoas jurídicas
reduziu 24,8%; inadimplência cresce marcialmente, 1,1% em relação a 2014.
Auxiliar – Além de vender o novo picape Fiat Toro, visto
pela FCA como produto da cruza de picape com utilitário esportivo, empresa
oferece lista de vestuário, acessórios, brinquedos. Quer ver? http://fiatfashion.com.br
Oportunidade – Mercado
vendendo menos veículos novos, redução na circulação da frota antiga, prática
numérica exibe queda no consumo de pneus. Japonesa Bridgestone entendeu ser momento
para investir.
Mais - Anunciou R$
256M para ampliar fábrica de pneus em Camaçari, Ba, elevando capacidade de
produção em 30%, de 8.000 para 10.500/dia. Fará, também, centro de
distribuição.
Freio – Familiares do
ex governador Dante de Oliveira, operando a revenda Fiat Domani, em
Rondonópolis, MT, foram suspensos como fornecedores pela Secretaria de
Segurança do Estado e proibidos de prestar serviços ao governo de Mato Grosso
no período de dois anos.
Outros - Questão
simples, venceram concorrência pública no valor de R$ 520 mil para assistir e
reparar veículos Fiat da frota oficial. Porém desmontaram galpão assistencial e
contrataram oficina sem condições para realizar reparos.
Acerto – Estado cobra
10% de multa por motivar rescisão contratual e enviou documentação ao
Ministério Público para investigar superfaturamento.
Correção – Para
capitalizar-se Gol antecipou vendas de passagens no valor de R$1B à Smiles,
antes seu programa de fidelidade e agora empresa coligada.
Redução – Ante a queda de
demanda por passagens, corta custos, reduzirá voos; suspenderá sete destinos;
negociará entrega de novas unidades em 2016 e 2017, de 15 para 1 unidade.
Providência – Surpreendida com publicação de mensagens
via Whats App entre diretor e comissários de provas, trocando informações sobre
mesquinharias de inventar fatos e prejudicar pilotos, CBA, Confederação
Brasileira de Automobilismo, afastou os auxiliares e abriu inquérito.
Talvez – Negócios com esporte no Brasil normalmente
desprezam os atores em lugar dos gestores e sua turma. Só haverá solução se o
poder dos patrocinadores, prejudicados por menor exposição de sua marca,
questionar juridicamente os organizadores pelas perdas. Dinheiro manda.
Gente – Frank
Witteman, alemão, ex-diretor de vendas na China e ex-presidente da Jaguar Land
Rover na Rússia, transferência. OOOO Assume
filial Brasil. OOOO Missão inaugurar fábrica,
compatibilizar produção local, produtos, importações, e ampliar vendas. OOOO
Denise Andrade, diretora da Goodyear, reconhecimento. OOOO Ganhou
o prêmio VOCÊ RH Profissionais do Ano 2015. OOOO
Stefano Domenicali, engenheiro, italiano, co-optado. OOOO Novo presidente e administrador delegado da Lamborghini e da Quattro
GmbH, braço esportivo da Audi, controladora da marca italiana. OOOO Domenicali era o líder da área de
competições da Ferrari, e saiu com a dispensa de Luca di Montezemolo. OOOO
Convidado no mesmo dia, demorou dois anos
para aceitar. OOOO Dieter Zetsche, mandato renovado como CEO da Daimler e
presidente da Mercedes. OOOO Toca projeto
de ampliação da linha de automóveis e de trazer a Mercedes à liderança das
marcas alemãs Premium. OOOO
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