Desde 2014, quando avistou o desaquecimento no mercado
brasileiro, a Scania se voltou às exportações. “Como temos um produto global e
fábricas padronizadas em todo o mundo foi possível direcionar nosso volume para
atender a demanda de outros países”, conta Marcelo Gallão, vice-presidente de
Logística da Scania Latin America. “O aumento de pedidos na Europa também
colaborou para que trouxéssemos novos clientes externos para a produção de São
Bernardo do Campo e agora, esse cenário permitiu a contratação de colaboradores,
aproximadamente 500”, diz o executivo.
Historicamente, o mercado interno representava 70% da
produção na planta do ABC, 30% eram destinados para exportação, “Essa proporção
foi invertida. Mas os níveis não correspondem aos mesmos, quando por exemplo,
em 2013, o Brasil bateu recorde de emplacamentos no País”, afirma Marcelo.
Apesar de os volumes não serem equivalentes, foi graças a flexibilidade do seu
sistema de produção que a fabricante sueca atravessou a crise e hoje atende
cerca de 30 países na América Latina, Oriente Médio, África e Ásia.
“Esse direcionamento externo também nos coloca desafios.
Pela primeira vez, por exemplo, vamos exportar cabinas para a nossa fábrica na
Holanda, onde o caminhão será montado”, conta o vice-presidente de Logística da
Scania Latin America. Além de todo o cuidado com a qualidade do produto, a
maior preocupação é a garantia do tempo para entrega do veículo para o cliente
final. “Temos uma Organização preparada, bem estruturada e desenvolvida para
atender às exportações, mas esse é o tipo de atividade que tem uma
interdependência muito grande com infraestrutura e processos externos, o que
exige que o Brasil também esteja atendo e garanta a previsibilidade e a
celeridade de seus trâmites”, ressalta Marcelo Gallão.
Segundo o executivo da Scania, as contratações serão, na
sua maior parte, para o trabalho na fábrica e estão ligadas diretamente ao
volume nos mercados externos. “Esperamos ter os novos colaboradores até o final
de maio e para atender a demanda vamos também aumentar os turnos de produção”,
diz.
Investimento – Para manter a fábrica de São
Bernardo do Campo (SP) um espelho da linha de produção da Scania na Suécia
(sede do Grupo) e replicar o padrão global é preciso garantir investimento
constante na atualização do parque industrial do ABC paulista. “Recentemente
anunciamos o aporte de R$ 2,6 bilhões na operação brasileira até 2020. Isso faz
com que subsidiária tenha uma linha global de produtos para exportar a todos os
mercados onde a Scania está presente no mundo - inclusive os mais exigentes.
Nos últimos anos fomos, por exemplo, acionados para exportar a países como
Rússia, Irã, Malásia e Índia - antes atendidos por linhas da matriz, que agora
estão sobrecarregadas”, conta Marcelo Gallão.
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