CHUVAS PODEM AFETAR DAKAR 2018
Disputas equilibradas e chuvas intensas marcam a edição
deste ano do Rally Dakar.
Brasileiros Leandro Torres e Lourival Roldan são destaque
entre os UTVs.
Principal competição off-road do mundo, o Dakar 2017 tem
sido marcado pela disputa entre três marcas — MINI, Peugeot e Toyota —,
acidentes e incidentes afastando pilotos de ponta e dificuldades climáticas que
forçaram a interrupção da prova por dois dias seguidos. Ao evitar os desertos
junto ao Pacífico e adotar um percurso envolvendo Bolívia e Paraguai, os
organizadores ficaram reféns das chuvas da região e acabaram reduzindo a quinta
etapa e cancelando a sexta. Esta condição sem dúvida afetará o roteiro da
prova no ano que vem.
Não bastasse isso o percurso da etapa de ontem também foi
alterado por questões de segurança. Como domingo foi um dia de descanso, apenas
os carros da categoria Maratona partiram ontem praticamente reconstruídos — os
de competição propriamente ditos ficam em regime de parque fechado entre a
chegada e a próxima largada, situação em que não podem ser tocados.
Nas seis etapas disputadas houve quatro vencedores
diferentes e Sébastien Loeb (Peugeot 3008 DKR) lidera com o tempo total de
12:20:00, três segundos à frente de Nani Roma (Toyota Hilux) e Stéphane
Peterhansel (Peugeot 3008 DKR). Entre os dez primeiros apareciam quatro desses
modelos, três Toyota Hilux dois MINI All4 e um bugue. Vale destacar a variedade
de conceitos mecânicos entre os três modelos: os 3008 DKR são equipados com
motor diesel biturbo e tração traseira, as Toyota Hilux com motor a gasolina e
igualmente tração traseira — tal qual o bugue Sodicar BV2 de Éric Bernard
(nenhuma relação com o ex-piloto de F-1) e os MINI All4 tem tração total e
motorização diesel.
Entre as principais desistências até agora incluem-se
Al-Attyah Nasser (Toyota Hilux/Gazoo Racing) e Carlos Sainz (Peugeot 3008 DKR).
O abandono do árabe aconteceu primeiro, no terceiro dia de competição; já “El
Matador” foi um dia além, desistindo após uma espetacular saída de pista
seguida de violenta capotagem em uma curva fechada para a direita.
Leandro Torres e Lourival Roldan são os melhores
brasileiros na competição e lideram a categoria UTV. Sylvio Barros e Rafael
Capoani, inscritos na prova dias antes da largada, ocupam o 16º Lugar na
classificação entre os automóveis, enquanto nas motos Ricardo Martins é o 59o,
quatro posições à frente de Richard Fliter. Marcelo Medeiros, que venceu a
primeira especial, sofreu uma queda no dia seguinte e quebrou a clavícula. O
rali termina sábado, mas na metade do seu percurso a edição deste ano já
consolidou a marca de uma das mais complicadas e difíceis da história.
F-1 corre contra o tempo
Boa parte das equipes de F-1 corre contra o tempo para
acabar a a fabricação e montagem dos modelos 2017 a tempo dos primeiros treinos
livres pré-temporada. Na sede da Toro Rosso admite-se que a linha de produção —
se é que se pode chamar de linha de produção uma fábrica que produz sete ou
oito carros por ano…—, funciona em regime de 24 x 7 para atingir esse objetivo.
A terceira semana cheia de fevereiro será das mais
agitadas: em Silverstone, Inglaterra, haverá apresentação dos monopostos da
Renault (dia 21), Force India (22) e Mercedes (23). No dia seguinte, em
Fiorano, Itália, é a vez da Ferrari mostrar seu novo modelo. Os primeiros
testes serão em Barcelona entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março. As
equipes voltam à pista catalã entre 7 e 10 de março, duas semanas antes do
início da temporada, dia 26, em Melbourne, na Austrália.
Tudo indica que apenas dez equipes estarão presentes no
grid dessa corrida: após perder o décimo lugar para a a Sauber graças ao nono
lugar de Felipe Nasr no GP do Brasil, Stephen Fitzpatrick, proprietário da
Manor, divulgou que a empresa entrou em recuperação judicial e vê “uma chance
muito remota” de reverter essa situação até o GP da Austrália. Nasr, ao que
tudo indica, ficará fora do grid deste ano.
Mercedes em compasso de espera
Continuam os rumores sobre a confirmação de Valtteri
Bottas como substituto de Nico Rosberg na equipe Mercedes. De qualquer maneira
o jornal esportivo Marca, da Espanha, divulgou que Felipe Massa revogou um
acordo que teria assinado com uma equipe de F-E em consequência do convite da
Williams em reconsiderar sua aposentadoria. Dessa forma é lógico concluir que a
confirmação de ambos só depende de negociações contratuais entre equipes e
patrocinadores, definição que pode ser considerada fato consumado.
Brasileiros em Daytona
O pelotão de brasileiros inscritos na 24 Horas de Daytona
deste ano é dos mais significativos: Augusto Farfus Jr., Bruno Senna, Christian
Fittipaldi, Oswaldo Negri, Pipo Derani e Tony Kanaan. Fittipaldi (2004 e 2014),
Kanaan (2015), Negri (2012) e Derani (2016) já venceram a prova na
classificação geral, resultado que tem mais chances de se repetir com Christian
e Pipo. O primeiro estará a bordo de um Cadillac V.R e o segundo ao volante de
um Nissan Onroak, ambos da categoria Daytona Prototype International.
Kanaan conduzirá um dos Ford GT da equipe Chip Ganassi —
representante oficial da marca do oval azul — e Negri estréia o Acura NSX , na
mesma categoria do Ford, a GT3; é nela que competem os novos Porsche 911 RSR,
Mercedes AMG e Lexus F GT3. Farfus vai pilotar um BMW M6 GTLM e Bruno Senna
está inscrito pela equipe ESM para pilotar um Ligier Nissan Nismo. Além dos já
citados, o Brasil tem outra vitória na classificação geral dessa prova, com
Raul Boesel (1988), com um Jaguar XJR-9
Augusto Farfus |
O ambiente dos carros da categoria Resistência —
Endurance para os puristas —, vem ganhando movimentação em duas frentes.
Enquanto grandes marcas desenvolvem modelos para disputar vitórias na
classificação dos GT3, pequenos construtores crescem e anunciam planos para a
classe LMP1.
Os construtores de alta produção vislumbram nas competições de
grã-turismo uma forma eficiente de posicionar seus produtos junto a
consumidores de alto poder aquisitivo. ao mesmo tempo que convertem em lucros
financeiros a venda de produtos e serviços para esses clientes e
propagandistas. A Toyota, ainda ausente desse mercado, optou por um campeonato
no tradicional Nürburgring usando uma versão preparada do seu GT86.
Consolidada em categorias inferiores, a Ginetta anuncia
para 2018 sua entrada entre os grandes da Resistência, temporada em que a
propulsão híbrida será proibida. O carro será projetado por uma dupla
respeitosa: Adrian Reynard e Paolo Catone, o primeiro consagrado por monopostos
que dominaram categorias como a F-Ford, F-3, F-3000 e F-Indy e o segundo, por
sua importante participação no projeto do Peugeot 908 HDi vencedor em Le Mans
em 2009. O novo carro começa a ser testado logo após a 24 Horas de Le Mans
deste ano.
WG
Nenhum comentário:
Postar um comentário