Coluna 2716 - 01.07.2016 - edita@rnasser.com.br
Bom, bonito, o
Kia Sportage
Quarta edição,
sucesso de vendas crescente, projeto premiado, Kia Sportage inicia ser vendido
no Brasil e, com esperanças de José Luiz Gandini, importador, de retomar a
posição de mais vendido da marca.
Mudou tudo,
incluindo design atualizado e conteúdo. Terá sido o último
Sportage sob o lápis de Peter Schreyer, festejado designer, presidente
da Kia. Deve se aposentar em dois anos e próxima geração surgirá em 2021.
Embute muita dedicação para se tornar referência, linhas agradáveis, grade e
frontal inconfundíveis, incorporando detalhes marcantes em outros produtos,
como os frisos em relevo no capô, lembrando esportivos Mercedes, e o perfil do
aerofólio traseiro, assemelhado ao do Macan Porsche.
Fugiu do desenho
ensandecido em planos e cortes, tão a gosto de coreanos, e tem harmonia de
formas. Tanta, venceu prêmios de design, como o Red Dot e o iF. Cresceu
4 cm em comprimento, 3 cm em altura, manteve a largura de 185,5 cm e esticou
entre eixos em 3 cm, indo a 267 cm. Arquitetura interior oferece mais espaço
para passageiros e carga. Nova construção aderiu à moda tecnológica de aço leve
e resistente para áreas de maior esforço, aumentando em 33% sua aplicação,
atingindo pontuação máxima em entidades de segurança nos EUA: cinco estrelas no
NHTSA e máxima no IIHS.
Conteúdo
enriquecido em conforto e segurança, as duas versões compostas para o Brasil
tentam cercar os compradores. Entrada, mais simples, sem entretanto passar
vergonha por não portar revestimento em couro, 10 regulagens elétricas nos
bancos frontais, é bastante palatável. Altamente recomendável não fosse a
omissão do auxílio eletrônico para estabilidade, o EPS, e das aletas sob o
volante para o comando manual das marchas, não embarcados por razões de
continência.
Motorização
única, 4 cilindros, dianteiro, transversal, flex, 2,0 litros, DOHC e 16
válvulas. Com álcool, torque de 20,2 kgmf, e 167 cv; gasálcool, 156 cv e torque
de 18,8 kgmf. Transmissão automática, seis velocidades, tração dianteira.
Quanto custa
Versão
|
R$
|
LX
|
109.990
|
EX
|
134.990
|
Saab vai-se
No pós-Guerra,
engenheiros aeronáuticos da sueca Saab – a dos caças Grippen – projetaram
pequeno automóvel. Leve, resistente, aerodinâmico, motor 3 cilindros, 2
tempos. Marcou-se mundialmente por vencer rallyes contra
concorrentes mais fortes.
Em 1989 focando
no negócio principal, equipamentos de defesa, passou à GM 50% das ações e o controle,
gerando o óbvio: se a rede de supermercados compra a ótima doceria do bairro,
cai a qualidade, vai-se o charme, negócio fecha. Perdem todos. Ao comprador
falta refinamento, sobra grosseria.
GM entrou em
crise após tentar assumir a Fiat, e passou a Saab à Skyper, marca exumada para
fazer carros esportivos. Muita lenha sueca para o caminhãozinho holandês,
negócio se inviabilizou.
Foi vendida ao
grupo chinês NEV, de carros elétricos, e logo a carroceria do Saab 9-3 movida
por eletricidade era o modelo NEVS – S, de Suécia. Operação complicou em caixa,
fluxo, recursos, desde 2012 entre a recuperação judicial e a falência e, ante
planos de se transferir para a China, a holding Saab proibiu o
uso da marca e da logo. Os NEVS não serão Saab.
Referencial
qualidade é pouco conhecida no Brasil. Em 1956, à implantação da indústria
automobilística nacional, numa bravata, a UDN, partido de oposição ao governo
JK, para inviabilizar o projeto, criou oportunidade de importação de veículos.
Entre os neo importadores a companhia T Janer, trouxe Saabs. Mais famoso, o do
arquiteto Oscar Niemeyer, para rodar em Brasília e viagens, ante seu pavor a
aviões. Início dos anos ’90, representante em S Paulo vendeu dúzia de unidades
e saiu do negócio. Saab agora é história.
Em veículos
Suécia resumiu-se aos caminhões e produtos industriais Volvo. Outras, Scania é
Volkswagen, e Volvo automóveis, chinesa.
Vespa quer voltar.
De novo
Motoneta, ou termo
da moda Scooter, italiana Vespa quer voltar à
produção no Brasil. Novo representante, a Asset Beclley
Investments Management, visa construir parque industrial e abastecer
Brasil, Mercosul e América Latina e em 5 anos, conquistar 10% do mercado de
motos com marcas Vespa e Piaggio.
Pretensões
elevadas, repetir participação mundial, como 15,2% e liderança europeia e 21,4%
entre scooters. Lidera nos EUA com 20%.
Quarta vez - Chegou
ao início da motorização nacional, de 1958 a 1964, pela carioca Panambra.
Década após, 1974 a 1983, no modelo de montagem na Zona Franca de Manaus, pela
empresa Barra Forte. Fechou. Voltou em 1985 mudando desenho operacional, societário, pela
Motovespa, juntando matriz italiana Piaggio, 45%; Caloi, 45% e B. Forte, 10%.
Em 1985 e 1986 em superficial montagem e, daí produção e nacionalização de 90%.
Dado inimaginável, superou a líder Honda CG 125. Pouca duração, em 1987 Caloi deixou a sociedade, e crise de
administração encerrou-a em 1990.
Quatro anos após a
ágil Brandani, de Ribeirão Preto, SP, importou modelo 150 da Índia. Cessou em
2.000. Outros quatro anos de ausência, Piaggio e Vespa com outro
importador a partir de 2004. Fechou.
Agora, novo
empreendedor contratou para implantá-la Longino Morawski, responsável pela sedimentação da
Harley-Davidson, e ex-Toyota.
Roda-a-Roda
Fumaça – Incalculadas
mudanças e prejuízos econômicos para a decisão de o Reino Unido deixar a União
Europeia, na indústria automobilística inglesa, para patrões e empregados
situação medeia entre o receio e o pavor.
Base – A grande ilha baseia grande
número de fabricantes estrangeiros exportando sensível parte de sua produção. Segundo maior fabricante de automóveis ingleses é a japonesa
Nissan ...
Custos - Sair da UE significa o
estabelecer de barreiras administrativas e tributárias para importar e para
exportar – ou seja, aumento de preço nos produtos, com inevitável queda em
demanda – e risco aos empregos.
Aqui – De lá
Brasil importa Minis, Rolls-Royces e Jaguar Land Rover. BMW informou situação
não afetará o preço dos Mini. RR é inexpressivo no panorama: 4 unidades em
2015, nenhuma em 2016. Jaguar e Land Rover entendem cedo para projeções.
Outro lado – Enquanto
muitos perderão, cálculos dizem, Bernie Ecclestone, diretor comercial da
Fórmula 1, ganhará muito. Empresa sediada na Inglaterra, faturamento externo
estimado em US$ 2B, valorizou 10% ande queda de valor da Libra. O Brexit deu ao
polêmico Ecclestone, mais de inesperados US$ 200M!
Negócio – VW alemã traçou projeto de
indenização aos compradores nos EUA de 482.000 veículos diesel TDI com emissões
acima do teto legal, o Dieselgate. Pagará entre US$ 1 mil e US$ 7 mil, dependendo do carro e caso.
Em re-call impossível comprará os carros. No total, US$ 15B para encerrar
ações no âmbito civil, indenizar proprietários, multas e dedicar a pesquisas.
Razão –
História contada pela publicação AutoData diz de estudo da Escola de
Guerra Econômica, do Ministério da Defesa francês, apontando o Dieselgate como iniciativa tática dos EUA
contra os fabricantes europeus de veículos e a aproximação da Volkswagen à
liderança mundial.
Pontos – Relaciona a divulgação da
história à véspera do Salão de Frankfurt; a hábil condução para o lado da falha
dos alemães sobre o diesel, preferido na Europa, desprezado nos EUA; as multas
maiores para Toyota e VW relativamente às aplicadas contra a GM.
Resumo - Capítulo da disputa de
condições nas quase secretas negociações para o Tratado Transatlântico. Tal Cavalo de Tróia regerá relações empresariais em
todos os campos de atuação. Críticos dizem, Washington entra com as regras, os
europeus com a submissão. Sendo, o Dieselgate quebra a canela dos industriais europeus de automóveis.
Mais um – Renault Brasil importará o
SUV Koleos. Quer reduzir a ociosidade de sua licença de importação para 4.800
u/a. Grande aos padrões nacionais, 4,67m de comprimento, aproximado ao Land
Rover Discovery.
Parâmetros – Novo modelo será apresentado
na França próxima semana, e versão importada marcar-se-á pelo refinamento na
decoração, motorização 2,5 litros e 175 cv, transmissão CVT, tração total.
Dúvida maior na Renault é como chamá-lo: Koleô, em pronúncia francesa; Kôleos ou Kolêos ? Nome grego, expressão de medicina, nada tem a ver com o produto:
é bainha.
SUVs – Em um ano Renault terá quatro
utilitários em seu portfólio. Do Kwid, pequeno, a ser apresentado no Salão do
Automóvel em S Paulo, novembro, substituindo o Clio; o Captur, pouco maior; o
Duster; e o Koleos.
Primeiro – Dentre
novas montadoras de picapes médios no Mercosul, Renault arrancou primeiro:
mostrou seu Alaskan na Colômbia. Será produzido na fábrica Renault em Córdoba,
Argentina – de onde, há 60 anos, saiam picapes Willys.
Setorial –
Argentina firma-se como produtora de picapes. Hoje Toyota Hi-Lux, Ford Ranger e
VW Amarok. Fará, como a Coluna também antecipou, base
comum para picapes Renault Alaskan, e Nissan NP 300 Navara – ou Frontier - na
fábrica de Córdoba. E estenderá o fornecimento à Mercedes-Benz no modelo Classe
GLT, além de Peugeot. Alaskan à venda em julho.
Vem mesmo – Presidente
da holding PSA, Carlos Gomes, confirmou picape
Peugeot para 1 t no Mercosul. Frédéric Chapuis diretor de veículos comerciais
da marca, à frente do projeto. Local não anunciado.
Mais – VW
Amarok ganhará motor V6, 3,0 litro, diesel. Vendas em 2017.
Questão – Argentinos
dizem, seu presidente Maurício Macri, ouvirá dia 5, na matriz VW na Alemanha,
durante visita, investimentos para novo produto na fábrica onde hoje fazem
Amarok e CrossFox – lá dito Suran. Porta voz de David Powels, presidente da VW
América Latina, desconhece.
Parou – Chinesa
Chery, mais nova das montadoras no Brasil, parou linha de produção até
novembro. Muito estoque, poucas vendas. Dará férias coletivas, licença
remunerada e lay-off – inatividade com pagamento reduzido.
Continua –
Processo produtivo interrompido não impedirá lançamento do novo QQ nacional em
julho. Formou estoque.
Por cima – Ford
aplicou motor de três cilindros, 1,0, à versão Titanium, topo do Fiesta. Pico
da tecnologia para a cilindrada: turbo, injeção direta, duplo comando variável,
pressão variável pela bomba de óleo, dois sistemas de refrigeração e
resfriamento dos pistões por jato de óleo.
Mais – Faz
125 cv, torque de 17,3 kgfm e, diz a Ford, o mais econômico do país.
Transmissão é a polêmica sequencial antes chamada PowerShift. Lançamento não é
fato isolado, opção e evento na linha Fiesta, mas integra processo de
recuperação de vendas, com mudança de gestão interna – gerente comercial de
caminhões venderá automóveis e vice versa.
Democratização
– Versão 1,0 custa R$ 71.990; 1,6 Sigma SE (R$ 51.990), SEL (R$ 58.790) e
Titanium (R$ 70.690), transmissões manual ou a sequencial.
Charme –
Mercedes incluiu o modelo nacional Classe C dentre os vendáveis a pessoas com
deficiência. Com direito a isenção de IPI custará R$ 134.144,15.
Curiosidade –
Na lista, o GLA, iniciando produção paulistana. Primeiros a dirigi-lo não foram
jornalistas especializados, mas motoristas com deficiência. A público será
apresentado em julho.
Clima – José
Luiz Gandini, presidente da Kia e da Abeifa, associação dos importadores de
veículos, crendo em novos ventos econômicos perlustrou sofás em Brasília.
Argumenta, cota de 4.800 u/a isenta dos 30 pontos percentuais sobre o IPI de
veículos importados, é irreal no país e no setor.
Elegância – Sugere cota seja a média das
importações dos 3 últimos anos pré imposição dos 30% sobre imposto. Não toca no
assunto de os ex-ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Fernando Pimentel e Mauro Borges, condutores da legislação, serem indiciados em
processos sobre facilidades legais. Ministro Henrique Meirelles, da Fazenda,
ouviu com interesse.
Acordo –
Brasil e Argentina renovaram acordo automotivo até 2020. Regras tortas mantidas
para a isenção alfandegária: cada US$ 1 exportado ao Brasil, a Argentina poderá
importar US$ 1,5 em produtos brasileiros.
Sub
estabelecimento – A partir do dia 8, Resolução do Contran torna
obrigatório uso de farol baixo durante o dia, em estradas, como item
sinalizador de presença. Obrigou mas não explicou. Carros novos tem Luz de
Rodagem Diurna, as lanternas com lâmpadas LED. Moral da história, concederam
aos policiais rodoviários o poder de exegese, a interpretação legal: as LRD LED
e sua específica e mundial função substituem os faróis – ou geram multa ?
Gente – Lulla
Gancia, 92, elegante, passou. OOOO Melhor qualificação para a senhora
ativa, fina por origem e educação, mulher do Piero Gancia (1922-2010), piloto e
representante da marca Alfa Romeo, renovador do automobilismo brasileiro. OOOO Lulla
foi a responsável pela alteração positiva do Kartódromo de Interlagos; correu
com seu motorista nos 1.000 Quilômetros de Brasília – 1966, 5º. lugar na geral
- brilhou na apresentação do protótipo Simca Ventania junto com a atriz Normal
Bengell, autódromo do Rio. OOOO Vladimir Mello, comunicólogo, gerente
de relacionamento da BMW no Brasil, promoção. OOOO Entra na folha de
pagamento da matriz. Do México assistirá instalação de fábrica, e comandará
área no Caribe e América Latina. OOOO Frisson no segmento:
bom emprego procura titular. OOOO
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