Coluna 0217 - 13.01.2016
- edita@rnasser.com.br
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Bem acertado, o Nissan Versa
Após 1200 km de condução ao devolver o Nissan Versa,
padrão Unique, o mais elevado da linha, tive uma certeza: reverenciar o
responsável pela composição do produto.
Explico: carros não saem contendo todo o potencial
técnico dos fabricantes, mas são compostos em função do público de destino,
características do mercado, faixa de preço e de concorrência onde deve atuar.
Isto permite acertos e muitos erros – nestes, clamoroso, o Alfa Romeo 155 sem
ar condicionado .... Acredita ? Carro
importado sem o inafastável conforto nos trópicos ? Pois houve. Era para
reduzir preço final, e tal versão foi ironicamente chamada por executivos da
Fiat Brasil de CS, iniciais do autor da proposta.
Pois o/a camarada nissaniano acertou no foco ao definir o
produto. O Versa, feito no Brasil sobre a plataforma do March, motor importado
do México e transmissão japonesa, é produto aspiracional, ou seja, de desejo
por usuários de veículos menores, mais baratos ou desequipados. Por isto, deve
ser atrativo e alcançável no oferecer características construtivas e noção de status. Considerou outra verdade: poucos
compradores o fazem por conhecer o conteúdo da ficha técnica ou habilidades.
Maioria compra para impressionar os vizinhos, provocar o cunhado, o colega do
escritório. Com tal objetivo fórmula é bem adequada ante características de
automóvel para tal cliente: dimensões, bom espaço no banco posterior, porta
malas generoso, linhas recentes, a aura nipônica à qual o lumpenzinato
automobilístico atribui qualidades supremas, e o compôs como se fora um kit
impressiona-vizinho: motor 1,6 e transmissão CVT, revestimento com partes em
couro; tela de comando e som; trio mais ou menos elétrico – os levantadores dos
vidros cumprem apenas 1/8 de sua missão: são automáticos apenas para levantar o
vidro do motorista ... Em segurança, o mínimo legal de freios com ABS e duas
bolsas de ar. Tem painel de material áspero, mas de boa aparência, enfeitado,
ar condicionado digital, comandos de som no volante.
No operacional é honesto nas propostas. Hígido, diriam os
médicos. Unidade utilizada empregava motor Nissan 1,6, gerando 111 cv e 15,1 m.kgf
de torque – foi revista e melhorada pela
Renault e deverá exibir tal reacerto, e produzido no Brasil com respectivos 118
cv e 16 m.kgf. Câmbio de polias variáveis CVT com monitoramento eletrônico.
Diz ter opção over drive, uma sobre
marcha mas, ao contrário, já funciona na sobre marcha. Quando você aperta um
botãozinho na alavanca de marchas, reduz. É a under drive. Não oferece as
pequenas alavancas de avanço e retardo nas marchas, exceto em baixa velocidade
quando pode-se puxar a alavanca para a marcha reduzida.
Falha ? Vejo como ponto de coerência. Seu comprador
quererá espaço, um mínimo de segurança, baixo consumo, bons freios, boa
aparência. Não será um cultor das artes da condução e por isto o carro faz
tudo, escolhendo marchas à sua vontade. Se insistir em demandar redução,
dependendo da pressão do acelerador reduzirá as marchas virtuais e o motor
urrará sob o capô.
Se você tem orçamento contido, precisa de automóvel com
cara nova, bom espaço, itens de conforto, econômico, e dispensa prazer ao
dirigir, é este. Seria um ótimo veículo para o serviço de taxis.
Em resumo é ágil – de O a 100 km/h – em quase 11s, boas
retomadas, consumo reduzido. Dirijo em cidade de trânsito ainda civilizado e
obtive mais de 13 km/litro na cidade com gasálcool; álcool, em torno de 10 km.
Em Brasília a quase igualdade de preços não justifica o uso do álcool. Preço?
Vais ouvir R$ 70 mil, mas pondere condições. O mercado está para o comprador.
Março, abril, o substituto do Punto e Palios
Fiat começou o ano nas tratativas e providências para produzir
o Projeto 326. No caso versão X6H, de hatch,
para substituir o Punto e versões mais caras do Palio no mercado latino
americano. Plataforma de desenvolvimento doméstico tendo como base a empregada
na última geração do Palio, e a dois outros desdobramentos: sedã, versão X6S, a
ser produzido na Argentina, e picape, nominada internamente X6P, no Brasil. Com
quatro portas buscará clientes do Grand Siena e Linea com apresentação no Salão
de Buenos Aires, junho. Picape substituirá o Strada ao final do ano.
Fiat manterá política de sua criação, produção paralela do
original e do substituto. No caso, o 326H ocupará espaço das versões mais caras
do Palio. As de menor preço serão mantidas. Idem para o picape atual.
Serão produtos exclusivos para o Continente, com desenvolvimento
local, e motorização conhecida em outros produtos: 3 cilindros 1,0; 1,8 16V e
em alguma versão esportivada o 1,4 turbo dito 1.4T-Jet. No geral, itens hoje
adotados nos Fiat em seu recente processo de incremento de conteúdo, como
conectividade e Stop/Start.
Jipinho
Desdobramento da família, a Fiat iniciou a desenvolver
pequeno utilitário esportivo com jeito, cara, e propostas de valentia de Jeep.
Não seria Fiat, mas o primeiro degrau da marca norte americana. Coluna noticiou. Planos foram congelados
por conta da plataforma. A empregada para o Projeto 326 exigiria muitos
investimentos industriais para encaixá-la na linha de produção comum a Renegade,
Compass e Toro, todos com plataforma própria e diferente. E reduzi-la para o
pequeno produto é tecnicamente factível, porém tornaria preço final fora de
competição. Como disse fonte da Fiat, se
não for ao mercado mais barato que o Suzuki Jimny, não serve.
Roda-a-Roda
Salão – NAIAS em Detroit, abrindo ciclo de salões
mundiais, expõe tensão sobre a gestão Trump e sua ameaça de mudar acordos
econômicos, taxando os carros mexicanos, aumentando impostos de importação.
Muito modificará mercado.
Trump – Com bandeira do americanismo, crítica de
investimentos produtivos em outros países, e a ameaça de taxar em 35% veículos
fabricados pelas marcas dos EUA no México, Donald Trump sacudiu a indústria.
Amostra – Ford e FCA cancelaram aplicação de capital no
país vizinho centrando a grana nos EUA. Ford desviou US$ 1,6B do México e
aplicará US$ 700M em casa para lançar 13 carros elétricos, incluindo Mustang.
Mais – FCA, US$ 1B para modernizar a fábrica de Warren,
nas beiradas de Detroit, e para ela transferirá do México a produção dos
picapes RAM de maior tonelagem. Informa nada estar relacionado ao novo governo.
Mesmo contam Mercedes e Volkswagen, com sólidos investimentos. Ciclos das
grandes empresas são muito superiores aos dos governos.
E ? – Andamento do governo Trump além de escapar de sua
inacreditável capacidade de criar confusões, pode ser imaginado como ponto de
equilíbrio entre o bom senso e o marketing.
E ? 2 - Já há consequências: subiram os preços dos
imóveis da abandonada Detroit, ante a projeção do aumento de produção e
atividade econômica. Dúvida em Detroit: a família do futuro presidente ali
aplica sua expertise em imóveis ?
Mais – Há um Salão do B em Detroit. Paralelo ao NAIAS,
menor, extensamente mais rico, com marcas de preço elevado, ausentes da festa do
público. Chama-se The Gallery e
recebe Bugatti, Lamborghini, Ferrari, Aston Martin, versões de topo de
Cadillac, e elétricos Tesla e Faraday. Convites a VIPS, entradas a US$ 500,
trato de primeira qualidade, bufê autoral, chefe premiado. A quem vai e compra.
Nova Kombi – Depois do Dieselgate - problema de motores diesel emitindo poluentes acima da
norma legal -, Volkswagen toma caminho ecológico: em Detroit mostrou o elétrico
Buzz, releitura da Kombi. Proposta é multi forma, aumentando espaços e se
tornando conversível, e condução autônoma.
Razão e emoção – Na mostra, síntese do Audi Q8, mistura
da lógica de SUV com a emoção de cupê, deverá vir à vida nos próximos meses
como caminho de estilo a seus utilitários esportivos – cada vez mais esportivos
e menos utilitários.
Foco – Em casa Ford exibiu a face do receio. Líder de
mercado com picape F 150, vendo concorrentes crescer, apresentou o F 150 2018,
apenas 3 anos após atual versão. Incremento no uso de alumínio militar na
caçamba, chassis em aço para reduzir peso, ênfase na cara de mau, e eletrônica
de automóvel. Setembro.
Diesel – Novidade, opção diesel: V6, 3,3 litros, 286 cv e
parcos 35 m.kgf de torque, baixo em relação à cilindrada. Amarok V6 3,0 oferece
51,6 quilos.
Mais – Voltou a ter o Ranger no mercado doméstico, e re
lançará o Bronco, um 4x4, utilitário esportivo com estamina, mercado deixado
pela empresa.
Eco, IV – O EcoSport em geração revista,
esperada e não aparecida no Salão de S Paulo, atração em Detroit. Carlos
Galmarini, da Ford Argentina, disse será lançado no Brasil em maio e
apresentado no Salão de Buenos Aires, em junho.
Atualização – Recebeu atualizações, como nova
frente, painel e conectividade. Mecânica terá motor importado de 2,0 ou nacional
1,5. Será vendido nos EUA, como SUV de entrada da marca. Mudança local, estepe
interno.
Local - No Brasil deve tê-lo pendurado
externamente. Aqui, ao contrário dos EUA, há demanda por espaço para levar
malas.
Rigor –Em ano de retração, poucas marcas cresceram: Porsche,
Lexus e Jaguar. Esta, 53% em vendas, turbinadas pelo novo XE, de menor preço.
No total Jaguar e Land Rover venderam 7.434 unidades em 2016, menos 18,5% ante
2016.
Trio – Outros Premium também caíram em relação a 2015. Mercedes
liderou nos segmentos onde participa, BMW e Audi quase empatadas, mas BMW
fechou o ano liderando com 11.860 unidades
licenciadas.
Reação – Notícia no jornal Folha de S Paulo sobre cortes de incentivos até 2018 gerou protesto
da Abeifa, associação dos importadores. Tais vantagens estão no programa
Inovar-Auto, aplicado para aumentar nacionalização e reduzir consumo.
Razão – Programa se encerra neste exercício, sem atingir
resultados – hoje a montagem das marcas aderentes tem nacionalização inferior à
do início da indústria automobilística, há 60 anos.
Mais – Freou importações, recolhimento de impostos,
empregos. Em números, à implantação país importava 199 mil unidades, 5,82% do
mercado doméstico; recolheu R$ 6,5 bilhões em impostos; dava 35 mil empregos.
Após cinco anos importações caíram a 35.800, 1,8% no decrescente mercado
interno; impostos a R$ 1,2 bilhão; sumiram 21.500 empregos.
Caminho – Para fomentar negócios com caminhões O Km MAN
Latin America aderiu à compra e venda de caminhões usados. Cresceu 80% ano passado.
Mercado dos usados tem 6,8 x 1 de O Km e destes fomenta venda.
Novela – TV Globo corrigiu erro no livro de origem à
atual série televisiva Dois Irmãos.
Autor Milton Hatoun citou jipe Land Rover em cenário de 1945. Substituiu por
Ford station Woodie, belíssimo, 1942.
Land Rover surgiu em 1948.
Valor – Quanto vale um dos 25 Mercedes-Benz 540K
Special Roadster?
Considerado o mais belo automóvel já produzido,
performance assustadora para o fim da década de ’30. Motor L8, 5.000 cm3,
produzia 110 hp logo expandidos a 180 com uso do compressor volumétrico: atingia
quase 180 km/h.
Leilão – Resposta no primeiro grande leilão de antigos na
temporada norte-americana, o RM-Sothelby’s em Scotsdale, Arizona. Projeta-se
valor em torno de US$ 8.500.000. Mesma unidade foi vendida em 2011 por US$
4.620.000. Voltou ao martelo em 2013 e cravou US$ 7.480,000, valorização de 62%
em dois anos.
Gente – Oliver
Schmidt, da VW of America comandando o departamento de compliance, a ética empresarial, preso pelo FBI. OOOO
No Dieselgate, escândalo de motores
diesel emitindo poluentes acima da norma legal, sempre contestou as acusações
do governo americano. OOOO Subalterno fez
delação reconhecendo a fraude. OOOO Eventos
aceleraram acordos com os EUA para fim dos processos. OOOO
Os
recordes da Toyota em 2016
Ano ruim para o segmento da mobilidade não atingiu a
Toyota do Brasil. Empresa fechou exercício crescendo 2,6% nas vendas
relativamente ao exercício passado e, pela primeira vez, atingiu 8,8% de
participação no mercado, encerrando o ano como a 5a marca mais
vendida, à frente da Ford. É o melhor resultado numérico e institucional da
marca desde sua chegada ao Brasil há 59 anos.
Dentre produtos o SW4 consolidou liderança no segmento,
ampliando vendas em 40%, atingindo 12.175 unidades vendidas, 53% do segmento
SUV. O HiLux assumiu a liderança nos picapes médios. Pontualmente o Etios, com
correções a partir de sugestões, evoluiu como produto, vendendo 67.768 unidades
no mercado interno e iniciando carreira de exportações para Argentina,
Paraguai, Peru e Uruguai, com 26.424 unidades. Toyota do Brasil enviou 43.561
de seus produtos para a América Latina.
Todas as versões do Etios tiveram crescimento de vendas e
participação no exercício. Surpreendendo, o sedã Corolla conservou a liderança
entre os sedãs médios, vendendo 48%, quase metade, no segmento.
Outro segmento implementado pela Toyota é o de carros
híbridos. O Prius em 4a geração, lançado em junho, com preço
incentivado, teve seu melhor ano de vendas, liderando o setor ao comercializar
486 unidades, 128% sobre 2015.
As conquistas da Toyota são consequentes às mudanças de
parâmetros e processos internos em qualidade, produtividade, gerenciamento de
custos e cadeia de valor, resultantes da vinda de Steve St Angelo como CEO da
Toyota para América Latina e Caribe, e Chairman da Toyota do Brasil. St Angelo
é indicação pessoal de Mark Hogan, norte-americano integrando o Board da matriz no Japão. Ex vice
presidente mundial da GM e presidente na filial Brasil, Mark designou St Angelo
para redesenhar a Toyota na América Latina. Um dos passos importantes foi a
decisão de investir na fábrica de Porto Feliz para construir motores destinados
ao Corolla e a próxima geração equipada com turbo alimentador.
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