Vitória de Sato vai além de Indy
Conquista do japonês pode ativar mercado de pilotos
Se Toyota vencer Le Mans, mercado de pilotos terá grande
impulso no Japão
Até certo ponto inesperado, o triunfo de Takuma Sato na
edição 2017 das 500 Milhas de Indianapolis, domingo, trará com certeza um
grande impulso ao automobilismo japonês, mercado de trabalho dos mais
importantes para o esporte.
Nos anos 1980/1990 o Japão movimentava parcela
considerável do PIB mundial do setor e organizava campeonatos de alto nível nas
categorias Fórmula Nippon (equivalente ao que hoje é conhecido como F-2) e
protótipos, que evoluíram e mantém níveis altos de competividade e técnica. Ao
se tornar o primeiro japonês a vencer em Indy essa nova onda poderá crescer
ainda mais caso a Toyota finalmente conseguir sua sonhada vitória em Le Mans,
competição que acontece daqui a três semanas.
Takuma Sato já passou pela F-1 mas não brilhou o
suficiente para se manter na categoria, apesar de ter marcado sua passagem como
um piloto aguerrido e determinado. Em 2010 optou por disputar a F-Indy e
durante duas temporadas defendeu a equipe KV Racing; em 2012 ele se transferiu
para o time de Bob Rahal e David Letterman e no ano seguinte iniciou um período
de quatro anos com o celebrado A.J. Foyt, onde permaneceu ate dezembro último.
O primeiro lugar em Indy rendeu um prêmio em dinheiro que superou em muito o
que recebeu em sua primeira, e até então única, vitória na categoria
norte-americana, em Long Beach, 2013, exatos US$2.458.129, pouco menos de 20%
do total distribuído na corrida de domingo. Já a narração dasvoltas finais pela TV japonesa foi algo impagável graças à emoção dos
comentaristas.
Fernando Alonso |
Em um país que mantém um automobilismo financeiramente
saudável e atrai patrocinadores de peso o triunfo de Sato no célebre
“brickyard”, o primeiro de um piloto oriental na história das 500 milhas mais
famosas do mundo, é por si só antológico. O interesse e os investimentos da
Honda na F-Indy ajudarão a alavancar mais patrocinadores ao piloto nascido em
Tóquio aos 28 de janeiro de 1977, combinação de circunstâncias que aumentarão o
interesse de outros pilotos japoneses no automobilismo norte-americano. Nem
mesmo o abandono de Fernando Alonso, que mostrou-se competitivo em sua estreia
em Indy, causado por quebra de motor, impactou negativamente no sucesso de
Sato, que disputou a prova com um Dallara equipado com motor Honda e inscrito
pela mesma equipe que assistiu ao espanhol, a Andretti Autosport. Alonso,
aliás, já fala em voltar em 2018.
Se por si só tal cenário já traz consequências ao
automobilismo internacional, tal movida ficar ainda atingir nível astronômico
caso a Toyota consiga finalmente conquistar o primeiro lugar nas 24 Horas de Le
Mans,
Uma eventual e merecida vitória em Sarthre consagraria a
indústria automobilística japonesa, até agora imune aos escândalos que
vitimaram a VW e outros fabricantes de automóveis com motores diesel nos EUA.
Hélio Castro Neves esteve muito próximo de vencer a
corrida pela quarta vez e terminou em segundo. Caso tivesse superado Sato num
duelo que eletrizou Indy nas sete últimas voltas, aí sim, os japoneses estariam
vivendo hoje uma ressaca terrível: o brasileiro foi um dos poucos pilotos que
disputaram as 500 Milhas com carros equipados com motores Chevrolet. Tony
Kanaan terminou em quinto lugar.
Outro brasileiro, o gaúcho Matheus Leist, largou na
pole-position e venceu a prova Freedom 100, disputada na sexta-feira. Prova é
igualmente a mais importante do calendário do calendário da Indy Light,
categoria de acesso à F-Indy, e disputada com carros Dallara-Mazda.
Vettel amplia liderança na F-1
Sebastian Vettel largou em segundo lugar e explorou o
baixo consumo de pneus para superar o pole position Kimi Räikkönen, e vencer o
GP de Mônaco. Ao parar para trocar pneus quatro voltas mais tarde que o finlandês,
o alemão herdou a liderança do finlandês, e conseguiu retornar à pista em
primeiro lugar. Daniel Ricciardo completou o pódio.
Os resultados completos do
GP de Mônaco você encontra aqui. A vitória ampliou a liderança do
primeiro piloto da Ferrari no Campeonato Mundial de F-1. Lewis Hamilton,
que largou em 13o, ficou em sétimo e soma agora 104 pontos, exatos 25 atrás de
Vettel, quantidade que equivale a uma vitória. Felipe Massa terminou em nono e
marcou dois pontos.
Wagner Gonzalez
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