terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Wagner Gonzalez em Conversa de pista - Propostas para depois de amanhã

Wagner Gonzalez

Se para muitos a mudança de ano significa a realização de novos projetos, uma empresa pneus trabalha há algum tempo no carro do futuro e explora conceitos visionários que se aproximam da realidade a cada novo dia. O projeto do argentino Sérgio Rinland condensa várias dessas possibilidades em um estudo atraente e fascinante.



Conhecido dos brasileiros que acompanham a F-1, o argentino Sergio Rinland foi comissionado pela Dunlop para esboçar um carro de competição do futuro a partir de ideias e conceitos recolhidos em uma promoção via internet. O resultado é uma proposta bastante interessante onde conceitos de direção, visibilidade periférica e recarga dos motores elétricos – entre vários outros -, exploram possibilidades dignas de um Júlio Verne do século XXI. As explicações em tom descritivo do projeto podem ser vistas neste vídeo, onde Rinland narra suas interpretações em um inglês de fácil compreensão; texto descritivo pode ser visto neste link.

Supostamente equipado com quatro motores elétricos – e correspondentes recuperadores de energia -, o modelo dispensa o uso convencional de freios e do movimento de esterço das rodas direcionais: as ações de frear e esterçar o volante controlam o torque aplicado em cada roda, solução que economiza energia e permite alterar a direção do veículo. Os espelhos retrovisores externos foram substituídos por um sistema de câmeras de TV que oferecem ao piloto a visão do que se passa ao redor do veículo e anulam toda a turbulência gerada pela instalação do equipamento tradicional.

Além de propostas fundamentadas em possibilidades próximas e não tão próximas, os efeitos deste projeto, divulgado e discutido ao longo do ano de 2015, mostra que é sempre tempo de aprimorar o que pode oferecer melhores soluções para um dos itens mais comuns da era moderna, o automóvel, e uma das paixões mais icônicas da humanidade, a competição.
Mais mudanças na F-1

A equipe Lotus, que já anunciou o francês Romain Grosjean e o venezuelano Pastor Maldonado como pilotos e um acordo para usar motores Mercedes-Benz na temporada 2015 parece ter alguns problemas mais profundos. Na última lista de concorrentes para o campeonato do ano que vem o nome da equipe de Enstone aparece com um asterisco, tal qual as equipes Caterham e Manor (outrora conhecida como Marussia), detalhe que indica que a participação das três ainda deverá ser confirmada; caso as três equipes encerrem suas atividades o grid do ano que vem deverá apenas 16 carros. O GP da Coréia do Sul, que foi incluído de maneira surpreendente no calendário vindouro, deverá ser eliminado da agenda, embora outro evento possa vir a substituir essa competição. Os GPs da China e do Bahrain também deverão ter suas datas alteradas, respectivamente para 12 e 19 de abril.

F-E em Puerto Madero
Destino conhecido de turistas brasileiros que se aventuram por Buenos Aires, a região de Puerto Madero será palco da próxima etapa do Campeonato Mundial da F-E, dia 10. Um exemplar da categoria de monopostos movidos a energia elétrica está em exibição pelos pontos turísticos da capital argentina. O brasileiro Lucas Di Grassi lidera o certame após três etapas. 


WG 

Mitsubishi Motors presenteia Gabriel Medina com uma L200 Triton Savana personalizada

Primeiro brasileiro a se tornar campeão mundial de surf, o atleta 4x4 Gabriel Medina recebeu um presente especial da Mitsubishi Motors na sua volta ao Brasil: uma L200 Triton Savana personalizada, com detalhes exclusivos em comemoração à conquista inédita do surfe do País.

"A Mitsubishi Motors fica muito feliz em ter o Gabriel Medina no nosso time de Atletas 4x4. A L200 Triton Savana exclusiva e personalizada é apenas uma maneira de comemorar essa vitória. Esperamos ajuda-lo a alcançar muitos outros títulos no futuro", comenta Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi Motors Brasil.

A L200 Triton Savana de Medina conta com pintura vermelha, rodas de liga leve na cor grafite, o logo de Gabriel nas sobrecapas de Neoprene dos bancos, adesivos especiais com o nome do surfista nas portas. Além dos detalhes exclusivos, o modelo vem equipado com motor diesel de 3.2 L DID-H, 16 válvulas, com potência de 180 cv e 38 kgf.m de torque, tração 4x4, snorkel, que permite atravessar trechos alagados, e outros recursos off-road ideais para quem quer chegar em praias de difícil acesso.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

​Rio de Janeiro recebe Salão Bike Show em janeiro

O ano de 2015 começa já com a adrenalina lá em cima. De 29 de janeiro a 01 de fevereiro, o Rio de Janeiro recebe a quinta edição do Salão Bike Show – SBS, com a participação de mais de 150 marcas ligadas ao mercado de motociclismo e mais de 100 expositores. O evento, que acontece no Pavilhão 2 do Riocentro, em uma área de 10.800m², oferece várias atrações para públicos de todas as idades, como um auditório com palestras ministradas pelos expositores e convidados; um espaço Kids com brincadeiras e noções de educação no trânsito para crianças; Concurso SBS de Motos Customizadas, além de produtos diferenciados, lançamentos de motos e shows.

Além disso, o Salão reforça sua posição de salão de negócios, possibilitando novos acordos entre as marcas participantes e também fomentando o mercado de consumidor final, com ações de entretenimento e de educação e respeito no trânsito.

O Salão Bike Show tem também a preocupação de levar ao evento os profissionais do setor como lojistas, representantes, distribuidores, mecânicos além de todos aqueles que trabalham e vivem no mercado de duas rodas. Essa edição conta ainda com show da equipe Força e Ação da Honda, Freestyle do Jorge Negretti, test-drive de algumas marcas, área de serviços que oferecem troca de pneus, óleo, rastreadores e acessórios.

Customização:
O SBS terá o 1ºConcurso de Motos Customizadas
Os motociclistas podem se inscrever até o dia 31 de dezembro no site do evento-  www.saloabikeshow.com.br/concurso - enviando uma foto da sua moto. Serão escolhidas 12 finalistas que irão expor no SBS e participarão do Calendário Impresso do SBS 2015. A votação final será feita pelo público visitante nos quatro dias de evento, onde os três primeiros colocados ganham prêmios​ de até R$ 3 mil. 
SERVIÇO:

Salão Bike Show 2015
Quando: 29 de janeiro a 01 de fevereiro

Onde: Riocentro - Avenida Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca - RJ - Pavilhão 2
Informações: www.salaobikeshow.com.br


Moto 1000 GP: francês planeja missão dupla na busca pelo bicampeonato brasileiro


Pela primeira vez em quatro temporadas de história o Moto 1000 GP viu o troféu de um de seus títulos ser levado para a Europa. Com quatro vitórias em oito etapas da GP 1000, sua série principal, o francês Matthieu Lussiana, 26 anos, acrescentou a seu currículo em 2014 o título máximo do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade. Ele cumpriu sua primeira temporada completa na competição representando a Petronas Alex Barros Racing.

O primeiro título conquistado com uma moto de mil cilindradas em mais de dez anos de carreira fez Lussiana assumir metas mais ousadas para 2015. “Vou continuar disputando o Moto 1000 GP e também vou correr de Superstock 1000 na Europa. E com disposição para ganhar os dois campeonatos”, avisa o piloto, que nasceu em Paris, reside atualmente em Limoges e deu à BMW seu quarto título na GP 1000 em quatro temporadas do Moto 1000 GP.

O maior desafio apontado por Lussiana na campanha pelo título foi o de ajustar a nova versão HP4 da BMW. “Com certeza foi a maior dificuldade, era tudo novidade para mim e para a equipe”, falou o francês, que venceu duas etapas em Santa Cruz do Sul (RS), uma em Goiânia (GO) e a segunda das duas em Cascavel (PR). Ele obteve segundos lugares em São Paulo (SP) e Brasília (DF) e abandonou em Cascavel (PR) e Curitiba (PR).

Credenciado pela experiência de uma década de participação nas várias categorias da motovelocidade europeia, Matthieu Lussiana enalteceu o alcance do Moto 1000 GP na mídia. “A publicidade desse campeonato é ótima. Todas as corridas são transmitidas pela televisão, inclusive com uso de câmeras onboard, e as corridas estão todas disponíveis na internet. Isso é muito legal e ajuda muito a fazer o campeonato crescer”, comentou.

Lussiana iniciou sua carreira na motovelocidade aos 15 anos, atuando no Aberto da França da categoria 125c, em que obteve um vice-campeonato. Em 2007 foi vencedor do Junior Trophy e, no ano seguinte, estreou no Europeu de Stock 600, terminando em 18º lugar. Em 2009 passou a atuar no FIM Stock 1000, em que foi 17º em 2010 e onde obteve seu melhor resultado em 2011 – um décimo lugar na etapa de Monza, na Itália.

Em 2012, além do 12º lugar geral na Stock 1000, o piloto francês fez sua estreia no Moto 1000 GP, na rodada dupla que encerrou a temporada na pista de Curitiba – conquistou a vitória em sua primeira participação. Em 2013, além do segundo lugar nas 500 Milhas de Interlagos, foi 11º na Stock 1000, sem ter participado de duas das etapas. A campanha incluiu sextos lugares nas etapas de Monza, Portimão, em Portugal, e Silverstone, na Inglaterra.


Rally Dakar começa neste sábado com percurso de 9.000 km pela América do Sul

Uma das maiores aventuras dos tempos modernos está prestes a começar. No próximo sábado, dia 3 de janeiro, competidores de todas as partes do mundo partem de Buenos Aires, na Argentina, para enfrentar o Rally Dakar em um percurso de mais de 9.000 quilômetros, em meio ao desconhecido, durante 14 dias.

Os brasileiros Guilherme Spinelli e Youssef Haddad, da Equipe Mitsubishi Petrobras, partem para o desafio após um ano de muita preparação e conquistas, já que venceram o Rally dos Sertões, maior prova do off-road nacional. Eles serão a única dupla brasileira nos carros. "É uma grande responsabilidade. Mas vamos enfrentar todos os outros países e todas as outras equipes para representar o Brasil da melhor forma possível", afirma Guiga Spinelli.

Desde 2009, o Rally Dakar é realizado na América do Sul. A mudança de continente não tirou todo o glamour que consagrou a prova em todo o mundo, nem diminui sua dificuldade.

Sempre com roteiros inéditos, os pilotos não sabem o que irão enfrentar até horas antes da largada. O dia pode ser sob o forte calor do Deserto do Atacama, com suas gigantescas dunas, ou enfrentando o frio e a altitude da Cordilheira dos Andes. Todos esses elementos, somados a alta quilometragem, tornam este um dos maiores desafios do off-road mundial.

Na edição 2015, a ASO, organizadora da prova, traz de volta a etapa maratona, onde os competidores não podem ter apoio mecânico de suas equipes. "É bem crítico, pois não temos a revisão tradicional no carro. Serão dois dias que passam a ser somados como um, totalizando 1.380 km e 553 km de especiais", explica Guiga. A etapa maratona abrange o 10º e 11º dias, entre as cidades de Calama (CHL) e Termas Rio Hondo (ARG).

Outras peculiaridades já tiram o sono dos competidores, como o dia mais longo da história, com 1.024 quilômetros, entre as cidades de Termas Rio Hondo e Rosario, na Argentina. Mas é na divisa entre Bolívia e Chile que será realizada a maior especial, com 781 quilômetros, de Uyuni até Iquique. "Estamos com dois carros e com uma equipe bastante experiente que irá nos ajudar a buscar os melhores resultados possíveis", garante Spinelli. O total de especiais do Dakar 2015 é de 4.578 km.

Equipe Mitsubishi Petrobras
Com uma estrutura de ponta, a Equipe Mitsubishi Petrobras vai para o Rally Dakar com dois ASX Racing, desenvolvidos para enfrentarem as mais adversas situações. É chefiada pelo francês Thierry Viardot, responsável pelos doze títulos da Mitsubishi no Rally Dakar.

Além de Guiga e Youssef, o time é formado pela experiente dupla portuguesa Carlos Sousa e Paulo Fiuza que, na estreia com o ASX Racing em outubro, venceram o Atacama Rally. "Receber o convite para fazer parte da Equipe Mitsubishi Petrobras foi um grande prazer. Disse sim logo de cara. Não só pelo Guiga, mas pelo carro e pelo projeto", comenta Sousa. "Será muito bom estar no Rally Dakar com a Mitsubishi, marca onde obtive conquistas importantes e estive por anos. Sem dúvida, contribuiu muito para o que sou hoje e acho que consegui retribuir a confiança que a marca me deu ao longo dos anos."

Nascido em Almada, Portugal, esteve durante muitos anos a bordo de veículos Mitsubishi, período em que conquistou seus maiores feitos, como os quatro títulos no Campeonato Português, considerado um dos mais disputados do mundo. Foi também nessa época que alcançou sua melhor posição no Rally Dakar, o quarto lugar na classificação geral.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Participantes do projeto Costurando o Futuro em São José dos Pinhais iniciam aulas de empreendedorismo

A Fundação Volkswagen, que é responsável por investimentos sociais da Volkswagen do Brasil há 35 anos, entregou neste mês os certificados da conclusão do curso de Corte e Costura para as 90 participantes do projeto "Costurando o Futuro" em São José dos Pinhais (PR). O evento foi o ponto de partida para a segunda etapa do programa que ministrará agora aulas de empreendedorismo para as moradoras das comunidades com alto índice de vulnerabilidade social vizinhas à fábrica da Volkswagen do Brasil em São José dos Pinhais, nas regiões de São Judas Tadeu, Ipê, Guatupê, Parque da Fonte e Independência. O projeto é realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, por meio do programa Economia Solidária, e com a Aliança Empreendedora.

Ao todo, são 15 meses de aprendizado, pelos quais as costureiras têm chance de participar de oficinas gratuitas focadas na formação técnica em corte e costura, além de obterem conhecimento sobre a criação e desenvolvimento de portfólio de produtos, noções de administração de negócios e finanças, design e comunicação. Desta maneira, as alunas têm a chance de ampliar possibilidades comerciais para a estruturação de um negócio próprio e sustentável. “O Costurando o Futuro é um bom exemplo no qual as três dimensões da sustentabilidade são atendidas. No aspecto social, as mulheres em situação de vulnerabilidade social aprendem um novo ofício; no econômico, elas começam a gerar renda e, no aspecto ambiental, reusam tecidos que seriam descartados em aterros”, explica o superintendente da Fundação Volkswagen e diretor de Assuntos Jurídicos da Volkswagen do Brasil, Dr. Eduardo Barros.

Além do foco social e econômico, impulsionando a geração de trabalho e renda na comunidade, o "Costurando o Futuro" tem atuação ambiental, reutilizando uniformes usados e tecidos automotivos, reduzindo o descarte em aterros. Nas oficinas, as participantes usam os tecidos automotivos doados pela Volkswagen do Brasil para transformá-los em peças, como bolsas e acessórios. “O projeto cria oportunidade de trabalho e dá esperança para que estas mulheres possam ter mais autonomia e atuar como empreendedoras, além se tornarem multiplicadoras do conhecimento para toda a comunidade", declarou a diretora da Fundação Volkswagen, Keli Smaniotti.

A expectativa de poder encontrar novos caminhos e novas possibilidades profissionais gera estímulo e transformações individuais. “É muito mais fácil conseguir um trabalho depois de participar do curso oferecido pela Fundação Volkswagen, eu já consigo comercializar os produtos que eu faço. Quero ser empreendedora. Vou ter meu ateliê e meu negócio próprio”, diz a aluna Silvani Alves Pessoa.

Projeto de sucesso também em São Bernardo
O "Costurando o Futuro", realizado durante três anos em São Bernardo do Campo (SP), deu oportunidade para 160 pessoas que receberam formação em corte, costura e empreendedorismo e criaram um portfólio com mais de 80 produtos, entre os quais bolsas, mochilas e porta-objetos, confeccionados com tecidos automotivos e uniformes usados de funcionários que seriam descartados pela Volkswagen do Brasil. Para garantir a sustentabilidade do projeto, elas formalizaram um empreendimento social para seguir com o trabalho de forma autônoma. Entre o total de participantes de São Bernardo do Campo, um grupo de empreendedoras criou o seu próprio negócio, a microempresa de confecções Tecoste, que significa Tecido, Costura e Arte.


O grupo Tecoste foi integrado à incubadora do Programa Municipal de Economia Solidária, permitindo que essas mulheres continuem recebendo por dois anos formação em empreendedorismo social por meio da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo). A Volkswagen do Brasil continua fornecendo gratuitamente ao grupo Tecoste tecido automotivo e uniformes. No decorrer do projeto, outras participantes também conseguiram ingressar no mercado de trabalho ou preferiram atuar de forma autônoma como costureiras. Os resultados do projeto "Costurando o Futuro" em São Bernardo do Campo foram apresentados no estande da Volkswagen na Rio + 20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho de 2012.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Fernando Calmon - Alta Roda - O que nos espera em 2015

Alta Roda nº816/166 – 25/12/2014


Fernando Calmon
O ano automobilístico de 2014 realmente não deixará saudades em razão da queda de vendas no mercado interno em torno de estimados 10%. Mesmo que seja ligeiramente menos, se somada ao encolhimento de 0,9% em 2013, significará que em relação ao ano recorde de 2012 os brasileiros terão comprado 10% menos. Este ano tão difícil não estava no radar dos analistas em dezembro de 2013. Até a Anfavea, que costuma acertar previsões, fez inesperadas revisões para baixo ao longo dos meses. E o que esperar para 2015? Que passe o mais rápido possível, segundo os mais pessimistas?

Na indústria automobilística a maioria das previsões aponta para crescimento nulo por razões tangíveis ou mesmo medo de errar: subida de impostos, inflação alta, PIB de novo perto de zero, aperto nos gastos públicos, balança comercial deficitária. Bem poucos apostam em alguma alta por outros fatores: base comparativa baixa sobre 2014, possível expansão de crédito (por retomada do veículo facilitada em caso de inadimplência) e reação nas exportações se o real continuar em desvalorização com tendência do dólar a R$ 2,80. A Coluna aposta em 2 a 3% de aumento nas vendas.

Quanto à oferta de novos produtos, 2015 será uma festa e olhe que ninguém pôde reclamar de 2014. Afinal este ano foram mais de 50 lançamentos entre nacionais e importados, de subcompactos a modelos grandes, de automóveis a comerciais leves, de reestilizações a novas gerações (Corolla e Fit/City), sem contar modelos inteiramente novos (Ka e up!) e importados a serem nacionalizados (A3 sedã e Classe C). Até novo carro elétrico, BMW i3, fez sua estreia.

Para o próximo ano o ritmo esperado é o mesmo e os SUVs terão relevância como nunca. De produção local serão três produtos inteiramente novos: Honda HR-V, Jeep Renegade (volta da marca americana à produção nacional e arquitetura inédita no Brasil) e Peugeot 2008. O Renault Duster receberá reestilização. Utilitários esportivos importados também se destacarão com a chegada do novo ix35 (a nacionalizar em 2016), do JAC T6 e do Suzuki S-Cross, entre outros.

Comerciais leves terão um ano importante, no segundo semestre. Fiat lançará sua primeira picape média para uma tonelada de capacidade, inédita estrutura monobloco no segmento, cabine dupla de quatro portas e motorização flex e diesel. Renault contará com a Duster Oroch, primeira picape compacta (anabolizada em dimensões) a oferecer cabine dupla e quatro portas. GM planeja nova geração da Montana construída na mesma plataforma de Onix/Prisma/Cobalt, inclusive cabine dupla, mas talvez a produção não se inicie em 2015. VW partirá para um furgão leve, baseado na Saveiro, na mesma faixa de mercado do Fiorino.

Também haverá novidades entre os automóveis, a começar pelo Focus argentino alinhado ao europeu. Além do Golf nacionalizado, sua versão sedã, o Jetta, terá operação de montagem embora com poucas peças brasileiras. A Volkswagen já decidiu produzir o crossover derivado do Golf (em 2016), mas o Taigun, com base no up!, ainda carece de confirmação. Fiat apresentará reformulação de meia geração do Palio e leves reformas no Punto e Bravo. Seu novo subcompacto é para 2016. No próximo ano a GM entra na reta final para o substituto do Celta, que estará mais para Ka do que para up!, e incluiria também sedã e SUV compactos. Chery terá seu segundo produto nacional, o subcompacto QQ em nova geração.

RODA VIVA

AGITAÇÃO em 2015 graças à nova leva de motores turboflex de última geração. VW terá o de 1,4 litro (Golf, Jetta e A3 sedã); Ford, o EcoBoost de 1 litro 3-cilindros (EcoSport e Fiesta); Honda, o de 1,5 litro (City, Civic e HR-V). Se somarão aos da BMW e da Citroën. A GM igualmente produzirá na Argentina motores turboflex para o Cruze, mas só a partir de 2016.

TEREMOS final de ano emocionante para as lideranças, ambas envolvendo a VW. No plano mundial, talvez ultrapasse o Grupo Toyota pela primeira vez, embora resultados de vendas nos EUA e no Brasil tenham puxado para baixo o desempenho do grupo alemão. E aqui há a disputa roda a roda entre Gol e Palio (mais Palio Fire), depois de o compacto da VW estar à frente por 27 anos. A diferença entre os dois produtos será mínima no fechamento do ano.

SANDERO Stepway demonstra que superar buracos, quebra-molas e valetas é com ele mesmo. Sem grande prejuízo para estabilidade direcional e em curvas, cumpre seu papel em ótimo acerto da engenharia brasileira da Renault. Direção e comando do câmbio deixam algo a desejar. Mas a decoração aventureira não está exagerada e no interior há retoques discretos e válidos nesta versão.

NOVA carteira nacional de habilitação será adotada em junho de 2015. Vem em boa hora porque terá elementos adicionais de segurança e se tornará até mais confiável do que cédulas de identidade tradicionais. Placas de veículos com quatro letras e três algarismos, unificadas no Mercosul, estão previstas para 2016, embora já em 1º de janeiro próximo estreiem em carros novos na Argentina.

PERFIL

   


Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Roberto Nasser - De carro por aí


Coluna 5214 - 24.12.2014  edita@rnasser.com.br  


Um ano para lembrar
2014 não foi ótimo, nem foi péssimo. Seus resultados finais apenas não repetiram o caminho ascensional dos seis anteriores, e os 9% perdidos em vendas tem a ver com a indigesta combinação. Misturaram-se o menor número de dias úteis, com a falta de competência gerencial do país, apenas superada pela Argentina. Copa do Mundo e eleições, e todos os dias em seu entorno, dividiram atenções e bolsos. O descontrole da economia forçou aumento de juros, redução do prazo de funcionamento, filtros menores para aprovar cadastros, auxiliaram a puxar o mercado para baixo. Ainda assim os meios, instalações, insumos e mercado forte em autopeças e demanda garantiram resultados impossíveis de serem criticados: fazer 3,3 milhões de veículos é coisa para gente grande.

No sobe e desce de mercado e vendas já fomos maiores. Terminamos 2014 sem saber se fomos superados pelo ascendente México, desfrutando de bom projeto industrial, aberto a acordos comerciais externos, colhendo os resultados na recuperação econômica do mercado estadunidense, seu cliente maior.

Queda em demanda não significa pasmo. A indústria automobilística, numa imagem, é como um transatlântico manobrando. Mesmo decidindo parar ou dar marcha à ré, ainda assim a grande massa se move para a frente. As reações são lentas. Na prática, os investimentos programados são mantidos pois seu espectro de tempo atende a estudos com maior prazo, incluindo construção de fábricas, projetos para produtos e agregados, lançamento de veículos. A indústria – do automóvel e bens duráveis de elevado valor – não considera o presente. A pequena janela temporal não inibe planos estudados durante prazo maior. Os R$ 50 bilhões anunciados para aplicação em três anos, foram e estão mantidos.

2015 deverá ser igual ou levemente superior a 2014; 2016 pequeno salto, nivelando-se aos resultados de 2013. Crescimento, 2017.

Como foi
Caso da Coluna, imodestamente foi ótimo. Não quantificadas antecipações de informações, análises corretas, corajosas – como vaticinar, para surpresa de jornalistas europeus, que o então apresentado VW XL1 não passava do demonstrar poder pessoal maior do presidente do Conselho da VWAG, de desenvolver componentes para conseguir consumo em torno de um número mágico: 100 km/litro. Depois, permear os ganhos tecnológicos a outros produtos, ajudando a Volkswagen a abrir caminho para aumentar economia e diminuir emissões, tudo dentro do projeto de ser líder mundial em 2018. Acertou.

Também, ocasião de verbalizar opinião em eventos internacionais, e participar de indicações de produtos e motores em dois prêmios internacionais e um brasileiro. Se 2013 se encerrou contabilizando em torno de nunca imaginados 5 milhões de leitores, e veiculada em 23 veículos impressos e eletrônicos, 2014

fez melhor, mudando números: arranhamos 10M de leitores com publicação em  28 meios de imprensa. Balanço resumido, faltou um item importante: não consegui dirigir o AMG GT – apesar de presente ao lançamento na Alemanha.

Mercado
Internamente o conjunto de números mostra contração. Vendas domésticas caíram em torno de 9%; exportações baixaram mais. Em motos números aproximados, porém a caracterização maior é a mudança de perfil de produtos. Os de menor cilindrada, de maior presença, têm sido ofuscados pelo crescimento das marcas famosas, de motos maiores e mais caras, aportando ao mercado, com montagem nos favorecimentos da Zona Franca de Manaus.

Lá fora
Na indústria foi ano de novidades. Começou com a surpresa da centenária e familiarmente controlada Peugeot pedir água e aporte de capital para socorrer o caixa. Outra surpresa, a rapidez de decisão do governo francês em socorre-la, adquirindo 15% de suas cotas, para impedir de a chinesa Dongfeng, também presente na adesão, superar o quantitativo de ações da família Peugeot, assumindo o mando da empresa. Na área, empresa faz cortes porém mantém investimentos, mas reduziu acordos com a GM para dividir plataformas e motores. Medida para mostrar-se viva, ativa e de volta à competição no mercado, fez da linha DS, antes modelos Citroën, nova marca.

Novidade tecnológica e industrial foi trazida pela Ford, aplicando na cabine e carroceria 70% em alumínio em seu produto mais vendido, o picape F 150, em nome de baixar peso total, obedecer regras e patamares de consumo e emissões.

Alargou a trilha de outros fabricantes em espectro menor, aplicando-o em carrocerias especiais, como o Audi A8, e suspensões. Utilizá-lo em veículo apto a suportar trabalho duro facilita a outros fabricantes incrementar percentuais de uso – como pretende a Jeep na próxima edição do Wrangler.

No caminho das surpresas, a Fiat SpA, a matriz italiana, conseguiu negociar e assumir a totalidade das ações da norte americana Chrysler LLC. Somou o caixa da Chrysler com o da Fiat e criou holding, a FCA, sede na Holanda, ações na Bolsa de Londres. Pagou, no total, US$ 6,3 bilhões pela companhia. Barato. A antiga dona, empresa de participações Cerberus LLC comprara 80% da Chrysler à Daimler, por US$ 7,4B. E esta assumira o controle acionário pagando US$ 36B.

Da Fiat, outra surpresa maior: colocou em sinuca Luca de Montezemolo, há décadas bom presidente da Ferrari, fazendo-o sair. E, inimaginado, colocou ações de tal mito no mercado, para fazer caixa e subsidiar os custos de novos projetos. Dona das mágicas, mudou o nome das empresas regionais e, nos EUA, berço da Chrysler, suprimida da razão social. Agora é FCA US. Aqui, FCA Latam (de Latin America).

Mercedes surpreendeu em 2014 com o GLA derivado da plataforma de entrada no mercado. Também, com o novo Classe C, extremamente bem dotado e identidade focada no insuperado Classe S. Arrematou o ano lançando o AMG GT, esportivo com plataforma e carroceria em alumínio, valente para concorrer com Porsche 911. A Mercedes quer números, lucros, voltar à liderança dentre automóveis alemães.


Aqui
Disputa mais acirrada em 2014 foi entre o VW Gol, líder de vendas à 27 anos, e o Fiat Palio, surpreendendo ao assumir a liderança, mantendo-a por seis meses.
Não se sabe quem venderam mais. Vésperas do Natal VW fez pacote em vendas corporativas e promocionais e ultrapassou o Palio em 900 unidades. Fechará o ano como o mais vendido? Ou a Fiat terá carta guardada para virar o jogo?
Colocados contra a parede, peitados por um adicional de impostos, fabricantes alemães – exceto Porsche -, passaram o ano implantando fábricas no Brasil. Na prática pequenas montadoras, produtos com pouca nacionalização, baixa quantidade, resultado do projeto oficial Inovar-Auto para conseguir ter preço no mercado interno. Farão grandes lucros.


No mercado de importados Audi cresceu mais, com produtos bem escolhidos e atrevimento comercial. O modelo A3 sedan com motor 1.4 e preço em torno dos R$ 100 mil ajudou a acelerar crescimento de 105% em relação a 2013.



Mercedes passou período ruim, sem produtos entre o fim da geração anterior do C e a chegada da nova, mas vendeu 25% mais. No projeto de abrasileirar-se BMW foi mais ágil e inaugurou sua pequena fábrica em Santa Catarina. Montagem com pouca nacionalização – carrocerias vem da Alemanha montadas e pintadas. Cresceu pouco em vendas, porém manteve a liderança dentre as marcas alemãs em instalação.

Em Jacareí, SP, fábrica inaugurada, dificuldades com mão de obra, a chinesa Chery iniciou produzir e estocar o Celler. Quer vende-lo a partir de janeiro.
Grupo SHC, representante da também chinesa JAC conseguiu montar fórmula com a matriz chinesa passando-lhes 2/3 do capital da fábrica a ser feita em Camaçari, Ba. Diz, novo sócio assinará contrato de financiamento com novo governo baiano e erigirá fábrica em um ano. Grupo SHC mantém, 1/3 da fábrica e toda a distribuição.

Outra chinesa gaguejou, tossiu, parou e deu marcha a ré. A Geely iniciou costurar acordos para montar automóveis da marca no Uruguai, vender no Brasil, mas não viabilizou o principal: rede de revendedores. Quem, de sã consciência, quer investir mínimos R$ 3 milhões para montar loja para vender pequenas quantidades? O grupo Gandini, importador, deu uma travada geral no projeto. Sobrou até para o advogado Ivan Fonseca e Silva, ex presidente da Ford, emprestando aval institucional ao exercer a presidência da Geely.

Land Rover Jaguar finalmente soltou o freio de mão e fixou pedra fundamental de fábrica a ser construída em Itatiaia, RJ. Land Rover convive com o rótulo de Carro do Mal Feito. Nos governos petistas um Defender foi presente a Silvinho Land Rover, orgulhoso corrupto agraciado com modelo da marca, e recentemente o mal afamado Paulo Roberto Costa, levou modelo Evoque do poderoso doleiro  Alberto Youssef.

Em produto
Novidades locais, ano rico. Começou com o up!, corajosa quebra de parâmetros pela Volkswagen, mudando conceitos de construção e de motorização, três cilindros, 1.ooo cm3, e 80 cv, motor em alumínio, conjunto muito bem acertado.
Para fazer o up! a VW foi instada a mudar motores, atualizando-se como o 1.0 de três cilindros, logo em seguida o EA 211, quatro cilindros, e a novidade a ser vista neste ano, o primeiro com injeção direta de combustível, turbo – aliás, furo da Coluna. Além do up! e dos novos motores, aprimoramento dos processos e capacidade de produção do picape Saveiro, agora incluindo versão cabine dupla.

Da marca, o fim do Golf geração 4 e ½, parte da política de internacionalização – produzir veículos iguais aos das outras usinas da empresa pelo mundo.
Outro lançamento, longo parto, inúmeras apresentações de pedaços, o Ford Ka, projetado na Bahia, produção prevista a outros mercados em desenvolvimento, os BRICS. Ford também aderiu ao motor de três cilindros, embora com bloco em ferro, aplicando-o ao Ka e sedã K+. Motores Ford são os mais modernos do país.

Preferência popular redesenhou a operação Peugeot, preferindo versões luxuosas, desprezando as de menor preço e equipamentos. Daí, marca acabou com as mais simples, equipou-as, refinou-as. Quer vende-las como carros de charme, saindo das faixas iniciais de preço e lucro menores. Vender menos, ganhar mais.


Outra marca da PSA, a Citroën também mudou por decisão do público. Seu modelo C4 Lounge com mix projetado de 70% do motor 2.000 aspirado e 30% do 1.6 injeção direta e turbo, sofreu inversão por demanda do público. Agora 70% turbo e 30% aspirado. Citroën desenvolveu versão flex para o turbo.



Renault encerrou a ampliação de sua fábrica, aumentou capacidade industrial e voltou a crescer baseada nos produtos sobre plataforma Dacia – Logus, Duster e Sandero. Cortou para si 7% do bolo do mercado. Quer mais. Em 2015 lançará pick up  médio anabolizado.

Associada Nissan inaugurou fábrica em Resende, RJ, fazendo o modelo de entrada March em duas versões, atualizada e antiga. Percalços, dificuldades com o mercado, acontecimentos exigindo rápidas respostas, mas não comprometem o projeto maior de querer 5% das vendas.

Japonesas Toyota e Honda foram-se bem. Primeira, cortando preço e fazendo pequenas mudanças no Etios. Tirou-o da condição de mico, mas não consegue posição de liderança como os outros produtos da marca. Na Honda sorri-se: Fit e City renovados cresceram nas vendas.

Mitsubishi iniciou montar o sedã Lancer no Brasil. Conteúdo maior, preço menor.

Paralelo
Gasolina mudou de formulação, para ser menos poluente. Álcool, combustível renovável, em crise, atrelado ao seu preço. E esta, oriunda de petróleo, cujo preço caiu quase 50% em três anos – US$ 110 a US$ 60. O valor pode inviabilizar o Pré Sal.

Em termos de tecnologia aplicada ao conforto dos usuários, dois programas tiveram sucesso em 2014. Por aplicativo gratuito o Easy Taxi localiza o taxi mais próximo, indica o tempo a chegar até o cliente, permite pagar eletronicamente por cartão. Ideia boa atraiu investidores estrangeiros.


Também, o CittaMobi facilita a vida: aplicativo gratuito para celular, fornece horários de ônibus, horário de chegada ao ponto onde está o usuário, soa alarme para o usuário saber se vai descer, em um ano opera em doze cidades. Aplicativo especial faz o indicativo para pessoas sem visão.

Lado oficial
Sem projeto, governo é lento em medidas. Sem direção a seguir, apenas costura remendos na colcha de retalhos dos problemas diuturnos, a indústria de autopeças sob controle nacional foi-se, assumida pelas concorrentes estrangeiras. O índice de nacionalização se esvai, com incalculável percentual hoje importado e, junto, a capacidade de competir – a barreira tributária imposta aos veículos importados, não protege a indústria local - apenas incentiva a falta de produtividade. Resultado, nossos veículos só conseguem ser exportados com desvalorização do dólar.

Proposta de revitalização do mercado interno teve proposta de Thomas Schmall, presidente da Volkswagen: renovação de frota. Sem notícias.

A queda de importações, pela redução da produção interna e vendas ao exterior, desbalanceou em US$ 8,6B. Para facilitar, Governo Federal listou 111 grupo de peças para fazer veículos - automóveis, caminhões, tratores -, reduzindo imposto de importação, da média de 15% para 2%. Debate-se, abrindo mão de receita, para manter o setor vivo. Não fala em política setorial, objetivos a ser cumpridos, não se incentiva maior desenvolvimento de componentes, nem se imagina porque, ou se explica o demérito institucional de, dentre os maiores, ser o único país sem um reles veículo de projeto e construção nacional. Coréia, China, Índia, começando depois, conseguiram faze-los.

A política de refrear relações comerciais, sem agilidade para fazer acordos internacionais, de manter o olhar curto, focando no Mercosul, e a tentativa pelo Inovar-Auto, de aumentar a produção local, mesmo com enorme conteúdo importado, gerou decisão de investigação internacional no âmbito da Organização Mundial do Comércio. Acusam o país de praticar medidas protecionistas no citado programa. Se consideradas procedentes, países autores poderão impor sobre taxação a produtos brasileiros.

Curioso, no rol dos reclamantes está a Argentina, grosseira praticante dos mesmos atos.

Em matéria esportiva boas notícias. Ascendente Filipe Nasr chegou à Fórmula 1, e Rubinho Barrichello, dela aposentado, foi campeão em Stock Car. Gabriel Medina surpreendeu ganhando o inédito Mundial de Surf. Jovem, mas safo. Não esperou a inexistente ajuda oficial das verbas desaparecidas. Quis, preparou-se, foi e venceu.

Registro importante, o DVD Homem-carro, sobre a criativa vida de Anísio Campos – piloto, empresário do automobilismo, designer prolífico, pintor, escultor de automóveis, amigo generoso, grande personalidade.
Antigomobilismo sofreu mudança em seus principais eventos do Sudeste. O Encontro de Lindóia mudou-se para Campos do Jordão, e quando se imaginava o evento perdido, outro preencheu o espaço. Agora serão dois. Colecionadores de Alfa 2300, integrantes do grupo AlfaRomeoBR mostraram fidelidade à paixão: fizeram périplo incluindo o espaço onde foi a Fábrica Nacional de Motores e à da Fiat, onde o modelo foi produzido.

Como cultura do automóvel se expande em participantes, criação de clubes, em estruturas de restauração, movimento superior à inércia da Federação do setor.
Falta de reclamação e demanda por uma política talvez indique seja a imobilidade o desejo de todos.

Boa novidade foi a aquisição pelos passofundenses irmãos Azambuja, do imóvel onde operou o Museu Anos Dourados, em Canela, RS. Ampliado o espaço, será reinaugurado expondo acervo próprio. Detém a melhor coleção de nacionais.
Continua a novela do Museu Nacional do Automóvel, em Brasília, peitando o governo federal na Justiça, para impedir o Ministério dos Transportes remova o acervo para colocar no espaço, como diz, “arquivo morto de órgão extinto.” A promessa do governo do DF em levá-lo ao ocioso espaço do multi milionário estádio de futebol ficou na promessa. A direção do Museu acredita na renovação do governo local substituindo a inconsequência do PT.

Em resumo
Dificuldades consideradas apenas pelo ângulo do prejuízo são apenas perdas, e estas devem ser assim lançadas na sua contabilidade pessoal do último dia do ano. Perdeu, está perdido. Valem as experiências.

Nossos problemas econômicos não tem, como prioritariamente alegado pelos governos, origem estrangeira. O problema está aqui, no despreparo, no foco diverso ao que deveria ser feito, na sobrevivência do sistema, no enriquecimento ilícito. E isto só mudará, e o país, o espetáculo, apenas melhorará se cada um dos pagantes reclamar da qualidade do espetáculo.