Coluna 1817 – 04.05.2017
- edita@rnasser.com.br
|
Volkswagen vende Ducati – e também MAN/VW, Scania e
Bugatti ?
Os recém iniciados gastos com multas e indenizações
à conta do escândalo das emissões superiores aos limites legais, e o grande
projeto de imediata aplicação de recursos para desenvolver e produzir veículos
elétricos, provocou matriz da Volkswagen a vender ativos. Primeiro, a italiana
fábrica de motocicletas Ducati. Após entrariam na lista a teuto-brasileira
MAN/VW caminhões e a sueca Scania. O grupo possui 12 empresas e, aparentemente
inicia o processo cortando os extremos. Pela base, italiana fábrica de
motocicletas Ducati em 2012 comprada pela Audi, empresa VW, por US$ 935M. Por
explicações da época tratou-se de meio prático, embora caro, de absorver e
aplicar em automóveis tecnologia motociclística para a construção de motores
com melhor relação entre peso e potência, e fusão de metais leves. Audi e
Porsche devem ter aproveitado o know how pois seus produtos tiveram sensível
incremento na substituição de partes em ferro por outras em liga leve, em
especial nas suspensões. No período Audi aplicou na Ducati cerca de US$ 1,3B
mudando operações, produtos, obtendo ótimos resultados operacionais.
Aparentemente a VW entende, no reduzido círculo de
atividades, não há interessados na aquisição, indo ao mercado para encontrar
capitais externos. Contratou nos EUA consultoria Evercore, especializada no
aconselhamento a bancos para investimento em negócios, para tratativas de
vendas, formação de consórcios para a compra. Boatos de passá-la à frente
correm desde o fim do ano passado, e ex presidente da empresa no Brasil, ao
despedir-se afirmou ser a Ducati a pérola da VW, e por isto
não seria vendida. Aparentemente as condições mudaram, e num ditado nacional a
VW prefere perder as pérolas para manter os dedos...
Mais
Se a negativa quanto à Ducati se transformou em
definição de vendas, parte dos caminhões exige, como se diz no Goiás, Café
no Bule. Negócio de valores exponencialmente mais elevados ante o não
divulgado e pedido pela Ducati. A produtora de motos Premium – quantidade
reduzida, preço e lucro unitário elevados – não divulgou lucros do exercício
passado, mas creem-se próximos as resultados de 2014 – 55.000 unidades vendidas
e lucro de 55M Euros. Em 2016 repetiu número de vendas.
MAN é das mais antigas empresas de mecânica no
mundo, operando na Alemanha. No Brasil assumiu a Volkswagen Caminhões e ônibus,
tipo sub multinacional brasileira com operações de montagem no México. Scania,
espécie de bilhete de primeira classe em caminhões. Interessantemente Brasil é
único o país com operação industrial das duas marcas. Ducati não tem fabricação
local, comprando serviços de montagem à Dafra, em Manaus.
Consultada, MAN respondeu taticamente por Danielle Ritton, de Relações Públicas: A Volkswagen recentemente reafirmou que não tem intenções de vender suas marcas de caminhões. Pela Volkswagen, André Senador, diretor, disse saber do assunto através da imprensa. Scania não respondeu à consulta e Maristela Ramos, pela Ducati informou não comentar pois a empresa desconhece tal disposição.
Caminho
Quem do ramo sugere decisão fundada em questões de
convivência política – os acionistas não querem ir a bancos tomar empréstimos e
fazer capital necessário às penas do escândalo Dieselgate, e
investimentos em eletrificação de seus modelos. Também desconcordam de outra
fórmula, participar de chamada de capital para entesourar a companhia, assim
como emitir ações. Dado paralelo, há política familiar. Houve sério abalo de
convívio entre os ramos Pïech e Porsche, juntos comandando a Porsche SE,
a holding controladora da Volkswagen. A saída do primo
Ferdinand e a ascensão do primo Wolfgang exibe poder do novo mando, com
personalização nos caminhos para conduzir a companhia: as aquisições mais
recentes – MAN, Scania, Bugatti, Lamborghini, Ducati - foram realizadas sob a
gestão de Ferdinand, em seu processo de salvar, expandir, obter lucros
recordes, colocá-la em crescimento ascensional atingindo a liderança mundial.
Mas agora, sob o comando supremo de Wolfgang, e ante a necessidade de reunir
recursos superiores ao lucro operacional, aparentemente comanda as ações para
vender e fazer capital com as empresas adquiridas por seu primo e fora do
caminho fulcral da marca.
Válido o raciocínio a Bugatti, dos esportivos de
performance e lendária nomeada, mas como empresa, de compra e operação nunca
entendidas, deve ser também descartada.
Novo motor VW a gasolina e gás
Aproveitando evento de tecnologia de motores,
o Vienna Motor Symposium, na capital austríaca, VW mostrou serviço
para desviar-se do foco do Dieselgate, cominações e prejuízos. Juntou propostas
sob o dístico Juntos - Estratégia 2025. De maior realce
emissão Zero por otimização de motor elétrico e soluções a motores endotérmicos
para uso imediato – aplicação deve ser apresentada no Polo, Salão de Frankfurt,
14 a 24. setembro. Sob o capô do Golf TSI BlueMotion, o motor tricílindrico de
1,5 litro TSI em dois meses. Dita tecnologia Micro Híbrida permite ao motor, ao
ser desacelerado até 130 km/h avance por inércia até desligar-se completamente.
A outra tecnologia de aplicação imediata é motor
tri cilíndrico, 1,0, turbo, produzindo 90 cv, mas capaz de otimizar o uso de
gás metano, de origem fóssil ou laboratorial. Não se trata de iniciativas
amalgamadas em protótipo, mas produtos para venda. Significa tal tecnologia
chegará por aqui.
Roda-a-Roda
Poder – Ele é considerado o esportivo de melhor
equilíbrio entre custar e oferecer, em primorosa construção pela AMG, agora
fabricante sob a centenária árvore da Mercedes. É o AMG-GT.
Pré – Vendas se iniciam em maio com entrega a
partir de agosto, a R$ 1,2 milhão. Construção em alumínio, motor V8, entre eixos
frontal, 4.000 cm3, bi turbo, 585 cv, acelerando por tração traseira aos 100
km/h em 3,6s.
DNA - Marca-o a grade inspirada nos protótipos
300 SL levados à Carrera Pan Americana em 1952. A cor verde
metálica é para lembrar a floresta do circuito alemão de Nurburgring onde foi
desenvolvido, e onde a seção norte é hoje cenário e referência para indicar
comportamento esportivo.
Vestibular – Maserati comemorou centésima milésima
unidade produzida, um sedã quatro portas, o Quattroporte Grandsport, em
chocante branco, interior tan, rodas leves em aro 21”,
contrastantes pinças de freio em vermelho. Cem mil unidades leva-a a patamar de
credibilidade.
Vária – Maserati,
até chegar ao comando da Fiat, após salva e saneada pelo eng Eugenio Alzatti,
tem história rica e variada. Dos irmãos fundadores, à OSCA, e sociedades
diversas, incluindo Citroën. Chegou à mão da Fiat, há três anos administrando
projeto de grande crescimento mundial.
Curiosidade – Festa foi no Salão de Shanghai, China, onde
a marca vende 30% de seu volume, e é o maior mercado mundial para o modelo.
Prioridade – Citroën
apresentou na Argentina brasileiros modelos C3 e Aircross em demandada
combinação do motor 1,6 litro, 115 cv com transmissão automática moderna 6M.
Clarificando – 1,6 + automático existe no mercado
brasileiro, mas emprega velha transmissão hidráulica com 4 marchas. A novidade
está em atualização tecnológica utilizando-se unidade da japonesa Aisin.
Pacote – Transmissão com seis marchas aproveita
muito melhor o motor, oferece mais disposição, velocidade, menor consumo, e
aumenta o conforto, elevando nível de C3 e AirCross.
Quanto – Diferença de preço na Argentina para o novo
opcional é 20 mil pesos – uns R$ 3.900. Citroën não se manifestou quanto a
chegada ao mercado brasileiro, mas se há para lá, haverá para cá.
Alemão – Novo sedã BMW Serie 5 iniciou vendas no país
nas versões Sport 530i e 540i, a respectivos R$ 315 mil e R$ 400 mil. Não pense
ser a cilindrada indicada pela dezena. Já foi assim quando a engenharia era respeitada
como referência de matéria técnica. Hoje 530 indica 2 litros de capacidade
deslocados por motor L4 e, 540 é um L6 de 3 litros, potências respectivas em
respeitáveis 252 cv e 350 Nm de torque, e 340 cv com 450 Nm.
Fica – DS, marca surgida em 2014. Esclarece
ante suspensão de importações de seus carros, estar desenvolvendo novo modelo
de negócios. Quer ter a marca separada, em ambiente Premium para produtos e
clientes. Pelo visto terá distribuidores próprios.
Mais up! – VW criou versão cross do up!, seguindo mania
nacional. Baseia-se na carroceria de 4 portas, motor turbo TSI com 101/105 cv,
vindo em quatro níveis de decoração e equipamentos. Alcança a evolução de
estilo, focando em tecnologia, como iluminação em LEDs, mudança na
instrumentação e interconectividade.
Mercado – Na prática aproveita o bom projeto
de marketing do carro, com o motor forte disponível em várias
versões, aplicando detalhes e confortos não usuais em sua classe.
Adicionalmente está ainda mais econômico.
Mais – Ampliando oferecimentos em sua linha
de picapes Saveiro VW oferece versão Robust, para trabalho, agregando cabine
dupla e mais três passageiros. Traz curiosa composição do motor 1,6 EA111,
antigo, rodas em chapa de aço e aro 15”, e o mimo de freios a disco nas 4
rodas.
Atual - Linha Saveiro tem sete opções, três em
carroceria. No amplo portfolio há versão Cross, melhor equipada e com o motor
atualizado, o EA 211, 1,6 litro e 120 cv de potência.
Simpatia – Nissan fez filmete para homenagear
pessoas que, por condições diversas, inclusive idade, tem vedada a renovação da
Carteira Nacional de Habilitação. Chama-o A Grande Despedida e
é sensibilizante. Situações reais gravadas no bom circuito Velo Cittá com o
pico de performance da marca, o GT-R. Emociona. Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=3iZWsQC2tFU
Peso Pesado – Petronas, fábrica de óleos
lubrificantes, tem novidades para veículos pesados com óbvios motores diesel,
agregando tecnologia ViscGuard ao seu conhecido Urania. Promete reduzir
seriamente a manutenção pela formação de resíduos da combustão.
Caminho - Petronas sucedeu Agip e Tutela, esta
a responsável pela quebra de conceitos de lubrificantes no Brasil, permitindo o
largo desenvolvimento observado nos últimos 30 anos. Empresa quer ser a maior
do ramo em 2019.
Lucro – Fechada análise do primeiro trimestre do ano,
lucros da corporação VW subiram quase 40% - 3,13B para 4,37B Euros, apesar de
queda de vendas. Credita-se o bom resultado por severa contenção de custos.
Mais - Há surpresas: Sköda cresceu 32% em
lucros, indo a 415M Euro; SEAT deu um pulinho de 5%; lucros da Audi caíram e
Bentley perdeu apenas 30M. Um ganho: anteriormente perdera 54M. Porsche,
estrela da lucratividade, cresceu de 855M para 932M Euro no período.
Dieselgate – Para enfrentar as inquantificadas
perdas com o escândalo das emissões em motores diesel, empresa separou 22,6B
Euros.
Mercado – Ante a queda de vendas seccionando o
mercado à metade, fabricantes de motores e caminhões lançam-se em caminhos
alternativos para fomentar negócios. Mercedes-Benz por seu Consórcio implantou
loja virtual, acessável pelo sítio www.mercedesbenzconsorcio.com.br
Leque - Age no varejo para autônomo e no
atacado para empresário, buscando tornar o consórcio alternativa de serviços
financeiros para renovação de frota.
Troca – Cummins, de motores diesel, criou
departamento ReCon para remanufaturar motores da marca. Na prática o motor
necessitando de retífica é dado como parte do pagamento de outro, refeito com
peças genuínas, e garantia pela fábrica como se fora novo.
E-commerce – Volvo selecionou 250 itens de seus
caminhões e ônibus e colocou-os em vitrine eletrônica para compra on
line via computador, tablet ou telefoninho esperto. Tal tipo de
vendas cresceu, no global, 11% em 2016 e previstos 12% neste exercício.
Vendedor caminha para ser atividade restrita.
Antigos – Coisas com automóveis antigos são especiais.
Fusquinha de 1980 roubado em 1994 apareceu 23 anos depois. Polícia foi chamada
para remover sucata e descobriu haver sobre tais restos uma queixa de furto,
chegando até ao dono por Roberto Cabral Medeiros, Delegado, colecionador e
usuário de fusca antigo… Aconteceu em Bauru, SP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário