FIA divulga
calendário 2018 da F1 1 com 21 provas.
Brasil é a
penúltima etapa.
São Paulo pode
ter F-E
A semana do
automobilismo começou movimentada e manteve a empolgação despertada pelas 24
Horas de Le Mans, a tradicional prova de resistência disputada sábado e
domingo. Se a vitória da Porsche, a décima-nona da marca em Sarthe, pode ser
considerada inesperada, as notícias divulgadas pela FIA, ontem, pavimentam o
planejamento do automobilismo para a temporada 2018 nos mais diferentes níveis.
O Brasil está
presente nos dois calendários apresentados na reunião do Conselho Mundial do
Esporte a Motor (World Motorsports Council): está confirmado como penúltima
etapa da F-1 e aparece como possível quinta etapa do Mundial 2017/2018 da F-E,
modalidade reservada para monopostos movidos por motores elétricos.
Mais do mesmo em
Terra Brasilis
A confirmação
sem reservas no calendário de 2018 novamente jogou por terra as perenes
afirmações dos organizadores do GP do Brasil de F1 acerca das ameaças que
pairavam sobre manter Interlagos como cenário do evento. Sempre
dispostos a investir o mínimo para obter o máximo lucro, invariavelmente
enviando a conta de infindáveis reformas aos cofres públicos, Tamas Rohony e
Bernie Ecclestone este ano simularam uma possível transferência da competição
de São Paulo para Brasília. Se as condições de Interlagos estão ultrapassadas
em relação aos moderníssimos circuitos do Oriente, a causa disso são as
reformas kafkanianas implementadas caoticamente no autódromo paulistano,
empreitada que prejudica tanto as finanças da cidade e do País quanto as
atividades do automobilismo nacional e regional na praça paulista.
O calendário da
F-1 para 2018 tem como novidades a volta do GP da França, que será disputado no
circuito Paul Ricard, em Le Castellet, na Côte d’Azur, entre Cannes e Marselha.
A prova estava fora do calendário desde 2008. Das 21 datas elencadas duas delas
ainda carecem de confirmação: os GPs da China e de Cingapura.
A divulgação do
calendário da F-1 tem importância mundial muito além do impacto que a realização
de um GP causa em setores como alimentação, hotelaria, logística e transporte,
entre outros. A importância das datas serem conhecidas com larga antecedência
tem a ver com a população ambulante da F-1, um número de quatro dígitos
suficientemente grande para exigir um planejamento minucioso. Por ser um prato
importante no cardápio de transmissões esportivas, a categoria também dita a
grade de programação e influencia as datas dos calendários de outras
modalidades.
Divulgar as
datas da próxima temporada quando o ano corrente sequer viveu 50% de sua vida é
mais do que suficiente para evitar que os calendários locais sejam alterados,
mas não é isso que ocorre no Brasil. Nos últimos oito anos a Confederação
Brasileira de Automobilismo jamais conseguiu convencer os promotores nacionais
a trabalhar em harmonia, demonstração inequívoca de sua inabilidade em defender
os interesses dos esportistas. A conferir se a nova gestão empossada em janeiro
conseguirá corrigir esse rumo.
O calendário da
F-1 - 2018
25/3 –
Melbourne, Austrália
8/4 - Shanghai,
China (*)
15/4 – Sakhir,
Bahrain
29/4 – Baku,
Azerbaijão
13/5 –
Barcelona, Espanha
27/5 – Mônaco,
Mônaco
10/6 – Montreal,
Canadá
24/7 – Paul
Ricard, França
1/7 – Spielberg,
Áustria
8/10 –
Silverstone, Inglaterra
22/7 –
Hockenheim, Alemanha
29/7 –
Hungaroring, Hungria
26/8 –
Spa-Francorchamps, Bélgica
2/9 – Monza,
Itália
16/9 –
Cingapura, Cingapura (*)
30/9 -
Sochi, Rússia
7/10 -
Suzuka, Japão
21/10 – Austin,
EUA
28/10 - Cidade
do México, México
11/11 - São
Paulo, Brasil
25/11 - Yas
Marina, Abu Dhabi
(*) A confirmar
F-E em corrente
alternada
Ninguém assumiu
ainda o interesse em promover a prova de F-E em São Paulo, acontecimento que já
foi tentado no passado pelas mãos do próprio Rohony, de Carlos Col (atualmente
ocupado na Copa Truck) e o empresário Vito Di Grassi, pai do piloto Lucas e
envolveu também as cidades de Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e
Salvador (BA). Desta vez, quando São Paulo é mencionada no calendário, cabe
perguntar se o gestor João Dória investirá na montagem de um traçado urbano
para receber a categoria de carros elétricos: o apelo da F-E é apresentar-se em
vias públicas de grandes cidades, capitalizando o fato de usar carros
praticamente não poluentes.
O calendário da
F-E 2017/2018
2/12 - Hong
Kong, China
3/12- Hong Kong,
China
13/1 -
Marraquexe, Marrocos
3/2 -
Santiago de Chile, Chile
3/3 – Cidade do
México, México
17/3 – São
Paulo, Brasil (*)
14/4 – Roma,
Itália
28/4 – Paris,
França
19/5 – A
definir, Alemanha (**)
9/6 – A definir
(**)
7/7 – Nova
Iorque, EUA (***)
8/7 – Nova
Iorque, EUA (***)
28/7 – Montreal,
Canadá
29/7 – Montreal,
Canadá
(*) A confirmar
(**) Local a
definir
(***) Data a ser
confirmada
O rescaldo de Le
Mans
Em um grid de 60 automóveis apenas seis foram inscritos na categoria
principal, a LM P1 e quatro deles ficaram pelo caminho; até mesmo o vencedor
passou por contratempos que forçaram o trio formado pelo alemão Timo Bernhard e
os neozelandeses Earl Bamber e Brendon Hartley a imprimir um ritmo forte após
trocar o sistema de tração dianteira na quarta hora de prova. Por conta disso o
Oreca 07-Gibson LMP2 do holandês Ho-Pin Tung, do francês Thomas Laurent e do
britânico Oliver Jarvis chegou a liderar a prova por mais de uma hora quando o
primeiro carro da equipe alemã, então ponteiro, abandonou a corrida. Com
restrições técnicas cada vez maiores impostas aos monstros da LMP1 espera-se um
pelotão ainda maior e mais competitivo da classe LMP2 para os próximos anos.
No panorama atual a Porsche salvou-se de uma derrota que seria
histórica, a equipe de Jackie Chang saiu-se como a grande surpresa e a Toyota,
mais uma vez, voltou para casa envolta em frustração: depois de dominar os
treinos e a prova de classificação, seus carros sucumbiram aos caprichos de Le
Mans. Até mesmo uma confusão causada por um piloto trajando macacão semelhante
aos fiscais de pista está sendo travestido de bode expiatório para justificar a
quebra de embreagem do Toyota número 7, o mais rápido da esquadra nipônica.
Do batalhão brasileiro quem se deu melhor foi o estreante Daniel Serra,
que junto com os britânicos Darren Turner e Jonathan Adam levou o Aston Martin
Vantage #97 à vitória na classe LM GTE Pro. Pipo Derani cumpriu seu contrato
com Chip Ganassi de forma brilhante e foi segundo na mesma categoria, na qual
tripulou o Ford GT 67 com os britânicos Andy Priaulx e Harry Tincknell.
Nelsinho Piquet cruzou a linha de chegada em terceiro, mas o Oreca P07-Gibson
que conduziu junto com o dinamarquês David Heinemeir Hansson e o suíço Mathias
Beche acabou desclassificado por irregularidades técnicas. André Negrão ficou
em quarto na geral e terceiro na classe LMP2 a bordo do Alpine A470-Gibson que
dividiu com os franceses Nelson Paciatti e Pierre Ragues. Bruno Senna (17o.),
Fernando Rees (49o.), e Rubens Barrichello (14o.) e Tony
Kanaan (23o.) também participaram da prova.
Wagner Gonzalez
(11) 98326 6630
(11) 5044 9529
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