quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

FELIZ ANO NOVO!!!!

Fernando Calmon - Alta Roda - O automóvel e os jovens


Alta Roda nº 869/219– 303– 0oda nº852/1208– 2oda nº851/2015

Fernando Calmon
De uns tempos para cá, pesquisas apontam desinteresse dos jovens em dirigir automóveisou até se candidatar a uma carteira de motorista. Essa tendência aparece em países centrais de alta taxa de motorização e se atribui, entre outras razões, ao crescente grau de conectividade da internet em dispositivos portáteis, à menor necessidade de deslocamentos e, de certa forma, a meios de transporte coletivos e alternativos, incluindo aplicativos para táxis e motoristas particulares do Uber.

Quem produz autopeças, fabrica veículos e os comercializa estão atentos sobre o impacto desses novos consumidores. Já se prevê salões de concessionárias diminuindo de área e até com apenas um ou dois modelos em exposição – o mais vendido e/ou o recém-lançado. 

No Brasil esse caminho poderá também ser trilhado, só não se sabe em que ritmo. Para prospectar intenções, a pesquisa Jovem x Automóvel conduzida por Lupércio Thomaz, jornalista e diretor da rede social Campus Universitário, entrevistou 404 estudantes (51% homens e 48% mulheres) entre 18 e 25 anos, de São Paulo e Ribeirão Preto. Uma das revelações foi de que 59% dos entrevistados ainda não têm carteira de habilitação, mas entre esses 95% pretendem se habilitar, demonstração de sensível diferença em relação às enquetes no exterior. 

Curiosamente, o carro significa expressão de liberdade para 18% desses universitários, enquanto 51% o consideram apenas meio de transporte. Para as gerações do Século XX a resposta à mesma pergunta provavelmente teria proporção invertida. 

Outros dados interessantes da pesquisa: 

• 69% declaram que utilizam pouco ou raramente carros em seus deslocamentos. Ônibus (46%) e metrô (31%) são as alternativas mais citadas. Motocicleta 3% e bicicleta 5%.

• 60% dão carona a quem estuda ou trabalha junto. 

• 90% usariam menos o automóvel, se o transporte público fosse melhor. 

• 77% aceitariam compartilhar um veículo, a exemplo de bicicletas. 

• 73% não estariam dispostos a se endividar para ter um carro. 

• Se tivessem R$ 50.000, apenas 13% comprariam um automóvel. Outras respostas: intercâmbio cultural (18%), viagem de estudo (15%), pós-graduação (12%), cursos complementares (11%), outra graduação (8%), turismo (7%) e outros projetos (16%). 

• Entre os que indicaram a preferência pelo carro, 53% são homens e 47% mulheres. 

Das conclusões que se podem tirar do estudo, há sentimento de diminuição de prioridade do automóvel na vida dos jovens. Vontade de compartilhar e não se endividar podem ser sinais de alerta tanto para fabricantes quanto concessionárias sobre o futuro do negócio. 

Mais negativo, porém, o fato de apenas 11% considerarem o carro como objeto de desejo, enquanto 7% o apontam como fonte de poluição/barulho, 6%, vilão do meio ambiente; 5%, estorvo para o trânsito; 2%, gerador de acidentes. 

Por outro lado, objeto de desejo e expressão de liberdade somam 29%, contra 20% de posições críticas. Também é necessário frisar que a pesquisa foi conduzida em duas das maiores cidades do Estado mais desenvolvido do País. Em regiões com taxa de motorização menor, o resultado certamente seria outro. Para sorte do automóvel. 

PERFIL
   
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:  www.twitter.com/fernandocalmon                  

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Wagner Gonzalez em Conversa de pista

Wagner Gonzalez
MAIS UMA BANDEIRADA


Temporada termina com repetecos bons e ruins da F-1 até os campeonatos regionais, sementes plantadas em todo o planeta e a torcida por uma boa colheita. Torcida é para 2016 ser marcado pela consolidação do automobilismo de raiz e a volta das grandes disputas.



Refletir sobre o que aconteceu e prever o futuro é tarefa das mais ambíguas, ou como diria Luiz Carlos de Oliveira (meu primeiro editor no jornal O Estado de S. Paulo, mais conhecido como “Barriga”), “uma linha tênue”: corre-se o risco de apontar o óbvio ou escorregar na criatividade. A F-1 ficou longe disso: a segunda temporada consecutiva de domínio da Mercedes-Benz deixou claro que os alemães são bons em planejamento tanto no futebol quanto naquilo que os ingleses chamam de “ápice do automobilismo internacional”. Graças a um investimento de primeiro mundo, conseguiram formar material humano e tecnológico de primeira qualidade. Enquanto nas pistas desenvolviam um pessoal coeso nos últimos anos dos carros movidos unicamente por motores de combustão interna, nos laboratórios eram pesquisadas as melhores soluções para as tais unidades de potência que transformaram aqueles outrora astros em coadjuvantes.

O resultado é que nem a Renault, tampouco a Ferrari puderam evitar que Lewis Hamilton e, em menor grau, Nico Rosberg, tivessem adversários consistentes na segunda temporada dos carros híbridos. O planejamento alemão deu tão certo que, considerados o retorno publicitário da marca, o montante de patrocínio e os prêmios acumulados em 2016 permitiram que a operação F-1 da Mercedes terminasse com um significativo lucro financeiro. E levante a mão quem insista em dizer que a categoria é um esporte e não um negócio…

A criar um contraponto nesta conclusão, a maneira como a FOM (Formula One Management) e sua controladora CVC Partners exploram a categoria mostram que a ganância e a avareza são valores nada elogiáveis mesmo no cruel ambiente de negócios. Conseqüência da busca desenfreada por lucros e apenas lucros, a F-1 não renova sua legião de fãs ao impor ingressos caros, separar seus artistas do público e insistir em rejeitar o poder de comunicação da internet. Com o poder enfraquecido, Bernie Ecclestone, o líder supremo e quase imortal, tentou revisar profundamente o regulamento da categoria e até lançou uma concorrência para que um fabricante independente fabricasse motores atmosféricos de “baixo custo” para atenuar o domínio crescente dos grandes fabricantes de automóveis. Não deu certo. O ano de 2015 mostrou que a estrutura que Ecclestone desenvolveu em quase meio século de crescimento astronômico será herdada por empresários acostumados a lucrar milhões vendendo o que o público quer comprar, os mesmos empresários que lutam para manter a indústria automobilística lucrando como sempre.

Na base dessa pirâmide estão os campeonatos disputados regionalmente, ou como diem nossos hermanos, os “zonales”. Sem um centésimo da tecnologia ou um milionésimo dos recursos financeiros esbanjados na F-1, aqui o que vale é a diversão materializada na eterna luta entre o homem, a máquina e a velocidade. Carros antigos, a maioria já fora das linhas de produção, em muitos casos modelos clássicos, fazem as vezes de bólidos e possantes capazes de disputar cada freada e contornar curvas em contraesterço espetacular. No Brasil, o grande momento desta vertente foi a Cascavel de Ouro disputada no segundo semestre.

No meio do caminho entre dois pontos estão categorias de base que igualmente vivem uma fase importante de renascimento. A Formula 4 internacional ocupa o vazio deixado pela F-3 que se sucumbiu aos seus custos cada vez mais altos: no campeonato alemão da primeira, o organizador ADAC (Automóvel Clube da Alemanha) anunciou recentemente que dilatou o limite de 42 inscrições para atender a uma demanda superior a 50 jovens pilotos (incluindo quase um décimo de meninas), querem competir na temporada que começa dia 17 de abril. No Brasil, Marcos Galassi segue desenvolvendo seu projeto de F-Inter, um carro a altura da capacidade tecnológica brasileira e da realidade econômica do País.

Outra linha tênue que compõe o cenário do esporte a motor brasileiro diz respeito á linha da vida de nossos autódromos. Ao mesmo tempo que o Circuito dos Cristais, localizado em Curvelo (MG), ganha forma para ser inaugurado em março e os proprietários do autódromo Velo Città desenvolvem estudos para receber categorias como a Stock Car, Interlagos segue alvo de desmandos e irresponsabilidade dos poderes estabelecidos e aqueles que pretendem chegar até ele. A prefeitura paulistana segue gastando irresponsavelmente em reformas de qualidade ridícula e João Dória Jr. lança sua pré-candidatura a sucessor de Fernando Haddad anunciando que “se eleito for vou vender o parque Anhembi, o estádio do Pacaembu e o autódromo de Interlagos”. Honrando a postura da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que nada fez para impedir a destruição do autódromo do Rio de Janeiro, a destruição parcial do de Brasília e a inatividade para recuperar as pistas de Caruaru e Fortaleza, a Federação de Automobilismo de São Paulo (Fasp) segue praticando uma política de enfrentamento com a SPTuris (a administradora de Interlagos) que já demonstrou ser tão nula quanto o investimento que a entidade faz para promover o esporte e valorizar os profissionais que vivem do esporte.

Que 2016 venha traga ventos a favor do nosso esporte e para todos os entusiastas que sonham com um automobilismo forte e saudável.

Aproveito para desejar a todos um Ano Novo feliz e profícuo.


WG

Tarcísio Dias em Mecânica Online - Veículos híbridos e elétricos: o futuro da mobilidade é verde

E vamos chegando ao final de 2015. Não está sendo fácil para o povo brasileiro enfrentar tão dura realidade quando indefinições políticas e baixa qualidade de gestores colocam em risco o futuro de milhões de pessoas em nosso País. Que 2016 possa ser diferente para você, de modo que muitas das situações difíceis que você passa, ou mesmo tenham deixado você no vermelho, voltem ao verde, a cor do futuro quando falamos em mobilidade.

Não há dúvidas que o caminhar de pesquisas e inovações nos levam para os sistemas de acionamento elétrico do automóvel. O motor de combustão interna passou por evoluções, mas seu princípio ainda é o mesmo.

É cada vez maior a preocupação com as emissões de CO2. Precisamos adotar soluções mais eficientes, de uma mobilidade mais sustentável.

Os sistemas de condução elétricos permitem uma condução ecológica em cidade e podem-se utilizar para distâncias mais longas sempre que seja necessário.

Atualmente, isto só se pode levar a cabo com os diferentes tipos de tecnologia híbrida que temos à nossa disposição. Então, vamos aproveitar o final e início de um novo ano para ampliar os conhecimentos quando o assunto são veículos híbridos e elétricos!

Híbrido puro (sHEV) - Nestes veículos o motor recebe o apoio de um motor elétrico. O veículo é propulsado por um motor de combustão interna. No entanto, os veículos híbridos puros também podem realizar distâncias curtas ao serem propulsados unicamente com eletricidade. A energia necessária para isso é gerada previamente pelo motor de gasolina ou diesel. Por outras palavras, a bateria carrega-se sem necessidade de uma fonte de corrente elétrica.

Híbrido elétrico (PHEV) - Os híbridos elétricos podem funcionar através de um sistema de acionamento elétrico sem produzir nenhuma emissão. Quando a carga da bateria é insuficiente, o carro passa a propulsar-se através de um motor convencional. É possível recarregar a bateria diretamente a partir de uma tomada elétrica.

Veículo elétrico de categoria alongada (EVRex) - Extensores de alcanço são motores de combustão interna compactos que recarregam as baterias de veículos eléctricos, quando o nível de carga diminui. Ao contrário do híbrido plug-in, o extensor de autonomia não pode dirigir as rodas diretamente. Isto, contudo, manter a mobilidade dos veículos eléctricos - mesmo se não houver nenhuma tomada por perto.

Veículo elétrico de bateria (BEV) - Os sistemas elétricos puros não necessitam de combustíveis de origem fóssil. Em termos técnicos só existe uma pequena diferença entre um veículo híbrido e um elétrico: contudo, a diminuição dos custos e o aumento do número de estações de carga é muito importante para conseguir que sejam aceites de forma global.


PERFIL

Tarcisio Dias – Profissional e Técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecatrônico e Radialista, é gerente de conteúdo do Portal Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) e desenvolve a Coleção AutoMecânica.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Beto Monteiro aponta 2015 como temporada mais eclética de sua carreira nas pistas

A temporada automobilística de 2015 foi a mais eclética dos mais de 20 anos de carreira de Beto Monteiro. O piloto pernambucano pilotou, entre testes e corridas, mais de dez variedades de equipamentos de competições, dos karts como aqueles em que iniciou sua trajetória nas pistas, ainda em 1989, até os caminhões da Fórmula Truck, categoria da qual participa regularmente desde 2002 e em que conquistou dois títulos brasileiros e um sul-americano.

A 14ª temporada completa de Monteiro na F-Truck marcou a estreia na Lucar Motorsports, equipe chefiada pelo também piloto Luiz Lopes. “Foi um ano de transição. Tive alguns acidentes de percurso e também acidentes fora de percurso”, pondera o piloto, 13º colocado na pontuação final. O quarto lugar na etapa de Campo Grande foi o melhor resultado no ano. “Conseguimos evoluir bem o equipamento durante o ano. Deixamos o caminhão competitivo”, diz.

Quando o campeonato da F-Truck começou, em 1º de março, Monteiro já havia tido nos Estados Unidos suas primeiras experiências automobilísticas do ano. Além de disputar corridas em Orlando na categoria Shifter Kart, tendo um segundo lugar numa prova em que o também brasileiro Nelsinho Piquet foi o terceiro, ele fez testes com um carro da East Nascar K&N pela Troy William Racing, equipe que defendeu em algumas etapas da temporada de 2010.

Embora seja piloto regular da Fórmula Truck, Beto Monteiro teve duas experiências na Stock Car. Na primeira, disputou ao lado de Galid Osman, pela Ipiranga-RCM, da corrida de duplas que abriu o campeonato, em Goiânia – foi 11º colocado. Na segunda, a convite da equipe Hot Car, participou da etapa de encerramento da temporada, na pista paulista de Interlagos. Abandonou na metade da primeira volta, por conta de um acidente que envolveu oito carros.

Monteiro teve em outubro experiências em carros de tração dianteira. Em Curitiba, formou dupla com Osman Didi na Copa Petrobras de Marcas. “Fui a convite do Leandro Romera para ajudar no desenvolvimento do Chevrolet Cruze da KFF Pro Racing. Saí da prova por causa da quebra de um parafuso”, conta. Em Cascavel, foi parceiro de Marco Romanini na 29ª Cascavel de Ouro. Largou em 11º e estava em terceiro quando abandonou por quebra mecânica.

A temporada marcou duas experiências de Monteiro no automobilismo regional paulista. No meio do ano, ele disputou em Piracicaba uma corrida da Fórmula 1600, conquistando o segundo lugar pela San Racing. Em novembro, atuou nos 200 km de Cordeirópolis, prova de velocidade na terra que teve na pista 42 monopostos tubulares. A participação foi interrompida pelo acidente de Ricardo Fragnani, seu parceiro na dupla, quando tentava assumir a liderança.

A última etapa da Fórmula Truck, em Londrina, marcou a volta de Beto Monteiro aos carros monopostos. Ele experimentou um dos carros da Fórmula 4 Sudamericana, que cumpriu a programação preliminar, a convite de Gerardo “Tato” Salaverría, promotor do campeonato. “O Tato me chamou para sentir o carro e dar um feedback. Foi legal, eu não andava em um fórmula desde 2011, quando participei da Fórmula 3 em Caruaru e ganhei na categoria Light”, frisa.

O kart ocupou a agenda do pernambucano. Além das provas nos EUA, de treinos periódicos e de participações na Copa São Paulo de Shifter Kart, ele teve missão tripla nas 500 Milhas da Granja Viana. “Não tive um bom resultado na preliminar de Shifter Kart, mas ganhei a prova principal pela Locres Racing na classe B e também fui primeiro na corrida do Kart dos Artistas”, diz, citando a corrida festiva em que formou dupla com a atriz Regiane Cesnique.

Beto Monteiro foi o piloto que teve o fim de semana mais movimentado durante a programação das 500 Milhas, que aconteceram em Limeira. Além da participação nas três categorias, ele viajou de Limeira a São Paulo na noite de quarta-feira (16) para acompanhar a esposa Fernanda no parto dos gêmeos André e Pedro, primogênitos do casal. “Na verdade, a chegada dos dois foi a maior vitória. Não da minha carreira, mas da minha vida”, compara o piloto.

O próprio piloto reconhece a excentricidade de sua agenda variada em 2015. “Foi um ano em que fiz bastante o que mais gosto de fazer, que é guiar. Gosto disso a ponto de ter encarado tanta coisa diferente ao longo do ano, é o trabalho mais gratificante que eu poderia ter”, define. “Logicamente, a Fórmula Truck é a minha principal atividade, e isso não deverá ser diferente em 2016”, antecipa o pernambucano, que ainda não definiu a equipe que vai defender.

Nissan, Hewlett Packard Enterprise e Siemens desenvolvem nova geração de plataforma completa para o design de veículos

O CEO e presidente mundial da Nissan, Carlos Ghosn, a CEO da Hewlett Packard Enterprise (HPE), Meg Whitman, e o CEO da Siemens, Joe Kaeser, anunciaram o desenvolvimento de uma infraestrutura pioneira na indústria automotiva que permite aos centros globais de Pesquisa e Desenvolvimento da Nissan uma conexão contínua e de altíssima velocidade para o desenvolvimento de dados dos próximos veículos. A infraestrutura, chamada VDI (Virtual Desktop Infrastructure, em inglês) que é uma área de trabalho virtual, dá mais flexibilidade e capacidade de gerenciamento à Nissan no design global de seus veículos. A Nissan começou a usar a solução na América do Norte e na Europa.

A VDI utiliza processamento gráfico avançado baseado na tecnologia da virtualização da área de trabalho. Isto permite aos engenheiros acessar a estação de trabalho virtual 3D CAD em servidores e controlá-los em um ambiente de área de trabalho. Com esta tecnologia, a Nissan pode armazenar as mais recentes informações nestes servidores e equipes ao redor do mundo podem acessá-las quando quiserem e com grande agilidade. Isto vai aumentar a produtividade e usabilidade, além de melhorar a eficiência dos custos e gerenciamento de riscos e problemas.


Esta nova plataforma é uma solução totalmente adaptável para o design das próximas gerações de veículos que adotam a engenharia VDI globalmente, utilizando servidores com o mais avançado processamento gráfico, armazenamento de alta performance e tecnologia de aceleração de software e redes. A Nissan utilizará inicialmente a solução em dois centros: no Nissan Technical Center North America e no Nissan Technical Center Europe. Com esta plataforma, a Nissan pretende ter a mesma produtividade das operações CAD em qualquer local do mundo e reduzir significativamente os custos associados a melhorias de sistemas futuros, atualização de versões e custos operacionais ao consolidar e melhorar o gerenciamento de infraestrutura. Além disso, a Nissan planeja expandir o uso da plataforma futuramente.

A Hewlett Packard Enterprise propôs a inovadora solução VDI de ponta a ponta, dos equipamentos aos programas, assim como os serviços de suporte e consultoria. A HP montou equipes para cuidar do projeto no Japão, Estados Unidos e Europa com o objetivo de implantar, verificar e testar a solução. Isto assegurou uma implementação orgânica, rápida, confiável e flexível para a Nissan.

A solução de engenharia VDI inclui as seguintes tecnologias da HP:
·         HPE ProLiant WS460c Graphics Server Blades – torna possível uma estação de trabalho com gráficos de alta performance que permite aos engenheiros centralizar, virtualizar e tornar altamente fiel a experiência de área de trabalho, incluindo suporte para aplicativos que utilizem gráficos 3D.
·         HPE 3PAR StoreServ 7400 Storage – permite à Nissan armazenar e gerenciar informação das próximas gerações de soluções de design de veículos em uma única, altamente adaptável e robusta plataforma.
·         HPE Systems Insight Manager – permite o fácil gerenciamento por parte das equipes de TI da Nissan ao otimizar o tempo de operação dos sistemas em todo o mundo.
A solução também faz uso da tecnologia Citrix XenDesktop de virtualização da área de trabalho.

A tecnologia de software que permitiu a criação da solução VDI foi fornecida pela Siemens com seu programa de gerenciamento de ciclo de vida de produto. O programa Siemens NXTM é a base da solução para o desenho feito por computador (CAD, em inglês) desenvolvido para a Nissan, usado ao longo do desenvolvimento dos seus veículos. Para assegurar uma alta performance do VDI, o NXTM foi totalmente certificado em todos os equipamentos necessários para o uso deste sistema. Além disso, o software Teamcenter da Siemens serve como uma espinha dorsal digital para a solução VDI da Nissan. O Teamcenter é um produto de gerenciamento de dados que fornece rápido acesso a toda informação relacionada a produtos, independentemente da localização.

Celso Guiotoko, Diretor Global de Sistemas e Tecnologias da Informação da Nissan, afirmou que “com o aumento do número de novos projetos globais, a importância da TI se tornou ainda maior. Baseado em nossa estratégia global de sistemas e tecnologias da informação, a Nissan irá focar em relacionar gerenciamento e TI para aumentar o valor de negócio da TI para a Nissan”.
                                                                              
A Hewlett Packard Enterprise (HPE) é parceira global da Nissan em Tecnologia da Informação e está satisfeita em apoiar a iniciativa da fabricante conhecida como VITESSE, que busca acelerar o crescimento da Nissan no mercado mundial.

“A Siemens está na linha de frente da digitalização para a indústria global e estamos orgulhosos de trabalhar com parceiros como a HPE para ajudar a apoiar esta importante iniciativa na Nissan”, disse Chuck Grindstaff, presidente e CEO da Siemens PLM Software, uma unidade de negócio da Divisão Digital da Siemens. “Como resultado do direcionamento e iniciativa da Nissan, sua solução VDI serve como grande exemplo para o resto da indústria automotiva global e para além”.


A Nissan buscará consolidar o desenvolvimento do design automotivo globalmente para aumentar a produtividade e eficiência de gerenciamento.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Volkswagen inicia exportação do up! para o Peru

A Volkswagen do Brasil acaba de abrir o quarto mercado para exportação do up!, desta vez será o Peru. O modelo já é exportado para Argentina, Uruguai e México, totalizando 21.564 unidades embarcadas para os mercados externos desde 2014. A marca é a maior exportadora do setor automotivo brasileiro e nos onze meses do ano, apresentou um crescimento de 27%, totalizando 107.092 veículos exportados para mais de 10 países.

“Além das quatro fábricas e milhares de empregados, a exportação também é um compromisso da empresa com o País e que comprova a qualidade mundial dos veículos fabricados no Brasil, além de tornar a marca ainda mais competitiva principalmente em momentos desafiadores no mercado nacional”, destaca o presidente da Volkswagen do Brasil, David Powels.

O modelo mais exportado no período é o Gol, com 47.222 unidades e o maior cliente dos carros brasileiros da marca continua sendo a Argentina, para onde foram embarcadas 57.870 unidades. 

“A Volkswagen reforçou sua estratégia de exportação e incrementou o portfólio com novos produtos, como up!, o CrossFox, e versões do Gol e Saveiro,  por exemplo, que têm tido uma excelente aceitação nesses mercados, conseguindo com isso impulsionar as exportações da marca. Em 2016, novos mercados devem receber nossos produtos”, afirma o Vice-Presidente de Vendas e marketing da Volkswagen do Brasil, Jorge Portugal.


O up! produzido na fábrica de Taubaté chegará ao mercado peruano nos próximos dias nas versões take up!, move up! e high up! 4 portas e câmbio manual, com motor a gasolina e apenas pequenas alterações para atender à legislação local. Em pouco mais de um ano, o up! já conquistou quatro mercados para exportação.


O up! já superou as 100 mil unidades fabricadas no Brasil. É o carro mais inovador de seu segmento no mercado brasileiro, conciliando desempenho, economia de combustível, segurança, conforto e recursos de entretenimento para os ocupantes.

No Brasil é oferecido em oito versões: take up!, move up!, high up!, black up!, red up!, white up!, cross up! e speed up!, com duas opções de carroceria (duas e quatro portas) e dois motores – o 1.0l de 3 cilindros de até 82 cv e o novo TSI de até 105 cv, a partir da versão move up! (o 1.0 TSI é o primeiro no País a combinar injeção direta de combustível, turbocompressor e tecnologia flexível). O up! também oferece recursos de tecnologia como a transmissão I-Motion (SQ100), sendo o modelo com câmbio automatizado mais acessível do País.

KTM: campeão brasileiro de Enduro vai correr o Dakar

Depois de vencer o Campeonato Brasileiro de Enduro correndo pela equipe KTM OrangeBH, o jovem norte-americano Ian Blythe, de 24 anos, parte para um dos maiores desafios de sua carreira: disputar o Dakar, o rally mais importante, tradicional e difícil do mundo.

Defendendo a equipe Rally PanAm com apoio da KTM do Brasil e da concessionária KTM OrangeBH, Ian teve uma temporada intensa e se prepara desde o final do campeonato nacional, com treinos realizados no México e na Califórnia. “Minha preparação tem sido muito boa. Estou há mais de dois meses com foco total no Dakar. O enduro da Independência, em setembro, ajudou muito, pois foi ótimo para treinar a navegação”, explica.


Estreante na competição, Ian tem como principal objetivo terminar a prova e, quem sabe, ficar entre os 10 primeiros. “Meu objetivo inicial é, claro, completar a prova. Entendemos as dificuldades de um evento desse porte, estamos indo com o suporte técnico da fábrica e acredito que se me mantiver regular durante a prova, posso almejar um Top 10".

Sobre a temporada 2016 no Brasil, o norte-americano se diz confiante. “Estou realmente muito empolgado em retornar ao Brasil para minha segunda temporada com a OrangeBH. Temos um grande time e espero poder defender o título para a KTM e ser campeão novamente”.


Nissan investe R$ 3 milhões em novas tecnologias de pintura em Resende (RJ)

A Nissan do Brasil está investimento R$ 3 milhões na ampliação da automatização do processo de pintura de peças plásticas em seu Complexo Industrial de Resende, no Estado do Rio de Janeiro. A fabricante de automóveis importou novos robôs do Japão que aplicam diretamente a tinta nas peças plásticas produzidas em Resende eliminando interferências externas e reduzindo em até 20% as emissões de compostos orgânicos voláteis. Para isso também é fundamental o uso de água como base na pintura.

A automação do processo de pintura dos plásticos permite ao Complexo Industrial de Resende aumentar seus níveis de sustentabilidade, segurança e produtividade. A pintura das carrocerias dos modelos produzidos na fábrica – o hatch compacto Nissan March e o sedã compacto Nissan Versa – já conta com um sistema automatizado sustentável e inovador, denominado 3 wet. Nele, a aplicação da base e do verniz é feita logo em seguida da aplicação do primer, tornando o processo mais curto e reduzindo o consumo de energia. Os robôs utilizam cartuchos para a pintura – que usa água como base –, o que reduz a perda de tinta e solventes, diminuindo a emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs), o que deixa a operação mais sustentável.


Na edição 2015 do Prêmio Carro do Ano, concedido pela Revista Autoesporte, da Editora Globo, a Nissan recebeu o prêmio "Marca Verde do Ano". A fabricante também recebeu, no final de 2014, o Prêmio Americar na categoria Sustentabilidade pelo case "Nissan em Resende: uma fábrica 'Verde'".

domingo, 27 de dezembro de 2015

VIAÇÃO UTIL ADQUIRE ÔNIBUS MARCOPOLO PARADISO 1800 DOUBLE DECKER

A Marcopolo fez a entrega de seis ônibus Paradiso 1800 Double Decker (dois pisos) à União Transporte Interestadual de Luxo (UTIL). A aquisição faz parte do processo de renovação das frotas de transporte rodoviário com alto padrão de conforto, sofisticação e segurança.

Ideal para o transporte em viagens de médias e grandes distâncias, o modelo Paradiso 1800 DD, com chassi Mercedes-Benz O500 RSD 2436 Euro 5, apresenta baixo custo operacional e extrema robustez. Com capacidade para 60 passageiros, o veículo possui 48 poltronas semileito com descansa-pés/pernas no piso superior e doze poltronas leito em couro equipadas com monitor individual para cada passageiro no piso inferior. O modelo possui ainda sistema antitombamento.

O Paradiso 1200 G7 conta com parede de separação com porta deslizante, sistema multiplex e itinerário eletrônico. Possui cinto de segurança retrátil, porta-copos e porta-revistas, sistema de ar-condicionado, audiofone, tomadas de energia para produtos eletrônicos de 110 V e com entrada USB em todas as poltronas, Wi-Fi (internet sem fio), TV digital, quatro monitores no piso superior sendo um de 23 polegadas e demais de 15,4”, aparelho de DVD, rádio CD/DVD com entrada USB e três geladeiras.


Campeão Mundial de Surf, Adriano de Souza ganha o SUV Pajero HPE-S



Adriano de Souza, o Mineirinho, acaba de desembarcar no Brasil após a conquista do título mundial de surf. A Mitsubishi Motors, patrocinadora do atleta, deu de presente um Pajero HPE-S, com a placa Special Made for 2015 Surf World Champion, em comemoração à conquista.


"Temos um time de Atletas Mit que representa o espírito 4x4 de superação, garra e conquistas. Estamos muito felizes com o título mundial do Mineirinho e o Pajero HPE-S é apenas uma maneira de comemorarmos essa vitória junto com ele. Nosso objetivo é continuar ajudando ele a alcançar muitas outras conquistas", afirma Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi Motors do Brasil.

Nas viagens para surfar ao redor do mundo, o atleta já utiliza os veículos 4x4 da marca dos três diamantes, que o levam para lugares inóspitos, onde é necessário o uso de um carro robusto e confiável.

O Pajero HPE-S tem detalhes em grafite espalhados em todo o veículo: maçanetas, retrovisores, rack de teto, skid plates e grade dianteira. As novas luzes de iluminação diurna (DRL) em led completam o visual e dão ainda mais segurança. Na parte interna, o conjunto de bancos na cor bright grey tem costura especial que realça o espaço interno e dá ainda mais requinte. 

É equipado com sistema multimídia, bancos com couro com regulagem elétrica nos dianteiros, direção hidráulica com Paddle Shifters em Titanium Style, sensor de chuva e acendimento automático dos faróis, ar condicionado automático, keyless para abertura e fechamento das portas, retrovisores com rebatimento elétrico, além do sistema Full Airbags, com oito airbags: dois frontais, dois laterais e quatro de cortina. Além disso, tem tanque de combustível de 90 litros, que dá muito mais autonomia para as viagens e o moderno sistema de tração 4x4 com reduzida.

Adriano de Souza
Mineirinho disputa a Liga Mundial de Surfe desde 2006, mantendo-se sempre entre os dez primeiros colocados na competição. Em 2011, tornou-se o primeiro surfista brasileiro a liderar o ranking mundial do esporte. Em 2013, venceu o Rip Curl Pro, em Bells Beach, na Austrália, marcando seu nome na história como o primeiro atleta do Brasil a conquistar a mais antiga etapa do mundial. E agora, em 2015, conquistou o título e ainda venceu duas etapas: a última etapa, em Pipeline, no Havaí, e Margaret River, na Austrália.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Roberto Nasser - De carro por aí

Coluna 5215 – 26.12.2015 - edita@rnasser.com.br 

Ano Novo ? E quando 2015 acabará ? 
Neste ano atípico, só após Congresso e Supremo Tribunal Federal voltarem de recesso, e complicações do pedido de Impeachment da Presidente, investigações dos integrantes de sua linha sucessória, ritos e poderes se tornarem mais claros. Fora o equilíbrio entre o currículo dilmista do novo ministro da Fazenda, e a necessidade oposta de conter gastos e obedecer as contas entre ter e dever. Até lá, sobressaltos diários de novas ideias e intrigas.
Ano em encerramento gregoriano, automóvel e seus assuntos periféricos bem o marcaram. Tema principal não foram os produtos, mas escândalo de problemas de segurança e emissões poluentes envolvendo as maiores marcas do mundo. Dramas com air bags Takata em produtos japoneses, chaves de ignição de GMs, e descoberta – com reconhecimento -, das emissões poluentes superando a linha legal pelos motores VW.

No Brasil, maus números em produção e vendas fechando em projetados 2,45 milhões, em torno de 25% inferior a 2014, e sua consequência natural, o desaparecimento de empregos nas indústrias de fazer carros, nos fornecedores, nos revendedores, nos transportadores. Em vendas automóveis caíram, grosseiramente, 25%. Caminhões, 40%.

O mau projeto econômico do governo Dilma 1 gerou péssimos reflexos em 2015. O professor Mantega e a Sra. Belchior, respectivos ex ministros da Fazenda e do Planejamento merecem medalha por mérito químico: transformaram a esperança numa droga.

Numericamente a queda é vigorosa marcha a ré, repetindo os níveis de 2005 e como dado analítico, estabeleceu tendência com três anos de seguidas quedas, em recuperação projetada em anos. Não se imagine recuperação com a mesma velocidade da queda, com a indústria automobilística subitamente acelerando em produção e vendas. Há capacidade industrial instalada e ociosa, mão de obra idem, ou seja, por definição é fácil e rápido retomar a fabricação. Entretanto mesmo havendo condições, tal processo não será rápido pois a parte terminal, o balcão onde se vendem automóveis, caminhões, ônibus, tratores, motocicletas, encolheu. Calcula a Fenabrave, a federação dos distribuidores, aproximados 1.000 negócios de vendas de veículos tenham fechado as portas. A recuperação do mercado não começa na poderosa multinacional, mas na loja da esquina. 

Na prática
Em termos internacionais acompanhamos os sinais de mudança tecnológica em veloz aproximação, trazendo o carro autônomo, sem motorista. Operando por rede de transmissão de sinais, capazes de sair da garagem, entrar no trânsito das ruas, tomar a estrada, viajar e chegar ao destino sem interferência do motorista. Alterações comportamentais trazidas por tais conquistas ainda são de modesta projeção, mas duas bastam para mudar conceitos surgidos desde o aparecimento do automóvel, há 130 anos: um, perderá a simbologia de poder na mobilidade, sendo promovido a cápsula móvel; outro, tende a dispensar o pertencimento, passando a ser como as bicicletas turísticas, propriedade do poder público ou de investidores – você usa o cartão de crédito, paga, decide para onde ir e a tralha tecnológica te conduzirá.

No país houve, também, a redução do IPI para veículos elétricos, forma de incentivar consumo e justificar produção.

Registro de mudança na processualística da indústria: as casas de estilo independentes, gerando desenhos e construindo os produtos, desapareceram. As mais conhecidas e então remanescentes se encerraram. Bertone faliu; Italdesign, leia-se Giugiaro, foi vendida à Volkswagen; e a célebre Pininfarina recém passou à indiana Mahindra e se resumirá a desenhos, sem construção. O fim dos projetos diferenciados é um descenso à mediocridade.

Gente
Alteração no comando das três maiores do mercado, Fiat, VW e GM. Na primeira, Cledorvino Belini, ex mandão geral, passou o comando a Stefen Ketter, brasileiro apesar do nome. Ketter, 57, acumulará função com a Vice Presidência mundial de Manufatura, foi responsável pela construção da fábrica Jeep em Pernambuco. É o detentor das chaves de qualidade de construção dos produtos FCA no mundo. 

Na Volkswagen Thomas Schmall foi promovido com lugar na diretoria mundial, e na GM Jayme Ardilla, então diretor para a América Latina e Brasil, aposentou-se, abriu empresa de consultoria. Em seu lugar, ex-Ford, Barry Engle, veio como homem para cortes, ainda não realizados.

Na menor, a Suzuki, idem. Sinergia total com a Mitsubishi: produção, vendas, distribuição. Luiz Rosenfeld, 63, engenheiro, agora ex presidente da Suzuki, dedicar-se-á à sua fábrica de barcos. Não mais existirá um time Suzuki, mas departamento dentro da MMCB.

Olivier Murguet, então condutor da Renault, foi promovido a vice presidente sênior e presidente do Conselho da Região Américas. Fabrice Cambolive assumiu a operação Brasil.

Referência por décadas como executivo de VW e Ford, Jorge Chear, diretor de vendas e marketing da Ford aposentou-se. Guy Rodriguez sucedeu-o.

Mercedes promoveu Dimitri Psilakis, de diretor de automóveis no Brasil a presidente da Mercedes Coreia.  Holger Marquardt o substituiu.

Deixando a direção geral da Citroën Francesco Abbruzzesi é diretor da GM, e Ana Theresa Borsari, advogada, assumiu a Peugeot, primeira mulher a conduzir uma montadora no Brasil.

Waldey Sanchez, longa vida ligada à indústria automotora, deixou presidência da Navistar Mercosul e assumiu consultoria para a marca. Em caminhões, presidente da Volvo avisou retornar à Suécia. Sem indicação de sucessor.

Última semana do fim de ano perpassava no mercado aposta da troca de condutor numa das francesas, e ao início do ano, de outro.

Fim de ano substituiu condutores de BMW – antecipada pela Coluna - e Jaguar Land Rover.

Em termos de pessoal, a atividade de montar ou produzir veículos engoliu      estimadas 14.000 vagas durante o ano. Crê-se, por efeito multiplicador, 5 vezes mais entre revendedores e transportadores.

Mercado
No cenário de vendas Volkswagen caiu à terceira posição em volume. Fiat, agora FCA, manteve o primeiro lugar, com intensa movimentação, inaugurando portentosa fábrica dentro de um canavial no norte pernambucano. De lá extrai o Jeep Renegade e lá dois novos produtos em 2016: o picape Toro; outro produto Jeep. Em Betim, carro menor, de entrada, motor 1,0, quatro cilindros.

Referência importante, pela primeira vez em décadas as três maiores somaram menos de 50% das vendas no mercado.

PSA, junção de Peugeot e Citroën, mundialmente sobreviveu, aumentou produção e participação de mercado. No Mercosul mudou a óptica de produtos, refinando os Peugeot, tirando-o da disputa com carros sem equipamentos. Mas ambas perderam muito mercado em 2015. Citroën abduziu de produção o interessante C3 Picasso, criando versão adequada do renovado AirCross para atender à clientela. Ambas cortaram fundo em pessoal não produtivo – cerca de 50% nos escritórios –, e buscam recuperar vendas perdidas e explicações, pois a queda ocorreu em paralelo ao lançamento de novos produtos.

Peugeot apresentou o 2008 brasileiro, com vendas menores às suas qualidades.
Renault cresceu a 7,1% do mercado, firmando-se como a quinta em participação. Renovação da linha, com Logan, Sandero, Duster, lançamento do picape Oroch ajudaram. Sandero RS, marcado por ganho de performance, ótimo projeto de engenharia, abre porta no mercado para veículos diferenciados por rendimento.

Como foi
Para a Coluna, imodestamente, foi ótimo. Incontável antecipação de informações, análises corretas, levou a ser publicada em 30 veículos – conhecidos, fora a pirataria -, superando os 10 milhões de leitores/mês.

Fiat SpA, a matriz italiana após assumir a Chrysler LLC, fundiu-as sob o nome FCA, transferiu a sede legal de Turim, Itália, para Amsterdam, Holanda, e ações na Bolsa de Londres. Cortou o nó górdio da intocabilidade da Ferrari, colocando 10% de suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Quer capital para os grandes projetos de expansão das marcas controladas, a partir da volta da Alfa Romeo.



O Projeto Inovar Auto, imposição do governo contra as marcas importadas, gerou pequenas fábricas para BMW e Audi, já inauguradas, e Mercedes, nos próximos meses. Início com baixa nacionalização. Dentre importados ex líder Kia, amargando enxugar de vendas, terá fôlego em 2016 iniciando importar 4.800 Kias mexicanos, sem impostos de importação.


Como a Coluna antecipou há um ano, Porsche veio e instalou filial no Brasil para fazê-lo o segundo mercado americano, reduzir preços, aumentar volume.

Ter fábrica no Brasil não é garantia de êxito. A chinesa Chery a fez em Jacareí, SP, mas os desencontros com a mão de obra garrotearam a produção, sem permitir as vendas projetadas. Lifan continua com finalização de montagem no Uruguai, e JAC entendeu, nem sempre é bom ser amigo do rei. O financiamento pretendido junto ao banco de desenvolvimento da Bahia não se viabilizou, e a atividade hoje é apenas comercial, e em contração.

Localmente há satisfação no mercado com o renascer do VW up!. Melhor dotado entre os 1,0 nacionais, seu conteúdo eleva preço e não obteve as vendas merecidas. Final do ano, com o aparecimento da versão TSi, com turbo, a imagem mudou, e as vendas se elevaram. Foi o nacional mais premiado nos juris especializados.

De atualização, VW iniciou montar o Jetta, e deu uma travada no projeto do Golf. Ficou para 2016.
Nissan deve ter concluído, seu modelo March não representa o pico dos desejos dos consumidores. Sobre sua plataforma faz o Versa, e completa a linha importando o Sentra. Performance baixa, foi cobrada pessoalmente por Carlos Ghosn, condutor mundial, ter 5% do mercado - entretanto marcou 2,9%. Quer 3,1% em 2016.

Japonesas Toyota e Honda mantiveram crescimento pequeno, e Honda, mesmo com o sucesso da linha Fit, City e do bem lançado HR-V, frustrou-se: fez fábrica em Itirapina, SP, para 120 mil unidades/anuais; deu-a como pronta, mas não inaugurou. Ante a previsão de mercado congelado, passou cadeado na porta e aguardará 2017 para ver se demanda justificará operá-la.

Ocorrências
CAOA Montadora, em Anápolis, Go, assinou Termo de Ajustamento de Conduta TAC, com o Ministério Público. Promete não mentir em publicidade e doou 27 caminhões como indenização.

No âmbito penal, empresários da CAOA e da MMC foram denunciados por suposta interferência junto ao Carf, e vice presidente da Anfavea, e ex assessor presos por suspeita de suborno para obter prorrogação de isenções.

Fenatran, a feira nacional de transportes, surpreendeu-se com a negativa das fabricantes de caminhões em dizer presente. Apenas duas Volvo e DAF apareceram.

Pior referências do mercado foi o fechamento da International de caminhões. Quarta vez que sai do país. A TAC dos jipes Stark, parou, anunciou venda e comprador prometeu revitalizá-la.

Governo
Continua sem política para a indústria automobilística, e deu boa medida de confusão com o tema extintor, ameaçando multar quem não tivesse novo modelo; ignorou se havia disponibilidade no mercado; às vésperas da obrigatoriedade cancelou a obrigatoriedade de uso.

Em amplo espectro fez acordo comercial com a Colômbia e Uruguai para troca de veículos, mas a tibieza negocial deu primazia e liderança à Argentina e seu novo presidente Maurício Macri. É quem faz aproximação com a união europeia.

Mais
Pouco a registrar em automobilismo de competição. O Autódromo de Brasília foi fechado para reformas, e assim está por questionada ilegalidade no contrato. O do Rio de Janeiro, picado para fazer obras para Jogos Olímpicos, sumiu e ficou assim. Categorias internas sem propiciar desenvolvimento, e no exterior a expectativa sobre Felipe Nasr ainda exige tempo de aculturamento na Fórmula 1 e a carro de segunda qualidade.

Movimento colecionista se desenvolve naturalmente, e melhor notícia foi o surgimento do Box 54, empreendimento em tal quilômetro da Rodovia Castelo Branco, nas proximidades de S Paulo. É museu, local para abrigo, guarda, locação e vendas de veículos antigos. Fórmula boa e factível de ser copiada.
Enfim, ano desproporcional ao volume pago como impostos, de explicações ofensivas à inteligência média, de sustos com o avançar no patrimônio público para agradar parlamentares. Merecemos mais.


Os pesares, as dificuldades, as injustiças, as irresponsabilidades oficiais por ação ou omissão não merecem ser vistos como padrão ou gabarito. Recomendo ao atento leitor manter a fé, rezar, meditar, para manter seu caminho, evitando que tais comportamentos conduzam a sua vida. Bom Natal.