quinta-feira, 25 de maio de 2017

Fernando Calmon - Alta Roda - Alternativas de mobilidade

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Fernando Calmon
A tendência dos motoristas brasileiros de utilizar novas tecnologias que facilitem sua vida no trânsito pesado do dia a dia fica amplamente demonstrada pela rápida aceitação dos sistemas de navegação por GPS. Era um acessório relativamente caro no começo, mas a introdução nos telefones inteligentes impulsionou sua utilização. Hoje, os chamados navegadores portáteis caíram em desuso. 


Centrais multimídia nos veículos passaram a incluir o GPS, porém esbarraram no preço elevado e na necessidade de atualizar mapas. Mais uma vez os celulares deram sua contribuição, pois mapas digitais recebiam atualizações frequentes e sem custos. Google Maps, Navtec (hoje, Here) e TeleAtlas (agora, TomTom) abriram novas fronteiras para traçar rotas. Permitiram ao motorista chegar a qualquer lugar onde nunca passou antes e dispensaram a obtenção de informações com terceiros ou em mapas de papel. 

Isso, no entanto, era insuficiente. Uma startup (empresa iniciante) israelense, batizada de Waze, deu o terceiro e decisivo passo para revolucionar o modo mais rápido e prático de chegar de um ponto a outro. Tudo graças às redes de dados móveis das operadoras telefônicas e à colaboração dos usuários do serviço. Estes passaram a relatar problemas no trânsito, acidentes, alagamentos e agregando informações de forma automática sobre o percurso ao simples ato de abrir o aplicativo no celular. 

A empresa logo foi adquirida pelo Google, mas as duas redes continuam independentes. Pelo que se sabe, compartilham apenas dados de acidentes. Os concorrentes TomTom e Here reagiram por meio de convênios com redes controladoras de tráfego e outras informações. Porém, só em São Paulo, o Waze tem 3,5 milhões de usuários, o que a torna a cidade mais conectada ao aplicativo no mundo. Se o motorista informa o final da placa, recebe caminho alternativo (quando possível) para evitar a zona de rodízio. 

O engajamento dos motoristas chega a apontar mais de 2 mil buracos por dia, bom roteiro para a prefeitura, que desejar amenizar esse martírio. De outro lado, há queixas sobre roteiros passando por locais perigosos. 

André Loureiro, diretor da empresa no Brasil, informou à Coluna uma providência: “Em agosto de 2016 iniciamos um programa piloto no Rio de Janeiro, onde usuários podem apontar zonas de risco de criminalidade. Nossa equipe checa as informações e alimenta os algoritmos de atualização. Aos poucos teremos roteiros alternativos e esse serviço se estenderá a outras cidades.” 

Outra facilidade em falta é a integração do Waze ao Android Auto. Centrais multimídia têm telas maiores e de melhor resolução. Feita a conexão, acaba o problema de fixar o smartphone no para-brisa ou no painel e aumenta a segurança na exibição da rota, além de facilitar acionar um comando. Loureiro não pôde informar quando isso será possível. 

Ele confirmou, porém, que até o fim do ano o programa Waze Carpool estará disponível na capital paulista. O aplicativo poderá ser usado por quem está a pé à procura de carona solidária. O custo, calculado automaticamente, cobrirá apenas despesas de combustível. Promete tornar-se alternativa de mobilidade, diferente de serviços do tipo Uber e outros. 

RODA VIVA 

QUEDA das vendas de veículos novos tende a diminuir a frota brasileira. Segundo estudo do Sindipeças, em 2016 havia 42,9 milhões unidades entre automóveis e comerciais leves e pesados, apenas 0,7% a mais que em 2015. Comerciais leves (-1,1%) e ônibus (-0,9%) recuaram pela primeira vez desde 1990. Motos também diminuíram 1,2%, para 13,5 milhões. 

AUDI decidiu abrir o leque de seu portfólio. Aposta firme nas versões esportivas de alta gama: R8 (motor V-10 Plus, 610 cv), R$ 1.170.990; RS6 e RS7 (V-8 turbo, 605 cv), R$ 669.990 e 728.990, respectivamente. Nos próximos meses e adentrando em 2018 terá mais oito novidades, entre elas o novo Q5 importado do México e, portanto, a preço mais competitivo. 

ENTRE os sedãs compactos, o Hyundai HB20S, na versão de topo Premium, se destaca pela oferta de bom equipamento multimídia e volante multifuncional. Motor de 1.600 cm³ e câmbio automático convencional de seis marchas formam um conjunto equilibrado. No entanto, com carga total falta um pouco de fôlego e perde em estabilidade direcional ante alguns concorrentes. 

ABORDAGEM mais técnica e menos política. Assim a cidade de São Paulo enfrentará os atropelamentos que cresceram este ano. Tempo de semáforos aumentará 20% para travessia de pedestres. Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) detectou que a maioria dos acidentados tinha mais de 50 anos. Com o envelhecimento da população torna-se importante essa providência. 

CÂMARA dos Deputados analisa proposta que torna crime adulterar tecnologia ou substância para reduzir poluição ambiental. Hoje é fraude comum, praticada por motoristas, transportadoras e oficinas mecânicas, anular a ação do Arla 32 em motores diesel de caminhões e ônibus. Volume desse reagente é 50% menor que o previsto para a frota circulante. 



PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

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