Do bom Encontro de Antigos em
Araxá
Encerrado o XXI Encontro Nacional de Veículos Antigos, adequadamente
realizado no arquitetonicamente imponente Grande Hotel de Araxá, MG, a dúvida
sobre a concorrência com outro evento em Águas de Lindóia, SP, dissipou-se.
Araxá, como usualmente chamado, mostrou sua fórmula correta: veículos de
qualidade; esforço para apresentar novidades; público qualificado; leilão de
antigos. Dos veículos relevantes, Ferrari 212 Barchetta, restaurada no Ferrari
Classiche, departamento desta fábrica para cuidar dos antigos; Bugatti 1938
carroceria Grangloff Stelvio; Alfa Romeo 2500 carroceria Boneschi, de 1950;
Cadillac V16, 1939 e, curioso e raro Cadillac 1958, sedã 4 portas sem coluna,
versão Brougham, teto em aço escovado, de aparência incrivelmente leve sobre a
carroceria com linhas bolhosas e excessos típicos do final dos anos ’50.
Curiosidades: 1 - Troféu Fabio Steinbruch, oferecido
pelo Alfa Romeo Club não a proprietário da marca, mas ao renomado pumista Caiko Botelho; 2 – Organização
reverenciou jornalistas Teresa Gago e Atos Fagundes pelo dedicado trabalho no
setor; 3 – Colecionador Eduardo Azevedo apresentou seu recém concluído Reggia, chassi em treliça, carroceria em
fibra, linhas inspiradas nas barchettas
dos anos ’50, primoroso exemplar único; 4 - Histórias surgiram: uns viram
correr, outros sabiam de exemplar com o primo do motorista do amigo do diretor
..., vizinho possuiu mas vendeu a peso após acidente em Interlagos, estas
coisas do país que não lê; 5 – Merecidíssima a homenagem ao Horácio, o Fusca
1974 com casal Erwin e Flávia Moretti. Poucos promovem a marca e a união
antigomobilista como eles; 6 – Hispano Suiza 1911, pioneiro na pioneira Coleção
Lee, reapareceu oferecido pela herdeira ao Museu que se instala na cidade de
Caçapava. Desaparecido há 20 anos exibia
sua aura; 7 – Impecável, marcante
visual e auditivamente os 100 cilindros de Ferrari, milhares de equinos, em
desfile próprio pela passarela; 8 - Leilão, corajosa iniciativa agora
sedimentada, deixou claro ser lugar para veículos de maior preço. Os nacionais,
baratos, tinham lances pequenos, demorados, cansativos; 9 - E exibiu vício
conhecido de lances desmesuradamente elevados, porém não aceitos pelos
vendedores, deixando a dúvida se pretendiam apenas ser referência para negócios
futuros – ou para conversas de happy hour...
10 – Carlos Quintana, lojista argentino, presente com livros e emblemas. Vale a pena ? perguntei, para ouvir que
em antigomobilismo valem as vendas do momento e o conhecimento para
negócios
futuros. Sábio; 11 – Colecionador Oswaldo Borges da Costa, um dos criadores do
Encontro, ausente ao último, reapareceu em grande estilo, faturou três prêmios
com Rolls-Royce Sedanca De Ville 1934; Peugeot 1908; e o Troféu Roberto Lee com
o Bugatti Stelvio 1938; 12 – Mesmo lacrado pela Justiça para inviabilizar-se, o
Museu Nacional do Automóvel, de
Brasília, mantém-se ativo: levou uma treliça da Fórmula Brasil, última
remanescente da iniciativa de Chico Landi e Toni Bianco, sua última descoberta;
13 – E foi premiado com Alfa Romeo 2300 de 1974, o chassi 00001, marcando os 40
anos do início da produção deste veículo.
Um convidado curioso
No incontável público na cerimônia de canonização do Papa João Paulo II,
um será, pelo menos, insólito. É automóvel polonês FSO modelo Warszawa –Varsóvia -,
fabricado em 1958.Como tudo envolvendo a então União Soviética e seus países satélites,
tem a marca da superação, o defasar em estilo, motorização, construção. Quando
ainda com o nome civil Karol Wojtyla, o então Bispo da Cracóvia comprou o
automóvel, mantendo-o em serviço por vinte anos, até ser ungido condutor da
Igreja Católica. Então, servido por Mercedes novos, vendeu-o a seu motorista.
Há dois anos o superado e gasto automóvel mudou de padrão, ao ser
adquirido por colecionador alemão, assumindo sua origem. Restaurado, irá à
festa.
Tralha
Sabe aquela frase em adesivo usualmente colocado nos automóveis
nacionais de coleção, “Não ria. Seu pai teve um”? Pois
é. Por pouco não foi produzido no Brasil. Ao tempo da implantação da indústria
automotiva no Brasil, com poucos incentivos, porém reserva de mercado e a
perspectiva de inquantificada porém projetadamente grande clientela, muitos
fabricantes se habilitaram a produzir aqui. A polonesa FSO, iniciando fazer o
Warszawa, foi uma delas. Não veio.
O produto era o carro do Bispo Wojtyla, de origem projeto russo de
automóvel, o Pobeda – Vitória – criado na estatal GAZ, cedido
à subjugada Polônia pelo ditador Joseph Stalin. Inspiração norte americana pré
II Guerra, pesado, lento, motor de 4 cilindros, comando e válvulas no bloco de
ferro, 2.0 e 50 hp.
Ainda bem que seu pai não teve um deles.
Roda-a-Roda
Tentativa – Na Argentina novo plano para reativar vendas de carros
feitos lá, caídas em 30%: desconto pelos fabricantes, entre 3 e 13%, e
financiamento pelo estatal Banco de La Nación Argentina, 10% de entrada, 60
pagamentos, juros de 17% a.a., inferior à inflação de balcão.
Limites – Validade de três meses, teto em 120 mil pesos – só para a gama baixa,
Renault Clio, Chevrolet Classic, Fiat Novo Palio Essence. Após, a carros
brasileiros. Valor da prestação limitada 30% da renda do interessado.
Copa – Tentando empurrar produção e vendas do Clio, em via de
substituição, Renault Argentina e seus concessionários oferecem durante os
jogos da Argentina na Copa do Mundo, descontos sensíveis para a versão Confort
Plus, 5 portas. De 116.500 pesos, a 98.120. Resultados iniciais pequenos.
Simpatia – Mercado difícil, ano com vendas menores em 30% que 2013, vale
tudo para vender carros novos na Argentina. Volkswagen ao lançar o up! usou o
brinde de bicicleta dobrável Think Blue para atrair aos primeiros 500
compradores. O mimo é alemão e não existe no mercado brasileiro.
Tempo – Chinesa National Electric, dona da sueca SAAB, sustou a produção
destes competentes automóveis. Micou o
caixa.
Pesquisa – JD Power, conhecida empresa de pesquisas automobilísticas, pelo
28º. ano levantou índices de satisfação de compradores de carros novos até três
anos de uso nos EUA. Porsche lidera, Jaguar em segundo, empurrando Lexus, marca
Toyota para ser irretocável em qualidade, ao 3º. lugar.
Aqui – Pesquisa no Brasil deu empate entre Hyundais e Toyotas.
Curiosidade, os coreanos os importados pela representante CAOA, no mercado a
Hyundai do B, estão à frente dos Hyundai HB 20 aqui produzidos pela Hyundai
original.
Governo ? – No desvario criativo da economia nacional, governo federal quer
aumentar a 27,5% volume de álcool adicionado à gasolina. É para diminuir
importação deste combustível, e gasto de divisas na desequilibrada balança
comercial.
E ? – Pode servir a muitos, exceto proprietário de veículo, pois
quanto maior a quantidade de álcool, maior o gasto km/litro. Haverá álcool ?
Eleição fomentam a criatividade, vantagens para poucos, desvantagens para
muitos.
Motores – Escolha do International Engine of the Year – Motor do Ano – deu
resultado insólito: pela terceira vez o mais importante como tecnologia foi o
Ford 1.0 Ecoboost, de três cilindros. Segundo, 70 pontos – 20% - atrás, o V8
Ferrari 4,5 litros. Depois, VW 1,4 TSI com turbo e compressor; Mercedes-AMG 2,0
turbo, e elétrico estadunidense Tesla.
Processo – 82 votantes internacionais, 5 do Brasil – o Colunista um deles -, representando 34 países, e foco em tecnologia
e aplicação real, futuro. Daí, exceto o Tesla, nenhum dos motores é dos EUA.
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Situação – Após sofrer vandalismo e
grandes perdas por atos de terrorismo, revendas na avenida de acesso ao estádio
Mineirão, em Belo Horizonte, blindam os negócios em dias de jogo: painéis
metálicos vedando os vidros, ou deposição de containers em torno das lojas.
Justiça – Tribunal de Justiça de Brasília cancelou permissão concedida
pela Câmara Distrital, aprovada pelo Governador do DF, aos taxis cobrar
Bandeira 2 durante a Copa do Mundo. O Ministério Público do DF arguiu a
incoerência da medida, um saque contra o consumior.
or e desestímulo ao uso dos
taxis em período de grandes libações. Ano eleitoral é fogo. Faz até Legislativo
e Executivo voltar-se contra o público.
Mercado – Para exibir-se no mercado norte americano, Mitsubishi
desenvolveu carro especial para a subida no Pikes Peak, montanha no Colorado,
19 km, 156 curvas. Elétricos, quatro motores, 603 cv, tração integral.
Razão – Vencer o PP é relevante no mercado norte americano. A Mitsubishi
faz o elétrico MiEV e vende nos EUA, Europa, Japão. Candidatou-se montá-lo
aqui, mas não ouviu facilidades para compensar os maiores custos de produção.
Figuração – A volta de honra nas 24 Horas de Nurburgring, a
demolidora prova alemã de resistência, teve dois Bugatti 16.4 Grand Sport
Vitesse a liderar os 175 participantes. O super carro francês, com 1.200 cv,
tem o recorde mundial para carros esporte de produção: 408,84 km/h de
velocidade final.
Escada – Brasiliense Felipe Nasr, disputando a temporada de GP2 é segundo
após excepcional performance no circuito de Spielberg, onde assumiu a
liderança, fez a volta mais rápida, e venceu. Sobe a escada para a Fórmula 1.
Retífica RN – Leitor Lico Azevedo, antigomobilista e conhecedor do produto e
história, sacou rápido e indicou engano na Coluna passada:
Bugatti de 1937 exposto no grande Encontro de Araxá, MG, não seria o Tipo 57
Atlantic, com dupla de unidades remanescentes.
Razão – Tem-na. O automóvel exposto usa carroceria Gangloff Stelvio, em
aço. A outra é em Elektron, liga de alumínio e magnésio.
A Fiat e seus prêmios em Cannes
Sorrisos na Fiat. Os
cortes nas verbas de divulgação, em vez do previsível resultado de baixar
veiculação e vendas, mostraram resultado inverso: instigaram a criatividade da
empresa, e como resultado internacional, faturou cinco prêmios no Cannes Lions
2014, um dos festivais de comunicação mais importantes do mundo.
Na pioneira
categoria Inovação, criada ano passado, levou o prêmio pela campanha Vem p’ra Rua, de grande oportunidade, ao
ser veiculada junto às inexplicadas manifestações populares e protestos nas
ruas. A ideia da empresa, de produtos mais vendidos no mercado durante 12 anos,
era demonstrar conhecer as ruas com intimidade.
Outra abordagem
direta gerou prêmio, a Fiat Live Store, trocadilho bem achado com Love Story. É
projeto único no mundo, ao utilizar tecnologia para conectar clientes a
especialistas nos produtos Fiat. O contato é feito em tempo real e de forma
interativa. Pelo sítio WWW.fiat.com.br/livestore,
ou pelo Facebook o cliente escolhe um modelo, e um especialista usando um fone
de ouvido com câmera de alta resolução e microfone, mostra diretamente o que
foi pedido pelo consumidor para conformar um carro e tira dúvidas diretamente.
O negócio funciona em galpão na fábrica de Betim, montado pela agência Click Isobar.
João Batista Ciaco é
o diretor de Publicidade e Marketing de Relacionamento, e as agências premiadas
foram Click e Leo Burnett Taylor Made.