Nascido na cidade de São
Paulo, a capital paulista, e praticamente criado dentro do Autódromo de
Interlagos, Felipe Giaffone tem plena consciência de que enfrentará grandes
dificuldades nos 4.309 metros do templo do automobilismo brasileiro na sexta
etapa da Fórmula Truck, marcada para o próximo dia 31 de julho no traçado
paulistano. O objetivo do líder do Campeonato Brasileiro seria não usar o
restritor de potência, obrigatório para os cinco primeiros na classificação
geral. No entanto, por ser o primeiro colocado, ele utilizará justamente o que
retira a maior potência do motor, algo em torno de 140 cavalos, e, brincando, revela
seu sonho impossível.
"De verdade queria ser o quinto colocado com um
ponto de diferença para o primeiro".
Esse sonho é praticamente impossível, pois os
quatro primeiros teriam de estar empatados em pontos e os itens do regulamento
definiriam quem ficaria com as posições. Não deu, pois na corrida de Londrina
ele terminou em segundo lugar e reassumiu a ponta do campeonato com 198 pontos,
seguido por Diogo Pachenki com 179 e por Paulo Salustiano, que tem 164. O
primeiro colocado usa o restritor de 70 milímetros que reduz a entrada de ar no
motor do seu caminhão Volkswagen Constellation. O segundo tem um de 72mm e
perde aproximadamente 120 cavalos, o terceiro um de 74mm e deixa de usar algo
em torno de 100 HP. Daí em diante a situação fica menos complicada, pois o
quarto (David Muffato) usa um de 76milímetros e perde 50 cavalos e o quinto
(André Marques) o de 78mm e não usa 30 HP.
Quase todos os outros caminhões utilizam essa
mesma entrada de ar com abertura de 80 milímetros. As exceções ficam para os Iveco,
que por terem motor menos potente, ganharam uma abertura de 85mm e 50 cavalos a
mais nos motores.
Felipe Giaffone explica os motivos de o autódromo
paulistano ser considerado a pior pista para utilizar os restritores.
"Interlagos tem duas retas longas e uma delas, a
dos boxes, tem antes uma longa subida, que é a Junção, de onde a gente sai
acelerando até o S do Senna. Isso provoca uma grande diferença. Por isso que
afirmo que meu maior adversário será mesmo o restritor. Meu objetivo é chegar
na frente dos mais diretos adversários. Tenho de correr pensando só em marcar o
maior número possível de pontos e no campeonato. Definitivamente não dá para
brigar pela vitória", sentencia Giaffone.
Dono de três títulos da Fórmula Truck (2007, 2009
e 2011), com duas vitórias na temporada e 25 no total, Felipe quer fazer uma
prova limpa e livre das quebras, que o levaram a abandonar duas vezes nesta
temporada de 2016. Ele também diz que Interlagos é a casa de todos.
"Os pilotos paulistas não têm essa coisa de ter
casa, pois Interlagos é a casa de todo mundo, pois não é problema para ninguém,
já que todos conhecem muito bem a pista e sabem os acertos", completa o piloto
que ficou em segundo lugar em Londrina, numa das duas vitórias de Paulo
Salustiano neste ano.
Seus resultados têm sido importantes para ajudar a
MAN Latin America, dona da marca dos seu caminhão Volkswagen Constellation, a
ficar em segundo lugar no campeonato das fábricas. A liderança é da
Mercedes-Benz, com 422 pontos, seguida pela MAN com 403, pela Volvo com 210,
Ford com 160, Iveco 155 e Scania que tem 72 pontos.
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