Com o mercado brasileiro ainda abaixo do potencial
de demanda, a Marcopolo fechou o primeiro trimestre do ano com crescimento de
29,5% em sua receita líquida (R$ 554,6 milhões, contra R$ 428,3 milhões obtidos
no 1T16). O resultado reflete o forte trabalho que a empresa vem realizando,
especialmente desde o final de 2015, para conquistar mercados no exterior, com
a ampliação das exportações em 107,1% e das receitas de suas operações no
exterior em 46,3%.
O crescimento da receita líquida consolidada é decorrente
do maior faturamento nas exportações e nas operações internacionais, que
apresentaram o aumento de 75,9% e 107,9%, respectivamente, no volume de
unidades físicas, e representaram 73% da receita total realizada pela Marcopolo
no 1T17. A receita líquida também foi impactada positivamente em R$ 84,9
milhões pela consolidação da Neobus.
A produção consolidada da fabricante foi de 2.010
unidades nos primeiros três meses deste ano, das quais 1.394 unidades
fabricadas no Brasil, com volume 29,4% superior ao do 1T16, e 616 no exterior,
113,9% superior ao produzido no mesmo período do ano anterior.
Já a participação de mercado da Marcopolo na produção
brasileira de carrocerias cresceu e alcançou 46,8% no 1T17, contra 32,2% no
1T16. Destaca-se no período o crescimento de 16 pontos percentuais no segmento
de rodoviários, alcançando 68,2% de participação de mercado, bem como o aumento
de 35,9 pontos percentuais de participação no mercado de micros, totalizando
52%, explicado pela consolidação dos volumes fabricados pela controlada Neobus.
O desempenho ainda fraco do mercado interno brasileiro
tem prejudicado o desempenho dos resultados consolidados. O lucro bruto do 1T17
atingiu R$ 61,0 milhões, com margem de 11,0%, contra R$ 56,2 milhões e margem
de 13,1% no 1T16. A margem bruta foi pressionada pela redução de dias de
faturamento, decorrente das férias coletivas em janeiro e março, bem como pela
valorização do real frente ao dólar americano, que afetou as margens na
exportação. O resultado bruto também foi afetado pela consolidação da Neobus,
pelo mix mais leve de produtos destinados ao mercado interno brasileiro e pela
provisão com rescisões decorrente de reestruturação interna da companhia. Com
isso, o lucro líquido foi de R$ 3,2 milhões, 63,6% inferior aos R$ 8,8 milhões
registrados no 1T16.
Perspectivas para 2017
O mercado de ônibus no Brasil já mostra sinais de
recuperação. As perspectivas de demanda, tanto no mercado interno como no
mercado externo, indicam retomada nas vendas, especialmente no segmento de
rodoviários. A regulamentação de acessibilidade, vigente a partir do próximo
mês de julho, e a obrigatoriedade de redução da idade média da frota nas linhas
interestaduais e internacionais afetará positivamente o segmento.
No segmento de urbanos, a queda no primeiro trimestre
demonstra que a demanda segue pressionada, especialmente devido às incertezas
relacionadas aos reajustes das tarifas e indefinições acerca de processos
licitatórios para renovação de concessões.
No mercado externo, a demanda continua forte e as
exportações permanecem aquecidas em todos os segmentos, o que deverá contribuir
para o desempenho da companhia. As unidades externas, com ampliação de seus
negócios, confirmam a expectativa de crescimento, com destaque para a
controlada Polomex, localizada no México.
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