Alta Roda nº 924/274 – 19 /01 /2017
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Fernando Calmon |
Até o próximo domingo, dia 22, o Salão do Automóvel Internacional
da América do Norte (nome oficial) terá se transformado em um novo marco, pelo que
o presidente do EUA, Donald Trump, quer colocar em prática. Mais conhecido como
Salão de Detroit, poderá se tornar uma exposição centrada nos fabricantes americanos,
sediados na região, que dominaram no passado a produção mundial de veículos.
O México sofrerá com esta política. Ford foi a primeira a
interromper investimentos já em andamento, seguida pela FCA, que informou transferência
de linhas de produtos. GM acaba de anunciar investimento de US$ 1 bilhão para
criar 1.000 empregos nos EUA. Trump ameaça taxar as exportações mexicanas,
apesar do acordo vigente de livre comércio.
Essa reviravolta pode aumentar o protecionismo no momento
em que o Brasil admite abrir mais suas fronteiras e se integrar à cadeia
mundial de manufatura. Ainda é cedo para analisar desdobramentos. O
enfraquecimento industrial do México pode ser bom para o País em médio prazo,
embora dispense comemoração. Interessa é progredir pelos próprios meios.
Chevrolet Tracker teve lançamento para a imprensa
brasileira na semana passada em Detroit, sinal dos tempos... O SUV compacto
recebeu pequenas alterações de estilo e o mesmo motor 1,5 turboflex do Cruze,
bem mais forte que o anterior. Sucessor do Captiva, o Equinox revitalizado
estreou no salão e também virá do México. Chegará ainda esse semestre e, como o
motor citado será produzido na Argentina, esse concorrente direto do Jeep
Compass reúne condições de fabricação local.
Novo EcoSport (apresentado antes no Salão de Los Angeles,
em novembro) pôde ser visto de perto, A Ford só no dia 17 liberou fotos do
Mustang ano-modelo 2018 (à venda em julho nos EUA), mas não está exposto no
salão. Essa versão é a que será exportada para cá no início de 2018, com novo
capô 2 cm mais baixo e câmbio automático de 10 marchas (!) para o motor V-8
agora com injeção direta (potência ainda não anunciada).
Fato preocupante surgiu no Salão de Detroit,
protagonizado pela EPA (Agência de Proteção ao Meio Ambiente, na sigla em
inglês). Repetiu a mesma tática utilizada durante o Salão de Frankfurt de 2015
ao denunciar a Volkswagen por utilizar dispositivos ilegais no controle de
emissões de motores Diesel. Agora, contra a FCA em picapes e SUVs a diesel. Se a
agência usar o mesmo rigor, o impacto na empresa ítalo-americana pode ser
incontrolável.
RODA VIVA
FONTE da Coluna indica que novo hatch Fiat (projeto X6H),
substituto de Punto, Bravo e versões superiores do Palio, tem início de
produção em março próximo e vendas em abril. Mesma fonte detectou um atraso do
sedã (X6S), sucessor do Linea e em parte do Grand Siena: vendas ficariam para
2018. Ambos terão arquitetura mista, do Palio e partes do Punto.
CONDIÇÕES atuais do mercado e limitações financeiras
empurram para junho o início de fabricação da nova geração do EcoSport, em Camaçari
(BA). SUV compacto, responsável pela onda atual de lançamentos de vários marcas,
terá motor 3-cilindros de 1,5 litro, antecipado por esta Coluna. Peugeot e
Citroën oferecem essa configuração, mas apenas de 1,2 litro.
UNO SPORTING ganhou vida graças ao motor Firefly 1,3
litro/109 cv. Na verdade, investe mais na aparência ao explorar aplicações da
cor vermelha e pormenores como ponteira de escapamento dupla central. Ideal
seria acerto de suspensão mais firme, como forma eficaz de melhorar a
experiência e destacá-lo dos Uno comuns. Evolução também no câmbio
automatizado.
HONDA e SoftBank (proprietário da empresa de chips ARM)
trabalham em inteligência artificial para automóveis. Por meio de câmeras e
sensores será possível “aprender” reações do motorista. Sistemas autônomos de
direção dependerão do recurso para tomar decisões em situações emergenciais.
DESDE que exista sinalização, faróis baixos têm que ser
ligados nas estradas durante o dia, sob pena de multa. Carros com iluminação
DRL não devem usar faróis, pois estes são menos eficientes em especial nos dias
de chuva por refletir no asfalto molhado. Deve-se atentar que assinatura
luminosa não é DRL. Tudo resultado de lei desastrada e sem eficácia em países
tropicais.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos
técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna
automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede
nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do
site just-auto (Inglaterra).
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