Alta Roda nº 942/292 – 25 /05 /2017
A tendência dos motoristas brasileiros de utilizar
novas tecnologias que facilitem sua vida no trânsito pesado do dia a dia fica
amplamente demonstrada pela rápida aceitação dos sistemas de navegação por GPS.
Era um acessório relativamente caro no começo, mas a introdução nos telefones
inteligentes impulsionou sua utilização. Hoje, os chamados navegadores
portáteis caíram em desuso.
Centrais multimídia nos veículos passaram a incluir o GPS, porém esbarraram no
preço elevado e na necessidade de atualizar mapas. Mais uma vez os celulares
deram sua contribuição, pois mapas digitais recebiam atualizações frequentes e
sem custos. Google Maps, Navtec (hoje, Here) e TeleAtlas (agora, TomTom)
abriram novas fronteiras para traçar rotas. Permitiram ao motorista chegar a
qualquer lugar onde nunca passou antes e dispensaram a obtenção de informações
com terceiros ou em mapas de papel.
Isso, no entanto, era insuficiente. Uma startup (empresa iniciante) israelense,
batizada de Waze, deu o terceiro e decisivo passo para revolucionar o modo mais
rápido e prático de chegar de um ponto a outro. Tudo graças às redes de dados
móveis das operadoras telefônicas e à colaboração dos usuários do serviço.
Estes passaram a relatar problemas no trânsito, acidentes, alagamentos e
agregando informações de forma automática sobre o percurso ao simples ato de
abrir o aplicativo no celular.
A empresa logo foi adquirida pelo Google, mas as duas redes continuam
independentes. Pelo que se sabe, compartilham apenas dados de acidentes. Os
concorrentes TomTom e Here reagiram por meio de convênios com redes
controladoras de tráfego e outras informações. Porém, só em São Paulo, o Waze
tem 3,5 milhões de usuários, o que a torna a cidade mais conectada ao
aplicativo no mundo. Se o motorista informa o final da placa, recebe caminho
alternativo (quando possível) para evitar a zona de rodízio.
O engajamento dos motoristas chega a apontar mais de 2 mil buracos por dia, bom
roteiro para a prefeitura, que desejar amenizar esse martírio. De outro lado,
há queixas sobre roteiros passando por locais perigosos.
André Loureiro, diretor da empresa no Brasil, informou à Coluna uma
providência: “Em agosto de 2016 iniciamos um programa piloto no Rio de Janeiro,
onde usuários podem apontar zonas de risco de criminalidade. Nossa equipe checa
as informações e alimenta os algoritmos de atualização. Aos poucos teremos
roteiros alternativos e esse serviço se estenderá a outras cidades.”
Outra facilidade em falta é a integração do Waze ao Android Auto. Centrais
multimídia têm telas maiores e de melhor resolução. Feita a conexão, acaba o
problema de fixar o smartphone no para-brisa ou no painel e aumenta a segurança
na exibição da rota, além de facilitar acionar um comando. Loureiro não pôde
informar quando isso será possível.
Ele confirmou, porém, que até o fim do ano o programa Waze Carpool estará
disponível na capital paulista. O aplicativo poderá ser usado por quem está a
pé à procura de carona solidária. O custo, calculado automaticamente, cobrirá
apenas despesas de combustível. Promete tornar-se alternativa de mobilidade,
diferente de serviços do tipo Uber e outros.
RODA VIVA
QUEDA das vendas de veículos novos tende a
diminuir a frota brasileira. Segundo estudo do Sindipeças, em 2016 havia 42,9
milhões unidades entre automóveis e comerciais leves e pesados, apenas 0,7% a
mais que em 2015. Comerciais leves (-1,1%) e ônibus (-0,9%) recuaram pela
primeira vez desde 1990. Motos também diminuíram 1,2%, para 13,5 milhões.
AUDI decidiu abrir o leque de seu portfólio.
Aposta firme nas versões esportivas de alta gama: R8 (motor V-10 Plus, 610 cv),
R$ 1.170.990; RS6 e RS7 (V-8 turbo, 605 cv), R$ 669.990 e 728.990,
respectivamente. Nos próximos meses e adentrando em 2018 terá mais oito
novidades, entre elas o novo Q5 importado do México e, portanto, a preço mais
competitivo.
ENTRE os sedãs compactos, o Hyundai HB20S, na
versão de topo Premium, se destaca pela oferta de bom equipamento multimídia e
volante multifuncional. Motor de 1.600 cm³ e câmbio automático convencional de
seis marchas formam um conjunto equilibrado. No entanto, com carga total falta
um pouco de fôlego e perde em estabilidade direcional ante alguns concorrentes.
ABORDAGEM mais técnica e menos política. Assim a
cidade de São Paulo enfrentará os atropelamentos que cresceram este ano. Tempo
de semáforos aumentará 20% para travessia de pedestres. Companhia de Engenharia
de Tráfego (CET) detectou que a maioria dos acidentados tinha mais de 50 anos.
Com o envelhecimento da população torna-se importante essa providência.
CÂMARA dos Deputados analisa proposta que torna
crime adulterar tecnologia ou substância para reduzir poluição ambiental. Hoje
é fraude comum, praticada por motoristas, transportadoras e oficinas mecânicas,
anular a ação do Arla 32 em motores diesel de caminhões e ônibus. Volume desse
reagente é 50% menor que o previsto para a frota circulante.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos
técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna
automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede
nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do
site just-auto (Inglaterra).
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