Em oito décadas de existência, a Nissan firmou-se como
uma das fabricantes líderes da indústria automobilística em inovação,
tecnologia e desempenho de seus produtos. Um dos veículos da sua linha que
resume bem isso é o Nissan GT-R, um dos superesportivos mais cultuados do mundo
e que encantou os brasileiros quando foi exibido no Salão Internacional do Automóvel
de São Paulo, no fim de 2014. Agora, o esportivo japonês poderá ser visto
também nas ruas do país.
Ícone da indústria
automobilística mundial, o Nissan GT-R é fabricado exclusivamente na unidade da
Nissan de Tochigi (Japão), com produção limitada a mil unidades por mês. Seu
motor V6 3.8 biturbo, com 552 cv de potência, é produzido artesanalmente na
fábrica de Yokohama (Japão), em uma sala especial livre de poeira, em processo
semelhante à construção de um propulsor de competição feito para a NISMO, a
divisão de motorsports da
Nissan. Cada unidade recebe uma placa personalizada com o nome do engenheiro
responsável por sua produção, conhecido como “Takumi” (mestre artesão, em
japonês).
Desenvolvida especialmente para o Nissan
GT-R, a plataforma Premium
Midship –
com carroceria monobloco – permite o uso de eixo transversal independente na
traseira para a tração integral, sistema batizado pela Nissan deAdvanced Total Traction Engineering System
for All-Terrain (ATTESA).
Com ele, a transmissão, a caixa de transferência e a final ficam todas na
traseira do veículo, dispensando o uso dos tradicionais eixos de torção. Isso
permite à suspensão operar de forma independente e tornar ainda mais eficiente
a aderência dos pneus. E o torque pode ser passado totalmente para traseira ou
dividido 50% em cada eixo, dependendo dos dados da velocidade, aceleração
lateral, deslizamento dos pneus, da superfície da estrada e da curva a ser
feita.
Informações sobre o pacote de equipamentos
que será disponível no Brasil e preços serão anunciadas em breve.
A primeira vez que o nome GT-R (Gran Turismo Racing) surgiu
na linha Nissan foi para batizar a versão de alta performance do sedã Skyline,
em fevereiro de 1969. Os engenheiros da Nissan decidiram colocar um motor de
alta performance em um modelo da linha – um 2 litros de seis cilindros e 24
válvulas, que desenvolvia 160 cavalos de potência e entregava 18 kgfm de torque
– e criaram o Skyline GT2000. Esse propulsor era muito parecido com o GR8 que
equipava o R380, carro de competição produzido pela Prince, empresa adquirida
pela Nissan nos anos 1960 e que produzia o Skyline.
Depois surgiu o Skyline GT-R, que ficou
famoso por atingir 200 km/h de velocidade máxima, performance que colaborou
para que se tornasse uma lenda, com mais de 50 vitórias em provas de
automobilismo em dois anos e dez meses, feito marcante para a história das
corridas no Japão. Por conta disso, dizia-se na época que o “único rival do
Skyline era o Skyline”.
Após 16 anos de hiato, o nome GT-R
ressurgiu em 1989 na oitava geração do Skyline (R32). Equipado com um motor de
2,6 litros de seis cilindros e 280 cavalos de potência, contava com tração
integral controlada eletronicamente e conversor de torque, além de suspensão
multibraços nas quatro rodas. Um dos feitos nessa fase foi não ter perdido uma
única prova disputada em campeonatos japoneses.
Apesar de não carregar mais o nome Skyline, e ser um modelo
totalmente novo, o Nissan GT-R traz forte herança de seu predecessor ao manter
características como tração integral, motor biturbo e a assinatura de design:
as lanternas redondas, mantidas a pedido do CEO da Nissan, Carlos Ghosn, o
principal responsável pelo surgimento dessa geração. O propulsor (VR38) ainda
tem seis cilindros, só que agora é em V. Outra característica do superesportivo
é o apelido ‘Godzilla’, dado pela imprensa por conta de sua força fora do comum
e origem japonesa.
Como parte da estratégia de globalizar o
modelo – até então somente comercializado no Japão –, a marca lançou o Nissan
GT-R nos Estados Unidos (em 2008) e na Europa (em 2009). Na mesma época, o
modelo obteve a volta mais rápida do circuito de Nürburgring, feita em 7
minutos e 38 segundos quase dois segundos abaixo do seu principal concorrente
de origem alemã. Em 2013, o esportivo voltou ao mítico autódromo alemão,
pulverizou todos os recordes e tornou-se o esportivo de produção em série a
deter a volta mais rápida até hoje: 7,08 minutos.
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