sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Roberto Nasser De carro por aí

Coluna 0118 - 05.01.2018 - edita@rnasser.com.br 
Novidades na retomada do mercado

Benvindos ao novo ano os apreciadores de novidades automobilísticas. Serão muitas, em período  movimentado, com o fim da queda das vendas, a estabilização, e a retomada do crescimento no setor. Estabilidade no país, seriedade na gestão econômica, queda da inflação e confiança nas ações governamentais auxiliaram deter e reverter a espiral negativa. O ano findo, relativamente a 2016, apesar de números ainda não consolidados, mostrou resultado positivo – aumento de 25% nas exportações, e vendas internas crescendo a grosso modo em 10 %. Melhores expectativas para 2018: 15%.

Nada é unanimidade. Assim, apesar das projeções otimistas, dado importante a considerar, no varejo do varejo, é o número de dias úteis para venda dos veículos novos. E o exercício de 2018, aos descompromissados com o trabalho, é um porto de ociosidade num oceano de maré mansa. Serão 12 feriados federais, quatro deles em datas separadas do fim de semana, induzindo uma ponte de ausências, fora outros, inexplicáveis, criados pelas igualmente sem explicação Assembléias Legislativas estaduais.

Também, eventos importantes, subtraindo atenções, como a Copa do Mundo de futebol e jogos com jornada de trabalho reduzido, e eleições.

O que
Mercado brasileiro não é exceção e preferências vem moldando o segmento dos utilitários esportivos, carros atléticos e crossovers – rótulos difíceis de classificar, porém percebidos como dotados de cara valente e elevada posição para dirigir. Foi a fatia de maior expansão em 2017 e deverá manter velocidade ascensional.
Ano se inicia com apresentação do Virtus, menor sedã VW. Logo a seguir, o Fiat Cronos com direcionamento idêntico, e a revisão estética do Honda City, com agregação de itens internos e mais ESP – o programa de estabilidade sempre adiado pelas autoridades brasileiras e argentinas. 

No campo dos sedãs de maior porte Mitsubishi manteve o Lancer em produção ao menor preço do segmento, e Volkswagen terá o Jetta sobre a plataforma dita MQB, comum ao Golf. No formato sedã Ford suprimirá tal versão para o Focus, e encontrar o Renault Fluence nas revendas será caso para unidade remanescentes. Marca desistiu do produto, perdeu a oportunidade de fazê-lo atrativo aos serviços de Uber e que-tais. Sem atrações novas Ford apenas terá iniciativa com a volta da opção 4x4 para o EcoSport. 

Dentre as marcas tradicionalmente líderes do mercado, houve perda de liderança pela Fiat, alternando entre 3º e 2º lugares com a VW. GM foi a mais comprada, Ford se equilibrou precariamente em 4ª posição, com Renault em crescimento cadenciado enchendo a quinta posição.

Novidades deverão marcar a chinesa Chery, única com tal origem a viabilizar-se no país. Agora comandada pela CAOA dos Hyundai, assumindo gestão operacional, e compatibilizará estrutura industrial. Na prática significa democratizar o espaço da fábrica de Anápolis onde até agora são montados apenas os utilitários da sul coreana Hyundai. Negocialmente a CAOA comprou a solução de manter-se no mercado quando encerrar seus negócios industriais com a Hyundai, e no varejo solver o problema maior da Chery: garantir produção independentemente das vontades e constantes problemas e interrupções comandadas pelo sindicato dos metalúrgicos na área de Jacareí, SP, onde é a fábrica da empresa chinesa. Corre com adaptações para utilizar a base do Celer, criando novo SUV.

Esta morfologia, a de maior interesse do público, será adotada pela Toyota, importando versão atualizada do Prado, maior ante o SW4; pela Peugeot com o 5008; Renault representada pelo Koleos.

Volkswagen acordou de sonho letárgico e entrará com vontade em tal segmento com o T-Cross, SAV sobre plataforma do sedã Virtus, a ser feito na Argentina, substituindo o CrossFox. Também, do México importará o Tiguan ampliando opções no setor.

Domesticamente novos concorrentes com o Citroën C4 Cactus. Da marca traços e mudanças de conteúdo caracterizando meio ciclo do C4 Lounge, mudando a frente, seguindo o modelo chinês. Toyota fará o Yaris, meio termo entre o Etios e o Corolla.

Em picapes, novidades. Fiat prepara substituir o líder Strada a partir da cabine com detalhes assemelhados ao Argo, e Volkswagen gesta versão maior do Saveiro para estar presente no segmento superior aberto por Renault Oroch e Fiat Toro. Renault distribuirá no Brasil o Alaskan, sua versão sobre o primo Nissan Frontier, a ser feito na Argentina. VW iniciou vender experimental e promocionalmente o também argentino Amarok com motor diesel V6, e terá presença consistente no setor em 2018 aproveitando a maior disposição distintiva concedida pelo aumento de cilindrada.

Veículos importados sofrerão queda nos primeiros meses, por reposição de estoque ou permitirão limpar o pátio de modelos antigos, consequência do não entendimento entre os ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio quanto ao novo parâmetro à indústria automobilística, incluindo a importação. Até o final do ano vigiram regras do Inovar-Auto, alegoria lulo-petista protetora da falta de competição e da baixa produtividade. Seriam substituídas pelas constantes do programa Rota 2030, mas sem acordo quanto a incentivos e ônus pelas regras não baixadas. Assim, sem saber o futuro – e o quantum de imposto a pagar -, garrotearam-se as importações. No mesmo terreno pantanoso está o futuro das linhas de montagem brasileiras para Mercedes, BMW e Mini, Jaguar/Land Rover, Audi, considerando se terão preço menor e lucros superiores mantendo a atividade da montagem superficial no país – ou se apenas importarão os veículos prontos. Audi pré definiu-se e enfatizará novos produtos, como o A2, de menor preço – e maior demanda.

Não se exclua a reduzida probabilidade de formalização e implementação dos acordos entre Mercosul e União Europeia auxiliar inflar o mercado fomentando presença de novos produtos, de importação facilitada pela isenção de impostos alfandegários, base do acordo.

Em 2018 inexistirão novos fabricantes de veículos leves. Planos e projetos foram atropelados pela economia, pela retração do mercado, pela aceleração de custos. Daí não se aguardar os JAC T40 e T50 com os quais o grupo nacional SHC intenta abrir e manter caminho no mercado com tentativas anunciadas na Bahia e em Goiás. Geely, também chinesa, representada pelos acionistas da operação nacional da KIA, talvez retorne a conta gotas com montagem no Uruguai e complementação de conteúdo regional. 

Sempre prometida, a fábrica da Zotye em Goianésia, Go, promete acelerar a partir da montagem de motos elétricas em março e picape com a mesma tração antes do final do ano.


Caso viabilizado o crescimento previsto para o exercício de 2018, número final deverá arranhar os 2,4 milhões de unidades. Número e comportamento indicarão a consolidação da retomada do retorno para a expansão

Provocar vizinhos, cunhados, contar histórias? É com o Audi RS3

Audi inicia vender versões Sportback (hatch) e inesperada configuração sedã do competente RS3. Trata-o como a bandeira maior da marca hasteada para marcar o espaço dos compactos Premium. Harmonizou mecânica, aplicou equipamentos para compatibilizar estamina, performance, segurança e exigências de conforto e infodiversão aos clientes.

Motor de cinco cilindros, o mais potente do mundo na configuração de 2,5 litros de deslocamento, dois sistemas de injeção – um na cabeça do pistões -, outra no coletor de admissão, mais turbo alimentador e sistema de abertura das válvulas obtém 400 cv de potência e 480 Nm de torque a partir de 1700 rpm. Na prática tal conjunto oferece consistente aceleração, indo da imobilidade aos 100 km/h em 4,1 segundos. O dimensionamento mecânico para permitir tal proeza inclui tração integral nas 4 rodas, transmissão automática S Tronic, e um enlace operacional entre direção, câmbio, gerenciamento do motor, ESC – o sistema eletrônico de estabilidade.

Como comparativo com o Audi A3, é rebaixado 25 mm; a bitola dianteira mais larga em 20 mm. No desenho, grade frontal preta brilhante, grandes tomadas de ar, faróis em LEDs com a assinatura luminosa da marca, uma das líderes neste componente. Internamente, o Virtual Cockpit permite adequar instrumentos à vontade do condutor, como deslocar o conta giros para o centro da tela. Nela, dentre informações, cores indicam momento da troca de marchas.
Estofamento em Napa Fina, comando de luzes do sistema de infodiversão no volante, som Bang&Olufsen 705 watts.

Preço ? Inicia em R$ 329.990.

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