Faltando 30 dias para o
lançamento dos carros 2018 começam a surgir detalhes dos monopostos que
ocuparão o grid da temporada que começa dia 23 de março, quando acontece o GP
da Austrália, em Melbourne.
Antes disso, acontecem duas sessões de quatro dias
de treinos no autódromo de Barcelona, na Espanha, ocasião onde novidades
técnicas dividirão com pilotos recém-chegados e aqueles que mudaram de equipe
os temas das notas geradas em oito dias de ensaios livres. O início dos testes
de pré-temporada está marcado para o dia 26 de fevereiro.
As alterações mais profundas
são aquelas que envolvem a McLaren, a Toro Rosso e, em menos escala, a Sauber:
nas demais praticamente aconteceu um processo de evolução onde o fornecedor de
motor não foi alterado. Nas três citadas houve uma inversão de provedores em
duas delas: o time inglês passa a usar motor Renault e o italiano recebe o
Honda. Na casa suíça menção para o maior envolvimento italiano graças à chegada
da Alfa Romeo, que aporta patrocínio e algum capital técnico, elementos que
podem crescer para 2019 se o casamento der bons frutos.
Os atuais motores da F-1
incorporam recuperadores térmicos de energia cinética (MGU-K) e cinética
(MGU-H) e turbo-alimentador, recursos que geram grande quantidade de calor e
uma fonte de vibração considerável. É exatamente na disposição desseses
elementos que reside a grande diferença entre os projetos francês e japonês,
como Tim Goss, diretor técnico da McLaren, explicou ao site Chequered Flag:
“Podemos dizer que os motores
da Mercedes e da Honda têm arquitetura semelhante: compressor instalado à
frente do bloco, o recuperador de energia térmica (MGU-H) no centro, e mais
atrás a turbina. Nos motores Renault e Ferrari o compressor está atrás do
bloco, seguido pelo MGU-H e, depois, pela turbina.”
Além da óbvia influência na
distribuição de massas, cada proposta implica em diferentes situações para a
circulação do ar quente dentro da carenagem e nas estruturas do chassi e caixa
de câmbio. Segundo Goss, “cada uma das soluções acima descritas tem seus prós e
contras”.
No caso do novo McLaren, as consequências foram mais agressivas na
instalação do tanque de combustível, na caixa de câmbio, na suspensão traseira
e, obviamente, no sistema de refrigeração. O resultado é que o carro de 2018
deverá ter um entre-eixos mais curto, de acordo com Goss:
“A caixa da entrada de ar do
motor Honda implicava em ocupar parte do espaço o tanque de combustível. Como o
motor Renault pode ser instalado mais à frente e tem pontos de fixação mais
simples acabamos ganhando alguma vantagem também na aerodinâmica em torno desse
volume e na estrutura da suspensão traseira.”
A maneira como a Toro
Rosso vai resolver isso é cercada de curiosidade, a começar pelas implicações
no relacionamento entre as culturas italiana – a equipe herdou as instalações
da saudosa Minardi -, e japonesa.
Os funcionários do time de Faenza passaram
boa parte do inverno europeu recebendo aulas de japonês e informações
importantes sobre os costumes nipônicos, uma forma interessante de acelerar o
processo de integração entre o construtor e o fabricante de motor. Desde que
regressaram à F-1 nos anos 1980 os japoneses têm problemas de socialização por
causa das dificuldades de se expressar em outras línguas, pelo caráter
hierárquico de sua estrutura profissional e, principalmente, pela maneira (não
raramente ríspida) como são tratados pelos europeus
Na parte técnica há um espaço
importante a ser preenchido: o australiano Brendan Gilhome,
aerodinamicista-chefe da Toro Rosso, não faz mais parte do time. Ainda não se
tem notícia de quem ocupará seu lugar mas o inglês Ben Mallock, há anos na
equipe e ex-Mercedes, é considerado o favorito para ocupar a vaga. De acordo
com James Key, responsável pelo staff de 140 pessoas do escritório técnico da
Toro Rosso instalado em Bicester, na Inglaterra, o projeto do STR13 não foi
prejudicado e a construção do carro está dentro do cronograma.
Tal como aconteceu no ano
passado, o novo carro (STR13) do time liderado por Franz Tost será apresentado
em Barcelona, às vésperas do início dos treinos livres, no dia 25 de fevereiro,
mesma data e local escolhido pela Force India para apresentar o VJ11.
Outros
lançamentos já confirmados são os do McLaren MCL33-Renault (dia 22, local a ser
definido), Ferrari 669 (dia 22, internet e evento fechado em Maranello), Mercedes
W09 (dia 22, em Silverstone) Comenta-se que a Renault poderia se antecipar a
todas essas equipes para apresentar o RS18 no dia 20, possivelmente em
Silverstone.
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