terça-feira, 17 de abril de 2018

Wagner Gonzalez em Conversa de pista


Ricciardo vence na China a prova mais movimentada do início da temporada.


F-1 2018: três corridas, muitas histórias.

A vitória de Daniel Ricciardo no recente GP da China deu novas cores a um campeonato que começava a ganhar tons vermelhos após duas vitórias consecutivas de Sebastian Vettel. Graças a um par de acidentes - entre Pierre Gasly e Brendon Hartley e Sebastian Vettel e Max Verstappen, a terceira etapa da temporada ganhou vida e movimento em sua segunda metade e abriu espaços para discutir o futuro das carreiras do holandês e do francês, ambos ligados à Red Bull, mesma equipe do vencedor em Shangai. Mais ainda, a possibilidade de usar três compostos de pneus em uma mesma corrida parece ter criado um leque de possibilidades estratégicas que as equipes parecem ter dificuldade em digerir e extrair as melhores soluções.

Nos treinos a Ferrari e a Mercedes se impuseram à Red Bull e as três ocuparam as três primeiras filas, nessa ordem,  mostrando que estão acima das suas rivais; na corrida, porém, a situação mudou e proporcionou um bom tempero ao prato principal a partir da 35a das 56 voltas da prova. Foi nessa altura dos acontecimentos que os vestígios do arroubo de Pierre Gasly sobre seu companheiro de equipe Brendon Hartley foram retirados da pista e marcaram seu ainda curto currículo.

A frustrada tentativa de ultrapassagem do jovem francês sobre o neozelandês foi um misto de impetuosidade típicas de Ayrton Senna e Max Verstappen com um erro de novato impressionado por ter largado atrás do inimigo de equipe pela primeira vez em três corridas. O tempo vai aclarar o verdadeiro motivo dessa falha comprometedora. Quanto a Verstappen, as manobras incríveis do holandês parecem perder espaço para os erros que terminam em acidentes e batidas. Uma semana após um choque contra o carro de Lewis Hamilton em uma ultrapassagem no Bahrein, Max superestimou suas chances de ganhar a posição de Sebastian Vettel no final da reta e provocou a rodada de ambos.

O alemão da Ferrari – que também já aprontou das suas -, foi bastante prejudicado (o assoalho danificado afetou a estabilidade e velocidade de ponta do seu carro), mas ao aceitar as desculpas do rival ao final da prova fez muita recordar que quando estava em sua terceira temporada já estava mais maduro e experiente que Verstappen. Prejuízo maior teve a Red Bull, que poderia ter colocado dois pilotos no pódio.

Para piorar a cotação do holandês, seu inimigo de equipe foi o grande destaque de um fim de semana que quase o impediu de participar da prova de classificação. Daniel Ricciardo mal completou duas voltas no treino livre de sábado quando o motor do seu carro o deixou na mão pela segunda vez em dois fins de semana consecutivos. O empenho dos seus mecânicos garantiu que o carro fosse reparado a poucos minutos do final da Q3; Ricciardo correspondeu ao esforço, progrediu até a Q1, fez uma corrida onde manteve-se no lugar certo na hora certa e voltou para casa com sua sétima vitória e mais 25 pontos na tabela de pontos do campeonato, onde ocupa a quarta posição. Suas ultrapassagens foram precisas e marcantes, como você pode ver aqui.

Ricciardo soube explorar a estratégia da Red Bull que fez seus pilotos largarem com supermacios; Ferrari e Mercedes optaram pela solução conservadora de largar com compostos macios e terminar a prova com pneus médios. O fato de escolher os pneus mais duros e resistentes quando o carro estava mais leve reforçou que muita gente ainda está nos primeiros degraus da curva de aprendizado sobre as propriedades desse equipamento. 

Em situações normais, no final de um GP a  menor carga de combustível permite que o carro  aproveite melhor o potencial de um composto mais macio, mais aderente e menos durável. Novamente segundo colocado, desta vez Bottas foi prejudicado pelo desgaste dos pneus traseiros (Mercedes)[/caption]

Quanto à Mercedes, que vem de anos de domínio absoluto, a atuação de Lewis Hamilton ficou aquém do seu padrão de agressividade enquanto Valtteri Bottas, tal qual ocorreu no GP do Bahrein, não foi capaz de atacar o líder e terminou em segundo lugar. Na China, pelo menos, foi possível notar que o pneu traseiro esquerdo do seu carro deu nítidas mensagens de estar bastante desgastado a ponto de soltar grandes tiras de borracha. Apesar de tudo, a equipe tedesca lidera a tabela de construtores com um ponto de vantagem sobre a Scuderia.

Das demais equipes destaque-se a disputa entre a McLaren e a Renault: a primeira vem caindo de produção e a segunda vive uma fase crescente. Pode estar aqui a disputa pela quarta força da temporada. Toro Rosso e Haas aparecem em seguida e devem melhorar. No fundo do pelotão, Alfa Romeo-Sauber, Force India e Williams competem para decidir qual delas não será a décima e última colocada. O time fundado por Frank Williams é o único que ainda não  marcou pontos.

Ao contrário de seu cliente McLaren, Renault conquistou 7, 8 e 10 pontos nas últimas três provas (Renault).

O resultado completo do GP da China você encontra aquie as posições nos campeonatos de pilotos e construtores neste link.

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